Salgados

  • Drama,  Salgados

    Um Dia Muito Especial & Polenta

    O diretor de “Um dia muito especial” Ettore Scola está para o cinema italiano como Ozu está para o cinema japonês. Em Una giornata particolare (título original) ele explora o dia-a-dia dos típicos italianos. Entre as críticas ao governo e a política vigente na época, Scola discorre especialmente sobre duas vidas: de Antonietta e Gabriel.

    Ouça, quando falta a coragem…
    é preciso encontrar forças para reagir logo
    ou nada mais restará do que ficar na pior.
    Entende?
    Ouça! Vamos rir sobre isso!
    Chorar…Pode-se chorar sozinho…
    Mas para rir, é preciso estar em dois.

    Eu considero que esse é um dos grandes filmes do cinema italiano. É perfeito. Não tem nada de mais, nem de menos. É uma aula de cinema, atuação e direção. Cada pedaço dele te leva a algum lugar, a alguma reflexão. É o tipo de filme que me agrada.

    Era 8 de maio de 1938, o dia que Hittler e Mussoline se reuniriam em Roma. Os dois ditadores se encontrariam um ano antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. Chego a sorrir ao lembra do excelente (leia-se perfeito) plano-sequência, o que é uma especialidade de Scola, que nos leva à Antonietta (Sophia Loren). E assim, passamos a conhecer a vida dela, seus seus filhos, o café da manhã tumultuado, ela passando roupa e acordando o marido que reclama. Assim, acabamos por saber completamente quem é essa mulher.
    Típico da cultura da época, Antonietta é uma dona de casa submissa ao marido. Ela cuida da casa, dos filhos, do marido, sem ter vontade própria. Ela faz o que “tem que ser feito”.

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    Enquanto todos se aprontam para ir ao encontro do seu mestre ditador, Antonietta ajuda a todos, arruma os filhos e o marido. Depois que todos saem pode relaxar um pouco. Ela tem um papagaio e quando abre a gaiola para dar comida a ele, o danado foge pela janela. No prédio só temos ela, a zeladora e um homem que mora sozinho, um jornalista, homossexual, que acabara de ser demitido, Gabrielle (Marcelo Mastroianni). É exatamente para a janela dele, que o papagaio voa. Indo em busca do pássaro, os dois destinos acabam se cruzando e Antonietta toca a campainha do apartamento de Gabriele para recuperar o seu bichinho.

    Dois seres solitários que se encontram. Duas almas amarguradas e presas dentro das próprias divagações existenciais e sociais. Ao contrário de todos os outros filmes que os dois já fizeram (juntos ou separados) aqui temos uma Sophia Loren (divah!) sem aquela beleza e volúpia de costume. A personagem foi caracterizada exatamente para termos essa sensação: uma mulher que foi bela, astuta, mas com o passar dos anos, a vida judiou muito dela. Temos uma mulher magra, simples, com vestes comuns.

    O mesmo ocorre com Mastroianni, que todas suspiraram em La dolce vita e 8 ½, onde ele sempre tinha aquele ar conquistador de homem atraente e irresistível (particularmente: valha-me deus, que homem bonito!). Aqui Marcelo encarna um Gabriel triste, endurecido, solitário e simples.

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    E é nesse reconhecimento de almas afins que uma bela amizade começa. No dia em que todos os fascistas sem encontravam reunidos ovacionando os líderes, Gabriele e Antonietta compartilham dores e desamores, a vida que levam e o que acontecerá a seguir, não se sabe. O importante é que naquele dia, eles foram um pouco mais felizes.

    Não posso falar mais nada, pois é preciso assistir, se caso ainda não tenham visto, esse espetáculo de filme.

    Minha gente linda, como poderia deixar de combinar uma polenta com um filme italiano? Tem coisa mais mama, mais italiano e coisa de família que polenta? Almoços de domingo. Essas coisas todas. Vamos a receita? Adaptei uma receita do Panelinha – Receitas que funcionam, da Rita Lobo. Lá ela faz com ragu de carne, aqui eu fiz com frango.

