Comédia

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    Um Santo Vizinho & Hot Roll de Shimeji

    Faz mais de 5 meses que não posto nada por aqui e, se vocês querem saber, não me orgulho nada disso. Estive passando por um bloqueio criativo. Eu vi filmes, fiz comidas e fiquei guardando tudo em rascunhos porque eu não sabia como começar a dizer as coisas que estava sentindo sobre. Eu mudei de casa, eu mudei de ares – quem acompanha o Instagram do blog tá sabendo de todos os detalhes – e estou me sentindo plenamente pronta para o novo (ou ainda voltar as coisas que eu gosto de fazer, como isso aqui). Espero que a partir de hoje, desse post, eu consiga voltar a postar com a mesma vontade de antes. Escolhi então falar sobre o filme que praticamente vi Charles Bukowski na tela, sem ser ele propriamente dito. Vou contar pra vocês sobre o filme Um santo vizinho que acompanha uma receita de algo muito bom: um sushi vegetariano. Para os amigos veganos, pode retirar o cream cheese e adicionar fatias de tofu que fica uma delícia também. Vamos lá?

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    Nos primeiros minutos de Um santo vizinho (St. Vicent), eu comecei a achar que ou eu estava louca, ou estava vendo na tela a personificação de Henry Chinasky . O alter-ego do escritor Charles Bukowski (my precious) estava na minha frente.

    Bill Murray é Vincent, um senhor já mais velho, com uma vida pra lá de desregrada, que vive entre bebidas, prostitutas russas e corridas de cavalo (mais uma referência a Buk).

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    Vicent é um homem de humor ácido e mal humorado, com suas camisas brancas quase amareladas, sempre fumando e bebendo alguma coisa, uma pessoa para quem a vida já deu tudo o que tinha que dar. Está ali só pra ir vivendo o resto dela, com um total pessimismo bem característico da história do nosso Dirty Old Man.

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    Um belo dia, um caminhão de mudança bate na árvore que fica na frente da casa dele, e então somos apresentado a Maggie sua nova vizinha. Melissa McCarthy encara uma recém separada mulher, que se mudou para a casa ao lado com o filho, o pequeno Oliver.

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    Oliver e Maggie estão ainda se acostumando a nova rotina, ela trabalhando muito para poder sustentar a casa e ele seguindo a vida de estudante. O que acaba acontecendo é que um dia ele tem a mochila roubada na escola, depois de uma briga, e não tem como entrar em casa. A mãe está no trabalho, então ele apela para o excêntrico vizinho. Pede a Vincent se pode dar um telefonema para a mãe. Ele, que não estava acostumado a conviver com crianças e amizades próximas, deixa o garoto fazer a ligação…mas deixa claro que é só um telefonema e vá logo embora.

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    Começa aí uma bela relação entre eles quando Vincent propõe à mãe que ele fique de ”babá” do menino enquanto ela está no trabalho, já que está falido e qualquer dinheiro é bem vindo.

    – Gosta dele?

    – Ele é interessante, de um jeito invocado…

    O que vemos então é aquele velho rabugento (em uma atuação incrível de Bill Murray) derreter o coração em muitos episódios que passa com o inteligente e cativante Oliver.

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    Com o passar do filme vamos acreditando um pouco que nem todo durão é realmente um insensível, mas sim, isso acontece porque o que lhe faltava era um pouco de amor…e isso o pequeno menino sabe dar muito bem.

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    Belo filme, além de uma trilha sonora inspiradora, o final é uma das coisas mais bonitas da vida. Aquela velha coisa do reconhecimento, de apesar de tudo que a vida nos transformou, a nossa essência segue a mesma.

    Trailer:

    Em uma cena, Vincent pergunta ao menino se ele está com fome e oferece bolachas com sardinha para ele, diz que é tipo sushi e essa foi a inspiração para a receita do post de hoje.

    Já que não como mais carne de nenhum tipo (e sim, peixe é carne!) vamos a uma receitinha de sushi vegetariano.

    Não perde nada para o convencional, sendo ainda bem mais saudável e com animais correndo felizes pela nossa vida, ao invés de serem nossas comidas.

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    Hot Roll de Shimeji

    Preparação: 90 min
    Cozi: 30 min
    Serve : 24 peças

    Ingredientes

    • 1 xíc. de arroz para sushi (usei o curto)
    • 1 xíc. de água

    Para temperar o arroz:

    • 6 colheres de sopa de vinagre de arroz (ou tempero para sushi da Azuma)
    • 2 colheres de sopa de açúcar
    • 1 colheres de sopa de mirim
    • 1/2 colher de chá rasa de sal

    Para montar:

    • 150 g de cogumelo shimeji fresco
    • 1 colher de sopa bem cheia de manteiga
    • 2 colheres de sopa de molho de soja
    • 1 colher de chá de açucar
    • 100 g de Cream cheese de sua preferência

    Para empanar/Fritar:

    • 1/2 xíc. de cerveja gelada
    • 8 colheres de farinha de trigo
    • 150 g de farinha de mandioca fina ou Panko
    • Óleo de girassol para fritar

