Policial

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    Decisão de partir & Arroz Chop Suey

    “Matar é como fumar, só é difícil na primeira vez.”

    Analisando historicamente os filmes de gênero Noir, as mulheres geralmente não se saíram muito bem. Elas eram tomadas por crenças misóginas sobre seu caráter moral. Tudo isso criado por autores masculinos da ficção policial. A femme fatale sempre foi demonstrada como enganadora, manipuladora ou promíscua. Na maioria das histórias  é como se ela fosse punida e desprezada por não ter sabido lidar com as  dores e traumas que aconteceram em sua vida – geralmente causadas pelo patriarcado.

    A imagem estereotipada da femme fatale sempre usa o sexo/sedução como um meio de enganar, ter o que ela quer. Isso nos leva a pensar que é a grande vingança dela sobre tudo que viveu até ali.

    Lady Vengeance (2005)

    As personagens femininas nos filmes do diretor coreano Park Chan-Wook vão na linha contraria disso. Apesar de terem passado pelos traumas e dores por algum motivo, elas usam isso como empoderamento. Ao invés de criminaliza-las, ele as mostra como heroínas. Relembrando as protagonistas de  Lady Vengeance e The Handmaiden conseguimos entender bem por onde a mente de Park passeia ao formular as identidades de suas personagens femininas.

    Precisamos falar da beleza plástica do filme. A direção de fotografia de Ji-yong Kim é impecável. Em uma entrevista para a Vanity Fair, Park conta alguns pontos interessantes da fotografia, e de como ele e Kim estavam totalmente conectados para fazer com que cada cena tivesse o impacto visual que eles queriam. Aconselho a ler a entrevista após ver o filme, pois contem alguns spoilers.

    Depois de toda essa introdução, vamos ao filme?

    Em Decisão de Partir temos Jang Hae-joon (Park Hae-il), um detetive obcecado e exausto, que começa a trabalhar em um novo caso: um homem foi encontrado morto, depois de cair do topo de uma montanha. Ele observa com atenção todo o cenário: roupas caras de escalada, acessórios com as iniciais gravadas, o que leva ele a pensar que aquele era um aventureiro já experiente. Quando se depara com a esposa do falecido – Song Seo-rae (vivido pela belíssima atriz chinesa Tang Wei – de Lust, Caution), na delegacia para um interrogatório inicial, ele simplesmente congela. Aquela mulher tira ele do prumo de alguma forma.

    Ela é chinesa, jovem e bonita. Para que consigam se comunicar, ela usa o artificio do tradutor do celular, já que, ele é coreano, e todos estão na Coréia, e ela ainda não aprendeu a língua local. Isso nos remete a um certo distanciamento que tem que ser vencido e onde muito pode ser escondido também, já que a comunicação é precária.

    Temos aqui claramente um romance. A química dos dois atores é o crème de la crème, a escolha do elenco foi sensacional. Porém, não temos um caso de amor tradicional, com beijos, abraços e pessoas nuas aconchegadas. Temos sim uma coisa no ar. Quase um sufocamento, tamanha a energia que circula entre os dois. Aos poucos, a investigação sobre a morte do marido vai se desenvolvendo e a cada momento, vemos o detetive lidando com o que ele está sentindo, em contraponto ao que ele acreditou a vida toda como certa. Ambos sabem que aquele “relacionamento” não é legal, afinal, ele é um homem casado e ela é a suspeita que ele investiga. Não sabemos até que ponto eles estão se enganando ou enganando a eles mesmos.

    O filme flutua entre passado e presente, fazendo com que a gente veja a vida cotidiana de Hae-jun praticamente como um fardo que é deixado de lado. Aquela velha história da ausência ou falta de “frio na barriga” de uma paixão, que faz com que as pessoas se desinteressem por sua relação duradoura. O detetive passa madrugadas em tocaias, vigiando seus suspeitos, como se não tivesse uma vida familiar. Talvez ele esteja apenas fugindo de sua realidade, ao invés de tentar mudá-la, pois isso demandaria enormes decisões.