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    Polenta

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 45 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • 1 peito de frango picado em cubos
    • 1 cebola grande picadinha
    • 4 dentes de alho amassados
    • 1 lata de tomates pelados
    • Orégano
    • Pimenta do reino
    • Salsinha picada
    • Cebolinha picada
    • Azeite de Oliva
    • 1 colher (chá) de sal
    • 1,5 l de água
    • 2 xícaras (chá) de fubá ou de sêmola de milho
    • 9 xícaras (chá) de água
    • 1 colher (sopa) de sal
    • 4 colheres (chá) de queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Molho: Em uma panela, coloque o azeite de oliva e doure o peito de frango. Adicione a cebola, o alho, deixe que amoleçam um pouco e em seguida coloque a lata de tomates pelados. Tempere com sal, pimenta do reino, coloque um pouco de orégano e deixe apurar por alguns minutos.
    2. Polenta: Em uma panela grande aqueça a água. Quando ferver, acrescente o sal e abaixe o fogo. Com a colher de pau em uma mão, vá mexendo a água, e com a outra mão, pegue um punhado de fubá (ou de sêmola de milho) e vá soltando aos poucos, num fio constante. Acrescente todo o fubá dessa maneira e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos, mexendo sempre com a colher. A polenta estará pronta quando se desprender das paredes e do fundo da panela. Acrescente o queijo parmesão e misture bem até que ele derreta.
    3. Acomode a polenta em um prato, coloque o molho em cima e finalize com a cebolinha e salsinha picadas.
  • Comédia,  Romance,  Salgados

    Brasserie Romantiek & Risoto de Brócolis

    É dia dos namorados e o restaurante está com as reservas lotadas.

    Na cozinha o chef divide com a irmã a propriedade do bistrô. Ela, Pascaline, atende os clientes na área principal, juntamente com o excêntrico garçom, que está sempre atrasado.

    O primeiro cliente a entrar no restaurante, sozinho, é o ex-namorado de Pascaline. Há 23 anos ele a deixou esperando no altar e aparece naquela noite para pedir desculpas e convidá-la para ir com ele embora para Buenos Aires.

    Em outra mesa temos um homem tímido que marcou um encontro com uma garota que conheceu pela internet e vai inúmeras vezes ao banheiro conversar com seu alter-ego no espelho para tomar coragem e ter atitudes com a moça.

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    Um casal de meia idade, composto por uma belíssima mulher, já na casa dos 45 anos e um homem extremamente agitado, que passa mais tempo negociando os carros que vende pelo celular do que prestando atenção no jantar romântico que está.

    Tenho tudo que uma mulher de 44 anos precisa.
    Marido, dois filhos saudáveis, meu carro, metade de uma casa de campo, que vamos no calor e no frio.
    Tenho 81 pares de sapato e amante. O que mais me falta?

    Uma triste moça loira também está sozinha em uma mesa. Ela diz que havia reservado o jantar antes que o namoro tivesse tido um fim, então ela resolve ir sozinha mesmo. Divide o tempo contando seu drama existência ao atraente garçom e comendo os bombons que estão em cima da mesa.

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    É um filme curioso. Pode parecer entediante o filme todo se passar dentro do restaurante, com algumas poucas cenas externas, mas eu achei bem interessante essa forma de mostrar que nem todos os relacionamentos são perfeitos e felizes. Muitas vezes o que se estampa (aquele lance de “todo mundo é feliz no Facebook”, sacas?) não é o que acontece na real life. O diretor consegue expor bem a realidade dos conflitos internos que cada um tem e como isso pode influenciar na relação em si.

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    O filme é uma comédia e confesso que ri bastante em alguns momentos. Aconselho para uma tarde de domingo, quando a gente está sem nada pra fazer e quer assistir algo não tão profundo, mas também nem tão raso. Vale o entretenimento.

    Trailer:

    Para acompanhar o post, resolvi fazer um risoto de brócolis porque acho super lindo para servir em um jantar romântico. Peguei como referência o risoto do Jamie Oliver – Risotto Bianco – que é o risoto base dele para qualquer sabor que venha a ter o prato final. Essa receita está no livro: “A Itália de Jamie” que falamos no outro post.

