Drama

  • Drama,  Sem categoria

    Only Lovers Left Alive & Cheesecake de Morango

    Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia na rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim? É tão pouco. Não te preocupa. O que acontece é sempre natural – se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. Penso em você principalmente como minha possibilidade de paz – a única que pintou até agora, “nesta minha vida de retinas fatigadas”. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito.”, Caio Fernando Abreu

    Acho que prefiro me lembrar de uma vida desperdiçada com coisas frágeis, do que uma vida gasta evitando a dívida moral. E me perguntei a que me referia com coisas frágeis. Parecia um belo título para um livro de contos. Afinal, existem tantas coisas frágeis. Pessoas se despedaçam tão facilmente, sonhos e corações também, Neil Gaiman

    Jim Jarmush, diretor de Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive, Reino Unido-Alemanha, 2013) parece ter lido Caio Fernando Abreu e Neil Gaiman. E ter escrito o roteiro de seu filme preso num conto escrito nos anos 1980 ou numa história em quadrinhos repleta de referências à literatura gótica, poesia romântica e às canções tristes. A sua história lembra os personagens urbanos e noturnos varados de amor e solidão destes dois escritores. Reflete também uma era da música e uma visão existencialista do mundo. Os amores são doídos nesse filme.

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    Demais até, para que se tolere a rotina de viver sob o mesmo teto todos os dias, enquanto se morre lentamente. E ainda incorrem no segundo pecado de serem personificados nos pálidos e longilíneos corpos de Tilda Swinton e Tom Hiddleston. Adequados em sua magnífica estranheza à sedutora mitologia dos vampiros − metáfora recorrente da inutilidade das paixões nessa frágil vida.

    Only lovers left alive. Portanto, compreende-se desde o início que trata-se de uma história de escolhas e perdas. O filme é sombrio como a poesia de Poe. Romântico como os versos Byron e perturbadoramente sensato, como a ficção de Mary Shelley – todos citados em algum momento da trama. E conta a história de dois vampiros contemporâneos. A luminosa Eve e o obscuro Adam. Um músico trancafiado num prédio repleto de quinquilharias em Detroit. Uma andarilha das vielas rochosas do Tanger. Ele, introspectivo, triste. Ela, luminosa, abrasiva. Ele com seus discos. Ela com sua cama de livros. Encontram conforto em sua vida eterna um no outro, numa época em que viver resulta difícil também para os vampiros.

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    Os amantes amargam a doçura dos momentos partilhados num planeta que eles aprendem a enxergar como zumbi. Descrentes de uma humanidade que se arrasta aos poucos para a perda de qualquer apreço pela beleza das coisas vivas. Um mundo onde os grandes e eternos feitos são absolutamente inúteis, a ciência é menosprezada, os gênios desconhecidos, e a inteligência, uma engenhoca sobrevalorizada. Logo descobrimos que ser vampiro é provavelmente o destino de todos os desvalidos e sensíveis, de Basquiat a Patti Smith, de Shakespeare (ou seria o seu Ghost Writer?) a Oscar Wilde.

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    Buscam a solução para a sua eternidade. De que serve ser eterno num planeta doente? Esta deve ser a pergunta que move muitas das formas de arte. O filme intercala o sentimento vertiginoso de perda de referência com a descoberta de um “para sempre” instigante apenas pelos pequenos prazeres: a necessidade de ouvir boa música, tocar objetos que possuem história, praticar bondade involuntária ou dançar à meia luz, ao som de um disco muito antigo. Afinal, o que fazer da vida quando já se viu tudo? Quando nossos heróis estão extintos? Quando o ceticismo nos impede de qualquer alumbramento? O que fazer da vida senão amar, amar e amar? Como um vício? Um cálice de sangue fresco para dilatar qualquer sensação de autoindulgência ou vazio…

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    Longe de ser um terror ou um suspense convencional, Amantes Eternos fala de vampiros que sobrevivem pela conexão mais elementar, acessível também aos seres comuns. Nutrindo-se do prazer da companhia, que aquece como o sangue, em doses comedidas e habituais. Amantes de amor antigo, aquele que confunde pernas e braços de seus corpos entrelaçados como enguias lunares – em lindas cenas de contraste claro-escuro que lembram o expressionismo alemão, outra referência do filme. São complementares, por isso plausíveis. Por alguma razão, Adam & Eve encontram sentido nesse mundo que apodrece, na ciência oculta dos seres da noite e na droga mais potente e vulgar: o amor.