    Como em In the Mood for love (de Wong Kar-Wai) temos aquele amor que nunca se consuma, mas que existe nas entrelinhas e gestos. No filme de Park, o uso das gravações diárias em seu AppleWatch, revelam o quanto existia de sentimentalidade naquela mulher, sobre as dores e inseguranças, assim como também, grandes revelações. As mensagens deixadas por ele em sua caixa de mensagens do telefone também passam a revelar fatos importantes. O uso dos aparelhos eletrônicos, quase como um amigo, para quem você confessa as coisas e conversa suas mais intimas histórias, nos traz uma sensação de solidão. É preciso dizer, mas não se tem a quem.

    Uma reflexão final: as mulheres nos filmes de Park escolhem enganar para escapar das dificuldades, mas quando você se encontra em uma historia como essa,  que outra escolha você tem?

    “No momento em que você disse que me ama, seu amor por mim acabou. E no momento em que seu amor acaba, o meu começou.”

    Em uma ótima cena do filme, quando eles começam a ficar mais “íntimos”, ele resolve cozinhar para ela. A única receita que ele diz conhecer da culinária chinesa é um arroz com ovos. Por isso essa é nossa receita de hoje.

    Arroz Chop Suey

    Ingredientes:

    • 2 colheres (sopa) de óleo
    • 2 ovos
    • 1 cenoura média picada
    • 1/2 xíc. de ervilhas congeladas
    • 1/2 xíc. de presunto picado
    • 1/2 xíc. de cebolinha-verde picada
    • 2 xíc. de arroz já cozido

    Modo de Fazer:

    Em uma panela média, coloque 1 colher do óleo e leve ao fogo alto para aquecer.

    Junte os ovos, previamente batidos e vá mexendo sempre, por 1 minuto, ou até mudar de consistência e estar totalmente cozido.

    Retire da panela e reserve.

    Na mesma panela média, aqueça o óleo restante em fogo alto. Junte a cenoura e refogue por 2 minutos. Acrescente a ervilha, o presunto  e refogue por mais 2 minutos.

    Adicione a cebolinha, o arroz e o ovo, e misture delicadamente.

    Retire do fogo e sirva em seguida.

  • Drama,  Filmes,  Policial,  Suspense

    O Culpado

    “Os sofredores salvam os sofredores.”

    O culpado, que estreou essa semana na Netflix , é um remake do filme homônimo dinamarquês. Nessa versão americana ele é dirigido e produzido por Antoine Fuqua (de Dia de Treinamento e O Protetor) e com o roteiro escrito por Nic Pizzolatto (de True Detective – todas grita nesse momento, quando soube disso já corri dar play).

    O filme todo se passa dentro de uma sala de chamadas telefônicas do 911. Jake Gyllenhaal é o policial Joe Bayler, que está trabalhando no atendimento, e aos poucos vamos descobrindo porque ele está ali.
    Retirado das ruas por uma ocorrência que está prestes a ser julgada, ele foi colocado nesse setor até que seu processo seja finalizado. O filme não é light, afinal, não esperamos alegrias de quem está ligando para o 911, né?

    Nesse meio tempo ele começa a atender uma mulher desesperada que, pelo que podemos entender, foi sequestrada pelo ex-marido e está presa dentro do carro dele. Joe que tem alguns problemas com sua ex-mulher e claramente um distanciamento de sua pequena filha, acaba entrando de uma forma obsessiva e comprometida nesse atendimento.
    Durante as quase 2 horas de filme, vamos acompanhando as ligações e o desespero que ele fica em tentar ajudar.


    Estaria ele ajudando a vitima e a si mesmo? O roteiro primoroso faz com que a gente se questione sobre quem está se ajudando ali. Não esperaríamos menos de Nic, não é mesmo?
    Jake está impagável no papel, ele nunca me decepciona, pra dizer a verdade. Gosto muito das atuações dele sempre.


    O filme me lembrou muito Locke, aquele primor cinematográfico, em que temos Tom Hardy dentro de um carro o tempo todo, cheio de questionamentos e problemas da vida. Um tanto quanto claustrofóbico, porém, muito interessante.

