• Drama,  Salgados

    Les Adoptés & Risoto de Camarão

    Les adoptés é um filme de 2011, dirigido e estrelado por Mélanie Laurent. A mocinha francesa não decepcionou nem um pouco na direção de seu primeiro longa.

    Marine (Marie Denarnaud) e Lisa (Mélanie Laurent) são irmãs inseparáveis, mesmo não tendo laços de sangue, já que Marine foi adotada, elas compartilham a vida uma com a outra quase como uma dependência. Porém, não é uma coisa ruim, na verdade é muito bonita a relação. Juntamos a isso o filho de Lisa, Léo, um garoto fofo que adora fazer programas culturais com a tia todas as terças. Eles escutam música clássica enquanto morrem de rir dedilhando um piano imaginário. Me apaixonei pela criança, você também vai, quando assistir.

    les-adoptes-les-4

    Nós não somos o que sonhamos.
    Mas estamos indo bem.
    Nós rimos, nos divertimos, aprendemos, somos curiosos, desapontados, nervosos, empolgados, criativos.
    Nos entediamos, nos divertimos, avançamos, cometemos erros. Isso é…é feio.
    Nós florescemos. Estamos vivos!
    E todos vivemos juntos…
    E só se tem uma vida!

    les-adoptes-les-3

    Tudo muda quando Alex (Denis Ménochet) adentra a livraria que Marine trabalha. A paixão entre os dois é imediata. Sorrisos que não se pode conter, convite para sair, tudo muito rápido. Ali começa um namoro com muita química e velocidade recorde.

    O que ocorre é que isso abala um pouco a relação das irmãs. Lisa que estava acostumada a ter sempre a irmã perto, não aceita ela estar tanto tempo junto com Alex e pouco com ela.

    Em um dia de chuva, Marine sai correndo da livraria, distraída e eis que é atropelada por uma moto.

    les-adoptes_6

    No hospital o médico diz que ela está no grau 3 do coma. Não se sabe o que vai acontecer. É nesse momento que Lisa e Alex se aproximam, junto com a mãe delas e o pequeno Leo, fazendo tudo para que Marine volte a vida.

    É um filme poético, doce, com uma fotografia incrível, trilha impecável e atuações que te arrancam as lágrimas em vários momentos.

    les-adoptes-les-2

    Para mim, um dos melhores filmes que vi esse ano. Vale cada minuto.

    Trailer:

    Para acompanhar o filme, trago pra vocês um risoto de camarão delicioso, receita do Jamie Oliver. E o que isso tem a ver com o filme? Nada. Porém, acharia eu poético servir esse prato antes ou depois do filme, para quem se ama ou se está enamorado. Pois esse é um filme que fala de vários tipos de amor. E das mais belas formas.

    risoto_jamie_oliver

    Risoto de Camarão

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Rende: 4

    Ingredientes

    • l litro de caldo legumes
    • 3 colheres (sopa) de azeite de oliva de boa qualidade
    • 2 cebolas médias picadas bem fino
    • Sal e pimenta-do-reino
    • 2 dentes de alho fatiados ou uma colher de alho ao óleo
    • 400 g de arroz para risoto
    • 100 ml de vinho branco seco
    • 70 g de manteiga sem sal
    • 85 a 100 g de queijo parmesão fresco ralado
    • 300 g de camarão grande limpo
    • Hortelã fresca picada a gosto (não coloquei pq não tinha)
    • Manjericão fresco picado a gosto
    • 200 g de ervilhas frescas
    • Suco de 1/2 limão siciliano
    • Sal e pimenta do reino a gosto
    • Azeite de Oliva

    Modo de Fazer:

    1. Em uma frigideira anti-aderente, refogue os camarões no azeite de oliva por alguns minutos. Em seguida acrescente a ervilha. Tempere com sal e pimenta do reino. Reserve.
    2. Agora faça o risoto, aqueça o azeite em uma panela, refogue a cebola e quanto estiver dourada coloque o alho picado. Adicione o arroz e mexa por um minuto. Jogue o vinho branco e sgiga mexendo até que evapore o liquido.
    3. Vá adicionando de concha em concha o caldo de legumes, quando estiver quase secando, adicione mais caldo, até terminar. Esse processo leva em média 20 minutos.
    4. Tempere com sal e pimenta, desligue o fogo.
    5. Coloque os camarões e ervilhas nele e finalize com o suco de limão, o queijo e a manteiga. Mexa bem. Acrescente o manjericão rasgado (e a hortelã, caso use) e sirva em seguida.
  • Drama

