• Drama,  Salgados

    Drive & Pizza de Aliche

    Drive, do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn, surpreende pelo passeio que dá na história do cinema. Temos referência incríveis, como o eterno palito no canto da boca que lembra Clint Eastwood, com seu cigarrinho nos épicos filmes de western. Também cenas de violência inesperada, dignos de uma filmagem de Brian de Palma, completados por tiroteios doidos à la Quentin Tarantino. De Taxi Driver à Scarface ele vai até a corrupção de Abel Ferrara. E como não lembrar da cena do martelo de Oldboy? Sem dúvidas, a Palma de Ouro de melhor direção no Festival de Cannes de 2011 foi pra lá de merecido.

    Eu não participo do roubo e não porto armas. Eu dirijo.

    O filme foi baseado no livro de James Sallis, que ainda não tive a oportunidade de ler, e uma trilha sonora que transborda anos 80 feita por Cliff Martinez.

    Fato é que o protagonista, vivido por Ryan Gosling, não tem nome. Ele é apenas o motorista. Um homem que ganha a vida entre ser dublê de filmes de ação e mecânico em uma oficina. A noite ele é motorista contratado para dirigir em assaltos e fugas. Não se sabe de onde veio, quem é, se tem família, nem o que espera da vida. Ele apenas está ali vivendo um dia após o outro até o momento em que cai nos encantos de sua vizinha Irene e sua vida dá uma bela mudada.

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    Irene (vivida pela extraordinária Carey Mulligan, de Shame) é mãe de um menininho e mulher de um cara que está na prisão por conta de um assalto mal sucedido. No maior estilo precisodeproteçãoeajuda, ela cai nas graças do calado vizinho motorista.

    Acredito que o papel de Ryan foi muito bem concebido pelo diretor, por vezes, as poucas palavras dele irritam, mas por outro lado, a maioria das cenas não precisa de diálogo nenhum. Incrível como isso fica genial na condução do filme, enquanto a tensão toma conta.

    Com a saída do marido de Irene da prisão, as coisas começam a se complicar. Tudo que se esperava de um romance bonito é fadado automaticamente a ruína. Standard (sim, é esse o nome do marido) está precisando acertar as contas de uma proteção que recebeu na prisão. É intimado a fazer um ‘último assalto’ para pagar a dívida. Preocupado com a segurança de Irene e do filho, o nosso anti-herói se dispõe a dirigir o carro na fuga.

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    Sabe aquela coisa de não sei porque me meti nisso e agora mesmo querendo não tenho como sair? Pois é.
    O filme tem a melhor cena (evah!) de fuga de carros da história do cinema. Se não me engano, acho que só me segurei na cadeira desse jeito em Ronin.
    Na enigmática e tão destacada jaqueta que exibe um escorpião, temos uma forte referência ao conto de Esopo. Nem mesmo a mais doce pessoa vai contra sua natureza. É essa a idéia central.
    Para mim, foi um dos melhores filmes de 2011.
    Fica a pergunta: quem arriscaria tudo pela única coisa que aprendeu a amar?

    Preciso ir a um lugar agora. Acho que posso não voltar mais.
    Eu só queria que soubesse que estar ao seu lado foi a melhor coisa que me aconteceu.

    No filme temos a Pizzaria do Nino que nada mais é que um centro de lavagem de dinheiro da máfia local. Sendo assim, não poderia eu deixar de fazer uma pizza para acompanhar o filme.

    Estava a procurar uma massa de pizza bem prática, daquelas que a gente pode fazer em um piscar de olhos quando dá fome no meio do nada e não tem muitas coisas em casa. Foi então que perguntei as minhas queridas amigas e blogueiras: alguém tem uma receita de pizza bem boa? Priscila Darre do Culinarístico me disse: a da minha sogra. Eis então que testei e aprovei a massa. É muito fácil de fazer e fica saborosíssima. Vamos lá?

