Você é do tipo que se apega as trilhas dos filmes como eu?
Eu acho que a trilha sonora é como se fosse um personagem na história. Afinal, não tem trilha as nossas próprias vidas? Aquele momento que você escuta uma música e fica olhando pela janela e pensando em alguma coisa que te aflige, te dói, te faz bem ou te espera.
Já falei aqui da relação que o diretor chines Wong Kar-Wai tem com a comida em seus filmes, hoje resolvi falar sobre as trilhas. Kar-Wai é cuidadoso e escolhe pessoalmente as músicas que irão compor a trilha sonora dos seus filmes. A música é tão importante nos filmes dele que por diversas vezes ele convidou cantoras para se tornarem atrizes dos filmes (acho que aqui para o público brasileiro a mais conhecida é a Cate Power e também Norah Jones em My Blueberry Nights).
Vamos a algumas músicas das minhas trilhas preferidas:
2046
Chungking Express:
As Tears Go By:
E mambo dançado por Leslie Cheung em Days of being wild? Sempre saio dançando junto.
Nat King Cole cantando em espanhol Quizás quizás quizás é um dos pontos altos de In the mood for love.
E Kar-Wai revisita o Yumeji’s Theme, que arrebentou nossos corações em In the mood for love, em uma nova versão para My Blueberry Nights.
Em The Grandmaster Kar-Wai mais uma vez teve a parceria de Shigeru Umebayashi e vem com algumas coisas mais clássicas, condizendo com a época que o filme se passa.
Em Ashes of time, temos a mesma pegada clássica e absolutamente linda na trilha sonora.
Happy Together que versa entre o tango e a dor de tentar ser feliz, de Caetano Veloso com “Cucurrucucu Paloma”…
A Piazzolla e as cenas mais lindas do mundo:
E de cortar os pulsos atirada atrás da mesa do bar: Shirley Kwan cantando em Fallen Angels na cena mais megamodáfoca.