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    Risoto de Brócolis

    Tempo de Preparo: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 1 1/2 litro de caldo de legumes
    • 2 colheres de azeite de oliva
    • 50 g de manteiga
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 1/2 cabeça de aipo picado
    • 400 g de arroz arbóreo
    • 2 taças de vinho branco seco
    • Sal e pimenta do reino
    • 70 g de manteiga
    • 120 g de queijo parmesão ralado na hora
    • 1 brócolis chines

    Modo de Fazer

    1. Esquente o caldo e o mantenha aquecido no fogo mais baixo que tiver.
    2. Coloque os brócolis, já divididos em pequenos buques para cozinhar no vapor – eu coloco em um saco plástico e levo uns 3 ou 4 minutos no microondas, no modo de cozinhar legumes (se o seu não tiver essa opção, pode colocar na potência 70% pelo mesmo tempo).
    3. Em uma outra panela, aqueça o azeite de oliva e a manteiga. Adicione a cebola, o alho e o aipo e cozinhe bem lentamente por cerca de 15 min, sem dourar. Quando os vegetais estiverem tenros, acrescente o arroz e aumente o fogo. O arroz começará a fritar levemente, portanto continue a mexer. Após 1 minuto. ele ficara um pouco translúcido. Adicione o vinho, sem parar de mexer. Quando o vinho for absorvido pelo arroz, acrescente a primeira concha de caldo quente e 1 boa pitada de sal. Abaixe o fogo para que a parte externa do arroz não cozinhe muito rapidamente.
    4. Continue adicionando conchas de caldo – misture e massageie o amido cremoso do arroz, esperando que cada concha seja absorvida antes de despejar a próxima. Isso levará uns 15 min.
    5. Experimente para checar se o arroz está cozido. Se não estiver, continue a acrescentar caldo até que fique tenro, mas com uma leve consistência. Não se esqueça de ajustar o tempero cuidadosamente. Se o caldo acabar antes de o arroz cozinhar, ponha um pouco de água fervente. Adicione o brócolis já cortado e cozido, mexa por mais um minuto.
    6. Retire a panela do fogo e adicione a manteiga e o parmesão. Misture bem.
    7. Tampe a panela e deixe descansar por 2 min. Sirva em seguida.
  • Drama,  Salgados

    Diário de uma paixão & Risoto de Beterraba

    Diário de uma paixão é um filme de 2004 dirigido por Nick Cassavetes, baseado no livro homônimo de Nicholas Sparks.

    Esse filme é daqueles que você passa metade do tempo suspirando – pelo belo amor que se apresenta – e a outra metade chorando – pelos dramas que a vida traz. Pois é. Esse e Blue Valentine são meus dois filmes clássicos para chorar (além de Issiz Adam e 2046 – esses dois para chorar compulsivamente, daquele tipo que beira uma falência total dos órgãos). Choro também pela beleza de Ryan Gosling na tela. Mas isso você já sabia.

    Não sou ninguém importante, apenas um homem comum, com pensamentos comuns. Eu levo uma vida comum. Nenhum monumento dedicado a mim. Meu nome logo será esquecido. Mas em um aspecto, eu obtive sucesso como ninguém jamais teve. Amei alguém de coração e alma. E isso sempre foi o bastante pra mim.

    Depois de todo esse meu delírio vamos ao filme?

    Ele começa com um senhor cuidando de uma mulher em uma clínica para pessoas doentes. Ele passa os dias lendo para ela um diário, que conta a história de amor de um casal: Noah e Allie.

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    O filme vai lá para os anos 40, onde aparece Noah um cara simples, estilo interiorano, meigo, querido, fofo, sincero, maravilhoso (sim, esse é o papel de Ryan Gosling) que no meio de um passeio no parque de diversões ele se apaixona por Allie (Rachel McAdams) uma garota linda e rica que está passando férias na cidade.

    Os dois começam a ter um romance que dura o verão todo, até que um dia ela tem que ir embora. Os pais dela, nem um pouco satisfeitos com o romance, a mandam bem pra longe de Noah.

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    Durante o próximo ano todo, Noah escreve cartas todos os dias a ela, porém a mãe de Allie esconde as cartas e não as repassa a filha que passa 7 anos sem notícias do moço. E ele por sua vez, como não tem nenhuma resposta dela, escreve uma última carta de despedida, desistindo do romance.

    Então a moça conhece Lon Hammond Jr. (James Marsden) um oficial do exército de família rica, bem apessoado e tudo que os pais dela esperavam para genro. Então Allie por uma cilada do destino volta a encontrar Noah e começa a se perguntar se deve casar com o homem que a família queria ou com o seu primeiro e verdadeiro amor.