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    Pizza de Aliche

    Prep Time: 60 mins
    Cook Time: 30 mins
    Serve : 2

    Ingredientes

    • Massa: 2 xícaras de farinha de trigo
    • 2 colheres de azeite de oliva
    • 1 pitada de sal
    • 1 pitada de açucar
    • 1 colher de sopa de fermento instantâneo (tipo Royal)
    • Agua morna suficiente para ‘dar liga’ (usei mais ou menos 1/2 xícara)
    • Recheio: 1 tomate grande
    • 1 pitada de sal
    • 1 dente de alho
    • 1 pitada de orégano
    • 250 g. de queijo mussarela 40 g. de files de aliche (cerca de meio vidrinho) Azeitonas Cebolas roxas em rodelas
    • 40 g. de files de aliche (cerca de meio vidrinho) Azeitonas Cebolas roxas em rodelas
    • Azeitonas Cebolas roxas em rodelas

    Method

    1. Massa: Leve todos os ingrediente secos para uma bacia e misture. Adicione o azeite e vá colocando água até conseguir uma consistencia uniforme – nem muito seca, nem muito molhada. Deixe descansar por 20 minutos. Molho: Bata todos os ingredientes no liquidificador. Reserve. Montagem: Passados os minutos de descanso, abra a massa em uma bancada enfarinhada. Leve ao forno pré-aquecido a 180º por 10 minutos. Vire a massa. Espalhe o molho de tomate, a mussarela, os filés de aliche, as azeitonas e por fim as cebolas. Forno por mais uns 10 minutinhos e está pronta pra ser servida regada por um bom azeite. Rende 1 pizza redonda de 35 cm.
  • Drama,  Salgados

    Take this Waltz & Kebab de Frango

    Aqui no Brasil Take this Waltz tem o nome de “Entre o amor e a paixão”, enquanto o título original se refere a uma das músicas que compõem a trilha sonora, lindamente escrita e interpretada por Leonard Cohen, que por sua vez se inspirou em um poema de Frederico Garcia Lorca chamado “Pequeño Vals Vienés”. A música fala de uma valsa oferecida a alguém, como um ato de coragem, um convite ao viver. Obviamente tem tudo a ver com o filme em si que trata de arriscar um casamento de alguns anos com uma paixão surgida no meio de um voo e uma carona em um táxi.

    A vida tem um vazio, simplesmente tem.
    Você não sai feito louca tentando preenchê-lo.

    Michelle Williams me impressiona. A garota que conhecemos ainda jovem na série “Dawnson’s Creek” se transformou em uma grande atriz. Ainda mais admirável a cada interpretação. Ela é Margot. A esposa jovem, criativa, que faz bolos, depois senta no chão, encosta a cabeça no forno e fica olhando os bolinhos crescerem. Margot é uma garota moderna e colorida. Tem um jeito de menina. No início do filme não sabemos ainda porque guarda uma tristeza qualquer no seu olhar.

    Às vezes estou andando pela rua e um raio de sol ilumina a calçada
    Sinto vontade de chorar…
    E um segundo depois, isso passa. E aí eu deixo de lado, porque sou uma adulta…É apenas uma tristeza passageira.

    Seth Rogen é Lou, o marido. Um cozinheiro nato e escritor de livros de Gastronomia sobre frangos. Sim, ele só fala sobre frangos e suas infinitas variações culinárias. O frango serve de metáfora para a situação atual do casamento, em um momento que Margot abraça o marido no meio da cozinha, com um ar de romantismo e tentando resgatar aquela paixão que todos os inícios de relacionamento tem.

    – Eu peguei toda a minha coragem e você me deixou total e completamente sem coragem.
    – Você precisa de coragem para seduzir o seu marido?
    – Sim. É preciso toda a coragem do mundo.
    – Isso é ridículo!
    – Ah, é?
    – Então por que você me prova que sempre tenho razão?
    – Quando sinto que assumo um grande risco, consistentemente você me prova que eu tinha razão e que o risco é maior do que posso lidar. – Mas de que… porra…você está falando?
    – Só estou fazendo frango.
    – Você sempre faz frango.

    Ela conheceu um homem no avião, durante uma pequena viagem. Ele sentou ao lado dela e, sem querer, ela ficou olhando ele dormir. Pois foi aí que se deu a confusão mental toda, quando o papo começou e a identificação foi imediata. Como lidar com tudo isso, quando ao dividir um táxi, eles se dão conta que são vizinhos? Complexo.

