Romance

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    La Délicatesse & Sopa de Aipim

    Eu gosto muito quando algumas pessoas me indicam filmes. E mais ainda, quando elas já trazem com a dica, uma conexão com a cozinha, pois lembram do blog. Fico realmente emocionada. Foi isso que aconteceu com esse filme. Uma querida amiga me mandou uma mensagem contando um pequeno trecho do filme e na mesma hora eu saí a procurá-lo.

    Com ela eu sou uma versão melhor de mim mesmo.

    La Délicatesse (no Brasil, A delicadeza do amor), é um filme francês de 2011, estrelado pela eterna Amelie Poulain, Audrey Tautou. Ela é Nathalie, uma bela jovem de bem com a vida. Tem um casamento bonito e inspirador com François (Pio Marmai). A cena inicial do filme é encantadora, mostrando como os dois se conheceram em um café e contando que eles sempre vão ao mesmo lugar para relembrar como foi a primeira vez.

    Nathalie leva uma vida normal, entre jantares com os pais e sogros, trabalho e sonecas no sofá, eles pensam em ter um filho, depois de uma certa ‘pressão’ dada pelos futuros avós. Em um dia qualquer, François sai para sua corrida diária. Nathalie adormece no sofá e acorda com o celular tocando. É dele que vem a pior notícia de sua vida: o marido sofreu um grave acidente e está hospitalizado. Pulamos dessa cena para o enterro dele, que veio a falecer.
    A jovem moça então durante 3 anos permanece em luto e se entrega totalmente ao trabalho. Resiste e renega as inúmeras investidas de seu chefe, assim como os infinitos incentivos da melhor amiga de sair do casulo e viver a vida.

    No meio de uma manhã qualquer, aparece um colega de trabalho em sua sala, Markus. Um suéco estranho, meio desengonçado, mas muito educado. Naquele momento ela tem um click, um despertar de interesse, levanta da mesa e beija o rapaz.
    Markus que começa a se interessar por ela naquele momento também, se encontra confuso. Jantares, teatro, passeios na noite bela de Paris e aquele velho medo de se apaixonar e não ser correspondido.

    Começa então uma linda história de amor. Não aquele amor avassalador, mas um amor puro. Bonito. Sincero. Um amor que respeita os limites e dá o tempo que precisa para que ele desabroche e se firme.
    Cansada das cobranças dos amigos que acham que Markus é muito feio, ou ainda, que não seria um homem ideal para ela, Nathalie sai de carro em busca de alguma paz e vai ao encontro da avó.

    É um belo filme, que vai te deixar com a alma leve e com uma certa esperança que mesmo quando as coisas vão mal, ainda há uma pequena luz no fim do túnel para te auxiliar na caminhada.
    Assistam e depois me contem.

    Hoje vamos ter uma receita de sopa. Vocês devem ter percebido que andei numa ‘vibe’ muito de sopa nos últimos tempos. Acho que era culpa do frio. Na realidade, eu amo sopas e no inverno elas são muito mais convidativas também. Como temos previsão para um friozinho de novo essa semana, vamos uma receitinha então.

    Sobre a conexão com o filme, foi na casa da avó que eles tomam uma sopa, em um jantar amistoso e reconfortante, foi nesse momento que minha amiga Paula lembrou do blog e me deu a dica. Obrigada, Paulinha, mais uma vez =).

    Sopa de aipim com gorgonzola

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 30 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 1/2 kg de aipim (mandioca) descascado
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho esmagados
    • Azeite de oliva Noz moscada
    • Pimenta do reino Salsinha (usei desidratada)
    • Sal
    • Queijo Gorgonzola Mais ou menos 1 litro e meio de água
    • Mais ou menos 1 litro e meio de água

    Modo de Fazer

    1. Em uma panela, acomode os aipins e coloque água até cobrí-los, passando uns dois dedos a mais de água. Deixe ferver até que fiquem macios. Em uma outra panela, refogue a cebola e o alho no azeite. Reserve. Quando o aipim estiver cozido, espere esfriar um pouco e passe-os (junto com a água do cozimento) pelo processador, mixer ou mesmo no liquidificador. Junte esse creme ao refogado de cebola e alho, tempere com noz moscada, a pimenta do reino, adicione o sal e leve para o fogo novamente. Caso esteja muito grossa, adicione aos poucos água quente até chegar ao ponto que desejas. Depois de ferver por mais alguns minutos, coloque a salsinha. Na hora de servir, coloque em cada porção, um pouco de queijo gorgonzola esfarelado.
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    A Datilógrafa & Sopa de Batata-doce e Alho-poró

    Um dia eu comentei no Facebook que estava afiim de assistir a um filme bem leve. Foi então que a Nana, do blog Manga com Pimenta, me indicou “A Datilógrafa” – que tem como título original “Populaire” (Popular).