    Azul é a cor mais quente & Espaguete à Bolonhesa

    Azul é a cor mais quente, baseado na HQ homônima de Julie Maroh, é a história de Adèle (Adèle Exarchopoulos), uma adolescente que está descobrindo sua vida, tanto sexual quanto afetiva. Dirigido genialmente por Adbellatif Kechiche (que já vimos em O segredo do grão) o filme começa com o início da vida sexual de Adéle, onde ela conhece um garoto no colégio e começa a namora-lo. O que ela não esperava é que cruzar na rua com uma menina de cabelo azul a faria despertar para o que ela realmente gostava: de garotas. Adèle então resolve ir a um bar GLS e lá encontra Emma (Léa Seydoux) e uma mistura cósmica de cabelos e olhos azulados. É então que começam uma amizade, que as leva ao parque, conversas, referências e sorrisos de canto de boca.

    Somente o amor irá salvar o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?

    Adèle tem certeza do que quer agora. Os anos passam e já temos as duas juntas, casadas. Com uma felicidade boa elas vão vivendo a vida explorando o melhor da relação. Para os conservadores de plantão já aviso que as cenas de sexo são intensas e muito bem filmadas. Mostram exatamente a descoberta dos corpos e sensações, confesso que achei um dos filmes que melhor filmou isso. É como se fosse um rito de passagem entre a adolescência e a vida adulta de Adèle.

    adele1 (1)

    Kechiche dirige com planos focados nos rostos e sorrisos. O sorriso das duas tem muito significado em cada cena. Assim como a dor. Explanando de uma forma espetacular a passagem do tempo e dos relacionamentos, o diretor vai nos conduzindo bem de perto para o que elas querem de suas vidas. Por um lado temos Emma tão decida e livre, de outro temos uma Adèle que já sabe o que quer, mas ainda não sabe como lidar com isso.

    Blue-Is-the-Warmest-Color22

    O filme é um desfile de belas imagens e conversas francas, rodeado de diálogos intensos e significativos. Acho que ele soube explorar bem um filme com temática GLS, porém, sem ser um conteúdo vazio ou apenas sexual. Pontua bem os problemas com relação a revelar ou não à família, estar entre amigos que sabem, no trabalho o medo de assumir, essas coisas que a maioria das pessoas passam. É um filme libertador dentro do tema no cinema mundial. Além de tudo, o filme é pura poesia. Do amor à dor é possível se encantar com o modo como tudo é mostrado. Mais do que merecida a Palma de Ouro em Cannes.

    Trailer:

    Na primeira vez que Adèle leva Emma a sua casa, o pai dela faz um espaguete a bolonhesa sensacional. A cena da refeição te deixa com vontade de ir correndo para cozinha e preparar um. Depois, quando estão já morando juntas e dão uma festa em casa, Adèle prepara o mesmo espaguete para todos os amigos de Emma, que comem com louvor. Por isso é essa a receita que acompanha o filme hoje: espaguete à bolonhesa.

    azul_cor_macarrao

    Espaguete à Bolonhesa

    Tempo Preparo: 60 mins
    Tempo Cozimento: 30 mins
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
    • 1 kg de carne moída
    • 4 dentes de alho picados
    • 2 cebolas pequenas picadas
    • 1 colher de sopa de orégano
    • 1/4 colher de chá de pimenta calabresa seca
    • 1 colher de sopa de sal
    • 1 e 1/2 xícaras de água
    • 3 latas de tomates pelados
    • 2 colheres de sopa de extrato de tomate
    • 1/4 colher de chá de noz-moscada
    • 2 colheres de sopa de manjericão
    • 1/4 xícara de creme de leite
    • 1 pacote de espaguete
    • 1/2 xícara de queijo parmesão ralado

