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    Truman & Sorrentinos

    Eu, sinceramente, nem sei por onde começar a falar sobre esse filme. Sou uma fã aficionada do Ricardo Darín, sendo assim, toda vez que sai um filme novo dele lá vou eu assistir. Enquanto não fui ver Truman não sosseguei o facho. O filme é dirigido pelo espanhol Cesc Gay.

    Lendo uma entrevista de Darín acabei sabendo de algo bem legal sobre o diretor, que nos faz gostar mais ainda do filme e dele:

    Esse foi um trabalho do espanhol Cesc Gay, um amante da argentinidade. Seus dois amigos íntimos são argentinos e ele teve uma mulher argentina. O nascimento dessa história está relacionado com uma questão muito pessoal. Ele resolveu seguir esse caminho e o transformou em uma relação amistosa entre dois caras que nasceram em lugares diferentes. Tem a ver com a estrutura de pensamento dele. Ele é um cara muito aberto, um viajante: as linhas de construção dessa história e dos personagens convergiam em que Javier Cámara e eu tínhamos que encarná-los. Em Truman a nossa amizade se aprofundou muito porque toda a conexão com o personagem foi realmente dolorosa.

    Truman é o cachorro de Julian, vivido por Darín. Seu companheiro há muitos anos, o enorme bulmastife está sempre junto com seu dono. Seja dormindo, passeando por aí ou sentado ao lado dele enquanto ele toma um café ou uma cerveja em um bar.

    O filme trata, principalmente, de amizade. Com a chegada do amigo Tomás (Javier Cámara) à Madrid , começamos a entender o que está acontecendo. Julian está doente, com câncer e trata isso de uma forma incrívelmente prática: ele não quer mais passar seus últimos tempos com tentativas (que certamente serão frustradas) de mantê-lo vivo. Não quer idas e vindas do hospital, nem mais sessões de quimioterapia. Por isso ele resolve tomar uma decisão drástica: parar o tratamento e viver o que lhe resta de tempo de uma forma digna.

    Planejando cada detalhe para depois que falecer, vamos junto com ele e Tomás pelas ruas de Madri. O personagem consegue ser engraçado mesmo nessas circunstâncias. Darín genial, como sempre.

    Entre almoços e idas a funerária, a grande preocupação dele é arrumar um novo lar para Truman, seu fiel cão. Uma família adotiva que possa cuidar de seu amigo canino quando ele se for. Foram exatamente nessas partes que eu mais chorei. A gente que tem cachorro sabe como é a ideia de ficar sem eles – ou eles sem a gente. Dói.

    Inundado de poesia e cenas que emocionam, Cesc vai nos guiando por um filme que versa sobre o verdadeiro amor: a amizade. Entre pai e filho, ex-mulher e ex-marido, entre dois homens, entre um homem e seu cão. No final dessa jornada não tem como não pegar um lençol king size para secar as lágrimas. Com uma trilha sonora incrível e fotografia cuidadosa, o diretor espanhol acerta muito. Merecedor de todos os prêmios que ganhou.

    A cada cena que passa, não tem como você não lembrar daqueles amigos com quem você se sente em casa, em paz. É sobre a lealdade, o carinho, o amor, que temos com nossos amigos e que temos com nossos bichinhos de estimação. É uma coisa sincera e verdadeira, porque não é obrigatória, você apenas sente, te faz bem e faz bem para o outro. É aquela troca sem interesses: se está junto porque se quer.

    Resolvi fazer Sorrentinos para acompanhar a receita de hoje, pois ele faz parte do cardápio de muitos restaurantes na Argentina (país de origem do nosso querido Darín), por lá, na maioria das vezes, o recheio é de presunto e queijo. Porém, como há possibilidades infinitas de recheio, por aqui vamos de brócolis com ricota.

    Uma das histórias mais aceitas sobre os Sorrentinos é que foram criados em Mar Del Plata, Argentina, por imigrantes italianos. Por lá existe um dono de pastifício que diz que a autoria é de sua família.