    Gostei bastante do filme, agora preciso assistir o original e tecer minhas comparações. =)

    Dica do dia: O filme original dinamarquês está disponível na @primevideobr com o titulo de CULPA.

  • capa the outsider hbo
    Policial,  Séries & TV,  Suspense,  Terror

    The Outsider & Frango à Passarinho Assado

    Avisei que quando desse um gatilho mental os posts conjuntos poderiam aparecer aqui, né?

    Foi o que aconteceu depois de eu ter assistido ao episódio 9, da primeira temporada, de The Outsider, a nova série dos domingos a noite da HBO.

    Vamos lá então…

    Stephen King lançou o livro Outsider em maio de 2018, com tamanha rapidez ele foi adaptado a uma série televisiva, o que não nos impressiona mais, já que, as histórias dele são muito adaptadas ao cinema e tv. Claro que, nem sempre, com essa pressa toda. E achamos ruim? Não, adoramos. O roteirista escolhido para essa faceta foi Richard Price, que já conhecíamos por The night of e The Deuce, além de outras milhares de coisas boas, dá uma olhada no IMDB dele.

    A minissérie de 10 episódios não é algo para pessoas mais sensíveis assistirem. A história gira em torno do assassinato de um menino que foi encontrado na floresta por um senhor que passeava com seu cachorro. O modo que o menino foi morto, não é nada leve, o que faz com que o mistério comece a entrar pelas suas veias e você passa semana a semana tentando achar uma solução para tudo aquilo. Eu como cética a maioria das coisas sobrenaturais, dei a mão para o detetive Ralph e fomos indo através de todos aqueles episódios, tentando achar uma resposta concreta para tudo o que acontecia. Será que conseguimos?

    A fotografia é assinada pelo genial Roger Deakins (Os Suspeitos, Blade Runner 2049, Fargo), com um ar cinza e um tom verde, cria aquele sufocamento em cada cena, como se você se sentisse em um beco sem saída. Lembrei muito da sensação da primeira temporada de True Detective, onde acompanhávamos aqueles dois investigando aquele crime cheio de nuances assombrosas.

    Como falei acima, temos o detetive Ralph Anderson (Ben Mendelsohn) colhe algumas provas sobre o assassinato do menino e chega a conclusão precipitada que o assassino é Terry Maitland (Jason Bateman, <3 nosso eterno rei de Ozark!) , o treinador do time de baseball da escola.  Isso vai desencadear uma série de eventos que faz com a série transite entre a realidade e o sobrenatural, bem coisa de Stephen King, né?

    HOLLY THE OUTSIDER

    A partir daí temos uma verdadeira caça as bruxas para desvendar a verdade, o que nos traz a genial personagem Holly Gibney (Cynthia Erivo), que é a primeira a desconfiar da veracidade das provas contra Terry. Ela é uma detetive particular, que já apareceu em outros livros de King ( na chamada Trilogia Bill Hodges). Holly acredita que existe muita coisa além de um assassinato, fazendo com que as teorias dela nos faça transitar entre o real e o sobrenatural. Daí tu não sabes se concorda com a teoria concreta de Ralph ou começa a crer na existência de algo mais além, quando acompanha o pensamento e investigação de Holly. Complexo, néam?

    <3 Holly, te amo.

    Stephen King mais uma vez teve sua obra adaptada para a TV e com certeza foi certeira demais essa, como outras. Uma minissérie que ficará pra sempre em nossos corações que bateram mais rápido que não sei o que em quase todos os episódios. A gente quase quer que tenha uma continuação, mas no fundo espera que não, pois poderia estragar tudo que foi feito até aqui.

    Uma série com roteiro e personagens muito bem construídos, muito bem produzida e com uma história que mescla dor e perda, que não é fácil para qualquer um, mas que vale cada minuto dispensado com ela.

    Trailer:

    Em um episódio alguns personagens saem para comer o melhor frango da cidade, e vou te dizer, esse frango é um dos melhores que eu já comi, então deu o gatilho!