    Um filme francês, ambientado em 1958, conta a história de Louis Echard (vivido por Romain Duris – um dos grandes nomes do cinema francês – e que eu adoro) um jovem rapaz que tem um escritório de seguros e precisa contratar uma secretária.

    “Qualquer homem que não lhe dê atenção é um imbecil…”

    Esse é um daqueles filmes que eu costumo geralmente chamar de entretenimento. Ele é engraçado na medida, tem aquelas cenas românticas de uma boa comédia do gênero e ao mesmo tempo passa alguns conceitos interessantes.

    Cheio de graça nos sets escolhidos, com a bela Paris de fundo algumas vezes, e cidadezinhas do interior da França, vemos as belas decorações das casas, as roupas e móveis vintages, todo um ar de doçura e elegância. Arrisco dizer que o diretor quis reproduzir os filmes americanos da década de 50 estrelados por Audrey Hepburn.

    Então temos Rose Pamphule (Déborah Francois), uma bela jovem de 21 anos que resolve sair de sua pequena cidade para se candidatar à vaga de datilógrafa/secretária que o escritório de Echard está oferecendo.
    Ela é então contratada, pois o novo chefe se impressiona com sua capacidade de digitar rapidamente, ao contrário de sua habilidade (nada boa) de secretariar o ambiente.

    Começa então uma viagem pelo mundo dos concursos de datilografia que existiam na França da época. Echard se empolga com a velocidade da moça com a máquina de escrever e pede que ela comece a participar dos concursos.

    Não apenas concorrer, mas sim, vencer!

    Ela então se muda para a casa dele, onde começam árduos treinamentos antes das provas. Nem preciso dizer que isso vai acabar dando romance, né?

    Entre os milhares de caracteres digitados batem muitos corações também. Sim, estou sendo piegas porque o filme te traz essa coisa besta-boba-sorriso-na-cara do romance a moda antiga.

    Recomendo para depois daquele dia cheio de trabalho, stress, trânsito e correrias, quando depois de um banho, você pega uma cumbuca com uma sopa quentinha e esquece da vida dando play em um filme.

    Trailer:

    Para combinar com o filme nada melhor que uma sopinha. E o alho-poró é o toque francês que combina com o filme.

    Essa receita serve BEM uma pessoa. Ou duas que comam bem pouco. Para mais pessoas vá duplicando a receita.

    A minha querida Priscila Darré, do Culinarístico, já fez essa receita e gostou bastante. Dá um pulo lá, pois ela deu uns toques diferentes na receita e eu acho que ficou bem interessante!

    Sopa da Batata-doce e Alho-poró

    Preparo: 30 min
    Cozimento: 20 min
    Serve: 2

    Ingredients

    • 1 batata-doce pequena
    • 1 talo de alho-poró em rodelas finas
    • 2 floretes de couve-flor
    • 1 cebola pequena picada
    • 1 dente de alho esmagado
    • 400 ml de água quente
    • Pimenta do reino branca moída na hora
    • Sal a gosto
    • 1 colher de azeite de oliva

    Modo de Fazer

    1. Refogue o alho e a cebola no azeite de oliva. Junte o alho-poró (se quiser guarde um pouco para decorar). Acrescente a batata-doce em cubos e a água. Tempere com o sal e a pimenta do reino. Deixe ferver por uns 10 minutos em fogo baixo. Coloque então a couve-flor. Agora você vai deixar refogar até que a batata esteja macia. Deixe esfriar um pouco e passe pelo processador, liquidificador ou mesmo com o mixer direto na panela. Leve ao fogo por mais uns 3 minutos e sirva quente.
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    Restless & Escondidinho de Abóbora

    Eu confesso que o Gus Van Saint nunca me impressionou muito. Porém, isso mudou no dia que eu comecei a assistir Restless. “Inquietos”, como tem título no Brasil, é um filme LINDO.

