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    Receitas,  Salgados

    Pappardelle ao pesto

    Eu amo molho pesto, é um dos meus favoritos da vida. Aqui é difícil encontrar pinoli, por isso, o meu é com nozes.

    Um dos motivos do meu cultivo de mil pés de manjericão basílico é poder fazer um bom pesto. Dependendo do tipo de manjericão que usares o sabor muda bastante. Para mim agrada mais o paladar com o basílico tenho aqui em casa plantados dois tipos, o basílico e o limoncino.

    Pesto genoves

    Além de super saboroso, é muito fácil de fazer. Prático, dispensa o uso do fogo.

    Para a massa caseira, terás um pouco mais de trabalho, mas nada absurdo,o tempo gasto é totalmente compensado com resultado final.

    Eu resolvi dessa vez seguir uma receita da Paola Carosella, feita inicialmente no processador, mas nada impede que seja feito a mão. Clique aqui e veja em vídeo ela preparando.

    Se você tiver um cilindro da abrir massas, será mais fácil, se não, o velho rolo de massas faz um bom trabalho também.

    Vamos a receita?

    massa caseira de pappardelli

    Para a massa:

    • 2 ovos
    • 1 gema
    • 200 g de farinha de trigo

    Para o pesto:

    • 1 xic de folhas de manjericão (pressione elas dentro da xícara para medir)
    • 1/2 xic de azeite de oliva
    • 2 dentes de alho
    • 50 g de queijo parmesão ralado
    • 40 g de nozes

    Modo de fazer:

    Junte a farinha, os ovos e a gema no processador. Bata na velocidade máxima até a massa se juntar. Dê uma pequena amassada na bancada, para unir toda a massa. Coloque em um saco plástico e deixe descansar por meia hora.

    Depois disso, com a ajuda o cilindro, vá passando a massa até a espessura 7, veja se está a seu gosto a finura da massa.

    Corte a massa de 30 em 30 cm de comprimento. Enrole e corte com mais ou menos 2 cm de largura para formar os pappardelles.

    Para o molho pesto você vai adicionar todos os ingredientes no processador de alimentos e bater com umas 2 pedras de gelo.

    Montagem:

    Cozinhe a massa em água fervente, com sal,  por aproximadamente 4 minutos.

    Escorra a massa, guardando 1 xícara da água do cozimento.

    Coloque a massa em uma travessa. Adicione o molho pesto e um pouco da água do cozimento, mexa. Você vai sentir se precisa de mais um pouquinho de água ou não.

    Agora é só servir. =)

  • Comédia,  Drama,  Salgados

    A Grande Beleza & Risoto ao funghi na panela de pressão

    A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino é uma grande história sobre e a vida e arte. Os amantes do cinema italiano já estão acostumados com essa temática, e quase nos soa como uma homenagem a Fellini (La Dolce Vita), Rosselini (Roma, cidade aberta) ou ainda a Antonionni (A noite). O sétimo filme de Sorrentino é uma aula de direção, não é por acaso levou o prêmio como melhor filme no Oscar, Bafta e Globo de Ouro, entre outros. Só perdoo não ter ganho a Palma de Ouro em Cannes, porque nesse ano ficou com La Vie d’Adèle. Aquele momento que você queria que os dois filmes não tivessem sido feitos no mesmo ano, pois ama ambos.

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    Eu amo esse cara, sério. Consegui assistir todos os filmes dele e, aos poucos, vou colocando aqui para vocês. Sorrentino é genial, consegue mostrar uma Roma epicamente vulgar nesse filme. Fazendo com que toda a ”vida de plástico”, hipocrisias e faniquitos, que existem na sociedade sejam expostas de uma forma astuta e bem resolvida. Duro, seco, e por isso, tão real.

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    Não há nada mais realmente glamouroso do que detonar o próprio ser social (do estilo: todo mundo é feliz no Facebook, sacam?), demonstrando todos os macetes que as pessoas usam para se manterem no topo. E o que realmente é estar lá em cima? É ter uma vida cheia de festas, convites, roupas caras, maquiagens ricas e amigos descolados, ou é poder fazer o que se quer da vida e ser feliz dentro da simplicidade de si mesmo? E Jep, personagem principal, vivido intensamente pelo ator GENIAL Toni Servillo é um dos seres mais elegantes já visto na tela. Ele praticamente é o que seria, mais velho, Marcello Mastroiani, nos personagens de Fellini.