    Take this Waltz nos faz ficar em dúvida se ela deve ou não continuar o casamento ou seguir em um novo romance. Seria aquele cara o homem da vida dela ou não?
    Sarah Polley mora no meu coração. Desde a meiguice interpretada em “Minha vida sem mim“ até seu primeiro filme como diretora (que está por aqui já) “Longe dela”. Na direção de Take this Waltz ela consegue mostrar uma visão romântica e ao mesmo tempo crua das relações humanas. Cenas memoráveis, como a do carrinho no parque de diversões, se misturam com uma fotografia incrível de Luc Montpellier e uma cozinha que dá vontade de morar dentro. Com maestria ela desenvolve a tomada de uma decisão sem envolver uma traição. Não há traição no filme. Há diálogos incríveis e profundos, onde se diz o que se quer e o que se pensa, sem ao menos tocar um ao outro. Isso me lembrou muito Kar-wai em “In the mood for love”. Delicadeza: é isso que poderia definir o novo filme da diretora canadense.

    O filme fala de decisões, correr riscos, viver algo que se tem vontade, perder a razão ou encontrar a verdadeira felicidade em estar só.

    – Às vezes me dá vontade de algo novo. O novo é brilhante.
    – O novo se torna velho.

    Um beijo especialíssimo para a Dai Dantas, minha amiga, minha irmã, que tem uma identificação tão grande comigo que me indicou o filme e sabia que eu iria amar da forma que amei!
    Não poderia eu fazer outra receita que não algo com frango, né?

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    Kebab de Frango

    Prep Time: 30 mins
    Cook Time: 15 mins
    Porções: 4

    Ingredientes

    • 1 peito de frango sem pele e sem osso
    • 1/2 pimentão verde (cortado em cubos grandes)
    • 1/2 pimentão amarelo (cortado em cubos grandes)
    • 1/2 cebola (cortada em cubos grandes)
    • 1 1/2 colheres de sopa de azeite de oliva
    • 1 1/2 colheres de sopa de suco de limão
    • 1/2 – 1 colher de chá páprica (se você gosta de picante, use 1 colher de chá)
    • 1/2 colher de chá de pimenta em flocos
    • 1/2 colher de chá de cominho em pó
    • 1/4 de cebola pequena bem picada
    • 2 dentes de alho
    • 1/4 colher de chá de sal
    • 1 colher de sopa de folhas de salsa fresca
    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva (para grelhar)

    Modo de Preparo

    1. Corte os cubos de frango, seque em um papel toalha e deixe marinar na mistura dos ingredientes por uma hora. Intercale cubos de frango com o pimentão verde e amarelo em um espeto de madeira/bambu ou metal, o que tiveres disponível em casa.
    2. Leve para grelhar. Possibilidades para grelhar: uma churrasqueira, no forno, grelha estilo frigideira no fogão ou em uma grelha elétrica. Eu optei por fazê-los em uma grelha que vai em cima do fogão. Vá pincelando com o azeite de oliva e virando os espetinhos até que fiquem corados e cozidos. Use fogo médio para que não fiquem corados por fora e crus por dentro.

    Obs:

    Receita original do Kebab do site Rasa Malaysia
  • Documentário,  Salgados

    Jiro Dreams of Sushi & Hot Roll

    Jiro Ono é um senhor de 85 anos que trabalha desde os 10. A noite sonha com Sushi e quando acorda, anota todos os detalhes para poder aperfeiçoar seu trabalho.

    Jiro Dreams of Sushi é um documentário dirigido por David Gelb e conta a história de Jiro, o proprietário e fundador de um pequeno restaurante sitiado em Tóquio, chamado Sukiyabashi Jiro, que tem nada menos que as tão ambicionadas 3 estrelas do Guia Michelin.

    Vou continuar a subir, tentar atingir o topo, mas ninguém sabe onde o topo está.
    (Jiro Ono)

    Para os amantes do Sushi esse documentário é praticamente uma tortura.

    Jiro e sua equipe buscam aprimorar diariamente as técnicas da feitura dos sushis. Os melhores ingredientes, os fornecedores perfeitos, a execução impecável e uma obstinada busca pela melhora do serviço e atendimento.

    O restaurante tem lugar para 10 pessoas apenas. Atende só com reservas, que chegam a mais de um mês de antecedência. A conta não é menos de 30.000 ienes, ou seja, coisa de 800 reais por pessoa.