    Trailer:

    O filme de hoje vai acompanhar uma receita de cheesecake. Por que o recheio pálido e branquinho lembram a pele dos vampiros que não podem pegar sol e a cobertura de morango é como o alimento deles. Vermelha como sangue. cheesecake-morango-cec

    Cheescake de Morango

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Rendimento: 2 mini-cheesecakes

    Ingredientes

    • 1 xícara de farinha de amêndoa
    • 2 colheres de sopa de manteiga
    • 150 g de creamcheese
    • 150 g de creme de leite fresco
    • 2 ovos
    • Adoçante culinário ( ou 1/2 xíc. de açucar)
    • 2 colheres de sopa de extrato de baunilha
    • 250 g de morangos picados
    • 2 colheres de sopa de água

    Modo de Fazer

    1. Comece pela cobertura. Use morangos bem maduros e vermelhinhos, assim já os terás doces e não necessitará usar qualquer tipo de adoçante que não seja o natural da fruta. Pique os morangos e leve ao fogo baixo em uma panela, juntamente com a água, até que ele comece a se desfazer e faça uma espécie de geleia. Para essa quantidade de morangos, leva em média uns 20 minutos. Para a base, você vai simplesmente misturar a farinha de amêndoa a manteiga e colocar metade dela em cada ramequim, forrando bem o fundo e pressionando com uma colher ou mesmo com a ponta dos dedos. Para o recheio bata os ovos, adicione os demais ingredientes e bata por mais alguns minutos. Ligue o forno a 180º, deixe aquecer por uns 10 minutos. Coloque o recheio em cima da massa base e leve ao forno por 20 minutos. Deixe esfriar, coloque a cobertura e sirva gelado.

    Informação Adicional

    Essa receita de cheesecake é livre de glúten e açúcar. Ideal para quem é intolerante a tais coisas. Se quiser fazer um médio – de uns 20 cm de diâmetro – triplique a receita.
  • Drama,  Salgados

    Locke & Espaguete com Shitake

    Locke é um filme de 2013, protagonizado pelo britânico Tom Hardy.

    Acho incrível como o Hardy tem me surpreendido com suas atuações. Muitos só o conhecem (ou nem sabem que é ele, por conta da máscara) por seu papel como Bane, em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Tom Hardy é um ator cuidadoso, inspirador e incrível. Dá vida aos mais diferentes papéis, como o presidiário maluco em Bronson, o lutador com traumas familiares em Warrior e, em breve, no novo Mad Max, entre outros papéis excêntricos. A gente (eu e minha BFF/parceira de bobices e 5ª série, Priscila do Culinarístico) temos uma brincadeira que quando a coisa é muito boa (ou intensa) dizemos: LEVEL HARDY, ilustro:

    Locke é passado todo dentro do carro, sim, você deve ter lido isso e pensando: ihhhh que chatice…Mas meus caros amigos, não é. Definitivamente não é.

    Ivan Locke cometeu UM erro, apenas um e isso vai fazer com que os 84 minutos de filme te levem para dentro da vida dele. Entre telefonemas para casa e o trabalho, Ivan começa a nos revelar o que aconteceu. Nesse meio tempo ele tem papos com o pai, já falecido, através do retrovisor, como se o velho senhor estivesse sentado no banco de trás. Não, ele não é esquizofrênico, agora me digam, quem nunca teve conversas imaginárias com alguém (ou até mesmo consigo mesmo) para esclarecer alguns fatos? – apenas eu sou doida? Comentem dizendo que não, por favor.

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    O belíssimo roteiro é assinado por Steven Knight (o mesmo de Senhores do Crime e Coisas belas e sujas) e é uma coisa tão bem feita que você realmente termina o filme atônito com tamanha beleza. Sou ligada em roteiros, por isso me irritam tanto os mal feitos, como andamos vendo em algumas séries por aí. Detalhe: Knight também dirige o filme.

    Se cometer um erro, um maldito errinho, o mundo inteiro cairá sobre você.

    Tom Hardy dá uma aula de atuação sendo Ivan, a cada ligação, o semblante do ator, entre o medo e a alegria, em alguns momentos que consegue resolver algumas coisas, o choro quando fala com o filho, a sinceridade com que trata o foco do seu problema atual, o qual o está fazendo viajar para outro lugar, mesmo estando ele em um momento profissional tão importante, que não poderia estar ausente. A coragem de jogar limpo com a mulher em um momento tão delicado.
    Não se preocupem, nos primeiros 15 minutos de filme vocês já saberão o propósito da viagem e o resto do filme faz com que você se torne entre psicólogo e amigo de Locke. Não consegui sentir raiva, nem pena, confesso pra vocês que senti tamanha admiração pela sinceridade dele.