    Ele é feito no forno, fica com uma casquinha crocante, que lembra muito ao resultado do método frito. Essa receita vi no programa Cozinha Prática, da Rita Lobo.

    frango a passarinho com pure de batatas

    Frango à passarinho de forno
    (receita daqui)

    INGREDIENTES:

    • 1 kg de frango cortado à passarinho
    • 2 dentes de alho
    • 1 ½ colher (chá) de páprica
    • 1 colher (chá) de cominho
    • 1 colher (chá) de sal
    • 3 colheres (sopa) de azeite
    • ¼ de xícara (chá) de farinha de trigo
    • 8 ramos de salsinha
    • gomos de limão para servir

    MODO DE FAZER:

    Pré-aqueça o forno a 220 ºC (temperatura alta). Retire o frango da geladeira – ele não pode estar gelado na hora de assar (o frango gelado não fica crocante).
    No pilão, bata o alho, o sal, a páprica e o cominho até formar uma pastinha. Por último, misture o azeite à pastinha.
    Numa tigela grande, tempere o frango com a pasta de alho e especiarias. Espalhe bem o tempero com as mãos, para envolver todos os pedaços. Polvilhe com a farinha e misture novamente – o aspecto é meio seco e grudento, é assim mesmo. A farinha ajuda a formar a casquinha crocante do frango, sem ressecar a carne.
    Unte uma assadeira grande com azeite e distribua os pedaços de frango, sem amontoar – quanto mais espaçado estiver, mais crocante fica. Leve ao forno para assar por cerca de 20 minutos, ou até a base dos pedaços dourarem. Com uma pinça, vire os pedaços e deixe assar por mais 20 minutos, até o frango à passarinho ficar bem crocante e dourado.
    Enquanto isso, lave, seque e pique a salsinha. Retire a assadeira do forno e, com a pinça, transfira os pedaços de frango para uma tigela. Misture a salsinha e sirva a seguir com gomos de limão.

  • Drama,  Filmes,  Policial,  Receitas,  Salgados,  Suspense

    O Terceiro Assassinato & Molho Tonkatsu

    Não é a toa que Hirokazu Kore-eda ganhou o a Palma de Ouro (com seu novo filme Manbiki kazoku – Shoplifters) no festival de Cannes esse ano. O diretor e roteirista japonês se tornou um dos mais conhecidos cineastas de sua geração no Ocidente. Aqui no blog temos alguns filmes dele: O que mais desejo, Tal pai, tal filho, Depois da Tempestade.

    Eu sou aficionada pelo diretor, já vi todos os filmes dele, mas ainda não consegui postar todos aqui, por motivos de receitas (tenho que cozinhar mais comidas japas, se tiver dicas, deixa aqui nos comentários, please)

    O Terceiro Assassinato é um filme de tribunal, mas não naquele formato que estamos acostumados a ver em filmes e séries americanas. Fukuyama Masaharu dá vida ao protagonista Shigemori, um advogado de sucesso que aceita um novo caso, de um homem que foi defendido pelo seu pai também advogado, e depois de solto, confessou um novo assassinato.

    Se nos custa entender a família,imagine um estranho.

    Misumi (em uma interpretação incrível de Kôji Yakusho) é um réu confesso, que muda a todo momento a versão do seu crime, levando o julgamento a dúvida de uma grande farsa, prejudicando assim a sustentação de defesa do advogado.

    O que Shigemori quer é evitar a condenação à morte, já que, a prisão, devido a confissão, é impossível de ser mudada. Não é a verdade que está em cheque, mas sim a estratégia legal do caso. É a única verdade possível para o advogado. O que realmente aconteceu, ninguém nunca saberá, acredita Shigemori. O que mais importa para ele é a imagem que pode ser vendida ao júri, a estratégia construída pela defesa para evitar a pena de morte ao réu.