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    Eu gostaria muito de contar mais coisas sobre o filme, porque tem partes que tu tem um surto de tanta euforia quando conta, mas perderia a graça do grand finale que o filme reserva. Preparem os lenços e também os sorrisos. É um filme que faz com que você acredite que o amor verdadeiro existe. Mesmo com brigas, distâncias, doenças e impedimentos. O grande amor sempre vence. Essa cena é muito amor, ainda mais com miss Billie Holiday de fundo:

    Trailer:

    A receita de hoje é Risoto de Beterraba, com a receita da chef Helena Rizzo do restaurante Maní, que foi congratulada com o título de melhor chef mulher do mundo. 0/ Há meses, para não dizer anos, que queria fazer esse risoto e acabava sempre postergando, mas acho que combina muito bem para um jantar ou almoço para fazer para quem se ama. Quer coisa mais romântica que uma comidinha vermelha da cor do amor? E isso tem muito a ver com filme. Vamos lá?

    Risoto? Amamos!

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    Risoto de Beterraba

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • Para o caldo de verduras:
    • 1 talo de alho poró
    • 2 abobrinhas
    • 2 cenouras
    • 2 cebolas
    • 1 cabeça de alho
    • 1 maço de salsinha
    • 3 litros de água mineral
    • 20 ml azeite de oliva
    • Para o risoto:
    • 500 g de arroz arbório
    • 2 kg de beterrabas
    • 2 cebolas picadas
    • 30 ml de azeite de oliva
    • 2 litros de caldo de verduras
    • 250 ml de vinho branco seco
    • 150 g de manteiga
    • 150 g de parmesão ralado
    • 20 g de salsinha picada
    • 100 g de coalhada seca (não usei)
    • 10 ml de azeite de trufas brancas (usei o de oliva) Sal a gosto Pimenta do reino moída na hora
    • Sal a gosto e Pimenta do reino moída na hora

    Modo de Fazer

    1. Caldo: Cortar as verduras em pedaços pequenos. Numa panela quente, dourá-las com um pouco de azeite de oliva. Acrescentar a água mineral e cozinhar em fogo baixo por 2 horas. Coar e reservar.
    2. Risoto: Descascar as beterrabas (reservar uma) e passá-las pela centrífuga (fiz no mixer). Reservar o suco obtido. Numa panela, dourar a cebola com o azeite de oliva. Acrescentar o arroz e refogar bem. Adicionar o vinho branco e mexer até evaporar. Colocar um pouco do suco de beterraba e completar com o caldo de verduras. Adicionar um pouco de sal e pimenta do reino. Mexer o suficiente para que o arroz não grude no fundo da panela. À medida que o caldo for evaporando, acrescentar alternadamente suco de beterraba e caldo. Quando os grão estiverem “al dente”, retirar a panela do fogo e ligar o risoto com a manteiga e o parmesão. Adicionar a salsinha picada e ajustar o sal e a pimenta do reino. Antes de servir, fazer pontos de coalhada seca ao redor do prato e colocar um cubinho de beterraba sobre cada ponto. Colocar o risoto e colocar um fio de azeite de trufas brancas.
  • Drama,  Salgados

    Os Sabores do Palácio & Frango com Batatas

    Hortense Laborie (Catherine Frot) era uma chef que vivia tranquilamente em sua fazenda no Condado de Périgord, um belo dia recebe um telefonema do assessor do ministro da Cultura francês chamando-a para uma reunião onde a convidava para ser a chef da cozinha privativa do presidente, Francois Mitterand (Jean d’Omersson).

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    “Quero comida francesa verdadeira, simples, de terroir. Me dê o melhor da França”
    (Presidente Mitterand)

    O filme é praticamente todo ambientado no belíssimo Palais Elysée, onde Hortense era uma das únicas mulheres no grupo masculino e hostil que existia nas cozinhas do Palácio. Difícil, não? Muito.

    Os sabores do palácio é baseado na história real da vida de Danièle Mazet-Delpeuch, a chefe que por dois anos foi a cozinheira do Palácio. Depois disso ela se isolou em uma base científica na Antártida, onde durante 1 ano fazia comidas para os funcionários de lá.

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    Após essa aventura Danièle, começou a escrever o livro “Carnets de cuisine du Périgord à l’Elysee” – no qual o diretor Christian Vincent se baseou para o roteiro do longa que falamos hoje aqui.

    O filme é de uma riqueza de detalhes, principalmente ao abordar o amor de Laborie pela cozinha. Uma das melhores cenas, ao meu ver, é a execução do ‘Le chou farci au saumon braisé aux petits lardons’, que é magistralmente filmado passo-a-passo. Um deleite para os amantes da gastronomia. Você tem sérias vontades de correr para a cozinha e fazer igual.