    Modo de Fazer

    1. Primeiro você tem que lavar o arroz até a água sair translúcida. Faça isso quantas vezes forem necessárias. Depois disso, deixe o arroz de molho por 30 minutos. Passado esse tempo, escorra a água e coloque o arroz para cozinhar em 1 xícara de água em fogo alto até levantar fervura. Baixe o fogo e deixe por mais 15 minutos com a panela tampada. Verifique se a água secou completamente, desligue o fogo, cubra com um pano limpo e deixe descansar por mais 10 minutos. Coloque o arroz em uma travessa grande (de preferência a um recipiente não térmico, como plástico, metal, para que o calor se dissipe rapidamente) então comece a temperá-lo e inciar o processo de esfriamento.Em um recipiente misture o sal, açúcar e o vinagre. Vá jogando em cima do arroz a mistura e não pare de mexer com movimentos gentis, para não quebrar os grãos. Se quiser usar o auxílio de um ventilador será mais rápido o processo. Fique mexendo o arroz até que ele esfrie completamente. Reserve com um pano úmido em cima.
    2. Derreta a manteiga em uma frigideira e passe os shimejis. Quando começarem a murchar acrescente o molho de soja e o açúcar. Refogue por mais alguns minutos, desligue o fogo e reserve.
    3. Forre uma esteira de enrolar sushis com um filme ou saquinho plástico, Coloque a folha de nori. Com as pontas dos dedos umedecidas na água, vá colocando o arroz, com mais ou menos 0,5 cm de altura, deixando 2 dedos da borda para fechamento. Na parte superior, coloque o shimeji e o cream cheese em cima. Agora chegou a hora de enrolar o sushi. Vá enrolando e apertando, até chegar no final. Molhe as bordas com um pouco de agua e enrole até o fim.
    4. Misture a cerveja com 6 colheres de farinha de trigo até ter uma pasta densa.
    5. Ok, rolls prontos, vamos empanar. Coloque as outras colheres de farinha de trigo em um prato.
    6. Passe os rolls na farinha de trigo e depois mergulhe na pasta de cerveja, em seguida passe na farinha no panko.
    7. Frite em fogo médio. Vá rolando ele pela frigideira até que estejas com a massa toda dourada. Coloque para escorrer o óleo em um recipiente com papel toalha. Para cortar direitinho, molhe o fio da com água, para que não grude o arroz, corte ao meio, depois em 2, depois em mais 2 novamente e terás 8 hot rolls o/.
    8. Coloque para escorrer o óleo em um recipiente com papel toalha.
    9. Para cortar direitinho, molhe o fio da com água, para que não grude o arroz, corte ao meio, depois em 2, depois em mais 2 novamente e terás 8 hot rolls.
    10. Sirva com cebolinha picada, molho tarê ou shoyu.
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    A Grande Beleza & Risoto ao funghi na panela de pressão

    A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino é uma grande história sobre e a vida e arte. Os amantes do cinema italiano já estão acostumados com essa temática, e quase nos soa como uma homenagem a Fellini (La Dolce Vita), Rosselini (Roma, cidade aberta) ou ainda a Antonionni (A noite). O sétimo filme de Sorrentino é uma aula de direção, não é por acaso levou o prêmio como melhor filme no Oscar, Bafta e Globo de Ouro, entre outros. Só perdoo não ter ganho a Palma de Ouro em Cannes, porque nesse ano ficou com La Vie d’Adèle. Aquele momento que você queria que os dois filmes não tivessem sido feitos no mesmo ano, pois ama ambos.

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    Eu amo esse cara, sério. Consegui assistir todos os filmes dele e, aos poucos, vou colocando aqui para vocês. Sorrentino é genial, consegue mostrar uma Roma epicamente vulgar nesse filme. Fazendo com que toda a ”vida de plástico”, hipocrisias e faniquitos, que existem na sociedade sejam expostas de uma forma astuta e bem resolvida. Duro, seco, e por isso, tão real.

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    Não há nada mais realmente glamouroso do que detonar o próprio ser social (do estilo: todo mundo é feliz no Facebook, sacam?), demonstrando todos os macetes que as pessoas usam para se manterem no topo. E o que realmente é estar lá em cima? É ter uma vida cheia de festas, convites, roupas caras, maquiagens ricas e amigos descolados, ou é poder fazer o que se quer da vida e ser feliz dentro da simplicidade de si mesmo? E Jep, personagem principal, vivido intensamente pelo ator GENIAL Toni Servillo é um dos seres mais elegantes já visto na tela. Ele praticamente é o que seria, mais velho, Marcello Mastroiani, nos personagens de Fellini.

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    “Viajar é muito útil e estimula a imaginação. Tudo o mais é desilusão e dor. Nossa própria viagem é inteiramente imaginária. Essa é sua força. Ela vai da vida à morte. Pessoas, animais, cidades, coisas, tudo é imaginação. É um romance, simplesmente uma ficção narrativa”
    (Viagem ao fim da noite – Louis-Ferdinand Céline)

    O filme conta a vida de Jep Gambardella, um jornalista que está comemorando seus 65 anos e reflete sobre toda a sua história. Circulando pela agitada vida social romana, ele que publicou o seu único (e elogiadíssimo) livro aos 20 anos não conseguiu mais escrever desde então. Dedica-se ao jornalismo cultural e às colunas sociais. Festas, sociedade e aparências. Porém, quando se dá conta do estágio da vida em que está, ele começa a se indagar sobre o porque desse bloqueio com a escrita ( como em Oito e Meio, de Fellini, e o personagem Guido, mais uma vez Mastroianni) .