    Modo de Preparo

    1. Comece aquecendo uma panela com o azeite e coloque a carne para refogar. Quando a carne estiver corada, junte a cebola e em seguida o alho. Deixe que fiquem transparentes. Tempere agora com a pimenta, sal, orégano, adicione o extrato de tomate, os tomates pelados e a água. Deixe em fogo baixo até encorpar. Coloque o macarrão a cozinhar em uma panela de água fervente, como de costume, ou como manda a embalagem da marca que você escolheu. Para finalizar o molho, desligue o fogo, adicione o creme de leite, a noz-moscada e o manjericão. Mexa e coloque o molho na massa escorrida e sirva com bastante parmesão ralado.
  • Ação,  Romance,  Salgados

    Os Agentes do Destino & Panquecas

    Os agentes do destino, filme de 2011 dirigido por George Nolfi (que foi corroteirista em O Ultimato Bourne) é uma adaptação ao conto The Adjustment Team (1954), de Philip K. Dick (mesmo rapazinho que escreveu obras que acabaram resultando em “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, “Minority Report – A Nova Lei” e “O Vingador do Futuro”).

    agentes-do-desino-cec (5)

    Eu gosto muito da saga Bourne, é um dos poucos filmes de ação que apetecem o meu ser. Sou uma pessoa drama, mas isso vocês já sabiam. Porém, como esse filme foi indicação de uma pessoa que prezo muito, considerei assistir, já que tinha nosso querido Matt Damon, aqui sendo um político americano e a história de um encontro (ou ainda reencontro – ou muitos desencontros) me apetece o lado sentimental da coisa toda.

    “A maioria vive a vida no caminho que traçamos, com medo de explorar outro. Mas, de vez em quando, surgem pessoas como você, que superam todos os obstáculos que colocamos no caminho. Quem encara o livre arbítrio como dom, nunca saberá usá-lo até lutar por ele. Creio que esse é o verdadeiro plano do Presidente. E, talvez, um dia, nós não escreveremos o plano. Vocês o farão.”

    Quando eu digo que Deus joga The Sims com a gente, esse filme prova muito isso. Os destinos estão pré-determinados e você não pode usar seu livre-arbítrio para mudá-lo. Então porque tê-lo? Pois é. Daí começa uma divagação filosófica também.

    agentes-do-desino-cec (3)

    O filme é classificado como uma ficção científica, mas achei bem longe disso. Acho que ele me lembrou algumas vezes, sei que isso pode parecer estranho ou não, a Asas do Desejo, o maravilhoso filme de Wim Wenders. Que é inclusive um dos meus filmes TOP10, até tenho que falar dele por aqui. Shame on me que ainda não tem post sobre.

    Com pinceladas de ação, como uma emocionante corrida na chuva, pois quando chove você não pode ser visto pelos agentes e pode fazer o que quiser (oba!), cenas românticas fofas (que você diz oimmmm em looping infinito e lembra daquele cara/garota que conheceu um dia, reencontrou anos depois e que parece que aquela historia foi escrita pra vocês), passando esse momento amor eterno, que por sinal leva muito bem o filme, temos a parte da religião, e nos indagamos: quem está no comando afinal disso tudo que vivemos?

    Bom, o filme é focado na vida de David Norris (Damon) e inicia com a derrota dele a um cargo ao senado americano. Por um acaso do destino ele se envolve em um escândalo e acaba perdendo a eleição. Na preparação de seu discurso de derrota e agradecimento aos eleitores, ele conhece Elise (a lindíssima Emily Blunt) e um único beijo faz com que os Agentes do Destino entrem em ação. Pode ser perigoso para os planos que estão traçados para a vida dele e da simpática bailarina.

    agentes-do-desino-cec (1)

    No filme, os agentes tem total poder sobre a vida das pessoas. Como, por exemplo, fazer com que todos os telefones ao seu alcance parem de funcionar e nenhum taxista do mundo pare para você. Confesso que nessa parte me deu uma baita raiva e acho que sairia como Norris, correndo, um dia eu chego lá. Do tipo, ah é? Terão que me atropelar. Algumas vezes até achei que isso iria acontecer. É um filme que é tenso, empolgante e tu ficar torcendo para ele conseguir chegar onde quer.