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    A amizade que se forma entre Madame Laborie (como gosta de ser chamada) e o Presidente Mitterant é tão gostosa de se ver, o nobre senhor de gostos simples que pede que ela faça comidas com sabor de infância é uma gentileza só. Cada cena que eles compartilham algum prato ou uma simples taça de vinho nos leva a uma alegria tal como um colo de avó.

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    É um filme despretensioso e leve que, além de comida, trata muito das relações humanas, as amizades que surgem de onde se menos espera, das descobertas que temos durante a vida e a busca eterna da satisfação pessoal, seja ela em um cargo de chef ou cultivador de trufas e cogumelos cheirosos. Vale cada um dos 95 minutos.

    Trailer:

    Vocês deviam estar imaginando que eu faria um belo Magret de pato com molho agridoce, acompanhado de batatas sarladaise ou ainda um trabalhoso Saint Honoré de sobremesa?
    Não. A ideia que eu tive para acompanhar esse filme, que foi o que ele me passou, foi uma comida que me remetesse ao conforto, da infância, de casa, como o Presidente queria se sentir ao comer as comidas de Hortense. E o que me leva a esse estado de graça é frango com batatas. E você? Qual sua melhor memória gustativa da infância? Qual cheiro que te leva pra casa de sua avó, mãe ou almoço de família?

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    Frango com Batatas

    Tempo Preparo: 80 min
    Tempo Coz: 60 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 sobrecoxas de frango (com pele)
    • 1 colher de sopa de sal
    • 1 colher de sopa de pimenta do reino
    • Alecrim fresco a gosto
    • 8 dentes de alho inteiros e com casca
    • Azeite de oliva
    • Manteiga em cubinhos
    • 300 g de batatas
    • 1 1/2 litro de água

    Modo de Fazer

    1. Disponha as sobrecoxas sobre uma superfície e dê alguns talos na carne (na parte de dentro, do osso e não da pele) para que o tempero possa penetrar mais e ela cozinhe por igual depois. Espalhe o sal, pimenta do reino e regue com azeite. Espalhe bem por todos os lados.
    2. Em uma frigideira bem quente, coloque um pouco de azeite e sele o frango dos dois lados por aproximadamente 3 minutos de cada lado. Acomode-as em uma forma que possa ir ao forno.
    3. Descasque as batatas e leve para ferver em uma panela cheia de água por mais ou menos 15 minutos, ate que fiquem macias, porém, não totalmente cozidas. Escorra.
    4. Coloque as batatas na forma junto com o frango, regue com azeite e pequenos pedacinhos de manteiga em cima delas.
    5. Coloque os dentes de alho no meio delas e os ramos de alecrim.
    6. Forno pré-aquecido a 180º, deixe por mais ou menos uns 40-60 minutos, sempre dando uma olhadinha, regando as coisas todas com o caldo e virando as batatinhas.

    Sirva com:

    Arroz e uma bela salada. Com uma farofinha também cai super bem. Bom apetite.
  • Comédia,  Drama,  Romance,  Salgados

    Minhas Tardes com Margueritte & Espaguete com Almôndegas

    O filme de Jean Becker, estrelado por Gérard Depardieu nos leva pela mão a conhecer a história de uma bela amizade. Margueritte (Gisèle Casadesus) é uma senhora que está na casa dos 90 anos, muito culta e leitora árdua, ela senta todas as tardes na praça da cidade dá comida aos pombos enquanto desfruta da literatura.

    Nas histórias de amor há mais que amor.
    Às vezes não há nenhum “eu te amo”, mas se amam.

    Em uma dessas belas tarde, Margueritte conhece Germain Chazes (Depardieu) no parque. Eles começam a conversar sobre a vida, os pombos e ela está a ler um livro. “A peste” de Albert Camus é um dos livros que junta essas duas vidas.

    Margueritte, uma amante das letras, apresenta para Germain a magia das palavras. Ele, que era um semianalfabeto, se encanta pela literatura.

    Como a senhorinha já era bem idosa e estava a perder sua visão, ele se propõem a ler para ela o que ela já não conseguia mais fazer. O que cria um grande elo de amizade bonita e profunda entre os dois.