    Os pássaros canoros.
    Por que eles cantam de manhã?
    Eles cantam porque estão felizes
    por estarem vivos mais um dia.
    Tenho cantado todas as manhãs desde que conheci você.

    Ele conta a história de dois jovens que se conhecem de uma forma bem incomum: em um enterro. Trata do câncer, da premissa da morte e de viver a vida até o dia final. Incrível como ele consegue falar disso tudo sem que a gente fique completamente triste. Sim, tem horas que você chora feito uma criança pequena. Tem outras que você sorri e lágrimas vão verter dos seus olhos, mas de emoção.

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    Gus Van Sant conseguiu colocar na tela uma coisa quase impossível: uma visão bonita sobre a morte.

    Henry Hopper estréia o filme, ao lado da doce Mia Wasikowska. Henry é filho de Dennis Hopper, que morreu de câncer em 2010 e imagino que foi uma superação ao jovem ator lidar com isso em seu primeiro filme. Talvez a narrativa tenha deixado até mais leve essa visão que a morte traz.

    Enoch e Annabel são levados pelas mãos do diretor, nos fazendo assistir uma obra de arte. Como em uma poesia que nos deixa com a alma limpa e bela.

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    Temos então dois jovens que compartilham suas dores pessoais. Ela tratando uma doença que a levará em no máximo 3 meses. Ele com a dor eterna da morte dos pais que se foram em um acidente de carro. Uma história de amor que tem um fim próximo e definido. Quantos de nós sempre pensou que ”era para sempre” e deve ser difícil levar com leveza a certeza do fim? Na real, o amor permanecerá, mas não com aquela mesma amplitude que tem quando estamos junto de alguém. Porém, Gus Van Saint consegue desfilar essa dor sem parecer tão doída. Ela é apenas bonita. Linda, melhor dizendo. O filme é de uma sensibilidade incrível. A maneira como os dois começam a se envolver, de forma imediata e intensa, é uma das coisas mais belas que o cinema já nos proporcionou.

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    A música que abre o filme é Two of us, dos Beatles. O que nos faz já dar um sorrisinho de canto de boca sobre o que nos espera. A trilha é certeira e arrebatadora.

    Devo também citar a relação entre Enoch e seu ‘amigo imaginário’ – Hiroshi, um japonês que foi kamikaze na Segunda Guerra Mundial. Interessante demais as metáforas que existem nos diálogos entre eles e como foi importante a participação dessa personagem no decorrer da trama. Todo mundo quer abraçá-lo no final.

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    Termino esse post dizendo que apesar de todas as dores de se perder alguém que se ama, ainda mais dessa forma tão abrupta, é bom saber que o tempo que se teve junto daquela pessoa foi o melhor que poderia ter. Por isso, olhe para o lado, aproveite a vida, viva o seu amor. Mesmo que ele acabe amanhã, mesmo que ele dure para sempre. Ou além da eternidade.

    Trailer:

    Para hoje resolvi trazer um escondidinho de abóbora com frango. Porque eu acho que é uma comida bem típica para um dia frio. Para aconchegar a alma. Para servir a quem se gosta. E porque no filme, eles participam de um dia das bruxas, com gostosuras ou travessuras, o que sempre nos remete a uma bela abóbora sorrindo, não é mesmo? Vamos a receita.

