• Comédia,  Drama,  Filmes,  Suspense

    A odisseia dos Tontos

    A odisseia dos Tontos (La odisea de los giles) conta a história de um grupo que se junta para comprar uma propriedade e nela abrir uma cooperativa. O filme vai mostrando a ideia se formando e a história de cada um dos sócios, enquanto o Fermín (Ricardo Darin), a esposa Lidia (Verónica Llinás) e o outro amigo, percorrem a cidade recolhendo as economias que cada um poderia dar para contribuir para a compra.O que acontece a partir daí, é que eles conseguem juntar parte do dinheiro, mas precisam ainda de um empréstimo bancário para completar o montante.
    Assim, Fermín é convencido pelo gerente do banco que deve depositar os dólares em sua conta, e solicitar o empréstimo, que logo seria aprovado. Ledo engano.

    No dia seguinte a tv anuncia o “Corralito” – plano do governo que foi estabelecido na Argentina, em 2011, que congelava as contas e poupanças e deixava apenas retirar 250 pesos por semana.
    Depois desse susto, eles ficam sabendo que havia um advogado e o gerente do banco envolvidos em um grande golpe, antes da medida. O dinheiro deles precisava ser recuperado.
    Começa então uma odisseia para recuperar essa grana. O mais interessante do filme é como os personagens se encaixam de forma incrível em uma jornada de confiança e luta pelo que é deles de direito.

    Dá aquela sensação de revolta e vontade de revolução.
    Deveríamos ser mais ‘tontos’ e nos juntarmos contra os golpes do nosso atual governo. Foi só o que me veio a cabeça quando terminei o filme.
    Fica a dica de entretenimento e reflexão.
    Dirigido por Sebastián Borensztein , mesmo de Um conto chines.
    Disponível no Google Play.

  • Comédia,  Romance,  Salgados

    Valentin & Talharim ao Funghi Secchi

    Adotei essa frase para a minha vida desde que assisti pela primeira vez a esse filme argentino de 2003:

    Enfim, a vida é um talharim!

    Valentin é um menino de 8 anos que mora com a avó (vivida pela sensacional Carmem Maura). Acho muito sonoro como se diz avó em espanhol “abuela”. Sonoridades a parte, ele é uma daquelas crianças inventivas, que sonha em ser astronauta. Não se priva de tentativas engraçadas, treinando para quando estiver no espaço, luta contra uma falta gravidade inventada e é cheio dos apetrechos.

    Valentin é apaixonante.

    Aquele pequeno garoto com um óculos enorme, um coração gigante e uma vida curta e já tão sofrida. Os pais se separaram e sua mãe foi embora, o deixando com a avó. O pai pouco lhe visita.

    Valentin é o tipo de menino querido, conselheiro dos vizinhos e amigos, do seu modo singelo e sem nenhuma maldade. Ele fica se indagando porque a vida cria tantos obstáculos para ser bem vivida. Um dos requisitos para ele seria ter uma madrasta loira, inteligente e linda. Só isso e algumas coisinhas mais. Com a doçura da pureza de uma criança, Valentin nos pega pela mão e vai nos levando durante o filme, entre lágrimas e risadas é um dos grandes títulos do cinema argentino de todos os tempos, na minha singela opinião.

    Nada mais ÓBVIO que eu fazer uma receita de Talharim hoje, né?

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    Talharim ao Funghi Secchi

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredientes

    • 200 g de talharim
    • 1 xic. de vinho branco seco (se quiser podes usar água para hidratar, mas o vinho dá um tcham no sabor)
    • 1 lata de creme de leite sem soro
    • 30 g de funghi secchi
    • 1 cebola picada
    • Sal a gosto Pimenta do reino moída na hora a gosto

    Modo de Preparo

    1. Coloque o funghi para hidratar no vinho. Deixe por ali por uns 15 minutos, depois desse tempo escorra e reserve o caldo do vinho. Enquanto isso coloque a água em uma panela para cozinhar a massa.
    2. Quando a agua estiver fervendo adicione um pouco de sal. Despeje a massa, que deve estar cozida em cerca de 10 minutos.
    3. Vamos fazendo o molho colocando as cebolas para dourar no azeite, quando estiverem coradas, acrescente o funghi escorrido (eu geralmente não os corto, deixo do tamanho que eles vem, acho mais saboroso). Tempere com o sal e a pimenta do reino. Despeje o líquido que ficou da hidratação e deixe apurar por uns 3 minutos até que evapore um pouco. Prove o sal, acrescente o creme de leite, mexa bem até incorporar.
    4. Escorra a massa, adicione o molho por cima e sirva em seguida.

     

  • Comédia,  Drama,  Salgados

    Medianeras & Frango com Shimeji

    As solidões do mundo moderno. Os encontros do acaso via internet. Duas pessoas solitárias que queriam amar.
    Mariana e Mártin.
    Ela, uma arquiteta que trabalha como vitrinista e acabou de sair de um relacionamento.

    Então me pergunto…
    Se, mesmo sabendo quem eu procuro, não consigo achar…
    como vou achar quem eu procuro se nem sei como é?

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    Medianeras é um daqueles filmes que te faz sorrir quando chega ao fim. Sério, fiquei uma meia hora revendo o trecho final e sorrindo para as paredes.
    Um filme leve e ao mesmo tempo cheio de profundidade.

    Ele um webdesigner que mora com o cachorro que a ex-namorada nunca voltou pra buscar. Interessante como com o passar do filme vamos nos vendo em alguns trechos. Aquela coisa de escutar uma música linda e ficar suspirando pelo que se queria ter. A esperança é uma coisa que vive dentro de nós, mesmo que nem mesmo percebamos, ela existe.

    Como é possível ser próximo
    de alguém tão diferente?
    É a conclusão estúpida que fica
    de uma relação de quatro anos.
    Quatro anos são 48 meses…
    são 1.460 dias…
    são 35.040 horas
    com a pessoa errada.

    O filme tem cenas hilárias, como quando Mártin vai conhecer uma garota que achou em um site de encontros e a maluca fica falando em francês querendo demonstrar tudo o que sabe. Concluí-se então que: nem sempre a primeira pessoa que se encontra – e tem todas as característica para ser ”a pessoa” – é o que a gente procura em alguém.

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    Concluí que esses encontros são como combos do McDonald’s.
    Nas fotos, é tudo melhor, maior e mais apetitoso.
    Cada vez que vou a um encontro…
    tenho a mesma decepção que vem diante de um Big Mac.

    Mariana também tem suas experiências ao conhecer um cara na natação. Todo um romance no ar…que no fim não dá em nada.

    Seria a hora de desistir? Onde está Wally afinal?

    – ESTOU MUITO TRISTE.
    – Tenho um método totalmente involuntário.
    – Um gene budista que faz meus dias felizes não tão felizes…
    e meus dias tristes não tão tristes.Um termostato da alma.
    – E se o termostato não funciona?
    – Tomo um Rivotril.
    – Não achei que eu fosse rir hoje.
    – Em troca, me faça um favor. A que horas você acorda?
    – Às nove.
    – Passo o meu telefone, você me liga e me anima para ir nadar.
    – E se eu fizer isso agora?
    – Agora não vale. É um trato.
    – Me dê o seu telefone.

    Além de tudo isso, temos uma amostra de Buenos Aires arquitetonicamente falando por si só e uma crítica ao crescimento da cidade. Cidades crescem, pessoas se afastam. Mais ou menos por aí.

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    Esses prédios, que se sucedem sem lógica…
    demonstram total falta de planejamento.
    Exatamente assim é a nossa vida…
    que construímos sem saber como queremos que fique.

    Resolvi fazer uma coisa oriental porque no filme Martin pede comida chinesa em uma de suas tentativas de construir uma relação com uma garota. Achei reconfortante. Vamos lá…

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    Frango com Shimeji

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 300 gr. de peito de frango em cubos
    • 500 gr. de shimeji
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 1/2 pimentão vermelho
    • Cebolinhas verdes fatiadas
    • 1/2 xíc. de shoyu
    • Óleo para fritar (usei de girassol)
    • Sal a gosto (coloque o sal apenas depois de ter colocado o shoyu, sabe como é, ele já salga as coisas)

    Como fazer?