    O personagem de Matt é tipo o homem que não desiste. Ele quer reencontrá-la, nunca a esqueceu e vai atrás disso sem se preocupar com nada. Ele apenas sabe que ela é a pessoa certa para ele. Eles passam anos sem se ver, porém, quando se reencontram, mesmo com todos os macetes utilizados pelos Agentes para que isso não aconteça, a sintonia é igual a do primeiro encontro.

    agentes-do-desino-cec (2)

    Além de toda a ação, religião, ficção cientifica, temos uma coisa muito bonita ali: a ideia (ou ideal) que o destino da gente, é a gente mesmo quem faz, indo em busca do que quer, independentemente do que aquilo vá causar, a gente escreve o modo que quer se feliz e investe nessa premissa para reescrever o que algo, ou alguma coisa, a gente achou que deveria ser o certo. Por isso o livre-arbítrio e nossa capacidade insana de mudar coisas, que jamais poderiam se imaginar mudar, por aquela velha (e boa) sensação de se sentir pleno e ”em casa” ao lado de alguém.

    Trailer:

    Hoje trago junto a esse filme uma receita de panqueca. Aí todos se perguntam, por que panquecas, Sara? Porque meus caros, quando se trata da vida, o que se faz com ela e do amor, é enrolado pra caramba, tipo uma panqueca. Porém, acredito que um dia, sim mesmo, a gente desenrola essa panqueca e come o recheio primeiro. E é isso que temos para hoje. Vamos lá?

    panqueca-COZINHAEMCENA

    Panqueca

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 1 xícara de leite
    • 2 ovos
    • 2 colheres de azeite de oliva
    • 1 xícara de farinha de trigo
    • 1 pitada de sal
    • 500 g de carne moída
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho esmagados
    • 4 tomates picados sem semente
    • 1 xícara de água
    • Sal
    • Pimenta do reino
    • Salsinha picada
    • Queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Comece pelas panquecas: coloque no liquidificador primeiros os ingredientes líquidos: ovos, leite e azeite. Bata por alguns minutos. Acrescente o sal e a farinha. Bata por mais alguns minutos, deixe descansando enquanto faz o recheio.
    2. Agora faça o recheio: doure bem a carne no azeite, junte a cebola, alho, deixe dourar e adicione os demais ingredientes. Deixe ferver por mais alguns minutos até que se forme um recheio denso.
    3. Frite as panquecas em uma frigideira antiaderente untada com um fio de azeite. Virando dos dois lados até que fiquem douradas.
    4. Coloque o recheio na extremidade de cima da panqueca e enrole.
    5. Coloque em um refratário, salpique com o queijo e leve ao forno pré-aquecido a 180 graus pro 15 minutinhos.
  • Drama,  Salgados

    Um Dia Muito Especial & Polenta

    O diretor de “Um dia muito especial” Ettore Scola está para o cinema italiano como Ozu está para o cinema japonês. Em Una giornata particolare (título original) ele explora o dia-a-dia dos típicos italianos. Entre as críticas ao governo e a política vigente na época, Scola discorre especialmente sobre duas vidas: de Antonietta e Gabriel.

    Ouça, quando falta a coragem…
    é preciso encontrar forças para reagir logo
    ou nada mais restará do que ficar na pior.
    Entende?
    Ouça! Vamos rir sobre isso!
    Chorar…Pode-se chorar sozinho…
    Mas para rir, é preciso estar em dois.

    Eu considero que esse é um dos grandes filmes do cinema italiano. É perfeito. Não tem nada de mais, nem de menos. É uma aula de cinema, atuação e direção. Cada pedaço dele te leva a algum lugar, a alguma reflexão. É o tipo de filme que me agrada.

    Era 8 de maio de 1938, o dia que Hittler e Mussoline se reuniriam em Roma. Os dois ditadores se encontrariam um ano antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. Chego a sorrir ao lembra do excelente (leia-se perfeito) plano-sequência, o que é uma especialidade de Scola, que nos leva à Antonietta (Sophia Loren). E assim, passamos a conhecer a vida dela, seus seus filhos, o café da manhã tumultuado, ela passando roupa e acordando o marido que reclama. Assim, acabamos por saber completamente quem é essa mulher.
    Típico da cultura da época, Antonietta é uma dona de casa submissa ao marido. Ela cuida da casa, dos filhos, do marido, sem ter vontade própria. Ela faz o que “tem que ser feito”.