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    Escondidinho de Abóbora

    Preparo: 60 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • 600 g de abóbora (usei moranga)
    • 400 g de peito de frango
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho
    • 2 colheres de sopa de shoyu
    • 100 ml de creme de leite fresco
    • Orégano Azeite de oliva
    • Queijo parmesão
    • Sal Pimenta do reino Salsinha picada
    • Pimenta do reino
    • Salsinha picada

    Modo de Fazer

    1. Eu começo colocando a abobora por 8 minutos no micrrondas, isso faz com que ela amoleça a casca e fique mais fácil de descascar. Se você quiser fazer do método tradicional, mas um tanto quanto mais trabalhoso, descasque as abóboras e as cozinhe em água até que fiquem amolecidas. Cozinhe o peito de frango cobrindo ele completamente de água em uma panela. Depois disso, desfie. Eu costumo cozinhar na panela de pressão, o que leva uns 15 minutos, no máximo. Afinal, é sempre bom um pouco de praticidade na cozinha. Bom, temos a abóbora e o frango cozidos. Vamos ao tempero e montagem do prato. Em uma frigideira aquecida, coloque um pouco de azeite de oliva, a cebola e o alho. Deixe dourar. Em seguida coloque o peito de frango desfiado. Acrescente o shoyu, o sal, a pimenta, o orégano e deixe refogar por alguns minutos. Desligue o fogo e acrescente a salsinha picada. Coloque a abóbora em um recipiente e esmague bem (se quiser, podes usar um processador ou um mixer – a coisa fica bem mais dinâmica e bonitinha), adicione o creme de leite, sal e bata como um purê. Para montagem basta colocar o frango nos ramequis e o purê em cima. Salpique com o queijo parmesão. Leve ao forno para derreter e dourar o queijo. Acredito que no forno aquecido, uns 15 minutos já serão suficientes. Agora é só comer =)
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    It’s kind of a funny history & Hambúrguer de Bacon

    It’s kid of a funny history (2010) – traduzido no Brasil para “Se enlouquecer não se apaixone” – por que, eu penso, por que eles fazem essas traduções? Enfim….não se engane, nem se apavore, não é um tipo de filme como ”Se beber não case”. Vai muito, muito além disso.

    -Você gosta de música?
    -Você gosta de respirar?
    -Você está certa. Foi uma pergunta idiota.
    -Eu gosto muito do Radiohead,Pixies, T. Rex.
    -O que mais?
    -Você já viu ao vivo?
    -Eu vi Radiohead e Pixies.
    -Legal.
    -Então…
    -Vampire Weekend está fazendo um show no final deste mês.
    -Quer ir? -Sim, eu quero.
    -Com você, certo?
    -Não, com Solomon.
    -Sim, comigo.

    It's Kind of a Funny Story

    Com um roteiro cuidadoso a história começa com o jovem Craig (Keir Gilchrist) pensando em se suicidar. Uma coisa chocante para seus apenas 16 anos. Imaginando o que sua família iria pensar, ele resolve recorrer a um médico. Depois de uma consulta inicial, ele é internado na Ala Psiquiátrica do Hospital. Como não há mais vagas onde ficam os adolescentes, ele é colocado junto com os adultos.

    O filme tem muita profundidade nos diálogos entre Craig e seu novo amigo Bobby vivido pelo excelente Zach Galifianakis. Mais uma vez temos um filme que parece de temática adolescente apenas, como no post que falamos de “As vantagens de ser invisível”, porém, sempre aprendemos algo com o que é visto aqui. Desde os encantos e desencantos do amor, até o valor que damos as amizades, tanto as novas quanto as antigas.

    A convivência dentro do hospital, faz com que Craig comece a ver a vida de forma mais leve, exigindo menos de si mesmo e aproveitando as pequenas delícias da vida lá fora. Ao conhecer a bela Noelle, com uma curiosa camiseta “I hate boys”, ele começa a perceber que o amor platônico sentido pela namorado do melhor amigo, pode não ser o tal do verdadeiro amor. Identificações começam a aparecer e acabam por construir um belo romance.

    Praticamente o primeiro amor. Emma Roberts, que dá vida a Noelle surpreende como atriz, revelando uma personagem que tem um passado triste, mas que está em pleno estado de recuperação e vê em Craig uma força a mais para continuar.

    Destaque para o esforço de Craig em tirar seu colega de quarto da solidão. A parte final do filme foca bem nesse tema e deixará você sorrindo sem parar em frente da tela. É bonita demais a doação que existe naquele garoto.

    Eu sei que é ridículo, mas, sei lá.
    Pule de qualquer maneira.
    Respire.
    Viva.

    Trailer:

    Assistam enquanto comem um hambúrguer – passo a receita para vocês a seguir.