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    Nesse nosso mundo de hoje, de altas exposições gratuitas, que estão por todos os lados, das redes sociais, até as noites das boates e bares, das festas que só entram os VIPS, onde está a verdadeira beleza se é tudo tão glamouroso, porém vazio?

    “Como posso escrever sobre isso?” – indaga a si mesmo Jep ao olhar os amigos em uma festa em sua casa.

    Isso é o nada. E como eu posso escrever sobre o nada se nem Flaubert conseguiu?

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    E onde está a grande beleza? Está na vida, na arte, na morte? Em uma das falas finais, Jep faz você ficar com vontade de rever o filme 30 vezes, pois se dá conta de muitas coisas da sua própria vida e fica pensando em buscá-las ou não mais, apenas deixar com que sua vida seja plena e tranquila, respeitando o que você acha sincero pra si mesmo, pois é apenas um truque.

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    No fundo, é só um truque. Sim, é só um truque.

    Funghi, o tal do funghi, quer coisa mais italiana que isso? Por isso ele que acompanha a receita de hoje, vamos lá?

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    Risoto ao funghi

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 20 min
    Serve: 4 pessoas

    Ingredientes

    • 2 xícaras de arroz arbóreo
    • 3 xícaras de caldo de legumes
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
    • 1 colher de sopa de shoyo
    • 50 g de funghi
    • 200 ml de agua quente
    • 2 colheres de sopa de manteiga’
    • 100 g de queijo parmesão ralado

    Modo de fazer:

    1. Coloque o funghi pra hidratar na agua quente.
    2. Em uma panela de pressão aqueça o azeite de oliva e refogue a cebola até ficar corada. Adicione o alho.
    3. Jogue o arroz e deixe refogar. Jogue o caldo, todos os temperos e feche a panela. Quando começar a pressão conte 6 minutos e desligue.
    4. Deixe a pressão sair e abra a panela.
    5. Acrescente o funghi com o caldo e mexa por mais uns minutos,
    6. Desligue o fogo, jogue a manteiga e o parmesão e mexa bem. Sirva em seguida.
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    Master of None & Macarrão ao Molho Pesto

    Master of None é daquelas séries gostosas que você não consegue parar de assistir até o último episódio que estiver disponível na Netflix. Quando termina a primeira temporada você pensa: cadê, quero mais!

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    A série é criada e protagonizada por Aziz Ansari. Ele é bem conhecido nos Estados Unidos pelos seus stand ups (tem alguns disponíveis na Netflix) e pela série Parks & Recreation (que ainda não assisti).

    Na série ele é um ator americano, de origem indiana que procura colocação no mercado, a principio ele só consegue papéis secundários em comerciais de tv, mas o que ele quer mesmo é ser astro de um bom filme. Nessas idas e vindas a gente morre de rir com a exposição que ele dá ao preconceito que existe sobre atores indianos, que sempre fazem papeis do ”cara indiano”.

    Você tem que aprender a tomar decisões, cara…

    E quem não tem alguns melhores amigos que estão sempre junto com a gente, que são excêntricos e absolutamente necessários em nossas vidas? Pois Dev tem Denise, uma lésbica muito doida, Brian o chines e o melhor, ao meu ver, que é o amigo nerd-bobalhão-sensível Arnold.

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    Os amigos em casa assistindo a Sherlock

    Arnold se apega a um bicho de pelúcia ou a um sofá. Pensa na queridice insana do personagem. ARNOLD TCHAMAMUS. Surtos a parte, seguiremos com o post.

    Voltando ao Dev, além de todos os problemas no trabalho, amigos doidos, ele tem mais uma questão na vida: achar um amor. Quem nunca? Porém, ele tem algumas restrições engraçadas: não pode falar como Cartman e nem pode ser vegetariana (desculpa aí, Dev!). Nessas idas e vindas, ele conhece uma menina no Tinder e eles tem, digamos assim, uma noite meio que desnecessária: acabam indo pra casa dele, a camisinha estoura e eles vão a uma farmácia comprar a pílula do dia seguinte. Depois desse dia não se encontram mais por um tempo, e acabem se achando por acaso em uma festa tempos depois. E agora? Ela está namorando um outro cara. Pois é, segue o baile.

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    Os pais dele são um caso a parte. E o pior vocês não sabem: os pais dele na série são os pais dele DA VIDA real. E aí eu digo que eu adorei tanto aquele pai dele com suas verdades tão simples e objetivas, que penso: baita sacada ter colocado os próprios pais na série, pq deu uma coisa muito realista, que tu acabas querendo ser amiga de toda aquela gente.

    Além de tudo isso, Master of None fala sobre assuntos como feminismo, diversidade e preconceitos em geral, de uma forma bem humorada, mas não deixando de criticar alguns absurdos que acontecem na sociedade que vivemos.