    una-giornata-particolare

    Enquanto todos se aprontam para ir ao encontro do seu mestre ditador, Antonietta ajuda a todos, arruma os filhos e o marido. Depois que todos saem pode relaxar um pouco. Ela tem um papagaio e quando abre a gaiola para dar comida a ele, o danado foge pela janela. No prédio só temos ela, a zeladora e um homem que mora sozinho, um jornalista, homossexual, que acabara de ser demitido, Gabrielle (Marcelo Mastroianni). É exatamente para a janela dele, que o papagaio voa. Indo em busca do pássaro, os dois destinos acabam se cruzando e Antonietta toca a campainha do apartamento de Gabriele para recuperar o seu bichinho.

    Dois seres solitários que se encontram. Duas almas amarguradas e presas dentro das próprias divagações existenciais e sociais. Ao contrário de todos os outros filmes que os dois já fizeram (juntos ou separados) aqui temos uma Sophia Loren (divah!) sem aquela beleza e volúpia de costume. A personagem foi caracterizada exatamente para termos essa sensação: uma mulher que foi bela, astuta, mas com o passar dos anos, a vida judiou muito dela. Temos uma mulher magra, simples, com vestes comuns.

    O mesmo ocorre com Mastroianni, que todas suspiraram em La dolce vita e 8 ½, onde ele sempre tinha aquele ar conquistador de homem atraente e irresistível (particularmente: valha-me deus, que homem bonito!). Aqui Marcelo encarna um Gabriel triste, endurecido, solitário e simples.

    ettore-scola-1

    E é nesse reconhecimento de almas afins que uma bela amizade começa. No dia em que todos os fascistas sem encontravam reunidos ovacionando os líderes, Gabriele e Antonietta compartilham dores e desamores, a vida que levam e o que acontecerá a seguir, não se sabe. O importante é que naquele dia, eles foram um pouco mais felizes.

    Não posso falar mais nada, pois é preciso assistir, se caso ainda não tenham visto, esse espetáculo de filme.

    Minha gente linda, como poderia deixar de combinar uma polenta com um filme italiano? Tem coisa mais mama, mais italiano e coisa de família que polenta? Almoços de domingo. Essas coisas todas. Vamos a receita? Adaptei uma receita do Panelinha – Receitas que funcionam, da Rita Lobo. Lá ela faz com ragu de carne, aqui eu fiz com frango.

    polenta-post

    Polenta

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 45 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • 1 peito de frango picado em cubos
    • 1 cebola grande picadinha
    • 4 dentes de alho amassados
    • 1 lata de tomates pelados
    • Orégano
    • Pimenta do reino
    • Salsinha picada
    • Cebolinha picada
    • Azeite de Oliva
    • 1 colher (chá) de sal
    • 1,5 l de água
    • 2 xícaras (chá) de fubá ou de sêmola de milho
    • 9 xícaras (chá) de água
    • 1 colher (sopa) de sal
    • 4 colheres (chá) de queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Molho: Em uma panela, coloque o azeite de oliva e doure o peito de frango. Adicione a cebola, o alho, deixe que amoleçam um pouco e em seguida coloque a lata de tomates pelados. Tempere com sal, pimenta do reino, coloque um pouco de orégano e deixe apurar por alguns minutos.
    2. Polenta: Em uma panela grande aqueça a água. Quando ferver, acrescente o sal e abaixe o fogo. Com a colher de pau em uma mão, vá mexendo a água, e com a outra mão, pegue um punhado de fubá (ou de sêmola de milho) e vá soltando aos poucos, num fio constante. Acrescente todo o fubá dessa maneira e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos, mexendo sempre com a colher. A polenta estará pronta quando se desprender das paredes e do fundo da panela. Acrescente o queijo parmesão e misture bem até que ele derreta.
    3. Acomode a polenta em um prato, coloque o molho em cima e finalize com a cebolinha e salsinha picadas.
  • Drama,  Salgados

    Os Sabores do Palácio & Frango com Batatas

    Hortense Laborie (Catherine Frot) era uma chef que vivia tranquilamente em sua fazenda no Condado de Périgord, um belo dia recebe um telefonema do assessor do ministro da Cultura francês chamando-a para uma reunião onde a convidava para ser a chef da cozinha privativa do presidente, Francois Mitterand (Jean d’Omersson).