    Mas o documentário não trata apenas do melhor Sushi do mundo. Fala da obstinação de um homem em busca da perfeição, do amor pelo que se faz, da criação dos filhos (o mais velho que é seu sucessor no restaurante, enquanto o mais novo já abriu o próprio negócio) e é uma verdadeira lição de vida. Confesso que fiquei com vontade de abraçar o Sr. Jiro quando terminei de assistir.

    Um grande beijo pra Daiane Dantas e a Renata do Amaral, que também me pediram para assistí-lo.

    Para esse post eu resolvi combinar com uma receita de Hot Roll, que na verdade nada mais é que um sushi frito. Eu gosto muito da comida oriental (e de tudo que de lá vem, como já devem ter notado) mas ainda não sou grande entusiasta de comer os sushis crus. Porém, sou um tanto quanto viciada no famoso “Hot Philadelphia” que servem nos restaurantes japoneses.

    Hot Roll

    Tempo de Preparo: 120 min
    Tempo de Coz: 60 min
    Porções: 24 peças

    Ingredientes

    • 1 xíc. de arroz para sushi (usei o curto)
    • 1 xíc. de água

    Para temperar o arroz:

    • 6 colheres de sopa de vinagre de arroz (ou tempero para sushi da Azuma)
    • 2 colheres de sopa de açúcar
    • 1 colheres de sopa de mirim
    • 1/2 colher de chá rasa de sal

    Para montar:

    • 200 g de salmão em fatias finas
    • 3 folhas de nori (das grandes)
    • 100 g de Cream cheese de sua preferência

    Para empanar/Fritar:

    • 1/2 xíc. de cerveja gelada
    • 8 colheres de farinha de trigo
    • 150 g de farinha de mandioca fina ou Panko
    • Óleo de girassol para fritar

    Method

    1. Primeiro você tem que lavar o arroz até a água sair translúcida. Faça isso quantas vezes forem necessárias. Depois disso, deixe o arroz de molho por 30 minutos. Passado esse tempo, escorra a água e coloque o arroz para cozinhar em 1 xícara de água em fogo alto até levantar fervura. Baixe o fogo e deixe por mais 15 minutos com a panela tampada. Verifique se a água secou completamente, desligue o fogo, cubra com um pano limpo e deixe descansar por mais 10 minutos. Coloque o arroz em uma travessa grande (de preferência a um recipiente não térmico, como plástico, metal, para que o calor se dissipe rapidamente) então comece a temperá-lo e inciar o processo de esfriamento.Em um recipiente misture os ingredientes do tempero. Vá jogando em cima do arroz a mistura e não pare de mexer com movimentos gentis, para não quebrar os grãos. Se quiser usar o auxílio de um ventilador será mais rápido o processo. Fique mexendo o arroz até que ele esfrie completamente. Reserve com um pano úmido em cima.
    2. Forre uma esteira de enrolar sushis com um filme ou saquinho plástico Coloque a folha de nori. Com as pontas dos dedos umedecidas na água, vá colocando o arroz, com mais ou menos 0,5 cm de altura, deixando 2 dedos da borda para fechamento. Na parte superior, coloque os filetes de salmão e o cream cheese em cima. Agora chegou a hora de enrolar o sushi. Veja vídeo abaixo. Ok, rolls prontos, vamos empanar.
    3. Misture 6 colheres de farinha na cerveja formando uma pasta. Passe os rolls na farinha de trigo e depois mergulhe na pasta de cerveja, em seguida passe na farinha de mandioca e frite em fogo médio. Vá rolando ele pela frigideira até que estejas com a massa toda dourada. Coloque para escorrer o óleo em um recipiente com papel toalha. Para cortar direitinho, molhe o fio da com água, para que não grude o arroz, corte ao meio, depois em 2, depois em mais 2 novamente e terás 8 hot rolls o/. Decore com nirá (cebolinha japonesa) picada. Sirva com molho Tarê. Essa receita rende 24 peças.

    Obs:

    Como fica difícil de explicar como faz para enrolar o sushi acho mais fácil mostrar para vocês em um vídeo que achei no Youtube: Como enrolar sushis
  • Drama,  Salgados

    Sonata de Tokyo & Linguado com requeijão

    Tive o prazer de vislumbrar há algum tempo o filme “Sonata de Tokyo”. Foi com grande emoção que passei o filme todo achando tudo muito triste e simbólico e, ao mesmo tempo, tão real na nossas vidas.