    Atentem para a bela e impecável fotografia, que deixa tudo ainda mais significativo, a aura triste das lentes, das luzes da estrada, quase nos deixando com uma impressão que aquilo é o fim, ou por outro lado, que aquela viagem jamais acabará. Pois é. Nos faz refletir naquela velha máxima que você pode levar a vida toda fazendo coisas certas e basta uma errada para que tudo desmorone bem na sua frente.

    Assistam, depois me contem. Vale cada km rodado.

    Trailer:

    A receita de hoje, não tem algo com o filme, pois afinal ele passa o tempo todo dentro do carro. Porém, me remeteu a uma comida solitária. Aquele prato que você prepara rapidamente só pra você em um dia qualquer. Pois a solidão, no fim de tudo, é o que se tem dentro de um carro sozinho, por mais que estivesse Tomzinho falando ao telefone sem parar, a responsabilidade e as reflexões eram só dele. Por isso hoje venho com uma comida pra um, bem fácil, prática e saborosa.

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    Aproveitando também, divulgando (e incentivando) o projeto “Segunda sem carne”, juntamente com os blogs amigos, dá um pulo e confere:

    – No Culinarístico: Tofu apimentado com molho de amendoim

    – No Conversando e Cozinhando: Arroz sete grãos com shitake

    – No Fotografando à mesa: Muffins Natalinos

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    Espaguete com Shitake

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 1

    Ingredientes

    • 100 g de macarrão tipo espaguete (o jeito que uso para medir é dividir o pacote de 500 g em 5, vai com fé!)
    • 1 cebola roxa pequena
    • 1 dente de alho
    • 4 cogumelos shitakes (usei o desidratado – deixe hidratar por 15 minutos em água morna)
    • 1 colher de sopa (generosa) de manteiga
    • 3 colheres de sopa de azeite de oliva
    • Pimenta verde moída na hora (use a que quiser/tiver/goste)
    • Queijo parmesão ralado
    • Salsinha picada a gosto
    • 1 litro de água fervente
    • Sal a gosto

    Modo de Preparo

    1. Primeiramente coloque o shitake para hidratar em uma xícara de água morna. Em uma panela, leve a água para ferver. Vá cortando a cebola, o alho e picando a salsinha, deixe tudo reservado, separadamente. Aqueça uma frigideira grande e adicione o azeite de oliva. Leve a cebola para dourar. Acrescente o alho, tempere com a pimenta do reino e o sal. Enquanto isso, vá fatiando o shitake, já hidratado. Junte a misture o shitake, roube meia concha da água do cozimento do macarrão e em fogo baixo e deixe cozinhar por alguns minutos, tipo uns 5. Junte a manteiga e reserve. Quando o macarrão estiver cozido, junte ele ao shitake. Misture ainda em fogo baixo e adicione o queijo parmesão. Sirva em um prato bonito e salpique a salsinha picada.
  • Drama,  Salgados

    A Liberdade é Azul & Omelette au Roquefort

    A liberdade é azul (Trois couleurs: Bleu), de 1993, é o primeiro filme da Trilogia das Cores do diretor polonês Krzysztof Kieslowski. Os demais filmes que compoem a trilogia são: “A igualdade é branca (1994)” e “A fraternidade é vermelha” (1994). Falaremos deles em outros posts certamente, pois é um trio de filmes que todos devem assistir. A Trilogia das Cores é baseada nas três cores da bandeira francesa e nas três palavras do lema da Revolução Francesa: “liberdade, igualdade e fraternidade”.

    Na França, Julie (Juliette Binoche) sofre um acidente com sua filha e marido. Ela é a única a sobreviver do desastre. A partir daí começamos a participar de uma trágica e dramática história.

    Só me falta fazer uma coisa.
    Nada.
    Não quero bens, nem recordações, nem amigos, nem amor.
    Tudo isso são armadilhas.
    (Julie Vignon)

    Sou apaixonada pelos filmes de Kieslowski. Ele sempre consegue arrancar da gente os sentimentos mais diversos, principalmente quando os assuntos são doloridos, como em Bleu, polêmicos como em Não amarás ou em Não matarás. Poderia passar a tarde toda indicando filmes deles para vocês nesse post, porém, acho mais digno falar de cada um deles com o passar do tempo.