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    “Viajar é muito útil e estimula a imaginação. Tudo o mais é desilusão e dor. Nossa própria viagem é inteiramente imaginária. Essa é sua força. Ela vai da vida à morte. Pessoas, animais, cidades, coisas, tudo é imaginação. É um romance, simplesmente uma ficção narrativa”
    (Viagem ao fim da noite – Louis-Ferdinand Céline)

    O filme conta a vida de Jep Gambardella, um jornalista que está comemorando seus 65 anos e reflete sobre toda a sua história. Circulando pela agitada vida social romana, ele que publicou o seu único (e elogiadíssimo) livro aos 20 anos não conseguiu mais escrever desde então. Dedica-se ao jornalismo cultural e às colunas sociais. Festas, sociedade e aparências. Porém, quando se dá conta do estágio da vida em que está, ele começa a se indagar sobre o porque desse bloqueio com a escrita ( como em Oito e Meio, de Fellini, e o personagem Guido, mais uma vez Mastroianni) .

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    Nesse nosso mundo de hoje, de altas exposições gratuitas, que estão por todos os lados, das redes sociais, até as noites das boates e bares, das festas que só entram os VIPS, onde está a verdadeira beleza se é tudo tão glamouroso, porém vazio?

    “Como posso escrever sobre isso?” – indaga a si mesmo Jep ao olhar os amigos em uma festa em sua casa.

    Isso é o nada. E como eu posso escrever sobre o nada se nem Flaubert conseguiu?

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    E onde está a grande beleza? Está na vida, na arte, na morte? Em uma das falas finais, Jep faz você ficar com vontade de rever o filme 30 vezes, pois se dá conta de muitas coisas da sua própria vida e fica pensando em buscá-las ou não mais, apenas deixar com que sua vida seja plena e tranquila, respeitando o que você acha sincero pra si mesmo, pois é apenas um truque.

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    No fundo, é só um truque. Sim, é só um truque.

    Funghi, o tal do funghi, quer coisa mais italiana que isso? Por isso ele que acompanha a receita de hoje, vamos lá?

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    Risoto ao funghi

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 20 min
    Serve: 4 pessoas

    Ingredientes

    • 2 xícaras de arroz arbóreo
    • 3 xícaras de caldo de legumes
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
    • 1 colher de sopa de shoyo
    • 50 g de funghi
    • 200 ml de agua quente
    • 2 colheres de sopa de manteiga’
    • 100 g de queijo parmesão ralado

    Modo de fazer:

    1. Coloque o funghi pra hidratar na agua quente.
    2. Em uma panela de pressão aqueça o azeite de oliva e refogue a cebola até ficar corada. Adicione o alho.
    3. Jogue o arroz e deixe refogar. Jogue o caldo, todos os temperos e feche a panela. Quando começar a pressão conte 6 minutos e desligue.
    4. Deixe a pressão sair e abra a panela.
    5. Acrescente o funghi com o caldo e mexa por mais uns minutos,
    6. Desligue o fogo, jogue a manteiga e o parmesão e mexa bem. Sirva em seguida.
  • Drama,  Salgados

    Um Dia Muito Especial & Polenta

    O diretor de “Um dia muito especial” Ettore Scola está para o cinema italiano como Ozu está para o cinema japonês. Em Una giornata particolare (título original) ele explora o dia-a-dia dos típicos italianos. Entre as críticas ao governo e a política vigente na época, Scola discorre especialmente sobre duas vidas: de Antonietta e Gabriel.

    Ouça, quando falta a coragem…
    é preciso encontrar forças para reagir logo
    ou nada mais restará do que ficar na pior.
    Entende?
    Ouça! Vamos rir sobre isso!
    Chorar…Pode-se chorar sozinho…
    Mas para rir, é preciso estar em dois.