    O filme relata a vida de um pai de família que perde o emprego que tinha há anos e vai para as filas enfrentar a vida, já em idade avançada, mostrando assim o problema social passado pelo Japão com relação ao desemprego.

    O que mais impressiona na película é a maneira como é mostrada o modo totalmente patriarcal e, muitas vezes até rude, de ser a família japonesa.

    O pai não conta a família sobre o desemprego e passa os dias em filas de agências e comendo em centros comunitários. Enquanto isso, quando chega em casa, mantém aquela postura de “dono da família” e mandatário de todos os problemas familiares.

    Uma cena muito peculiar foi quando ao sentarem para o jantar, todos aguardam ele tomar a cerveja e só depois disso que podem começar a se alimentar.

    Outro fato impressionante, é como a vida econômica pode abalar o ser humano, como no exemplo mostrado, onde um homem mata toda a sua família e comete suicídio, depois de ter cansado de procurar emprego e não conseguir.

    Sonata de Tokyo mostra também a grande dificuldade dos pais se relacionarem com os filhos. Um deles queria servir ao mundo e foi para o exército, o outro apenas queria tocar piano. Nada disso é apoiado pelo pai, somente pela mãe.

    Trailer:

    Linguado com requeijão

    Tempo Prep : 15 mins
    Tempo Coz: 30 mins
    Serve: 1

    Ingredientes

    • 1 filé de linguado
    • Suco de meio limão
    • Pimenta do reino a gosto
    • 1 pitada de sal
    • 1 pitada de cominho
    • 1 pitada de gengibre em pó
    • 1 pitada de canela em pó
    • 2 colheres de farinha de trigo
    • 2 colheres de manteiga
    • 1 dente de alho esmagado
    • 1/2 cebola picada
    • 4 champignons fatiados
    • 2 colheres de requeijão
    • 2 colheres de leite

    Mode de Preparo

    1. Tempere o linguado com o suco de limão, sal, pimenta do reino, cominho, gengibre e a canela. Deixa tomar gosto por mais ou menos 1 hora na geladeira. (aconselho envolver em um filme plástico ou em um saquinho bem fechado para que não fique cheiro de peixe na sua geladeira )
    2. Quando passar esse tempo, pegue o filé e passe levemente na farinha de trigo. Bata cuidadosamente para tirar o excesso.
    3. Em uma frigideira leve uma colher de manteiga para derreter. Quando estiver aquecida deite o filé e deixe que doure de um lado e do outro. Acomode no prato que irá servir e reserve.
    4. Adicione mais uma colher de manteiga a frigideira, coloque a cebola e o alho para refogarem. Quando estiverem douradinhos acrescente os champinons fatiados.
    5. Adicione uma pitada de sal. Junte o requeijão e o leite. Mexa levemente até que se forme um creme bonito. Coloque o filé no prato e regue com o molho de requeijão.
    6. Sirva com arroz branco. Simples, né? Bom apetite =)
  • Drama,  Salgados

    Sad Vacation & Espaguete de Salmão

    Sad Vacation é um filme intenso. Inicialmente conta um pedaço da história de outro filme do mesmo diretor chamado “Helpless”. O filme anterior conta a história de Yasuo Matsumura (um ex-gangster da Yakuza), sua irmã Yuri e Kenji. Yasuo ficou preso por 5 anos após ter assassinado 6 pessoas e estavam com ele Yuri e Kenji. Ambos sumiram depois do massacre e dez anos depois disso começa Sad Vacation.

    Kenji, vivivo por Tadanobu Asano (considerado um dos melhores atores japoneses da atualidade), cuidou durante todos esses anos de Yuri e adotou um menino órfão chinês. Existe muito amor e cuidado dele para com essas pessoas, ao longo do filme vai se entendendo o porque disso. Kenji foi abandonado pela mãe quando era pequeno. Ele volta a encontrá-la no meio do filme.
    Nesse retorno da mãe a sua vida, temos diálogos doloridos, cenas de ciúmes dos outros filhos e a demonstração de tentar sempre ”manter as aparências” que a mãe dele tem.