    Voltando ao filme, Julie era casada com um maestro renomado. Depois da morte dele, ela é incumbida a terminar uma composição de coro e orquestra que havia sido encomendada a ele, mas o mesmo não conseguiu terminar em vida.

    Já não parece algo fácil para uma pessoa que está levando a vida normalmente, que dirá para alguém que está lidando com a perda de sua família e tem que tocar a vida. Esse filme mostra muito esses momentos difíceis que algumas pessoas precisam passar. E a força enorme que tiram não sei de onde para seguir vivendo. Uma coisa que nunca me saiu da cabeça, foi a conversa que ela manteve com o flautista mendigo na rua, quando ouviu ele tocar o acorde que era da composição que ela estava tentando concluir. Ela foi indagá-lo de onde ele tinha tirado aquilo, ele disse que inventava coisas, gostava de compor. E sem mais nem menos ele diz a ela: “Devemos sempre ter algo a que nos agarrar.”. Será que é por isso que conseguimos passar por algumas coisas que parecem impossíveis em nossas vidas? Levo comigo esse fragmento.

    Com todo o vai e vem das tentativas que terminar a composição, ela acaba descobrindo coisas da vida do marido, que jamais imaginou existir. O que afunda um pouco mais aquele ser solitário. Do tipo de situação que você se dá conta que viveu anos com alguém e não conhecia aquela pessoa. Ele tinha uma outra vida paralela jamais revelada.

    Juliette Binoche está com uma atuação FANTÁSTICA, ela representa o papel com uma dor tão bem interpretada, só que com a ausência do dramalhão. Ela sequer chora. Juliette carrega a Julie com um olhar frio, vazio, quase que descrente da vida. Um dos diálogos que ela tem com a empregada demonstra muito isso, Julie pergunta a mulher porque ela está chorando, e ela responde: “Porque você não está.”. Ou seja, sempre nos lutos, nas perdas, as pessoas imaginam que o retrato da dor seriam as lágrimas, mas nem sempre é assim. Pode apostar que aquilo doía tanto em Julie que ela nem sequer conseguia chorar.

    A trilha sonora é um personagem MUITO importante nessa obra. Em algumas cenas que nada é dito, apenas os personagens são envoltos nas dolorosas músicas que falam por si só. Acho incrível isso na música clássica, pois sem ter nenhuma palavra, a música conta histórias.

    A liberdade é azul é um filme sobre o abandono, a dor, a falta de quem se ama, as mudanças do cotidiano que a vida nos leva, é tomar café com sorvete sozinho, conversar com um flautista na rua, é não ter mais onde morar e ir em busca de um novo lugar, é lutar contra os ratos, ou alimentar os mesmos, é romper com tudo que já se teve, é se livrar e esquecer tudo que se viveu até então para que se possa finalmente alcançar a verdadeira liberdade. E ela é azul – aqui podemos imaginar a liberdade como imensidão do oceano, com toda sua cor e tamanho infinito, mas muitas vezes completamente inalcançável.

    Trailer:

    Hoje o que vai acompanhar o filme é uma Omelette au Roquefort que nada mais é que uma omelete com queijo. O nome francês é porque a omelete tem origem naquele país.

    Afinal a liberdade e o roquefort são azuis! Vamos lá?

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    Omelette au Roquefort

    Tempo Prep: 15 min
    Tempo Coz: 5 mins
    Serve: 1

    Ingredients

    • 2 ovos
    • 6 cogumelos fatiados
    • 1/2 cebola pequena picada em cubos
    • 10 g de queijo Roquefort
    • 2 colheres de sopa de creme de leite fresco
    • Azeite de oliva
    • Sal Noz-moscada
    • Noz-moscada

    Modo de Fazer

    1. Bata os ovos, adicione o creme de leite fresco, o queijo em cubos e tempere com o sal e noz-moscada.
    2. Em uma frigideira antiaderente, aqueça o azeite e refogue os cogumelos. Quando estiverem dourados, acrescente a cebola. Acrescente a mistura de ovos e deixe por 2 minutos para que cozinhe de um lado, vire a omelete e deixe mais 2 minutos, tudo isso em fogo baixo.
    3. Decore com raspas de queijo e salsinha. Sirva imediatamente.
  • Drama,  Salgados

    Um Dia Muito Especial & Polenta

    O diretor de “Um dia muito especial” Ettore Scola está para o cinema italiano como Ozu está para o cinema japonês. Em Una giornata particolare (título original) ele explora o dia-a-dia dos típicos italianos. Entre as críticas ao governo e a política vigente na época, Scola discorre especialmente sobre duas vidas: de Antonietta e Gabriel.

