• Drama,  Salgados

    Locke & Espaguete com Shitake

    Locke é um filme de 2013, protagonizado pelo britânico Tom Hardy.

    Acho incrível como o Hardy tem me surpreendido com suas atuações. Muitos só o conhecem (ou nem sabem que é ele, por conta da máscara) por seu papel como Bane, em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Tom Hardy é um ator cuidadoso, inspirador e incrível. Dá vida aos mais diferentes papéis, como o presidiário maluco em Bronson, o lutador com traumas familiares em Warrior e, em breve, no novo Mad Max, entre outros papéis excêntricos. A gente (eu e minha BFF/parceira de bobices e 5ª série, Priscila do Culinarístico) temos uma brincadeira que quando a coisa é muito boa (ou intensa) dizemos: LEVEL HARDY, ilustro:

    Locke é passado todo dentro do carro, sim, você deve ter lido isso e pensando: ihhhh que chatice…Mas meus caros amigos, não é. Definitivamente não é.

    Ivan Locke cometeu UM erro, apenas um e isso vai fazer com que os 84 minutos de filme te levem para dentro da vida dele. Entre telefonemas para casa e o trabalho, Ivan começa a nos revelar o que aconteceu. Nesse meio tempo ele tem papos com o pai, já falecido, através do retrovisor, como se o velho senhor estivesse sentado no banco de trás. Não, ele não é esquizofrênico, agora me digam, quem nunca teve conversas imaginárias com alguém (ou até mesmo consigo mesmo) para esclarecer alguns fatos? – apenas eu sou doida? Comentem dizendo que não, por favor.

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    O belíssimo roteiro é assinado por Steven Knight (o mesmo de Senhores do Crime e Coisas belas e sujas) e é uma coisa tão bem feita que você realmente termina o filme atônito com tamanha beleza. Sou ligada em roteiros, por isso me irritam tanto os mal feitos, como andamos vendo em algumas séries por aí. Detalhe: Knight também dirige o filme.

    Se cometer um erro, um maldito errinho, o mundo inteiro cairá sobre você.

    Tom Hardy dá uma aula de atuação sendo Ivan, a cada ligação, o semblante do ator, entre o medo e a alegria, em alguns momentos que consegue resolver algumas coisas, o choro quando fala com o filho, a sinceridade com que trata o foco do seu problema atual, o qual o está fazendo viajar para outro lugar, mesmo estando ele em um momento profissional tão importante, que não poderia estar ausente. A coragem de jogar limpo com a mulher em um momento tão delicado.
    Não se preocupem, nos primeiros 15 minutos de filme vocês já saberão o propósito da viagem e o resto do filme faz com que você se torne entre psicólogo e amigo de Locke. Não consegui sentir raiva, nem pena, confesso pra vocês que senti tamanha admiração pela sinceridade dele.

    Atentem para a bela e impecável fotografia, que deixa tudo ainda mais significativo, a aura triste das lentes, das luzes da estrada, quase nos deixando com uma impressão que aquilo é o fim, ou por outro lado, que aquela viagem jamais acabará. Pois é. Nos faz refletir naquela velha máxima que você pode levar a vida toda fazendo coisas certas e basta uma errada para que tudo desmorone bem na sua frente.

    Assistam, depois me contem. Vale cada km rodado.

    Trailer:

    A receita de hoje, não tem algo com o filme, pois afinal ele passa o tempo todo dentro do carro. Porém, me remeteu a uma comida solitária. Aquele prato que você prepara rapidamente só pra você em um dia qualquer. Pois a solidão, no fim de tudo, é o que se tem dentro de um carro sozinho, por mais que estivesse Tomzinho falando ao telefone sem parar, a responsabilidade e as reflexões eram só dele. Por isso hoje venho com uma comida pra um, bem fácil, prática e saborosa.

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    Aproveitando também, divulgando (e incentivando) o projeto “Segunda sem carne”, juntamente com os blogs amigos, dá um pulo e confere:

    – No Culinarístico: Tofu apimentado com molho de amendoim

    – No Conversando e Cozinhando: Arroz sete grãos com shitake

    – No Fotografando à mesa: Muffins Natalinos

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    Espaguete com Shitake

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 1

    Ingredientes

    • 100 g de macarrão tipo espaguete (o jeito que uso para medir é dividir o pacote de 500 g em 5, vai com fé!)
    • 1 cebola roxa pequena
    • 1 dente de alho
    • 4 cogumelos shitakes (usei o desidratado – deixe hidratar por 15 minutos em água morna)
    • 1 colher de sopa (generosa) de manteiga
    • 3 colheres de sopa de azeite de oliva
    • Pimenta verde moída na hora (use a que quiser/tiver/goste)
    • Queijo parmesão ralado
    • Salsinha picada a gosto
    • 1 litro de água fervente
    • Sal a gosto

    Modo de Preparo

    1. Primeiramente coloque o shitake para hidratar em uma xícara de água morna. Em uma panela, leve a água para ferver. Vá cortando a cebola, o alho e picando a salsinha, deixe tudo reservado, separadamente. Aqueça uma frigideira grande e adicione o azeite de oliva. Leve a cebola para dourar. Acrescente o alho, tempere com a pimenta do reino e o sal. Enquanto isso, vá fatiando o shitake, já hidratado. Junte a misture o shitake, roube meia concha da água do cozimento do macarrão e em fogo baixo e deixe cozinhar por alguns minutos, tipo uns 5. Junte a manteiga e reserve. Quando o macarrão estiver cozido, junte ele ao shitake. Misture ainda em fogo baixo e adicione o queijo parmesão. Sirva em um prato bonito e salpique a salsinha picada.