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    A série tem direção de fotografia de Mark Schwartzbard (8/10 eps), que escolheu utilizar apenas uma câmera durante as filmagens (mesma técnica usada em Breaking Bad e Six Feet Under) dando ênfase a relação entre os personagens dentro de cada cena. O amarelo e vermelho se destacam nas cenas gravadas na luz do dia e a noite temos sempre tons terrosos, fazendo com que a série toda tenha uma mesma linha de identidade visual, o que transmite um certo conforto para nossos olhos atentos aos detalhes.

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    A série é toda cheia de pitadas gastronômicas, já que, na maioria das vezes, os personagens saem pra jantar ou estão em busca do taco perfeito em NY. Além disso, Dev ganha uma máquina de fazer massas caseiras, pensa, e foi daí que saiu a ideia do post de hoje. Porque minha gente, é tão bom produzir a própria massa! Tem outro sabor, tem amor.

    Trailer:

    Eu sempre que como massa ao pesto nos restaurantes acho muito forte. Tem um lance que eu acho exagerado, não sei se é a demasia do manjericão ou o excesso de azeite. Então eu nunca tinha feito meu próprio pesto. Inspirada no nosso amigo Aziz eu resolvi fazer o pesto do modo que eu acho que ele deve ser, para o meu paladar. Bem suave, você conseguindo sentir os sabores separados, mesmo juntos. Foi então que eu colhi uns dois galho de manjericão do pé que tem no meu condomínio e comprei um pouco de nozes (porque o pinole tá pela hora da morte $$$ no money, kids) e peguei meu azeite preferido e coloquei tudo para bater com uma boa dose de alho. Foi aí que eu cheguei ao meu pesto suave, com um pouco de queijo parmesão ralado na hora. A receita do macarrão tem no post que fiz do Chef’s table e também em uma versão integral lá no Culinarístico. Vamos ao pesto?

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    Molho Pesto

    Tempo Prep: 15 mins
    Tempo Coz: 10 mins
    Serve: 2 porções

    Ingredientes

    • 100 g de manjericão fresco
    • 2 dentes de alho
    • 100 ml de azeite de oliva
    • 6 colheres de queijo parmesão ralado
    • 6 colheres de queijo parmesão ralado
    • 50 g de nozes

    Modo de Preparo

    1. Coloque todos os ingredientes no processador de alimentos (ou no liquidificador – bata no pulsar) e bata por alguns minutos até ficar na consistência da foto.
    2. Com o macarrão já cozido, escorra a agua e misture o molho pesto, com o fogo ligado no mínimo e mexa para incorporar todo o molho.
    3. Rale um bom parmesão em cima e é só comer =0)
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    Amores Expressos & Panqueca de Cenoura

    O diretor Wong Kar-Wai tem uma coisa com números. Temos as datas de validade nas latas de abacaxi, temos o quarto 2046, temos amigos daquela exata hora em Days of being wild, temos enfim o policial 633 (beijos Dai!) e o 233 em Chungking Express. Talvez porque os números marquem exatos momentos que a gente tem com alguém. Números de telefone, aquele endereço, o dia do aniversário daquela pessoa, uma matrícula da faculdade, um ano que vivemos juntos. Se formos pensar, em tudo temos números e lembrar deles traz uma certa nostalgia. É, isso é Wong Kar-Wai, como as chaves deixadas no café em Blueberry Nights. São as pequenas coisas que significam muito.

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    Em Chungking Express (no Brasil “Amores Expressos”) temos duas histórias. Uma do policial 233 chamado He Qiwu (Takeshi Kaneshiro) que frequenta diariamente a lancheria Midnight Express e acaba ficando amigo do dono do lugar.

    He Qiwu está visivelmente machucado pelo final de sua relação de 5 anos com sua ex-namorada May. Tentando superar tal fato ele começa a comprar 1 lata de abacaxi em conserva por dia, durante 1 mês, todas com data de vencimento em 1 de maio de 1994. Ele dá um prazo a si mesmo, caso ela não volte até essa data, ele vai tratar de desistir da relação com a ex e esquecê-la.

    [blockquote size=”third” align=”right”] Se o amor tem um prazo de validade, então que dure dez mil anos.[/blockquote]

    Paralelamente ele acaba conhecendo uma loira misteriosa em uma boate e com ela troca as mais diversas confidências sobre a sua sofrência pela ex-namorada. A loira é vivida pela atriz Brigitte Lin, e em nenhum momento ela revela algo sobre a sua vida.

    Porém, as cenas que seguem nos mostram que ela é uma criminosa que trafica drogas, mata pessoas, rapta crianças, envolta em toda uma atmosfera misteriosa, com seu trend-coach muito bem amarrado. Essa relação dos dois acredito que tenha sido colocada ali só para demonstrar a solidão das pessoas, já tão desiludidas com a vida e com o amor.

    Aquele momento que parece que não há nada mais a temer, nada tem mais graça, se não se tem o amor.

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    Kar-Wai nos coloca dentro de uma Hong Kong pra lá de cosmopolita e ao mesmo tempo, coloca em xeque toda a solidão de seus personagens, mesmo estando em um lugar sempre cheio de muita gente.