    Les-Saveurs-du-palais5

    “Quero comida francesa verdadeira, simples, de terroir. Me dê o melhor da França”
    (Presidente Mitterand)

    O filme é praticamente todo ambientado no belíssimo Palais Elysée, onde Hortense era uma das únicas mulheres no grupo masculino e hostil que existia nas cozinhas do Palácio. Difícil, não? Muito.

    Os sabores do palácio é baseado na história real da vida de Danièle Mazet-Delpeuch, a chefe que por dois anos foi a cozinheira do Palácio. Depois disso ela se isolou em uma base científica na Antártida, onde durante 1 ano fazia comidas para os funcionários de lá.

    Les-Saveurs-du-palais3

    Após essa aventura Danièle, começou a escrever o livro “Carnets de cuisine du Périgord à l’Elysee” – no qual o diretor Christian Vincent se baseou para o roteiro do longa que falamos hoje aqui.

    O filme é de uma riqueza de detalhes, principalmente ao abordar o amor de Laborie pela cozinha. Uma das melhores cenas, ao meu ver, é a execução do ‘Le chou farci au saumon braisé aux petits lardons’, que é magistralmente filmado passo-a-passo. Um deleite para os amantes da gastronomia. Você tem sérias vontades de correr para a cozinha e fazer igual.

    Les-Saveurs-du-palais1

    A amizade que se forma entre Madame Laborie (como gosta de ser chamada) e o Presidente Mitterant é tão gostosa de se ver, o nobre senhor de gostos simples que pede que ela faça comidas com sabor de infância é uma gentileza só. Cada cena que eles compartilham algum prato ou uma simples taça de vinho nos leva a uma alegria tal como um colo de avó.

    Les-Saveurs-du-palais

    É um filme despretensioso e leve que, além de comida, trata muito das relações humanas, as amizades que surgem de onde se menos espera, das descobertas que temos durante a vida e a busca eterna da satisfação pessoal, seja ela em um cargo de chef ou cultivador de trufas e cogumelos cheirosos. Vale cada um dos 95 minutos.

    Trailer:

    Vocês deviam estar imaginando que eu faria um belo Magret de pato com molho agridoce, acompanhado de batatas sarladaise ou ainda um trabalhoso Saint Honoré de sobremesa?
    Não. A ideia que eu tive para acompanhar esse filme, que foi o que ele me passou, foi uma comida que me remetesse ao conforto, da infância, de casa, como o Presidente queria se sentir ao comer as comidas de Hortense. E o que me leva a esse estado de graça é frango com batatas. E você? Qual sua melhor memória gustativa da infância? Qual cheiro que te leva pra casa de sua avó, mãe ou almoço de família?

    frango-batata

    Frango com Batatas

    Tempo Preparo: 80 min
    Tempo Coz: 60 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 sobrecoxas de frango (com pele)
    • 1 colher de sopa de sal
    • 1 colher de sopa de pimenta do reino
    • Alecrim fresco a gosto
    • 8 dentes de alho inteiros e com casca
    • Azeite de oliva
    • Manteiga em cubinhos
    • 300 g de batatas
    • 1 1/2 litro de água

    Modo de Fazer

    1. Disponha as sobrecoxas sobre uma superfície e dê alguns talos na carne (na parte de dentro, do osso e não da pele) para que o tempero possa penetrar mais e ela cozinhe por igual depois. Espalhe o sal, pimenta do reino e regue com azeite. Espalhe bem por todos os lados.
    2. Em uma frigideira bem quente, coloque um pouco de azeite e sele o frango dos dois lados por aproximadamente 3 minutos de cada lado. Acomode-as em uma forma que possa ir ao forno.
    3. Descasque as batatas e leve para ferver em uma panela cheia de água por mais ou menos 15 minutos, ate que fiquem macias, porém, não totalmente cozidas. Escorra.
    4. Coloque as batatas na forma junto com o frango, regue com azeite e pequenos pedacinhos de manteiga em cima delas.
    5. Coloque os dentes de alho no meio delas e os ramos de alecrim.
    6. Forno pré-aquecido a 180º, deixe por mais ou menos uns 40-60 minutos, sempre dando uma olhadinha, regando as coisas todas com o caldo e virando as batatinhas.