    Hambúrguer com Bacon

    Preparo: 60 min
    Serve: 4 un

    Ingredientes

    • 600 g. de carne moída de sua preferência
    • 1 cebola bem picadinha
    • 2 dentes de alho
    • Salsinha picada
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino a gosto
    • 200 g de bacon em fatias finas
    • Maionese
    • Mostarda (opcional – aqui em casa: obrigatória)
    • Alface americana
    • 4 fatias de queijo (usei muçarela)
    • 4 pães para hambúrguer

    Modo de Fazer

    1. Em um recipiente junte a carne moída, a cebola, o alho amassado, sal e pimenta. Misture bem. Deixe tomar gosto por uma meia hora. Separe a carne em 4 partes e molde os hambúrgueres.
    2. Em uma frigideira pré-aquecida (de preferência anti-aderente) coloque um fio de azeite e deite os hambúrgueres. Deixe por uns 3 a 4 minutos de cada lado, conforme o ponto desejado.
    3. Coloque o queijo em cima e abafe com uma tampa, para que ele derreta por completo.
    4. Em outra frigideira, coloque as fatias de bacon para tostar. Não é preciso colocar nenhum tipo de óleo ou azeite, pois o bacon já tem gordura suficiente para fritar sozinho. Após dourá-lo de ambos os lados, coloque-os em cima de papel toalha, para que enxugue bem a gordura remanescente e fique sequinho e crocante.
    5. Hora de montar os lanches, corte os pães ao meio, passe uma camada de maionese em ambos os lados, acomode o hambúrguer, a alface e algumas fatias de bacon.
    6. Adicione os condimentos que mais gostas (mostarda, ketchup, etc), pegue uma boa cerveja e desfrute desse momento junk-food sem a menor dor na consciência possível. Bom apetite =).
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    As vantagens de ser invisível & Milkshake de Baden Baden Golden

    Em “As vantagens de ser invisível”, filme de 2012, Charlie é um adolescente que está prestes a entrar em seu último ano do ensino médio. Um garoto tímido e com alguns traumas pessoais, como o suicídio do melhor amigo e a morte da tia que ele gostava tanto.

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    Este momento que você sabe que não é uma história triste.
    Você está vivo.
    Você se levanta e vê as luzes nos prédios e tudo que faz você se perguntar.
    E está ouvindo aquela música, naquele passeio, com as pessoas que mais ama neste mundo.
    E, neste momento, eu juro…
    nós somos infinitos.

    Ao contrário do que se pensa, esse filme não é apenas para o público adolescente. Você, adulto, como eu, vai acabar se identificando em muitas partes dele. Quem nunca se sentiu sozinho e encontrou de repente amigos que compartilham das mesmas filosofias e loucuras de vida que a sua? A partir desse momento a vida muda.

    O filme é baseado no livro homônimo de Stephen Chbosky que também dirige e é roteirista do filme. Acho que por isso temos uma obra super fiel ao livro, coisa que é bem difícil de acontecer.
    Voltando a história do filme, Charlie se sente solitário, já que, começa a estudar em uma escola nova.

    O bullying é grande e ele acaba ficando amigo de seu professor de Literatura, vivido por Paul Rudd. Há uma enorme identificação entre os dois, pois apesar de ser um aluno super quieto, o professor instiga o aluno a se comunicar, transformando isso em uma bela amizade e temos ali diálogos interessantíssimos no filme.

    Em uma partida de futebol americano, Charlie timidamente se aproxima de Patrick (quem dá vida a essa personagem é o excepcional jovem ator Ezra Miller, que já vimos – e nos surpreendemos – em “Precisamos falar sobre Kevin) e acaba conhecendo também Sam ( Emma Watson – de Harry Potter), a meia-irmã de Patrick, pela qual Charlie vai acabar se apaixonando perdidamente no decorrer do filme. Sam, por sua vez, faz o papel daquela garota que sempre se apaixona pelos homens errados e acabamos agraciados por esse trio de amigos, confidentes, companheiros e acima de tudo leais.

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    “Nós aceitamos o amor que achamos merecer.”

    O filme é produzido por John Malkovich, Lianne Halfon e Russell Smith e foi todo filma do em Pittsburgh, como realmente foi a vida do diretor, já que esse é um filme auto-biográfico.