    Vamos a receita?

    Sorrentinos

    Preparo: 120 min
    Cozimento: 60 min
    Serve: 4 pessoas

    Ingredientes

    • Para Massa: 400 g de farinha de trigo
    • 4 ovos
    • Para o recheio: 1 brócolis chines médio picado
    • 1 cebola picada bem miudinha
    • 2 colheres de sopa de agua
    • 200 g de ricota fresca
    • Azeite de Oliva
    • 50 g de queijo parmesão ralado
    • 4 colheres de requeijão ou creme de ricota
    • 1 gema
    • 1 colher de café de sal
    • 1 pitada de pimenta do reino
    • 1 colher de sopa de orégano
    • Para o molho: 1 dente de alho bem triturado
    • 400 ml de nata
    • 1 colher de sopa de manteiga
    • Noz-moscada a gosto
    • Sal a gosto

    Modo de Fazer:

    1. Comece pela massa colocando a farinha em uma tigela, fazendo um furo no meio e adicionando os ovos ali. Vá mexendo e incorporando toda a farinha e ovos até ter uma massa homogênea. Coloque em um filme plástico e deixe descansar por 30 minutos.
    2. Para o recheio, aqueça uma panela, coloque o azeite, doure a cebola, adicione o brócolis picado. Adicione umas 2 colheres de água, baixe bem o fogo e tampe a panela. Deixe cozinhar por alguns minutinhos.
    3. No processador de alimentos coloque o brócolis cozido, a ricota, o requeijão (ou creme de ricota), o parmesão, a gema, sal, pimenta do reino e orégano. Pulse até que tenha uma mistura homogênea. Caso não tenha processador de alimentos, podes esmagar bem a ricota e picar bem o brócolis e misturar tudo em um bowl.
    4. Abra a massa, em tiras de mais ou menos 5 cm de largura. Vá colocando bolinhas de recheio deixando um espaço de mais ou menos 4 cm entre elas. Coloque outra tira por cima e com um copo vá cortando a massa em círculos. Podes usar um cortador circular ou ainda aqueles anéis de corte de bolachas, sabe? Com um garfo, vá contornando toda a volta do circulo para selar (como fazemos com o pastel).
    5. Deixe todos os sorrentinos acomodados, em local enfarinhado até o momento de cozinhar. Se for demorar algumas horas para levá-los ao fogo, cubra com um pano de prato para não ressecar a massa.
    6. Para o molho derreta a manteiga, frite levemente o alho, adicione a nata, a noz moscada e o sal. Deixe em fogo baixo para que reduza e engrosse um pouco.
    7. Coloque água em uma panela grande e deixe ferver. Adicione uma colher de sal e mergulhe os sorrentinos, aos poucos, para que cozinhem. Leva de 3-4 minutos para cozinhar.
    8. Acomode os sorrentinos no prato, adicione o molho e decore com brócolis e um fio de azeite.
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    Mapa dos sons de Tóquio & Yakisoba de Camarão

    O que dizer quando um filme é tão arrebatador?

    Mapa dos sons de Tóquio me perfurou a alma de uma forma que eu sabia que iria mesmo acontecer, já que, a diretora está entre umas das melhores no meu conceito. Isabel Coixet nos faz mais triste em “Minha vida sem mim”, assim como também em “A vida secreta das palavras”. Depois disso ainda assisti a “Fatal”, que acredito ter sido seu último filme antes desse que vou começar, ou já comecei, a falar.

    Eu tento não pensar em como as coisas poderiam ter sido diferentes entre eles,
    porque agora é tarde demais.
    Talvez fosse tarde demais desde o início.

    Mapa dos sons de Tóquio conta a história de uma mulher que trabalha no mercado do peixe a noite e é uma assassina profissional nas horas vagas, vejam que contraponto. O filme é narrado por um senhor, amigo silencioso da protagonista, ela é totalmente melancólica, marcada por dores que não são nunca reveladas, ela apenas dói.