    Sirva com:

    Arroz e uma bela salada. Com uma farofinha também cai super bem. Bom apetite.
  • Comédia,  Drama,  Romance,  Salgados

    Minhas Tardes com Margueritte & Espaguete com Almôndegas

    O filme de Jean Becker, estrelado por Gérard Depardieu nos leva pela mão a conhecer a história de uma bela amizade. Margueritte (Gisèle Casadesus) é uma senhora que está na casa dos 90 anos, muito culta e leitora árdua, ela senta todas as tardes na praça da cidade dá comida aos pombos enquanto desfruta da literatura.

    Nas histórias de amor há mais que amor.
    Às vezes não há nenhum “eu te amo”, mas se amam.

    Em uma dessas belas tarde, Margueritte conhece Germain Chazes (Depardieu) no parque. Eles começam a conversar sobre a vida, os pombos e ela está a ler um livro. “A peste” de Albert Camus é um dos livros que junta essas duas vidas.

    Margueritte, uma amante das letras, apresenta para Germain a magia das palavras. Ele, que era um semianalfabeto, se encanta pela literatura.

    Como a senhorinha já era bem idosa e estava a perder sua visão, ele se propõem a ler para ela o que ela já não conseguia mais fazer. O que cria um grande elo de amizade bonita e profunda entre os dois.

    tardes2

    Em “La Tête en Friche” (título original) os problemas do personagem de Depardieu são muito bem explicados com mini-flashbacks sobre sua infância, onde sofria preconceito na escola e também em casa, refém de uma mãe maluca e que só colocava ele para baixo.

    O filme nos traz aquela sensação que sempre haverão pessoas lindas e boas para se conhecer por aí, mesmo que achamos que já não restam mais almas leves e sensacionais. Existem. Pode ser aquele velhinho no banco da praça, ou aquela senhorinha na parada do ônibus. Nunca se sabe. =)

    Trailer:

    No restaurante/bar que Germain costuma encontrar com os amigos, em uma cena, é servido um belo prato de espaguete. Como eu gosto de dar um tchan no negócio todo, resolvi fazê-lo com almôndegas, que é um dos pratos prediletos para os domingos lá em casa. Vamos a receita?

    espagueti-almondegas

    Espaguete com Almôndegas

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredientes

    • Para as almôndegas:
    • 400 g de carne moída
    • 1/2 cebola
    • 1 dente de alho
    • 1 ovo
    • 1 colher de azeite
    • 1 colher de molho inglês
    • 2 colher de salsa picada
    • Pimenta moída na hora a gosto
    • 1 colher de sobremesa de sal
    • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
    • Para o molho:
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 2 latas de tomates pelados
    • 2 xícaras de água fervente
    • Sal e Pimenta do reino a gosto
    • Para o espaguete:
    • 500 g de espaguete de sua preferência
    • 1 colher de sopa de sal
    • 2 litros de água fervente
    • Queijo parmesão ralado para finalizar

    Modo de Preparo:

    1. Comece picando bem a cebola e o alho (eu costumo colocar tudo no processador que fica bem miudinho). Em um recipiente, coloque a carne moída e os demais ingredientes. Misture bem até que tudo esteja incorporado. Molde as almôndegas com as mãos úmidas.
    2. Em uma frigideira com fio de óleo aquecido sele as almôndegas de ambos os lados. Reserve.
    3. Para o molho refogue a cebola e o alho até ficarem corados. Em seguida junte os tomates pelados (passados pelo triturador ou mixer – ou ainda amassados com um garfo), o sal, a pimenta e água. Deixe ferver por alguns minutos até que fique com uma consistência mais densa. Junte as almôndegas e deixe refogar por mais uns 15 minutos em fogo baixo – se necessário, acrescente um pouco mais de água fervente.
    4. Cozinhe o macarrão na água fervente, com o azeite e o sal. Veja o tempo para atingir a consistência al dente na embalagem do mesmo.
    5. Junte o molho a massa e salpique com queijo parmesão ralado.
  • Drama,  Salgados

    Ela Vai & Abobrinha Recheada

    Gosto muito do cinema francês, ainda mais quando tem Catherine Deneuve. Emmanuelle Bercot, que escreveu e dirigiu o filme, sempre deixou claro sua admiração pela atriz e ficou entusiasmada ao fazer esse filme com Deneuve.