    Eu considero que esse é um dos grandes filmes do cinema italiano. É perfeito. Não tem nada de mais, nem de menos. É uma aula de cinema, atuação e direção. Cada pedaço dele te leva a algum lugar, a alguma reflexão. É o tipo de filme que me agrada.

    Era 8 de maio de 1938, o dia que Hittler e Mussoline se reuniriam em Roma. Os dois ditadores se encontrariam um ano antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. Chego a sorrir ao lembra do excelente (leia-se perfeito) plano-sequência, o que é uma especialidade de Scola, que nos leva à Antonietta (Sophia Loren). E assim, passamos a conhecer a vida dela, seus seus filhos, o café da manhã tumultuado, ela passando roupa e acordando o marido que reclama. Assim, acabamos por saber completamente quem é essa mulher.
    Típico da cultura da época, Antonietta é uma dona de casa submissa ao marido. Ela cuida da casa, dos filhos, do marido, sem ter vontade própria. Ela faz o que “tem que ser feito”.

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    Enquanto todos se aprontam para ir ao encontro do seu mestre ditador, Antonietta ajuda a todos, arruma os filhos e o marido. Depois que todos saem pode relaxar um pouco. Ela tem um papagaio e quando abre a gaiola para dar comida a ele, o danado foge pela janela. No prédio só temos ela, a zeladora e um homem que mora sozinho, um jornalista, homossexual, que acabara de ser demitido, Gabrielle (Marcelo Mastroianni). É exatamente para a janela dele, que o papagaio voa. Indo em busca do pássaro, os dois destinos acabam se cruzando e Antonietta toca a campainha do apartamento de Gabriele para recuperar o seu bichinho.

    Dois seres solitários que se encontram. Duas almas amarguradas e presas dentro das próprias divagações existenciais e sociais. Ao contrário de todos os outros filmes que os dois já fizeram (juntos ou separados) aqui temos uma Sophia Loren (divah!) sem aquela beleza e volúpia de costume. A personagem foi caracterizada exatamente para termos essa sensação: uma mulher que foi bela, astuta, mas com o passar dos anos, a vida judiou muito dela. Temos uma mulher magra, simples, com vestes comuns.

    O mesmo ocorre com Mastroianni, que todas suspiraram em La dolce vita e 8 ½, onde ele sempre tinha aquele ar conquistador de homem atraente e irresistível (particularmente: valha-me deus, que homem bonito!). Aqui Marcelo encarna um Gabriel triste, endurecido, solitário e simples.

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    E é nesse reconhecimento de almas afins que uma bela amizade começa. No dia em que todos os fascistas sem encontravam reunidos ovacionando os líderes, Gabriele e Antonietta compartilham dores e desamores, a vida que levam e o que acontecerá a seguir, não se sabe. O importante é que naquele dia, eles foram um pouco mais felizes.

    Não posso falar mais nada, pois é preciso assistir, se caso ainda não tenham visto, esse espetáculo de filme.

    Minha gente linda, como poderia deixar de combinar uma polenta com um filme italiano? Tem coisa mais mama, mais italiano e coisa de família que polenta? Almoços de domingo. Essas coisas todas. Vamos a receita? Adaptei uma receita do Panelinha – Receitas que funcionam, da Rita Lobo. Lá ela faz com ragu de carne, aqui eu fiz com frango.

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    Polenta

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 45 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • 1 peito de frango picado em cubos
    • 1 cebola grande picadinha
    • 4 dentes de alho amassados
    • 1 lata de tomates pelados
    • Orégano
    • Pimenta do reino
    • Salsinha picada
    • Cebolinha picada
    • Azeite de Oliva
    • 1 colher (chá) de sal
    • 1,5 l de água
    • 2 xícaras (chá) de fubá ou de sêmola de milho
    • 9 xícaras (chá) de água
    • 1 colher (sopa) de sal
    • 4 colheres (chá) de queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Molho: Em uma panela, coloque o azeite de oliva e doure o peito de frango. Adicione a cebola, o alho, deixe que amoleçam um pouco e em seguida coloque a lata de tomates pelados. Tempere com sal, pimenta do reino, coloque um pouco de orégano e deixe apurar por alguns minutos.
    2. Polenta: Em uma panela grande aqueça a água. Quando ferver, acrescente o sal e abaixe o fogo. Com a colher de pau em uma mão, vá mexendo a água, e com a outra mão, pegue um punhado de fubá (ou de sêmola de milho) e vá soltando aos poucos, num fio constante. Acrescente todo o fubá dessa maneira e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos, mexendo sempre com a colher. A polenta estará pronta quando se desprender das paredes e do fundo da panela. Acrescente o queijo parmesão e misture bem até que ele derreta.
    3. Acomode a polenta em um prato, coloque o molho em cima e finalize com a cebolinha e salsinha picadas.
  • Drama,  Policial,  Salgados