    Kenji tem sempre trabalhos alternativos. São cenas engraçadas e peculiares. As pessoas acham que a gente não pode rir em um filme japonês, mas já perdi as contas de quantas vezes isso já aconteceu.
    Numa dessas malucas jornadas de trabalho ele conhece uma mulher. Temos aí uma das cenas mais belas do filme – mostra que o amor surge de repente e que ele espera. Ele sempre espera quando é verdadeiro. Indescritível a sensação de conforto que ele tem quando volta para os braços dela. Ela se transforma no porto-seguro dele que teve uma vida tão devastada emocionalmente.

    Não posso dizer que esse filme é feito apenas de coisas fáceis de encarar. Temos cenas duras e conversas fortes. Porém, como diria nosso amigo Schopenhauer:

    Devemos rir ainda que estejamos em um período difícil. Pois a alegria é uma exceção heroica e sempre desejável em nossa existência.

    Pegou?

    Sad Vacation me surpreendeu, me emocionou e me deixou pensando em muitas coisas. Vale muito a pena ver, sem falar na trilha sonora que é uma delícia…

    Trailer:

    Essa receita é jogo rápido, se você está cansado, com preguiça ou sem tempo, esse prato é daqueles que ficam prontos em coisa de meia hora, no maior estilo Jamie Oliver 30 minutes meals! Como eu não tinha penne fui de espaguete mesmo e ficou excelente!
    Eu reduzi a receita para uma porção para 2 pessoas. Não adicionei a farinha de trigo (que tem na receita original) pois usei creme de leite de caixinha que já é mais denso que o fresco. Acrescentei cogumelos porque eu gosto muito. 😉
    Vamos a receita?

    Espaguete de salmão

    Temo Prep: 30 mins
    Tempo Coz: 15 mins
    Serve: 1

    Ingredientes

    • 250g de salmão cortado em cubos
    • 250g de espagueti
    • 1 caixinhas de creme de leite
    • 1 cebola pequena picada
    • 1/2 xícara de café da vinho branco seco
    • 150g de cogumelos
    • Azeite de oliva
    • Salsinha
    • Manjericão
    • Pimenta fresca
    • Sal

    Modo de Fazer

    1. Coloque água para aquecer em uma panela, quando ferver, adicione a massa e cozinhe conforme indicado na embalagem.
    2. Esquente bem uma panela, acrescente o azeite. Passe o salmão apenas para dar uma selada. Adicione a cebola. Tempere com a pimenta do reino e um pouco de sal. Acrescente o vinho. Em seguida coloque os cogumelos e dê uma refogada, de leve, por uns 3 minutos.
    3. Junte as ervas e o creme de leite. Deixe com que ele aqueça, mas não ferva. Jogue o molho na massa escorrida e pronto!
  • Drama,  Salgados

    2046 & Yakissoba de Carne

    Todos que me conhecem sabem do meu amor incondicional pelo diretor chines Wong Kar-Wai. Já falei de filmes dele algumas vezes aqui no Cozinha, sobre os filmes Blueberry Nights e In the mood for love. Não é por acaso que uma imagem do filme estampa o layout do blog. Considero 2046 um dos meus TOP5 filmes de ‘cabeceira’.

    2046 faz parte de uma trilogia. O primeiro filme é “Days of being wild” (no Brasil, Dias Selvagens), seguido de In the Mood for love e por fim 2046.

    Todas as lembranças são rastros de lágrimas.

    Ainda não era grande conhecedora da obra de Kar-wai quando assisti a 2046. Acabei por vê-lo antes dos dois outros filmes, por não saber que se tratava de uma sequência. Confesso que não fez diferença no entendimento do drama e trama. Até acredito que foi melhor ter visto o último antes dos outros.

    2046 é um filme complexo, com fotografia incrível e impecável (temos aqui o último filme com a parceria com Chris Doyle, o melhor diretor de fotografia já visto no mundo, na minha singela opinião), uma trilha sonora que vai desde Nat King Cole a Casta Diva e temos então a sequência da história de vida do Sr. Chow, vivido pelo ator chines Tony Leung Chiu Wai.

    2046 não começa de onde In the mood for love parou. Kar-wai conseguiu em 5 anos de filmagem mudar o filme diversas vezes.