    Claro que se tratando de Kore-eda temos dramas familiares nisso tudo. Shigemori cobra o próprio pai, em seu imaginário, porque Misumi não recebeu pena pior no passado, o que eliminaria todo esse stress atualmente. Ao mesmo tempo, ele tem uma filha, que se sente deixada de lado, o que nos relembra o comprometimento dos pais, discutido tanto em Pais e filhos.

    A dúvida é que leva o espectador a ficar totalmente tomado pelo filme, você não sabe o que realmente aconteceu, tanta adivinhar, fica obcecado por saber a verdade. Inovando aqui do que sempre filmou, Kore-eda nos surpreende com uma obra fascinante, que provoca o espectador a refletir muito mais do que o motivo do crime. Ele nos faz questionar as relações humanas, o poder de destruição do ser humano e até onde uma história (mentira ou verdade) pode levar as pessoas.

    Kore-eda faz da iluminação um prazer adicional, como sempre, a luz é quase que um personagem em seus filmes. Ele mostras áreas sombreadas nos rostos dos atores, de forma que nos coloca em dúvida sobre a veracidade do que está sendo contato. As cenas da cadeia são sensacionais, quando o advogado e prisioneiro conversam através de um vidro, onde os rostos não apenas se refletem, mas se sobrepõem.

    O Terceiro Assassinato é mais uma obra prima do mestre Kore-eda, ele questiona os procedimentos legais e o modo como se julga o outro ser humano. Fica o questionamento se a justiça está sempre certa, e nos tempos que vivemos, temos clara certeza que muitas vezes não.

    Trailer:

    Resolvi unir esse filme ao molho Tonkatsu, pois é um clássico da cozinha japonesa. É mega fácil, mas tive que percorrer a internet nipônica para achar uma receita que não levasse catchup (nao gosto). Vamos a receita?

    Molho Tonkatsu

    Ingredientes

    • 250 ml de shoyu
    • 50 ml de molho inglês
    • 130 g de extrato de tomate
    • 150 g de açúcar
    • Pimenta do reino a gosto

    Modo de Fazer

    1. Misture todos os ingredientes e leve ao fogo para ferver até engrossar.

    Dicas de uso:

    O molho pode ser servido junto com carnes a milanesa (geralmente porco), ser molho para massas orientais, servido com salada de repolho fresco ou qualquer outro prato que queiras dar um toque agridoce.
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    The Sinner & Ovos Mexidos

    The Sinner é uma minissérie produzida pela USA Network, com roteiro baseado no livro da escritora alemã Petra Hammesfahr.

    A protagonista Cora Tannetti é vivida por Jessica Biel e Bill Pullman, que encarna o detetive policial Harry Ambrose.

    Formada por 8 episódios, a minissérie nos deixa intrigada desde o início, quando em um picnic matinal em uma praia, Cora assassina freneticamente, com diversas facadas, um homem que estava sentado na frente dela e sua família.

    Esse episódio inicial, que conta com a cena que dará pano pra história toda, conquista até o menos curioso espectador. Ficamos a nos perguntar: porque aquele homem? O que a motivou a fazer aquilo?

    Em uma cena memorável (tirei meu chapéu pra Jessica Biel, que até hoje não tinha feito papeis surpreendentes ou atuações nominais), ela está a cortar uma fruta e simplesmente avança para cima do homem, ao som de uma música que parecia a incomodar muito.

    O crime abala a pacata e pequena cidade do interior de Nova York.

    A partir daí começamos a conviver com uma sensação de claustrofobia. Tanto por conta de Cora presa, até pelo que vai se revelando da história. O detetive Ambrose, começa a investigar, certo que aquilo não foi apenas um surto psicótico gratuito. Tem todo um motivo por trás, que vai nos sendo mostrado através dos episódios. Até mesmo nos flashbacks temos a sensação de sufocamento, concluímos então que a vida de Cora sempre foi uma prisão.

    The Sinner é uma minissérie que usa do mistério como um trampolim para uma história de abusos, religiosidades excessivas, traumas e temáticas muito dolorosas, para muitos não é uma série fácil de assistir, porém, eu achei interessantíssima até mesmo para quem está a criar filhos, uma reflexão sobre o que pode causar as pessoas os relacionamentos abusivos e dominadores entre familiares, que geralmente é uma coisa que não se aborda muito ainda. A opressão pode causar coisas que nem sequer imaginamos.

     

    Trailer:

    Para acompanhar a série, resolvi postar uma receita de ovos mexidos. Se Cora tivesse ficado em casa fazendo ovos mexidos, ao invés de ter ído a praia naquele dia, talvez tudo fosse diferente.

    Boa pedida para cafés da manhã de um sábado tranquilo, quando a gente quer dar um agradinho a mais a quem ama e a si mesmo.

    Essa receita é adaptada da de Gordon Ramsay, que acho o musoh do ovo mexido, porém, eu deixo ele passar um pouco mais no ponto – pq é assim que eu gosto.

    Ovos Mexidos

    Preparo: 15 min
    Cozimento: 15 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 ovos
    • 2 colheres de sopa de manteiga
    • 2 colheres de creme de leite fresco
    • 1 galhinho de orégano fresco (opcional)
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino a gosto

    Modo de Fazer

    1. Em uma panela fria coloque os ovos e a manteiga. Só agora leve ao fogo brando e comece a mexer.
    2. Quando começar a esquentar retire do fogo, mexa. Volte ao fogo. E faça isso umas 3 vezes, retirando do fogo e mexendo, recolocando no fogo. Isso vai dar mais cremosidade a mistura.
    3. Adicione o sal e a pimenta
    4. Coloque o creme de leite e mexa mais um pouco.
    5. Acrescente o orégano e sirva com fatias de pão tostado
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    Mindhunter & Pizza

    Mindhunter , a nova série da Netflix é produzida por David Fincher (que dirigiu 4 dos 10 episódios) e Charlize Theron, foi baseada no livro homônimo (Mind Hunter: Inside FBI’s Elite Serial Crime Unit) de Mark Olshaker e John E. Douglas, que conta a história real do agente Jonh Douglas, quando o termo ”serial killer” ainda nem existia. Ele e seu parceiro de campo, Mark Olshaker – que fazia parte da Unidade de Ciência do Comportamento do FBI – ficavam frente a frente com os assassinos, os entrevistando, para traçar padrões de comportamento e poder entender de onde veio aquele instinto/desejo de serem criminosos e assim prevenir futuros ‘novos’ assassinos em série.

    Holden Ford, vivido por Jonathan Groff é o personagem principal, um agente que é negociador de reféns e começa a ficar incomodado com o modo como o trabalho anda no seu ‘setor’. Ele é um cara bem caxias no começo, e como faz tudo seguindo todas as normas e regras, ele acaba perdendo uma das vítimas em uma negociação, o que faz com que ele busque novos métodos para o trabalho. Ele começa a ser instrutor na academia do FBI em Quântico, conhece Bill Tech (adoro!), vivido por Holt McCallany, que é um veterano, que trabalha na Unidade de Ciência Comportamental e os dois começam juntos uma série de viagens, por vários estados dos EUA, para colocar em prática as análises e estudos que estão fazendo sobre o perfil dos assassinos em série. Eles ainda contam com Anna Torv, que interpreta a Dr.ª Wendy Carr, uma psicóloga que presta um serviço de consultoria para o departamento.

    MINDHUNTER

    Assistir à Mindhunter é como ler um livro: aos poucos tudo vai minuciosamente sendo construído. Desde o perfil psicológico dos investigadores, até mesmo sua vidas pessoas, o envolvimento deles no trabalho e como isso influencia em suas vidas familiares. Não é apenas uma análise sobre os serial killers, mas também um estudo sobre a mente humana sadia, que não é de um psicopata, mas que pode ser atingida pelos vendavais que a vida traz. As mudanças de comportamento e alguns detalhes de conduta dos investigadores nos mostra esse lado tão psicológico quando as pessoas mergulham de cabeça em seu universo profissional.

    Preciso falar sobre a bela atuação de Cameron Britton, que interpreta o assassino Edmund Kemper, em uma interpretação digna de um Emmy, o ator deixa a gente meio confuso, como todo psicopata, ele seduz o espectador, que quase quer virar “migos” dele (eu no caso, porque sou ímã de maluco, não é de hoje, já estava com pena dele e sentindo que ele apenas precisava de um abraço e um pedaço de pizza #aloka2). Veja uma entrevista do Ed verdadeiro aqui e tire suas próprias conclusões sobre a semelhança dele na vida real e na série.

    “Aww, you guys!”

    De forma metódica e incrível, as lentes minimalistas, os tons cinzentos e trilha sonora setentista (aquele momento que nunca mais sairá o refrão de Psycho killer do Talking Heads da sua cabeça) por vezes tensa, mas perfeita, vai nos conduzindo como ajudantes dos agentes do FBI. A cada assassino visitado, cada folha de bloco anotada, cada fita gravada, nos faz analisar os casos. Essa coisa toda me fez muito lembrar meus dias assistindo a primeira temporada de True Detective. Tu te sentes participando mesmo de tudo. #aloka

    Para quem gosta de análises técnicas de cinema, deixo para vocês esse artigo do Thiago Rabelo sobre a série.

    Trailer:

    Vai ter pizza!

    Nem preciso explicar porque, né?

    Pizza Margherita

    Prep: 60 min
    Coz: 15 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 120 ml de água morna
    • 2 colheres de chá de fermento biológico seco
    • 3 colheres de sopa de óleo (ou azeite – dá um saborzinho mais forte)
    • ½ colher de chá de Sal
    • ¼ colher de chá de açúcar
    • 1 xícara e ½ de farinha de trigo
    • 1 tomate italiano bem maduro (caso seja um tomate pequeno, use 2)
    • 1 dentes de alho
    • Orégano
    • 12 tomates cereja
    • +/- 15 folhas de manjericão
    • 200 g de muçarela ralada
    • Sal
    • Azeite de Oliva
    • 1 colher de farinha de milho (fubá) opcional

    Modo de Fazer:

    1. Comece com a massa, pois ela vai precisar descansar: em uma pequeno bowl coloque a água morna, o açúcar e o fermento. Mexa, tampe com um pano de prato e deixe descansar quietinho por uns 10 minutos. Isso serve para ativar o fermento.
    2. Em uma bacia maior, coloque a mistura do fermento com a água (que já deve estar com uma aparência espumosa), o óleo, o sal, e vá acrescentando a farinha aos poucos. Sove por alguns minutos até não grudar mais nas mãos. Dependendo da umidade do ar, talvez, você precise de um pouco mais de farinha enquanto sova.
    3. Eu costumo sovar na batedeira (com o gancho de massa pesada) por uns 5 minutos.
    4. Coloque em um recipiente untando com azeite, cubra e deixe em um lugar quentinho por uma 1 hora.
    5. Quando a massa estiver com o dobro do tamanho, está pronta para ser usada.
    6. Enquanto a massa cresce, vamos fazer o molho e preparar o recheio para a montagem da pizza.
    7. Em um liquidificador ou mixer, coloque o tomate italiano grosseiramente picados, o alho, oregano e uma pitada de sal. Processe até que fique um molho (leve menos de 1 minuto). Reserve.
    8. Ligue o forno na temperatura mais alta que tiver.
    9. Corte os tomates cerejas pela metade.
    10. Abra a massa do tamanho da forma que quiser usar. Essa massa cabe bem em uma forma de pizza tamanho tradicional, dessas que a gente tem em casa (30-35 cm de diâmetro)
    11. Jogue um pouco de farinha de milho (fubá) no fundo da assadeira, espalhe e coloque a massa da pizza em cima. Isso faz ela ficar crocante embaixo
    12. Passe o molho na massa (ainda crua), coloque o queijo e os tomates. Regue com um pouco de azeite e leve ao forno por uns 15 minutos. Fique de olho.
    13. Quando retirar do forno, acrescente as folhas frescas de manjericão e sirva em seguida.
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    The Night Manager & Chancliche

    O que pensar de uma série onde estão Loki e House juntos, sendo amigos e tal?

    Brincadeiras à parte, a nova produção da AMC com a BBC veio para revolucionar as mini-séries de suspense/investigação/policial/drama/emoção *RESPIRASARA*. Ela tem 6 episódios (incríveis!) e foi baseada no livro de John le Carré.

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    Tom Hiddleston é Jonathan Pine, um gerente de um hotel na cidade do Cairo, no Egito, sempre no turno da noite (por isso The Night Manager, néam?). Ele é um ex-soldado que esteve no Iraque e agora vive uma vida mais pacata, até o dia que uma hóspede lhe pede ajuda e ele acaba conhecendo o mundo bizarro e violento de Richard Roper (Hugh Laurie), um empresário e filantropo, que esconde por detrás dessa vida comum e solidária um traficante de armas de nível mundial.

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    Pine é corajoso e destemido, porque não há nada que o prenda em qualquer lugar ou a alguém, então ele começa uma caçada ao homem que fez mal a pessoa que ele se apaixonou e acabou por ser tirada dele. Ele é contratado por Angela Burr (Olivia Colman), uma agente da inteligência britânica, para se infiltrar no mundo de Roper e conseguir todas as provas e informações que eles precisam para desmascarar o empresário e prendê-lo.

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    Durante os episódios ficamos sabendo porque Angela tem uma obsessão pessoal pela cabeça de Roper. Aos poucos vamos descobrindo quem realmente ele é, que por vezes quase achamos ele um cara legal, amigo, familiar, mas contra os fatos não há argumentos, então a gente vai vivendo junto com eles e torcendo pela caça desse maldito hipócrita que é o personagem de Laurie.

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    Só digo uma coisa, minha gente, o negócio é empolgante. Eu assisti dois episódios seguidos, depois os outros 4 em um dia só. Do tipo de história que você não consegue se desgrudar da tela até saber o final e sem nenhum tipo de enrolação para prender o espectador.

    As minapira no sorriso do Hiddleston
    Asminapira no sorriso do Hiddleston

    O roteiro muito bem adaptado por David Farr e dirigido pela já conhecida e excelente Susanne Bier (de Depois do Casamento e Brothers), faz dessa mini-série uma das melhores que eu vi, desse estilo, nos últimos tempos. Algumas vezes me lembrou os áureos tempos de Homeland, que a gente se empolgava pelo próximo episódio e ficava eufórico. Assistam e depois me contem se gostaram tanto quanto eu. 😉

    Trailer:

    Poderia eu fazer um sorvete de pistache (AMO, meu preferido, assim como eu amo o filho de Roper, que também acha o pistache seu sabor predileto) ou ainda uma salada de lagosta – que foi servida em uma cena pra lá de polêmica – (mas, oi, não comemos carne aqui) então resolvi colocar aqui uma receita de Chancliche. Na verdade é como é servida essa entrada, com queijo tipo chancliche, nos restaurantes árabes, que tem tudo a ver com o mundo que era vivido na série. Vamos a receitinha?

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    Chancliche

    Preparo: 15 mis
    Cozimento:
    Serve: 2 pessoas

    Ingredientes

    • 1 pacote de 135 g de Chancliche
    • 1 cebola bem picadinha
    • 1 tomate picadinho
    • Salsinha a gosto, picada
    • Pimenta síria
    • Sal a gosto
    • Azeite de oliva
    • Pão sírio para acompanhar

    Modo de preparo

    1. Junte todos os ingredientes com o Chancliche e misture bem. Tempere com o sal, pimenta e azeite. Abra o pão sirio no meio e coloque a mistura. Coma e fique feliz, porque não tem como não ficar feliz comendo isso.

    Obs:

    Oliviah Divah sempre fazendo uma participação especial, porque se tem comida, minha gente, ela sempre aparece, nem que seja se espremendo atrás da mesa. O Chancliche você acha nas grandes redes de supermercado perto dos queijos tipo ricota, minas, requeijão.