Hortense Laborie (Catherine Frot) era uma chef que vivia tranquilamente em sua fazenda no Condado de Périgord, um belo dia recebe um telefonema do assessor do ministro da Cultura francês chamando-a para uma reunião onde a convidava para ser a chef da cozinha privativa do presidente, Francois Mitterand (Jean d’Omersson).
“Quero comida francesa verdadeira, simples, de terroir. Me dê o melhor da França”
(Presidente Mitterand)
O filme é praticamente todo ambientado no belíssimo Palais Elysée, onde Hortense era uma das únicas mulheres no grupo masculino e hostil que existia nas cozinhas do Palácio. Difícil, não? Muito.
Os sabores do palácio é baseado na história real da vida de Danièle Mazet-Delpeuch, a chefe que por dois anos foi a cozinheira do Palácio. Depois disso ela se isolou em uma base científica na Antártida, onde durante 1 ano fazia comidas para os funcionários de lá.
Após essa aventura Danièle, começou a escrever o livro “Carnets de cuisine du Périgord à l’Elysee” – no qual o diretor Christian Vincent se baseou para o roteiro do longa que falamos hoje aqui.
O filme é de uma riqueza de detalhes, principalmente ao abordar o amor de Laborie pela cozinha. Uma das melhores cenas, ao meu ver, é a execução do ‘Le chou farci au saumon braisé aux petits lardons’, que é magistralmente filmado passo-a-passo. Um deleite para os amantes da gastronomia. Você tem sérias vontades de correr para a cozinha e fazer igual.
A amizade que se forma entre Madame Laborie (como gosta de ser chamada) e o Presidente Mitterant é tão gostosa de se ver, o nobre senhor de gostos simples que pede que ela faça comidas com sabor de infância é uma gentileza só. Cada cena que eles compartilham algum prato ou uma simples taça de vinho nos leva a uma alegria tal como um colo de avó.
É um filme despretensioso e leve que, além de comida, trata muito das relações humanas, as amizades que surgem de onde se menos espera, das descobertas que temos durante a vida e a busca eterna da satisfação pessoal, seja ela em um cargo de chef ou cultivador de trufas e cogumelos cheirosos. Vale cada um dos 95 minutos.
Trailer:
Vocês deviam estar imaginando que eu faria um belo Magret de pato com molho agridoce, acompanhado de batatas sarladaise ou ainda um trabalhoso Saint Honoré de sobremesa?
Não. A ideia que eu tive para acompanhar esse filme, que foi o que ele me passou, foi uma comida que me remetesse ao conforto, da infância, de casa, como o Presidente queria se sentir ao comer as comidas de Hortense. E o que me leva a esse estado de graça é frango com batatas. E você? Qual sua melhor memória gustativa da infância? Qual cheiro que te leva pra casa de sua avó, mãe ou almoço de família?
Frango com Batatas
Ingredientes
- 4 sobrecoxas de frango (com pele)
- 1 colher de sopa de sal
- 1 colher de sopa de pimenta do reino
- Alecrim fresco a gosto
- 8 dentes de alho inteiros e com casca
- Azeite de oliva
- Manteiga em cubinhos
- 300 g de batatas
- 1 1/2 litro de água
Modo de Fazer
- Disponha as sobrecoxas sobre uma superfície e dê alguns talos na carne (na parte de dentro, do osso e não da pele) para que o tempero possa penetrar mais e ela cozinhe por igual depois. Espalhe o sal, pimenta do reino e regue com azeite. Espalhe bem por todos os lados.
- Em uma frigideira bem quente, coloque um pouco de azeite e sele o frango dos dois lados por aproximadamente 3 minutos de cada lado. Acomode-as em uma forma que possa ir ao forno.
- Descasque as batatas e leve para ferver em uma panela cheia de água por mais ou menos 15 minutos, ate que fiquem macias, porém, não totalmente cozidas. Escorra.
- Coloque as batatas na forma junto com o frango, regue com azeite e pequenos pedacinhos de manteiga em cima delas.
- Coloque os dentes de alho no meio delas e os ramos de alecrim.
- Forno pré-aquecido a 180º, deixe por mais ou menos uns 40-60 minutos, sempre dando uma olhadinha, regando as coisas todas com o caldo e virando as batatinhas.