    Bettie (Deneuve) é uma mulher de seus 60 anos, que dirige um pequeno restaurante junto com a mãe em uma pequena cidade do interior da França.

    Você vai ser bonita até no caixão.

    Um belo dia ela descobre que o homem do qual ela é amante deixou a esposa. O que ela pasma ao saber é que não foi por ela, mas sim, por uma jovem de 25 anos que está grávida dele.

    Sem muito rumo Bettie vai trabalhar no dia seguinte, quando no meio do expediente ela já não aguenta mais por estar tão perdida, devido ao abandono do amante, que resolve sair de carro para espairecer as ideias.

    Fato é que essa saidinha de carro acaba durando mais de uma semana. Nesse meio tempo, ela vai um bar comprar cigarros, onde acaba encontrando um bando de mulheres de meia idade muito doidas, mas muito queridas também, que a acolhem para sentar na mesa delas e também um jovem rapaz apaixonado pela vida e que não liga para diferenças de idade.

    Nessa inusitada viagem, ela acaba tendo que ir buscar o neto de 10 anos, que mal conhece, a pedido da filha que precisa viajar e não tem com quem deixar o menino.

    Começa então uma aventura muito engraçada, pois o menino, apesar de meio peralta é muito amoroso e carente, além de extremamente bem humorado.

    Bettie que foi miss Bretanha, como ela adora grifar, que não foi ao Miss França de 1969 pois estava confusa na época e não quis ir, tem mais um compromisso pela frente: a reunião das ex-misses das cidades francesas, que se encontrarão em um hotel, onde farão um calendário com as antigas beldades.

    Sem grana e sem comida, eles acabam indo ao Hotel e Bettie tem um surto, uma mescla de nervosismo e ansiedade, desmaia e acaba indo para o hospital. É lá que o avô paterno do menino vai buscá-lo, acabam se conhecendo e o resto é uma grande surpresa interessante.

    O filme é, acima de tudo, uma forma de mostrar ao mundo que deve-se envelhecer com dignidade. A idade não te faz feia nem carrancuda. Bettie é um exemplo que a beleza exuberante de Deneuve, apesar de uns quilos a mais e algumas rugas no rosto, não fazem com que ela deixe de ser uma bela e atraente mulher.

    Elle s’en va (título original) é um filme que mostra uma velhice otimista, onde se deve ser sempre quem se foi, sem recorrer a subterfúgios. Muito divertido e profundo ao mesmo tempo, aposto que vocês vão adorar. Um filme para pensar no que vem aí pela frente. =)

    Trailer:

    Em uma parte final do filme, Bettie está a cozinhar, coisa que ela adorava fazer, então ela aparece fazendo umas abobrinhas recheadas, as minhas não ficaram tão bonitas quanto as dela, complicado achar abobrinhas daquele tipo aqui no Brasil, mas tenho certeza que ficaram muito saborosas.

    Para quem não come carne, pode optar por fazer com recheio de queijos, que também ficará excelente. Vamos a receita?

    Abobrinha Recheada

    Tempo Prep: 30 min
    Tempo Coz: 20 min
    Serve: 1

    Ingredientes

    • 1 abobrinha
    • 150 g de carne moida
    • 1/2 cebola picadinha
    • 1 dente de alho
    • 2 colheres de sopa de requeijão
    • Sal Pimenta do reino
    • 50 g de queijo parmesão ralado
    • Azeite de oliva

    Modo de Fazer

    1. Refogue a carne moída no azeite, junte a cebola, o alho, tempere com pimenta e sal. Coloque o requeijão e reserve.
    2. Abra a abobrinha ao meio, retire o miolo delicadamente, leve para escaldar por 2 minutos em uma panela com água fervente.
    3. Em um recipiente que possa ir ao forno, unte com um pouco de azeite de oliva, acomode as abobrinhas, coloque a carne moída e o queijo parmesão. Leve ao forno para terminar de cozinhar a abobrinha e dourar o queijo. Com temperatura de 180º, dependendo do forno, por uns 15 minutinhos, fique de olho, pois ela não deve ficar molenga e sim firme e saborosa.