    1. Esquente uma panela (eu usei a Wok, pq é amor!) e coloque um pouco de óleo. Doure o frango. Retire da panela. Leve as cebolas para refogar. Adicione o pimentão. Não deixe cozinhar demais, queremos crocância nos legumes, certo? Coloque agora o shimeji e o alho. Regue com o shoyu e deixe refogar por uns instantes (uns 4 minutos). Junte o frango, misture e tampe a panela por mais alguns minutos. Por fim acrescente as cebolinhas. Acerte o sal. E está pronto! Simples, não? Coisa rápida para poder comer assistindo o filme. Eu gosto de usar um tempero chamado “asian fusion” que tem um mix de especiarias usadas na cozinha asiática, se você achar por aí, recomendo muito usar nesse prato.
  • Salgados

    Um conto chinês & Entrecot ao funghi com batatas

    “Um conto chinês” é uma daquelas comédias leves que prendem, emocionam e fazem rir. Roberto (vivido pelo excepcional Ricardo Darín) é dono de uma Ferragem em Buenos Aires. Leva uma vida pacata, mas nota-se desde o início, que ele não é muito adepto a convívios sociais. Cenas hilárias dele fazendo as compras para a loja e implicando com os fornecedores e o carteiro.
    Roberto coleciona recortes de jornais com casos inusitados que aconteceram mundo afora. Um hobby um tanto quanto curioso.
    Nesse meio tempo ele conhece Jun (Ignacio Huang), um chinês ‘perdido’ em Buenos Aires que está atrás de um parente que mora na cidade. O grande problema é que Roberto não fala chinês e Jun nada de espanhol.
    Aos trancos e barrancos, entre gestos e olhares os dois vão tentando se entender no tempo em que Roberto acolhe Jun em sua casa. O que era para ser apenas temporário, começa a se alongar devido a Jun não conseguir encontrar seu tio.
    É bonito demais ver que a personagem de Darín, apesar de parecer um insensível solitário, começa a se mostrar um cara bom e amigo. Claro que dentro de toda a carranquice dele.
    Sabe aqueles filmes que quando acabam você dá aquele sorriso e suspira? Fica dentro da gente uma sensação boa por sentir que estava lá dentro da tela participando de tudo e tendo a alma mais leve.
    É o típico filme para aqueles dias não dóceis que a pessoa precisa rir e aliviar um pouco a tensão do dia.
    E você deve estar se perguntando: e a vaca da capa? Literalmente caiu do céu. Assistam =).
    Para acompanhar o filme nada mais saboroso e ‘argentino’ que um bom Entrecot.
    Achei essa receita um dia, vagando por blogs, no “Cozinha a dois” clique aqui para ver a receita original.

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    Entrecot ao funghi com batatas

    Tempo de Preparo: 60 mins
    Tempo de Cozimento: 30 mins
    Serve: 1

    O que você vai precisar?

    • 1 bife de entrecot
    • 1 batata grande (é importante q ela seja grande para ser mais fácil de fazer as bolotinhas)
    • Alecrim fresco (e demais ervas que queira usar)
    • 1/2 taça de vinho branco seco
    • 1/2 taça de água morna
    • 100 gr de funghi
    • 1 cebola pequena
    • 1 colher de sobremesa de farinha de trigo
    • Pimenta do reino
    • Sal
    • Azeite de oliva

    Como fazer?

    1. Comece formando bolinhas de batatas com o boleador. (esse ‘instrumento’ é facilmente encontrado em lojas de produtos para o lar e também nas lojas de 1,99). Tempere com um pouco de sal, bezunte elas com azeite de oliva e as ervas. Leve ao forno moderado em uma forma anti-aderente por uns 40 minutos. Vá dando uma olhada e sacudindo a forma para que as batatinhas rolem e corem de todos os lados por igual.
    2. Coloque o funghi para hidratar na mistura do vinho com a água morna.
    3. Em uma outra frigideira prepare o molho com o qual vamos regar o entrecot: coloque a cebola bem picadinha dourar no azeite de oliva. Em seguida acrescente a farinha, mexa bem até incorporá-la as cebolas. Junte a isso um pouco (metade) da mistura que está hidratando o funghi. Deixe reduzir até obter um molho denso e suculento.
    4. Agora vamos ao preparo do entrecot em si: coloque a frigideira (ou uma bistequeira, se tiver) no fogo e deixe esquentar bem. Bezunte o entrecot no azeite. Coloque na frigideira sem adicionar nenhuma gordura à ela. Depois de alguns minutos vire e tempere com sal e pimenta do reino. Vire apenas uma vez. Evite ficar manipulando a carne com garfos pois acaba ressecando a carne. Coloque em um prato.
    5. Na mesma frigideira que fez a carne, coloque um pouco de azeite e leve os funghis hidratados só para dar uma passada rápida, junte o resto do líquido que estavam hidratando e o molho preparado anteriormente. Finalizando: coloque o molho por cima do entrecot, junte as batatas assadas e sirva com uma saladinha de tomates.