    Logan Lerman, que interpreta Charlie, começa a descobrir todos os lados bons e ruins da vida, fora do casulo da solidão. O primeiro amor, beijo, porre, chapação. Mas também descobre como é bom se sentir amigo de alguém, ter alguém pra contar e ao mesmo tempo estar totalmente a disposição quando precisam da gente.

    Precisamos falar sobre Ezra Miller, fazendo um trocadilho com o filme de maior sucesso dele, pois ele rouba a cena. De coadjuvante, para mim, passa a ser o ator principal do filme. Um homossexual assumido, que namora escondido um dos jogadores do time da escola, um amigo de fé, uma criatura emblemática, engraçada, incrível. Aquela pessoa que todo mundo deveria ter uma do lado. Dramaticamente belo.

    O filme é romântico, profundo e sincero, como todos os filmes adolescentes tentaram ser e não conseguiram. Conta com uma trilha sonora ótima que vai desde Heroes do David Bowie até Asleep do The Smiths.

    Em uma das cenas mais significantes do filme, Sam prepara um milkshake para Charlie, e é com isso que ele brinda a sua entrada na vida nova, com amigos tão doidos quanto ele, mas que são tão amigos quanto qualquer amigo que se poderia ter.

    Sam…
    Você tem olhos castanhos tão lindos.
    Do tipo que merece se gabar. Entende?
    Está bem, Charlie. Vou preparar o milkshake.
    Que ótima palavra. Milkshake.

    Trailer:

    Então eu pedi a minha amiga Priscila Darre, do Culinarístico, que fizesse um Milkshake para acompanhar o filme de hoje. Não é um milkshake para crianças. É para adultos. Ele é feito com a nossa queridinha cerveja Baden Baden Golden que tem em sua composição canela, o que a deixa com um tom mais adocicado e delicioso. Combina muito com a cremosidade do sorvete, transformando a junção disso um verdadeiro suco dos deuses. Vamos a receita da Pri?

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    Milkshake de Baden Baden Golden

    Preparo: 15 mins
    Serve: 1

    Ingredientes

    • 3/4 de garrafa de Baden Baden Golden Calda para sorvete de café para enfeitar
    • 2 1/2 xícaras de sorvete de baunilha/creme
    • Calda para sorvete de café para enfeitar

    Modo de Fazer

    1. Coloque o sorvete no liquidificador e espere ficar mais cremoso, em seguida adicione a cerveja e bata. Se ficar muito liquido adicione mais sorvete. Enfeite o copo com calda de café pois combina perfeitamente com a canela da Golden!
  • Drama,  Romance

    Até a eternidade & Quiche sem Massa

    Guillaume Canet conseguiu juntar alguns grandes nomes do cinema francês da atualidade em “Les petits mouchoirs” (“Até a eternidade”, aqui no Brasil).

    O filme mostra a história de um grupo de amigos, que após o acidente de moto de um deles (inclusive uma cena muito bem feita, no começo do filme), sai para uma temporada de férias. Me lembrou um pouco “O primeiro ano do resto de nossas vidas” – vai mais ou menos naquela mesma vibração.

    “Você nos deu tanto. A todos nós.
    Eu não retribuí o bastante.
    Duvido que eu tenha retribuído o bastante, mas foi bom estar com você.
    Ser seu amigo. “

    Nessa ida para a casa de praia de Max (François Cluzet – o mesmo de “Intocáveis”), começam a ser revelados vários segredos e pequenas mentiras que uns contam ou tem com os outros.

    O filme vai se desenvolvendo de uma forma que você se apega aos personagens. Como se fossem seus próprios amigos, com suas dores, manias, verdades ou ilusões. Desde aquele amigo que é apaixonado pela ex-namorada e não desiste nunca, passando pela amiga que foge de qualquer compromisso mais sério, até aquele outro que tem suas manias e implica com tudo.

    Assim é “Até a eternidade”. Com uma trilha sonora incrível, com pinceladas dos anos 70, vamos compartilhando as inquietudes e loucuras que só podemos fazer quando estamos na presença de amigos. Ou achamos que podemos.