    Ouça, quando falta a coragem…
    é preciso encontrar forças para reagir logo
    ou nada mais restará do que ficar na pior.
    Entende?
    Ouça! Vamos rir sobre isso!
    Chorar…Pode-se chorar sozinho…
    Mas para rir, é preciso estar em dois.

    Eu considero que esse é um dos grandes filmes do cinema italiano. É perfeito. Não tem nada de mais, nem de menos. É uma aula de cinema, atuação e direção. Cada pedaço dele te leva a algum lugar, a alguma reflexão. É o tipo de filme que me agrada.

    Era 8 de maio de 1938, o dia que Hittler e Mussoline se reuniriam em Roma. Os dois ditadores se encontrariam um ano antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. Chego a sorrir ao lembra do excelente (leia-se perfeito) plano-sequência, o que é uma especialidade de Scola, que nos leva à Antonietta (Sophia Loren). E assim, passamos a conhecer a vida dela, seus seus filhos, o café da manhã tumultuado, ela passando roupa e acordando o marido que reclama. Assim, acabamos por saber completamente quem é essa mulher.
    Típico da cultura da época, Antonietta é uma dona de casa submissa ao marido. Ela cuida da casa, dos filhos, do marido, sem ter vontade própria. Ela faz o que “tem que ser feito”.

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    Enquanto todos se aprontam para ir ao encontro do seu mestre ditador, Antonietta ajuda a todos, arruma os filhos e o marido. Depois que todos saem pode relaxar um pouco. Ela tem um papagaio e quando abre a gaiola para dar comida a ele, o danado foge pela janela. No prédio só temos ela, a zeladora e um homem que mora sozinho, um jornalista, homossexual, que acabara de ser demitido, Gabrielle (Marcelo Mastroianni). É exatamente para a janela dele, que o papagaio voa. Indo em busca do pássaro, os dois destinos acabam se cruzando e Antonietta toca a campainha do apartamento de Gabriele para recuperar o seu bichinho.

    Dois seres solitários que se encontram. Duas almas amarguradas e presas dentro das próprias divagações existenciais e sociais. Ao contrário de todos os outros filmes que os dois já fizeram (juntos ou separados) aqui temos uma Sophia Loren (divah!) sem aquela beleza e volúpia de costume. A personagem foi caracterizada exatamente para termos essa sensação: uma mulher que foi bela, astuta, mas com o passar dos anos, a vida judiou muito dela. Temos uma mulher magra, simples, com vestes comuns.

    O mesmo ocorre com Mastroianni, que todas suspiraram em La dolce vita e 8 ½, onde ele sempre tinha aquele ar conquistador de homem atraente e irresistível (particularmente: valha-me deus, que homem bonito!). Aqui Marcelo encarna um Gabriel triste, endurecido, solitário e simples.

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    E é nesse reconhecimento de almas afins que uma bela amizade começa. No dia em que todos os fascistas sem encontravam reunidos ovacionando os líderes, Gabriele e Antonietta compartilham dores e desamores, a vida que levam e o que acontecerá a seguir, não se sabe. O importante é que naquele dia, eles foram um pouco mais felizes.

    Não posso falar mais nada, pois é preciso assistir, se caso ainda não tenham visto, esse espetáculo de filme.

    Minha gente linda, como poderia deixar de combinar uma polenta com um filme italiano? Tem coisa mais mama, mais italiano e coisa de família que polenta? Almoços de domingo. Essas coisas todas. Vamos a receita? Adaptei uma receita do Panelinha – Receitas que funcionam, da Rita Lobo. Lá ela faz com ragu de carne, aqui eu fiz com frango.

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    Polenta

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 45 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • 1 peito de frango picado em cubos
    • 1 cebola grande picadinha
    • 4 dentes de alho amassados
    • 1 lata de tomates pelados
    • Orégano
    • Pimenta do reino
    • Salsinha picada
    • Cebolinha picada
    • Azeite de Oliva
    • 1 colher (chá) de sal
    • 1,5 l de água
    • 2 xícaras (chá) de fubá ou de sêmola de milho
    • 9 xícaras (chá) de água
    • 1 colher (sopa) de sal
    • 4 colheres (chá) de queijo parmesão ralado