    Le conseguenze dell’amore & Nhoque

    O cinema italiano já teve grandes tempos. Leia-se: a obra toda de Fellini e Ettore Scola. Hoje em dia, eles lançam alguns filmes de comédias românticas, alguns bem interessantes, do tipo entretenimento para quem está a toa sem vontade de pensar muito. Em contrapartida, lembrei de outro filme lindo e doloroso (e de uma maestria de roteiro e direção) italiano: O quarto do filho. Lembram?

    Enfim, estou falando tudo isso para dizer que vez por outra surge no cinema italiano um filme que te deixa pregado na tela e pensando sobre ele semanas e semanas depois. Foi isso que aconteceu quando vislumbrei “As consequências do amor” (Le conseguenze dell’amore) de 2004, o título até parece que veremos algum romance, mas não, gente, não, esse filme é um drama com uma mistura de suspense muito bem conduzido pelo diretor Paolo Sorrentino.

    O filme se passa as voltas da vida de Titta di Girolamo (Toni Servillo) um solitário homem que vive há alguns anos em um hotel na Suíça. Sua principal característica: não se aproxima muito das pessoas. Senta no bar do hotel e sempre que há alguma tentativa de aproximação de outros seres, ele se retrai. Só abre um pouco a guarda para um casal de idosos com quem joga cartas a noite. O olhar de Titta nos resume apenas uma coisa: tédio. Pode ser pela vida que leva, ou ainda, nos faz imaginar que sente tédio pelos outros também.

    Ficamos então naquela expectativa de saber quem é esse homem tão misterioso, o que ele faz da vida, porque se comporta dessa forma? E tudo vai ficando cada vez mais intenso, quando uma vez a cada semana ele recebe uma mala no seu quarto de hotel. Depois disso, desce a garagem, tira a capa de uma BMW luxuosa e segue para um local onde algumas pessoas sentadas em volta de uma mesa ficam a contar o dinheiro que estava dentro da ‘bagagem’. Curioso. Na realidade, curiosos ficamos nós para saber onde tudo isso vai chegar.

    Temos ainda algumas pitadas de máfia, um romance velado com a atendente do bar (que ao meu ver foi o que conseguiu mostrar um pouco de sensibilidade no protagonista), até dias determinados para usar drogas e ir ao shopping, insônia e cigarros. Sacou a loucura da coisa toda?

    Procure e assista, depois volta aqui e me conta o que achou. =)

    Para acompanhar o filme eu escolhi uma receita de nhoque. Nada mais italiano que nhoque! Nada mais italiano que uma receita do mestre de Jamie Oliver e que tanto amamos Gennaro Contaldo! Meu ídolo, muso-mor. Eu tenho sérias quedas pela cozinha italiana, vai ver é por conta do sobrenome que herdei e o sangue que rola aqui nessas veias. Amo a Itália e espero um dia dar uma passeada por lá.

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    Nhoque de Batatas

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 4 porções

    Ingredients

    • 1 kg de batatas (escolha batatas mais ou menos do mesmo tamanho, para que cozinhem ao mesmo tempo)
    • 2 gemas
    • 300 g de farinha de trigo
    • 1 colher sopa de sal
    • Pimenta branca

    Modo de Fazer

    1. O molho foi feito de um modo bem simples: cebola e alho refogados, tomates batidos no liquidificador e adicionados a mistura e deixado fervendo por uma hora. Adicionava água quente sempre que preciso. Temperei com sal e pimenta do reino e por fim decorei com o manjericão.

    Não poderia eu explicar melhor que Gennaro vejam o vídeo e aprendam como se faz: