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    Conhecendo os ingredientes: Abóbora

    Eu e a Pri, do Culinarístico, com quem faço a série Temperinhos & Afins, resolvemos começar uma nova série de posts, que versará sobra ingredientes e dará receitas feitas com eles. Iniciamos nossa nova aventura com a abóbora, hoje eu escrevo sobre ela aqui e a Pri faz a receita lá. Além disso, dou dicas de mais algumas gostosuras feitas com a abóbora, de alguns blogs que eu amo.

    As abóboras tem uma infinidade de tipos, mas a mais conhecida e usada (além de queridinha dos nutricionistas) é a abóbora cabotia (kabocha), também conhecida como abóbora japonesa. De origem japonesa, ela é chamada de tetsukabuto (“capacete de ferro” = tetsu = ferro e kabuto = capacete).

    Foto de Priscila Darre
    Foto Priscila Darre

    Abóboras pertencem à família das cucurbitáceas (do mesmo time da melancia, o melão e o pepino). A kabocha é resultado da união entre as espécies máxima (moranga) e a moschata (menina brasileira). A combinação surgiu no Japão, onde a palavra kabocha é usada para designar abóboras em geral.

    Para esse post, a Pri fez um risoto vegano lindo usando a abóbora combinada com leite de coco. Clica na foto para ir até lá e ver a receita:

    Risoto Vegano de Abóbora e Leite de Coco

    A cabotia é a mais calórica das abóboras, contento 39 kcal a cada 100 g, contra 12 kcal da moranga, por exemplo. Porém, é riquíssima em vitamina A, vitamina C, potássio e magnésio, ajuda a evitar infecções, auxilia na saúde dos olhos e da pele, tem fácil digestão e funciona como um diurético e laxante suave para o corpo. Seu enorme teor de fibras dá saciedade, o que faz com que a gente se sinta mais sustentado quando a consumimos.

    Além disso, as sementes da abóbora não devem ser descartadas. São ricas em gordura vegetal, assim como as castanhas, tem efeitos antioxidantes, prevenindo assim o envelhecimento celular, por conta da concentração de vitamina E e Zinco.

    Para quem gosta de plantar (e tem espaço) dicas de como plantar abóbora:

    Na hora de comprar, escolha as que tem a casca bem firme e lisa.
    A polpa fica perfeita para a produção de para purês, refogados, assados, sopas, pães, bolos e doces. Pode ser preparada descascada ou com casca. É muito versátil.

    Algumas receitas salgadas e doces usando a abóbora:

    1. No Coco e Baunilha, temos uma deliciosa receita de doce de abóbora com nozes
    2. No Dona da Casa, uma linda sopa de abóbora com sálvia e jamón
    3. No Gordelícias, uma incrível receita de granola salgada caseira, aproveitando as sementes da abóbora
    4. No A Cozinha Coletiva, um maravilhoso bolo de abóbora, sour cream e especiarias
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    Hanami – Cerejeiras em flor & Rolinhos de repolho

    Depois de um longo tempo apreciando filmes japoneses concluí que eles tem um grande respeito e, melhor ainda, compreensão perante a morte. Muito diferente dos ocidentais eles vêem a morte como uma coisa natural. Dói? Dói, mas é o ciclo da vida. As cerejeiras são como uma metáfora para tudo isso. Elas florescem apenas por alguns dias, colorindo toda a cidade de rosa e depois morrem. E são celebradas da mesma forma. O ciclo não pode parar.

    Hanami (花見 lit. olhar as flores) é um costume tradicional japonês de apreciar a beleza das flores.
    Nesse festival, as pessoas costumam se reunir embaixo das árvores para apreciar o evento enquanto fazem piquenique.

    Pensando em outros diretores japoneses sentimos a mesma impressão, dentre eles cito Yasujiro Ozu e Kore-eda. Os filmes que mostram o cotidiano sem grandes marcas e surpresas, o dia-a-dia, os momentos de convivência familiar (nem sempre tão intensos) porque assim é a vida. Porém, nesse filme da alemã Doris Dörrie temos aquela impressão que de repente a gente não está fazendo tudo pelas nossas relações. Será que estamos mesmo prestando atenção naqueles que estão a nossa volta e fazendo com que se sintam bem durante essa jornada?