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    Fiquei fascinada por algumas frases que fazem com que tu queiras dar um pause no filme só para ficar pensando muito sobre aquilo.

    As pessoas não mudam. As coisas talvez sim. Mas as pessoas não.

    O filme me levou as mais óbvias conexões ao cinema de diretores asiáticos. Cenas fenomenais, com uma trilha sonora impecável. Impossível não lembrar de 2046 e a velha conhecida frase “No amor não há substitutos.” , assim como, da viagem pelos vagões do trem que levaria a 2046, quando vislumbramos o quarto de hotel que os amantes se encontram no filme de Coixet é a réplica de um trem. Depois de algumas leituras fiquei sabendo que a diretora é muito fã do cinema de Kar-wai. Me soa quase que como uma homenagem a ele essa película.
    Coixet soube usar com maestria a sensibilidade oriental, o espaço de tempo, mostrando a vida como é, os hábitos e as dores que são realmente universais.

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    Não quero falar muito para não revelar o filme todo, muito menos seu final.
    Mais um dos filmes que ficará na minha cabeça para sempre.

    Vamos a receita?

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    Yakisoba de Camarão

    Tempo de preparo: 40 min
    Serve: 2 pessoas

    O que você vai precisar?

    • 150 gr. de brócolis
    • 150 gr. de couve-flor
    • 01 cenoura grande cortada em tiras
    • 1/2 pimentão vermelho
    • 1/2 pimentão verde
    • 150 gr. de repolho cortado em pedaços
    • 200 gr. de camarão miúdo
    • 1 cebola grande picada
    • 300 gr. de macarrão para Yakisoba
    • 1/2 xíc. de Shoyu (aproximadamente)
    • 1 xíc. de água misturada com 1 colher de chá de amido de milho
    • Sal a gosto (experimente antes de colocar mais sal, pq o shoyu já é bem salgado) 03 colheres de sopa de óleo de gergelim 03 litros de água fervente para cozinhar a massa
    • 03 colheres de sopa de óleo de gergelim
    • 03 litros de água fervente para cozinhar a massa

    Como fazer?

    1. Coloque a água para ferver em uma panela, quando estiver borbulhando, acrescente o macarrão. Cozinhe por 6 minutos. Pique todos os ingredientes e separe o brocolis e a couve-flor em pequenos bouquets. Coloque no fogo uma panela grande (se não tiver uma Wok, pode ser qualquer panela, obviamente) e leve o oleo de gergelim para aquecer. Acrescente as cebolas, deixe dourar. Em seguida coloque os camarões. Vá acrescentando os legumes. Em seguida regue com um pouco do shoyu e experimente o sal. Abafe a panela com a tampa por alguns minutos, volte a mexer. Os legumes tem que ficar ‘al dente’, não podem ficar moles, porque perde toda a graça do prato. Vá provando e sentindo, quando estiver pronto (pra mim levou coisa de no máximo 10 minutos) junte o macarrão e vá incorporando a ele todos os legumes. Em seguida despeje a água com o amido de milho e misture por uns 3-4 minutos. Tá pronto, pode sentar, pegar seus hashis e saborear esse prato tão difundido em todo a cozinha oriental. Nota: a escolha dos legumes é bem pessoal, acredito que podemos variar bastante, usando o que mais gostamos. Solte sua criatividade e seja feliz =)

    Curiosidade:

    Yakisoba (em japonês: 焼きそば), também grafado yakissoba, é um prato de origem Chinesa, muito popular também na culinária japonesa, que significa literalmente macarrão de sobá frito. O prato, conhecido internacionalmente, é composto por legumes e verduras que podem ou não ser fritos juntamente com o macarrão e aos quais se agrega algum tipo de carne. Comumente, o yakisoba Chines é feito com macarrão do tipo lámen e é assim que é consumido em diversos lugares, desde restaurantes, passando por fast-foods a feiras populares, no Japão ou fora dele. É prato indispensável nas festas tradicionais japonesas (Matsuris).