    O longa dirigido pelo já nosso conhecido em alguns filmes Guillaume Canet foi bastante criticado pelo seu roteiro simples. Ao meu ver, a verdade muitas vezes está na simplicidade. Como os grandes mestres do cinema asiático já o fizeram. Mostrar o cotidiano, o correr da vida, as vidas que chegam e as que se vão. Os amores perdidos, os novos amores que surgem, aquela antiga paixão que nunca vai embora. No fim de tudo o que fica é a amizade verdadeira, as lembranças boas e uma inspiração qualquer para algum futuro tranquilo.

    Se você tem meia dúzia de bons amigos vai gostar muito do filme, pois ele nos faz lembrar algumas das histórias que já passamos na vida.

    Trailer:

    Nada melhor que uma quiche para acompanhar um filme francês, né? Quiche sem massa, fiquei pensando que poderia faltar algo, mas foi excelente a idéia. Fica leve e saudável, para pessoas que estão evitando carboidratos na dieta é uma grande pedida.

    Quiche sem Massa

    Preparo: 60 min
    Rende: 2

    Ingredientes

    • 300 g. de cogumelos Paris fatiados
    • 1 cebola fatiada
    • 2 dentes de alho
    • 3 ovos
    • 1 caixa de creme de leite
    • 1 colher de chá de vinagre balsâmico.
    • Queijo parmesão ralado
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino a gosto
    • 2 colheres de manteiga sem sal

    Modo de Fazer

    1. Refogue a cebola na manteiga, adicione o alho e depois de dourados, acrescente os cogumelos e o vinagre balsâmico Deixe cozinhar por mais ou menos 2 minutos. Tempere com sal e pimenta. Aqueça o forno a 180º. Unte 4 ramequins pequenos (os meus tem 8.5 cm) com manteiga e polvilhe com queijo ralado. Coloque o recheio de cogumelos. Em um outro recipiente bata os ovos, junte o creme de leite, a noz-moscada ralada, sal e a pimenta. Agora despeje por cima dos cogumelos um pouco desse creme de ovos, salpique com queijo parmesão em cima e leve ao forno por mais ou menos 20 minutos. Sirva morno com uma salada de folhas de sua preferência.
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    A un metro de ti & Escondidinho com Purê de Couve-flor

    “A un metro de ti” é um filme chileno de 2007. Temos aqui o ator Fele Martínez já mais velho (o eterno Oto de “Os amantes do círculo polar”, de Julio Medem, que também vimos dirigido por Almodóvar em “Má educação” e “Fale com ela”), é muito bom vê-lo amadurecido e cada vez mais competente atuando. Comecei a assistir esse filme sem nenhuma pretensão culinária, muito menos sentimental. Nos primeiros 10 minutos já estava completamente conquistada pela história.

    A cozinha popular é a base de tudo.
    Esta é a nossa história.
    Um país pode ser entendido por sua comida, suas misturas.
    O que seria da omelete espanhola sem a batata chilena?
    Estes chefes de revista que repetem receitas estragam tudo.
    Como podem querer que exista apenas um molho à bolonhesa?
    Se deve haver um em cada casa bolonhesa.
    Se realmente for de lá mesmo.
    E além do mais todos cozinham de maneira diferente.
    Por que cozinho com a alma e nunca estamos do mesmo jeito.
    Nenhum dos meus pratos saem iguais.
    Depende de como eu me sinto.

    O filme inicia no dia da inauguração do metrô de Santiago. Duas crianças se perdem dos pais. O rapaz que trabalha no administrativo do trem resolve tirar uma foto delas pra imortalizar o momento: as primeiras crianças que se perderam na estação. Essa foto acaba nos jornais. E é esse recorte que Sebastián guarda com ele até hoje. Ele era o menino da foto.
    No momento atual, Sebastián é um cozinheiro, ele comanda um restaurante pequeno e agradável no centro da cidade, que carece de lugares assim, como a casa da gente. Achei sensacional o nome do lugar: “Alioli” (alho & óleo) – não é uma queridice?

    Sebastián prima pela comida honesta, caseira, saborosa. O restaurante serve um prato do dia,conforme há disponibilidade no mercado e o valor que se tem em caixa. As coisas não vão muito bem.
    A namorada e sócia dele é uma chef de cozinha que trabalha no ramo de Hotelaria. Existe um abismo entre os dois, talvez pelos ideais serem opostos, ele com a cozinha caseira, ela com a industrial.