    Década de 60, Sr. Chow está de volta a Hong Kong, onde começa a morar em um hotel. Ele está em frente ao quarto 2046. Está mudado, a vida o transformou em um tipo conquistador quee começa a se relacionar com mulheres que passam em sua vida.

    Ao mesmo tempo que vai a jantas e noitadas de bebedeiras, ele começa a escrever uma história de ficção científica, passado em um trem, com andróides que tem emoções retardadas, onde todos tentam encontrar suas memórias perdidas…a história chama “2046”.

    Temos em metáforas toda a vida dele, seu amor perdido, seus romances do presente, as dores, saudades, esperanças retratados nessa história que se mistura com o filme em si.

    Kar-wai, mais uma vez genial, mistura a ficção com a realidade fazendo com que o filme seja um transbordar de sentimentos e conclusões nem sempre felizes.

    Imagens em preto e branco se mesclam com coloridos intensos das cabines do trem. Sensações de perda e um vazio que só se vai sentir depois de algum tempo, como acontece com as atendentes andróides.

    Por outro lado temos um homem que foi machucado pela vida e resolveu seguir a linha oposta do que sempre foi. Mas não consegue viver assim.

    Lembra que lhe falei que havia uma coisa que nunca poderia emprestar?

    Não é possível se emprestar o amor. O amor não é algo que se possa deixar por alguns instantes com alguém, nem que seja para confortá-la um pouco. 2046 teoriza com o amor. Discute com a gente mesmo sobre o que realmente achamos que ele é. 2046 é dolorido, lindo, marcante e exuberantemente perfeito.

    Desejo, espaço, tempo e memória. Isso é 2046.

    Para comer assistindo o filme eu resolvi que poderíamos ter um prato típico da China, óbvio, pois “nada muda em 2046” e nada mais chinês e amor que Yakissoba. Então vamos lá!

    Yakissoba de Carne

    Prep Time: 60 mins
    Cook Time: 30 mins
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 500g de macarrão para Yakissoba
    • 400g de carne vermelha de sua preferência (usei coxão de dentro)
    • 1 dente de alho picado
    • 150g de brócolis cortado em buquês pequenos
    • 100g de couve-flor cortado em buquês pequenos
    • 1 cebola cortada cubos grandes
    • 1 cenoura cortada em tiras
    • 100g de repolho cortada em cubos
    • 150g de champignon
    • 1 xícara de chá Shoyu
    • 1/2 colher de sopa de açúcar
    • 1/2 xícara de chá de água
    • 1 colher de sopa de amido de milho
    • 1/2 colher de sopa de óleo de gergelim torrado
    • 4 colheres de óleo de girassol (ou de sua preferência para refogar)

    Modo de fazer

    1. Cozinhe o macarrão em mais ou menos 2 litros de água fervente. Escorra.
    2. Aqueça uma panela Wok (de preferência) e adicione um 2 colheres de óleo de girassol, jogue o macarrão para fritar por alguns segundos. Reserve. Agora na mesma panela, que já está quente, coloque mais um pouco do óleo e frite a carne. Reserve. Nesse momento você vai fritar os legumes: coloque o alho a cebola, o brócolis, a cenoura, couve-flor e o repolho e os cogumelos. Deixe refogar por uns 2 minutos. Depois disso volte as carnes a panela, junte o shoyu, o açúcar, a água e o óleo de gergelim. Deixe refogar por alguns minutos.
    3. Dissolva o amido de milho em um pouco de água e adicione, mexendo até que engrosse um pouco o molho. Junte o macarrão a panela e sirva em seguida.
  • Drama,  Salgados