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    O filme fala de um casal de idade já avançada que moram no interior, filhos que moram na capital e um deles em Tókio. Trudi (que é belamente interpretada por Hannelore Elsner) é uma senhora pacata, preocupada com a união da família, que todos os dias prepara o lanche pro marido levar ao trabalho. Rudi, o marido é aquele homem que leva a vida na rotina normal, sem grandes desejos ou sonhos.
    É quando menos se espera que o destino se manifesta, os médicos contam a Trudi que o seu marido está doente e aconselham que os dois vivam o que tem que ser vivido, façam uma viagem, ou seja, aproveitem que não vai durar muito. Por incrível que pareça ela consegue convencer o marido a irem a Berlin visitar os filhos, mas ele se nega a ir ao Japão, como ela sempre quis.

    Sempre quis ir ao Japão com ele.
    Ver o Monte Fuji, ao menos uma vez.
    As cerejeiras em flor. Com ele.
    Mesmo porque, não consigo me imaginar vendo qualquer coisa sem o meu marido.
    Seria como se realmente não estivesse vendo.
    Como eu posso continuar a viver sem ele?”
    (Trudi)

    É nessa viagem que Trudi vem a falecer e Rudi começa a repensar em tudo o que já viveu. Voltar pra casa sem ela, o enterro sem grandes manifestações de amor dos familiares. E ele se pergunta por que não foi com ela sequer uma vez ver o Monte Fuji que ela tanto queria?

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    A partir daí começa um grande resgate de Rudi pelo tempo perdido, ele embarca para o Japão levando consigo algumas coisas de Trudi, para mostrar a ela o Monte Fuji e tudo mais que não pode fazer quando ela ainda estava viva.

    “Talvez, apesar de tudo, ele estivesse feliz.”

    É muito complicado se chegar à conclusão que a maioria das pessoas só dá valor MESMO quando perde a outra.
    Esse é um filme incrível, emocionante e com certeza você vai querer comer rolinhos de repolho com purê de batatas depois dele, nem que seja apenas para sentir a nostalgia e o amor que é transmitido por um almoço entre pai e filho que é mostrado no filme. Os rolinhos são um prato típico da cozinha alemã conhecido como “Kohlroulade”

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    Rolinhos de Repolho

    Tempo de Preparo: 60 min
    Tempo de Cozimento: 30 mins
    Serve: 2

    O que você vai precisar?

    • 8 folhas de repolho
    • 300 gr. de carne moída (usei patinho)
    • 1 cebola média picada bem miudinha
    • 1 tomate picado
    • 2 dentes de alho amassados
    • 1/4 xíc. de arroz lavado e escorrido (cru)
    • Salsinha
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino a gosto
    • Suco de 1 limão
    • Azeite de Oliva – para a parte do cozimento
    • Tomates pelados ou seu molho de tomate pronto preferido

    Como fazer?

    1. Misture a cebola, tomate, salsinha, alho com a carne moída. Em seguida tempere com o sal, pimenta, misture o arroz e regue tudo com o suco de metade do limão – reserve a outra metade.
    2. Retire a parte ‘dura’ do talo das folhas de repolho. Coloque em agua fervente, uma a uma, as folhas de repolho para que elas amoleçam um pouco e possam ser dobradas sem quebrá-las. Reserve.
    3. Pegue a mistura da carne moida e molde como pequenos quibes. Sempre tendo em mente o tamanho das folhas de repolho que você tem. No meu caso o repolho era orgânico e pequeno, sendo assim, fiz pequenos mini-quibes.
    4. Assim que terminar de enrolar totalmente prenda com um barbante ou palito. Acomode todos os rolinhos em uma panela com azeite de oliva no fundo. (Em algumas receitas que vi por aí dizia para simplesmente jogar uma lata de molho pronto por cima, noutras para acomodar fatias de cebola e tomate e depois jogar um pouco da água do cozimento do repolho. Eu escolhi fazer um molho básico fritando meia cebola, 1 dente de alho, 1 lata de tomates pelados, um pouco de orégano e sal.)

    Observação:

    Esse prato é normalmente servido acompanhado de batatas cozidas ou purê de batatas. Eu optei pelo purê, pois é uma coisa que eu gosto muito. Faça ele do seu jeito habitual ou se você não sabe fazer purê lá no Panelaterapia tem uma receita muito boa e prática.