    As corridas de He Qiwu, onde ele diz que precisa suar bastante para não sobrar água para lágrimas, a impaciência do cão com ele, que parece não aguentar mais ele reclamando de tamanha desilusão, a relação dele com a loira misteriosa que não leva a lugar nenhum, fazem do personagem de Takeshi Kaneshiro um dos mais envolventes (e muitas vezes engraçados) do filme.

    Kar-Wai corta dali essa história, pois ele não está afim de nos dizer o que tem que ser feito, nem dar discursos sobre como superar um amor perdido, ele quer mostrar como as coisas acontecem e como as pessoas reagem a elas.

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    Então surge uma outra história que começa também na lancheria Midnight Express. Conhecemos então o Policial 633 vivido pelo ator Tony Leung – nosso musoh master se tratando de filmes de Kar-Wai, Tony nunca decepciona.

    Policial 633 também está sofrendo por amor. Ele foi deixado pela namorada, uma aeromoça linda vivida pela Valerie Chow. Nas suas idas a lanchonete, acaba por se deparar com a nova atendente do local, Faye (Faye Wong). Ela é sobrinha do dono e tem um sonho muito engraçado (e que não esconde de ninguém): quer conhecer a Califórnia e por isso, ela vive a vida toda escutando a música Califórnia Dreaming, em alto e bom som, não importa se tem clientes ou não para atender.

    Faye nutre uma queda pelo Policial 633, que insiste em não querer ler a carta que a ex deixou pra ele na lanchonete. O momento que ele fica frente a frente com a carta é uma das cenas mais bem filmadas do cinema. Kar-Wai acelera o exterior e deixa o ator quase que em câmera lenta, tomando um café. Um momento pensativo, como se o mundo a sua volta não tivesse mais sentido e só o foco de sua dor fosse o necessário. Genial, genial!

    Faye, por sua vez, dá uma de Amelie Poulain, ou melhor, como o filme é anterior (1994) ao filme francês (2001), diria que Amelie que se inspirou em Faye. Ela fica com as chaves que a ex deixou junto com a carta e vai a casa do policial limpar, redecorar, dar uma alegria ao ambiente, sem que ele saiba de nada. Ela quer apenas que ele se sinta mais confortável e feliz.

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    Kar-Wai consegue fazer uma obra prima para o cinema, que reúne desde uma fotografia memorável, em parceria com Chris Doyle, uma trilha sonora interessante e coerente com cada momento, além das metáforas como as latas de abacaxi, que servem como um marco para resolver a vida, até com as conversas do Policial 633 com seu bicho de pelúcia em casa e também com o sabonete. De forma até engraçada, ele consegue nos passar a solidão das pessoas nas grandes cidades, que apesar de estarem na correria do dia-a-dia, tem uma vida toda pessoal que por vezes não é tão fácil assim quando parece ou, melhor dizendo, ninguém presta muita atenção no outro. Chungking Express é um bálsamo do início ao fim, um dos meus filmes prediletos desse diretor chinês.

    Trailer:

    No filme não tem panquecas, mas tem uma salada que o Policial 633 sempre vai comer lá. Como eu achei sem graça postar uma salada, resolvi postar uma receita com algo bem saudável que é panquecas recheadas com cenoura e ricota. E panqueca é amor, né, gente, então vamos lá! Adaptei dessa receita da Rita Lobo, e meus amigos, receitas dela sempre dão certo. Pode confiar.

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    Panqueca de Cenoura com Ricota

    Tempo de preparação: 60 min
    Tempo de Cozimento: 30 min
    Rendimento: 10 a 12 discos

    Ingredientes

    • 1 1/2 xíc. de leite
    • 1 xíc. de farinha de trigo (usei 1/2 integral, 1/2 branca)
    • 1 xíc. de farinha de trigo (usei 1/2 integral, 1/2 branca)
    • 2 ovos
    • 1 colh. (chá) de sal
    • Manteiga ou óleo de canola para untar
    • 2 cenouras médias raladas
    • 1/2 ricota esmagadinha
    • 1 bom punhado de salsinha picada
    • 1 colh. de sopa de manteiga
    • Sal, pimenta do reino a gosto
    • Para o bechamel: 1/2 litro de leite
    • 1 1/2 colher de farinha de trigo
    • 1 1/2 colher de manteiga
    • 1 pitada de sal
    • Noz-moscada e Pimenta do reino

    Como fazer?