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    Em “La Tête en Friche” (título original) os problemas do personagem de Depardieu são muito bem explicados com mini-flashbacks sobre sua infância, onde sofria preconceito na escola e também em casa, refém de uma mãe maluca e que só colocava ele para baixo.

    O filme nos traz aquela sensação que sempre haverão pessoas lindas e boas para se conhecer por aí, mesmo que achamos que já não restam mais almas leves e sensacionais. Existem. Pode ser aquele velhinho no banco da praça, ou aquela senhorinha na parada do ônibus. Nunca se sabe. =)

    Trailer:

    No restaurante/bar que Germain costuma encontrar com os amigos, em uma cena, é servido um belo prato de espaguete. Como eu gosto de dar um tchan no negócio todo, resolvi fazê-lo com almôndegas, que é um dos pratos prediletos para os domingos lá em casa. Vamos a receita?

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    Espaguete com Almôndegas

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredientes

    • Para as almôndegas:
    • 400 g de carne moída
    • 1/2 cebola
    • 1 dente de alho
    • 1 ovo
    • 1 colher de azeite
    • 1 colher de molho inglês
    • 2 colher de salsa picada
    • Pimenta moída na hora a gosto
    • 1 colher de sobremesa de sal
    • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
    • Para o molho:
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 2 latas de tomates pelados
    • 2 xícaras de água fervente
    • Sal e Pimenta do reino a gosto
    • Para o espaguete:
    • 500 g de espaguete de sua preferência
    • 1 colher de sopa de sal
    • 2 litros de água fervente
    • Queijo parmesão ralado para finalizar

    Modo de Preparo:

    1. Comece picando bem a cebola e o alho (eu costumo colocar tudo no processador que fica bem miudinho). Em um recipiente, coloque a carne moída e os demais ingredientes. Misture bem até que tudo esteja incorporado. Molde as almôndegas com as mãos úmidas.
    2. Em uma frigideira com fio de óleo aquecido sele as almôndegas de ambos os lados. Reserve.
    3. Para o molho refogue a cebola e o alho até ficarem corados. Em seguida junte os tomates pelados (passados pelo triturador ou mixer – ou ainda amassados com um garfo), o sal, a pimenta e água. Deixe ferver por alguns minutos até que fique com uma consistência mais densa. Junte as almôndegas e deixe refogar por mais uns 15 minutos em fogo baixo – se necessário, acrescente um pouco mais de água fervente.
    4. Cozinhe o macarrão na água fervente, com o azeite e o sal. Veja o tempo para atingir a consistência al dente na embalagem do mesmo.
    5. Junte o molho a massa e salpique com queijo parmesão ralado.
  • Drama,  Salgados

    Ela Vai & Abobrinha Recheada

    Gosto muito do cinema francês, ainda mais quando tem Catherine Deneuve. Emmanuelle Bercot, que escreveu e dirigiu o filme, sempre deixou claro sua admiração pela atriz e ficou entusiasmada ao fazer esse filme com Deneuve.

    Bettie (Deneuve) é uma mulher de seus 60 anos, que dirige um pequeno restaurante junto com a mãe em uma pequena cidade do interior da França.

    Você vai ser bonita até no caixão.

    Um belo dia ela descobre que o homem do qual ela é amante deixou a esposa. O que ela pasma ao saber é que não foi por ela, mas sim, por uma jovem de 25 anos que está grávida dele.

    Sem muito rumo Bettie vai trabalhar no dia seguinte, quando no meio do expediente ela já não aguenta mais por estar tão perdida, devido ao abandono do amante, que resolve sair de carro para espairecer as ideias.

    Fato é que essa saidinha de carro acaba durando mais de uma semana. Nesse meio tempo, ela vai um bar comprar cigarros, onde acaba encontrando um bando de mulheres de meia idade muito doidas, mas muito queridas também, que a acolhem para sentar na mesa delas e também um jovem rapaz apaixonado pela vida e que não liga para diferenças de idade.

    Nessa inusitada viagem, ela acaba tendo que ir buscar o neto de 10 anos, que mal conhece, a pedido da filha que precisa viajar e não tem com quem deixar o menino.

    Começa então uma aventura muito engraçada, pois o menino, apesar de meio peralta é muito amoroso e carente, além de extremamente bem humorado.

    Bettie que foi miss Bretanha, como ela adora grifar, que não foi ao Miss França de 1969 pois estava confusa na época e não quis ir, tem mais um compromisso pela frente: a reunião das ex-misses das cidades francesas, que se encontrarão em um hotel, onde farão um calendário com as antigas beldades.