    “Chuva” & Sopa de Capeletti

    “Chuva” (Lluvia) é um filme argentino de 2008 que fala basicamente sobre a dor da perda. Seja ela temporária, como uma separação, ou eterna, como a morte.
    De tomadas simples e uma bela fotografia, o filme é completamente sensível e humano. A diretora Paula Hernández vai além das expectativas em uma história feita de uma série de coincidências, ambientadas na cidade de Buenos Aires. Ou não seriam coincidências?
    No filme temos Alma – interpretada genialmente por Valéria Bertucceli – que é uma mulher de uns 30 anos que acaba de se separar e começa a viver dentro do carro. Do outro lado vemos Roberto (Ernesto Alterio ) um homem que veio da Espanha para enterrar seu pai, com quem não falava há 30 anos. Eles se conhecem acidentalmente. No meio do trânsito, chuva, caos e meia dúzia de palavras.
    Há todo um simbolismo entre a chuva e o estado de espírito das duas personagens no filme. Uma reflexão sobre a vida e as dores de cada uma.
    O que nos passa é que a diretora queria nos mostrar que ainda há um pingo de esperança na busca da felicidade. Um ombro humano e amigo quando mais se precisa e não se tem ninguém.
    Um estranho que se torna tão próximo que não há limite para a intimidade que isso possa criar. Poderiam apenas ter passado um pelo outro sem querer saber porque o outro sofria, ou o que escondiam aquelas lágrimas que caiam. Um belo filme e o cinema argentino acaba por sempre me surpreender. Por isso sigo a procurá-lo.

    -Ele tinha alguma família aqui?
    -Nem família, nem nada. Sua casa era um grande piano…e uma cama de solteiro.
    -É o que ele escolheu.
    -O que ele escolheu ou o que lhe foi deixado…
    -O que você disse?
    -Estou dizendo, é o que ele escolheu ou o que lhe foi deixado?
    -Não, é o que ele escolheu.
    -Ele escolheu isto.
    -Para se isolar, desaparecer e viver a vida que viveu.
    -Bem, talvez ele não pôde encontrar o caminho… não sei…
    -Às vezes, você não pode decidir, é só o que lhe sobra.
    -Quando se tem um filho…o que não se pode fazer é escolher.
    -Você tem que estar lá.
    -Não pode desaparecer durante a noite…como se não tivesse responsabilidades.
    (Roberto falando sobre o pai em Lluvia)

    E o que sopa de capeletti tem a ver com tudo isso? É simples: sopas quentinhas com massas gostosas são aconchegantes em dias frios e de chuva. Também dão uma confortada na alma…
    Eu não gosto de sopas aguadas. Geralmente prefiro as sopas-creme, as com massas, com menos líquido, e mais encorpadas. E assim é que fica a minha sopa predileta de todas as horas.

    Sopa de Capeletti

    Prep Time: 60 mins
    Cook Time: 40 mins
    Yields: 2

    O que você vai precisar?

    • 250g de capeletti de frango
    • 250g de peito de frango em cubos
    • 2 cenouras médias em cubos
    • 1 tomate sem semente picado
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho
    • Azeite de oliva
    • 1 cubo de caldo de frango
    • 1 litro de água quente
    • Pimenta do reino
    • Salsinha
    • Orégano
    • Queijo parmesão ralado

    Como fazer?

    1. Em uma panela aqueça o azeite de oliva e refogue o frango. Deixe ele corar. Coloque a cebola, em seguida o alho. De uma leve fritada, misturando bem ao frango. Adicione o tomate picado e a cenoura. Coloque então o caldo de frango, pimenta do reino, o orégano e por fim despeje a água quente por cima.
    2. Deixe cozinhar, com a panela semi-tampada, em fogo baixo por uns 20 minutos, mexendo de vez em quando. Prove o sal. Se achar necessário, adicione mais um pouco. Eu geralmente não coloco, pois o caldo de galinha já tem sal suficiente para minha pressão alta =) Adicione então os capelettis e deixe o tempo que é indicado na embalagem deles. Desligue o fogo, adicione a salsinha picada. Na hora de servir polvilhe com queijo parmesão ralado.

    Um pouco de história….

    Os cappelletti surgiram como uma evolução dos ravioli. No século 13, os ravioli já encantavam os nobres e os plebeus do norte da Itália. Esses pasteizinhos com forma quadricular eram recheados com queijo ou com carne. Com o decorrer do tempo, após muitos enganos na hora de servi-los, passaram a diferenciar um recheio do outro através de formatos diferentes. Os de queijo mantiveram no forma quadricular. Já os de carne passaram a ter a forma de um triângulo, com uma de suas pontas retorcidas. Esta nova forma era semelhante a de um chapéu de bico, e daí veio o nome – capelleti significa “chapeuzinhos” em italiano. A tradição diz que os ravioli não podem ter carne em seu recheio, enquanto os cappelletti não utilizem queijo. (Fonte: Spoleto)