    1. No liquidificador coloque o leite, os ovos, o sal e a farinha. Bata até que a mistura fique bem lisinha. Deixe descansar por 20 minutos.
    2. Prepare o recheio enquanto isso: rale a cenoura, doure a cebola e o alho picados no azeite, acrescente a cenoura e os demais temperos e por fim a ricota.
    3. Depois do tempo do descanso da massa (e com o recheio já pronto), aqueça uma frigideira antiaderente, de fundo grosso e espalhe um pouquinho de óleo ou de manteiga. 3. Dê uma boa mexida na massa. Levante a frigideira e com a outra, coloque a massa com uma concha média (que também serve de medida). Faça um movimento circular com a frigideira para cobrir todo o fundo. Coloque a frigideira sobre o fogo baixo e, quando as bolhas começarem a aparecer, vire a massa para dourar do outro lado com auxílio de uma espátula de borracha. O processo todo leva menos de 3 minutos por disco. Transfira para um prato, espalhe mais um pouquinho de manteiga ou óleo na frigideira e repita o procedimento, até terminar a massa.
    4. Para o molho Bechamel: Numa panela grande, derreta a manteiga. Junte a farinha e mexa vigorosamente com a colher de pau, por cerca de 2 minutos. Essa misturinha é chamada de roux e serve para engrossar molhos em geral. Coloque o leite gelado de uma vez e, com a ajuda de um batedor de arame, misture bem, até levantar fervura. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos, mexendo de vez em quando. No fim, tempere generosamente com noz-moscada, sal e pimenta-do-reino moída na hora. Truque: se o molho empelotar, bata no liquidificador e volte à panela.
    5. Montagem: coloque umas 2 colheres de recheio na ponta da panqueca e enrole. Depois é só jogar o bechamel em cima e salsinha! Pronto, podemos comer =)
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    Obvious Child & Pão de Alho

    Donna Stern (Jenny Slate) é uma comediante que não tem muito sucesso em suas apresentações. Em uma bela noite ela leva um fora do namorado no meio do banheiro do bar que trabalha (oi?), é despedida do emprego e apesar de toda porcaria que está acontecendo na vida dela, ela acaba conhecendo Max (o fofo Jake Lacy, nosso querido Mr. Parker de Girls! Beijos Dai!).

    Os dois começam a conversar, beber e a sintonia entre eles é incrível. Max um rapaz doce e acolhedor que acaba levando ela pra casa. Entre danças frenéticas no meio da sala, beijos queridos e risadas meigas, os dois acabam dormindo juntos.

    No dia seguinte Donna vai embora sem se despedir. Claro, a pessoa acha que a vida já está uma desgraça, acaba fugindo de algo que pode ser bom. Quem nunca, né?

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    Alguns dias depois, ela está experimentando roupas em uma loja com a melhor amiga e se dá conta que pode estar grávida. Entre flashbacks e desesperados comentários ela resolve fazer um teste de farmácia. Piores minutos da vida da pessoa que espera para ver se as tirinhas dirão que é positivo ou negativo.

    O filme toca no âmago da questão do aborto: nenhum aborto é planejado. Ninguém resolve ficar grávida para poder abortar. Obvious Child lida muito bem com essa questão polêmica e consegue desenvolver o assunto de uma forma aberta, sem carregar dogmas, nem preceitos religiosos, mostrando como a coisa acontece de fato, em um país onde o aborto é uma coisa LEGAL, coisa que o Brasil deveria aprender com. Apenas alguns filmes conseguiram abordar esse assunto com tamanha realidade e, ao mesmo tempo, sem parecer um documentário, me veio em mente “Blue Valentine“, que é outro filme que trata de uma forma bem bacana esse assunto, apesar de um pouco mais dolorosa.

    O filme trata o aborto totalmente na visão da mulher, mostrando que ela faz a escolha do que quer fazer de sua vida. De maneira leve, sem aquele tom de revolução ou discussões, ele mostra o que leva uma pessoa a tomar tal decisão, como sustenta isso e depois como lida com a vida.

    Tem momentos de humor, tensão e de alegrias. O final é a coisa mais epic fofa do mundo. Vale cada minuto.

    Hoje vou trazer para vocês um pão de alho que costumo fazer quando tem churrascos, jantas, petiscos ou qualquer coisa comível que envolva pão e alho. É fácil e eficiente.

    Porque pão de alho? Por que no filme eles estão em um restaurante e o Max ESQUENTA na mão a embalagem da manteiguinha para ela passar no pão. Pensa a fofura e gritos histéricos nessa cena, pois o cara é muito queridão. Aprendam meninos.

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    Pão de Alho

    Tempo Prep: 15 min
    Tempo Coz: 15 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 1/2 tablete de manteiga (em temperatura ambiente)
    • 1/4 xíc. de salsinha picada
    • 3 colheres de sopa de alho triturado
    • 1 pitada de sal (caso a manteiga já seja com sal, eu não uso mais sal na receita)
    • 4 pães franceses

    Modo de Preparo

    1. Comece misturando a manteiga, alho e salsinha. Faça uma pastinha bonita. Corte o pão em fatias, só que sem ir até o final, deixando ele grudadinho na base.
    2. Aqueça o forno a 180º. Passe a pasta de alho no meio das cavidades do pão, coloque em uma forma e leve ao forno quente por uns 10-15 minutos.
    3. Sirva com uma cerveja bem gelada 😉
  • Comédia,  Drama,  Salgados,  Suspense

    Relatos Selvagens & Batata a Cavalo

    Relatos Selvagens é um daqueles filmes que te dá uma espécie de catarse. O filme de 2014, dirigido por Damián Szifron, traz 6 histórias de um dia de fúria. Sabe aquele dia que tudo dá errado e você simplesmente toca o terror porque a vida já deu tudo o que tinha que dar e está ainda te pedindo paciência? Pois é, todos já passamos por isso.

    Filme isto, Nestor!
    Nestor, filme isto, por favor!
    (Romina, melhor louca)

    Confesso que terminei de assistir o filme com aquela sensação de simplesmente ”não sou obrigada” a passar por algumas coisas na vida e dá vontade de falar altas verdades para quem merece ouvir. Surtos a parte, digo: ASSISTAM.