    Sem grana e sem comida, eles acabam indo ao Hotel e Bettie tem um surto, uma mescla de nervosismo e ansiedade, desmaia e acaba indo para o hospital. É lá que o avô paterno do menino vai buscá-lo, acabam se conhecendo e o resto é uma grande surpresa interessante.

    O filme é, acima de tudo, uma forma de mostrar ao mundo que deve-se envelhecer com dignidade. A idade não te faz feia nem carrancuda. Bettie é um exemplo que a beleza exuberante de Deneuve, apesar de uns quilos a mais e algumas rugas no rosto, não fazem com que ela deixe de ser uma bela e atraente mulher.

    Elle s’en va (título original) é um filme que mostra uma velhice otimista, onde se deve ser sempre quem se foi, sem recorrer a subterfúgios. Muito divertido e profundo ao mesmo tempo, aposto que vocês vão adorar. Um filme para pensar no que vem aí pela frente. =)

    Trailer:

    Em uma parte final do filme, Bettie está a cozinhar, coisa que ela adorava fazer, então ela aparece fazendo umas abobrinhas recheadas, as minhas não ficaram tão bonitas quanto as dela, complicado achar abobrinhas daquele tipo aqui no Brasil, mas tenho certeza que ficaram muito saborosas.

    Para quem não come carne, pode optar por fazer com recheio de queijos, que também ficará excelente. Vamos a receita?

    Abobrinha Recheada

    Tempo Prep: 30 min
    Tempo Coz: 20 min
    Serve: 1

    Ingredientes

    • 1 abobrinha
    • 150 g de carne moida
    • 1/2 cebola picadinha
    • 1 dente de alho
    • 2 colheres de sopa de requeijão
    • Sal Pimenta do reino
    • 50 g de queijo parmesão ralado
    • Azeite de oliva

    Modo de Fazer

    1. Refogue a carne moída no azeite, junte a cebola, o alho, tempere com pimenta e sal. Coloque o requeijão e reserve.
    2. Abra a abobrinha ao meio, retire o miolo delicadamente, leve para escaldar por 2 minutos em uma panela com água fervente.
    3. Em um recipiente que possa ir ao forno, unte com um pouco de azeite de oliva, acomode as abobrinhas, coloque a carne moída e o queijo parmesão. Leve ao forno para terminar de cozinhar a abobrinha e dourar o queijo. Com temperatura de 180º, dependendo do forno, por uns 15 minutinhos, fique de olho, pois ela não deve ficar molenga e sim firme e saborosa.
  • Menu Varietà,  Salgados

    Festa Junina & Sopa de Milho Verde

    É tempo de Festa Junina, então resolvemos fazer uma Postagem Coletiva sobre o tema.

    Participam do arraial:
    – Culinarístico com Chá de Amendoim
    – Cupcakeando com Cupcake de Canjica
    – Marola com Carambola com Queijadinha

    E nós vamos de Sopa de Milho Verde!

    Sopa de Milho Verde

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 40 min
    Serve: 2

    Ingredients

    • 1 lata de milho verde em conserva
    • 3 xícaras de leite integral
    • 1 xícara de água
    • 2 colheres de sopa de azeite
    • 1 cebola pequena picadinha
    • 1 dente de alho amassado
    • 1 colher de sobremesa de amido de milho
    • Sal a gosto Pimenta branca a gosto Salsinha (usei desidratada) Queijo parmesão ralado
    • Pimenta branca a gosto Salsinha (usei desidratada) Queijo parmesão ralado
    • Salsinha (usei desidratada) Queijo parmesão ralado
    • Queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Doure a cebola e o alho no azeite. Acrescente o milho escorrido, o leite, a água e o amido de milho dissolvido em um pouco de água. Deixe ferver em fogo bem baixo até que suba o caldo. Passe o mixer pelo caldo até que os grãos de milho estejam triturados (eu deixei alguns pedacinhos porque gosto dessa consistência). Também podes usar o liquidificador, mas para tanto, tens que deixar esfriar um pouco, pois pode ser perigoso liquidificar quente. Junte o sal e tempere com a pimenta. Deixe ferver por mais alguns minutos. Pronto, agora é só salpicar com queijo e salsinha e servir.
    2. Pronto, agora é só salpicar com queijo e salsinha e servir.