    Em um belo dia, ele está indo jantar na casa dela, dentro da bolsa carrega uma garrafa de azeite que o pai lhe mandou da Espanha. Era um presente pra ela. Uma moça deveras abalada esbarra nele no meio do metro, a bolsa cai e a garrafa quebra. Gentilmente, ele pergunta se ela está bem. Ela começa a chorar, porque naquele dia perdeu o emprego e a vida dela está um caos. Nesse momento ele entrega a ela um panfleto do restaurante e a convida para aparecer qualquer dia, para almoçar por conta da casa.

    Minha vida está muito complicada.
    E não quero complicar a vida de ninguém.
    Isto é igual a andar de metro.
    Se sempre faz o mesmo trajeto não sabe onde se perde.
    Eu quero dar um tempo e saber que linha devo tomar.

    Nos próximos dias ela acaba indo ao centro e vai almoçar com uma amiga no simpático restaurante. Começa ali uma amizade que vai levando a outra coisa. Ele convida ela para trabalhar ali, pois odeia a parte burocrática do negócio. Ela aceita. Ela se separa. Ele já está com um relacionamento abalado. E assim continua a história das duas crianças que se perderam na estação do trem.

    Não entendo o sol de agosto em seus pés,
    não entendo os olhares para trás.
    Se quando nos cruzamos ao voltar…
    Estamos cada vez mais próximos do amor.
    Não entendo as migalhas sobre a mesa.
    Não entendo as distâncias do querer.
    Se quando parecemos distantes…
    estamos cada vez mais próximos do amor.
    E cada vez mais perto…

    Para o filme de hoje eu fiz um Escondidinho de carne com purê de couve-flor. É aquela coisa do filme: vá para cozinha e prepare algo com o que você tem no dia. Era o que eu tinha e acabou saindo uma refeição no maior estilo comfort food. Se você nunca fez purê de couve-flor, vai se encantar com o sabor suave que ele tem. Combina muito com tudo e ainda por cima é super saudável. Vamos lá?

    escondidinho couve flor

    Escondidinho de Carne com Purê de Couve-flor

    Preparo: 40 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 1/2 couve-flor
    • 3 colheres de sopa de creme de leite
    • 1/2 cebola pequena picadinha
    • 1 dente de alho
    • Sal a gosto
    • Noz moscada
    • 300 gr. de carne de sua preferência (usei alcatra)
    • 1 xíc. de água fervente
    • 2 colheres de azeite de oliva
    • 1/2 cebola picadinha
    • 1 dente de alho
    • 1/2 pimentão amarelo em finas tiras
    • 10 tomatinhos cereja
    • Sal a gosto Pimenta do reino a gosto
    • Salsinha picada Queijo parmesão ralado
    • Queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Primeiro faça a carne dourando bem em azeite de oliva. Quando estiver bem coradinha, coloque a cebola e o alho. Refogue por uns 2 minutos. Junte o tomate e a água e deixe cozinhar em fogo baixo até que a carne esteja bem molinha, quase desfiando (cerca de 20-30 minutos, dependendo da carne que usarás). Quando estiver no ponto, adicione os pimentões e deixe por mais alguns minutinhos. O caldo também já deve ter diminuído um pouco. Adicione a salsinha picada e reserve. Para você fazer o purê comece colocando em uma panela com água fervente a couve-flor, até que ela amoleça. Em uma frigideira pequena, doure o alho e a cebola. Escorra a couve-flor, deixe que esfrie por alguns minutos. Em um processador de alimentos (ou no liquidificador) coloque a couve-flor e triture até conseguir uma consistência cremosa. Adicione a cebola e o alho já refogados anteriormente. Agora é a vez do sal e o creme de leite. Bata mais umas vezes até que se transforme em um purê. Comece a montagem dos escondidinhos, pegue dois ramequins ou panelinhas pequenas (foi o que usei) e coloque a carne. Em seguida adicione o purê e finalize com o queijo ralado e noz moscada ralada. Leve ao forno pré-aquecido a 180º até que o queijo derreta. (cerca de 15 minutos)