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    São 6 histórias distintas. Tudo começa com uma viagem de avião onde de repente, todos os passageiros se dão conta que conhecem uma pessoa em comum. Como assim? isso só poderia ser uma armadilha. E é. Esse começo do filme, com final incrível, já te faz dar pulos da poltrona de emoção.

    Na sequência temos o episódio do restaurante (do qual saiu a receita do post), onde um homem chega no estabelecimento vazio em uma noite chuvosa. Ao avistar o moço, a garçonete se dá conta que é o mesmo homem que arruinou sua família há alguns anos. Ele não lembra dela, porém, ela nunca o esqueceu.

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    Grande atuação da cozinheira, interpretada por Rita Cortese, que dá um show de vontade de vingança ao querer colocar veneno nas batatas, contrariando a moça que, apesar de ter muito ódio do cara, ainda preserva uma certa noção da vida. O que será que ela fez?

    Ainda temos uma história de um pai que tenta salvar o filho que cometeu uma atrocidade, atropelou uma grávida e não prestou socorro, fugindo com o carro ensanguentado da família. Num ato de covardia, ele resolve fazer uma oferta ao caseiro para que assuma a culpa do ato. Será que ele aceitou?

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    Para mim, a história mais angustiante foi a que mostra em uma estrada, um homem com um carro importado, pelo que vemos um executivo cheio da grana, que se irrita ao passar por um outro motorista, que com seu carro velho fica fazendo zigue-zague na pista, o impedindo de ultrapassar. Fato é que ele xinga muito o cara, com palavrões e gestos humilhantes, finalmente passa a frente dele e vai embora. Ele só não esperava que o pneu do carro dele furaria logo mais a frente. O que acontece depois disso é uma das cenas mais tensas que já vi em um filme.

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    E Darín? Cadê Ricardo nessa história toda? Darín, interpreta Símon, um engenheiro de demolições que tem seu carro guinchado exatamente no dia do aniversário da filha, ao estacionar o mesmo em frente a confeitaria que foi buscar o bolo para a festinha. Aqui temos a personificação de um Michael Douglas argentino em “Um dia de fúria”. Ele perde o aniversário da filha, a mulher pede o divórcio e o carro dele é guinchado novamente. Revoltado contra o sistema robótico dos atendentes do centro de transportes, Símon bola um plano para se vingar de toda essa burocracia infeliz. Não esqueçam que ele é engenheiro de demolições com explosivos. Imaginem o que pode ser feito com isso.

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    Por fim temos o casamente de Romina. Seria o evento perfeito se, no meio da festa, ela não se desse conta que a moça que está em uma das mesas, onde só tem colegas de trabalho do noivo, está a dona do telefone que ela viu no celular do noivo e desconfiou certa vez. Depois de uma sagaz ideia de ligar para o número e vê-la atender, Romina tem um surto totalmente freaking out e começa a fazer do casamento uma grande celebração de verdades.

    Beirando a loucura, Romina com muito humor negro e ironias faz da própria festa um momento de horror total. Será que serão felizes para sempre mesmo assim?

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    “Papas a caballo” é uma receita típica da culinária argentina. Essa receita surgiu no bairro de Chacarita, onde estava a primeira fábrica de geladeiras gás que existia no país. Como os trabalhadores eram muitos e tinham bastante fome, a cozinheira resolveu fritar muitas batatas e ovos para serví-los. Quando eles chegaram ao refeitório ela resolveu colocar os ovos fritos em cima das batatas e assim surgiu o prato. Eu nunca tinha comido isso assim e confesso para vocês que é uma delícia.

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    Batatas a cavalo

    Tempo Prep: 90 min
    Tempo Coz: 30 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 400 g de batata asterix (compre as maiores que achares)
    • 1 litro de óleo (usei canola)
    • 2 litros de água
    • 2 ovos (ou mais, se quiseres!)
    • Sal e pimenta do reino

    Modo de Fazer

    1. Coloque uma panela com água no fogo para ferver. Corte as batatas em palitos grossos e vá colocando elas em uma travessa cheia de água para não escurecerem. Quando a água estiver fervendo, coloque as batatas e deixe por 5 minutos. Retire, escorra e coloque em uma travessa que possa ir ao freezer. Leve as batatas ao freezer por 1 hora.
    2. Aqueça o óleo em uma frigideira de bordas altas. Adicione pouca quantidade de batatas por vez. Deixe corar, retire e coloque em um papel toalha. Salgue. O segredo é também não ficar mexendo muito nelas antes que criem a casquinha gostosa.
    3. Frite o ovo, como de costume (eu uso pimenta do reino e sal para temperar), acomode as batatas em um prato e o ovo em cima delas. Agora é só comer!
  • Comédia,  Doces

    Chef & Coulant de Chocolate

    Chef é um daqueles filmes que te deixa alegre. Mesmo. Desde a trilha sonora EXCELENTE, tem cores lindas, com uma fotografia caprichadíssima que te deixa com agua na boca.

    Jon Favreau ficou famoso pela sua direção em O homem de ferro e jamais imaginaríamos que ele criasse um filme tão apetitoso como esse, ainda mais atuando como protagonista. Ao contrário dos filmes de Woody Allen, é muito bom ver o diretor na tela (sim, tive que alfinetar, não resisto).

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    Coulant de chocolate não é um bolo pouco assado,
    não é isso que deixa o centro mole.
    Você pega ganache congelado, põe no meio da massa,
    então o lado de fora assa e o meio derrete.
    Derretido, está vendo? Derretido, imbecil!
    Você não faz nada, o que faz?
    Você senta, come e vomita as palavras
    Para fazer as pessoas rirem.
    Sabe como trabalho duro?
    Sabe como meu pessoal trabalha duro?
    Nos sacrificamos para te agradar e você fica aí jogando
    tudo isso na minha cara?

    Para os amantes da culinária o filme é, literalmente, um prato cheio. Eu fiquei em dúvida em qual receita eu faria para o post, então resolvi ficar com o Coulant de chocolate que deu maior polêmica dentro da película e me deu uma água na boca enorme. As pessoas acham que é um simples petit gateau, mas não minha gente, isso é além de todos os bolinhos com miolo mole que vocês já comeram na vida. Confesso que ultrapassou meu amor pelo Crème Brûlée que era, até então, a minha sobremesa favorita da vida.
    Bom, vamos ao filme?

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    Casper é um chef que trabalha em um restaurante e, na real, já está de saco cheio de seguir o menu da preferência do dono Riva (Dustin Hoffman). Ele não pode ser criativo, não tem espaço, não tem um momento verdadeiro com o chef. No dia que um blogueiro e crítico de restaurantes vai novamente ao seu local de trabalho e começa a criticar via Twitter a comida dele, ele se indigna e vai até a mesa do mesmo e escancara geral sua indignação (leia o fragmento do começo do post). Naquele momento ele vê que aquela vida ali não era mais pra ele. Não era possível criar, ser ele mesmo e ainda por cima ter que aguentar críticas bestas sobre a sua comida.

    Ponto alto para a relação dele com o filho Percy, um guri mais fofo do mundo, que introduz o pai as redes sociais. Em menos de algumas horas, depois do bapho com o crítico ele atinge mais de 2000 seguidores e milhares de compartilhamentos. Ao contrário do que imaginou, ele é demitido. Então começa a saga por sobreviver.

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    Ele então aceita a ideia da ex-mulher (vivida pela LINDA da Sofia Vergara) de montar um food-truck. Ele vai até Cuba e encontra o homem de ferro, brincando, mas é, ele encontra Marvin, vivido por Robert Downey Jr., que o ajuda a realizar o projeto. Não é nada fácil como vocês estão pensando. O tal caminhão está PODRE, precisa de uma baita limpeza, ajuste, decoração, equipamentos, é então que surge o amigo que trabalhava com ele no restaurante para ajudá-lo.

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    Amizade é coisa linda, né gente? Eu confesso que dei uns 2 gritos de alegria quando vi Martin (John Leguizamo) chegando. O nome do food-truck é Cubanos e a especialidade da casa é um sanduíche de carne de porco agridoce, que você pode aprender a fazer nesse link.

    E vamos assim nesse clima, acompanha:

    Depois de uma baita pesquisa na internet cheguei nesse blog que peguei a receita.

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    Coulant de Chocolate

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredients

    • 15ml de água
    • 50ml de creme de leite fresco
    • 15g de manteiga sem sal
    • 30 g de cobertura meio amarga
    • 1 pitada de sal
    • 3 gemas
    • 3 claras
    • 50 g de açúcar refinado
    • 60 g de manteiga sem sal
    • 150 g de chocolate meio amargo
    • 20 g de farinha de trigo

    Modo de Preparo

    1. Vamos começar pelo recheio, que deverá ser congelado em forminhas de gelo. Ferva o creme de leite com a água. Derreta o chocolate com a manteiga no microondas (levou uns 50 segundos em 70% de potencia). Junte tudo, adicione a pitada de sal e coloque em forminhas de gelo. Leve pro freezer.
    2. Agora, meus caros, pegue forminhas de muffin ou ramequins e unte com manteiga. Coloque papel manteiga dentro deles e unte novamente. Leve ao freezer.
    3. Para a massa, misture as gemas com o açúcar. Reserve. Derreta o chocolate com a manteiga no microondas. Em seguida misture as gemas com o açúcar ao chocolate. Bata rapidamente para a gema não cozinhar, mas também nem tão rápido para que não entre muito ar. Junte as claras e por ultimo a farinha.
    4. Bom, agora pegue as forminhas que estão no freezer e coloque metade da massa em cada uma. Leve ao freezer de novo. Espere mais ou menos 30 minutos, dependendo da temperatura do seu, até que ela fique congelada. Após isso você vai adicionar um quadradinho do recheio em cada potinho. Cubra com o restante da massa e leve ao freezer novamente.
    5. Você vai tirar os bolinhos de lá quando for assar, alguns minutos antes de servir. Com o forno a 200 graus, já pre aquecido, leve os bolinhos por cerca de 20 minutos para assar.
    6. Desenforme e sirva ainda quente com sorvete.