    Modo de Fazer

    1. Molho: Em uma panela, coloque o azeite de oliva e doure o peito de frango. Adicione a cebola, o alho, deixe que amoleçam um pouco e em seguida coloque a lata de tomates pelados. Tempere com sal, pimenta do reino, coloque um pouco de orégano e deixe apurar por alguns minutos.
    2. Polenta: Em uma panela grande aqueça a água. Quando ferver, acrescente o sal e abaixe o fogo. Com a colher de pau em uma mão, vá mexendo a água, e com a outra mão, pegue um punhado de fubá (ou de sêmola de milho) e vá soltando aos poucos, num fio constante. Acrescente todo o fubá dessa maneira e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos, mexendo sempre com a colher. A polenta estará pronta quando se desprender das paredes e do fundo da panela. Acrescente o queijo parmesão e misture bem até que ele derreta.
    3. Acomode a polenta em um prato, coloque o molho em cima e finalize com a cebolinha e salsinha picadas.
  • Drama,  Salgados

    Diário de uma paixão & Risoto de Beterraba

    Diário de uma paixão é um filme de 2004 dirigido por Nick Cassavetes, baseado no livro homônimo de Nicholas Sparks.

    Esse filme é daqueles que você passa metade do tempo suspirando – pelo belo amor que se apresenta – e a outra metade chorando – pelos dramas que a vida traz. Pois é. Esse e Blue Valentine são meus dois filmes clássicos para chorar (além de Issiz Adam e 2046 – esses dois para chorar compulsivamente, daquele tipo que beira uma falência total dos órgãos). Choro também pela beleza de Ryan Gosling na tela. Mas isso você já sabia.

    Não sou ninguém importante, apenas um homem comum, com pensamentos comuns. Eu levo uma vida comum. Nenhum monumento dedicado a mim. Meu nome logo será esquecido. Mas em um aspecto, eu obtive sucesso como ninguém jamais teve. Amei alguém de coração e alma. E isso sempre foi o bastante pra mim.

    Depois de todo esse meu delírio vamos ao filme?

    Ele começa com um senhor cuidando de uma mulher em uma clínica para pessoas doentes. Ele passa os dias lendo para ela um diário, que conta a história de amor de um casal: Noah e Allie.

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    O filme vai lá para os anos 40, onde aparece Noah um cara simples, estilo interiorano, meigo, querido, fofo, sincero, maravilhoso (sim, esse é o papel de Ryan Gosling) que no meio de um passeio no parque de diversões ele se apaixona por Allie (Rachel McAdams) uma garota linda e rica que está passando férias na cidade.

    Os dois começam a ter um romance que dura o verão todo, até que um dia ela tem que ir embora. Os pais dela, nem um pouco satisfeitos com o romance, a mandam bem pra longe de Noah.

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    Durante o próximo ano todo, Noah escreve cartas todos os dias a ela, porém a mãe de Allie esconde as cartas e não as repassa a filha que passa 7 anos sem notícias do moço. E ele por sua vez, como não tem nenhuma resposta dela, escreve uma última carta de despedida, desistindo do romance.

    Então a moça conhece Lon Hammond Jr. (James Marsden) um oficial do exército de família rica, bem apessoado e tudo que os pais dela esperavam para genro. Então Allie por uma cilada do destino volta a encontrar Noah e começa a se perguntar se deve casar com o homem que a família queria ou com o seu primeiro e verdadeiro amor.

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    Eu gostaria muito de contar mais coisas sobre o filme, porque tem partes que tu tem um surto de tanta euforia quando conta, mas perderia a graça do grand finale que o filme reserva. Preparem os lenços e também os sorrisos. É um filme que faz com que você acredite que o amor verdadeiro existe. Mesmo com brigas, distâncias, doenças e impedimentos. O grande amor sempre vence. Essa cena é muito amor, ainda mais com miss Billie Holiday de fundo:

    Trailer:

    A receita de hoje é Risoto de Beterraba, com a receita da chef Helena Rizzo do restaurante Maní, que foi congratulada com o título de melhor chef mulher do mundo. 0/ Há meses, para não dizer anos, que queria fazer esse risoto e acabava sempre postergando, mas acho que combina muito bem para um jantar ou almoço para fazer para quem se ama. Quer coisa mais romântica que uma comidinha vermelha da cor do amor? E isso tem muito a ver com filme. Vamos lá?

    Risoto? Amamos!

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    Risoto de Beterraba

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Serve: 4

    Ingredients

    • Para o caldo de verduras:
    • 1 talo de alho poró
    • 2 abobrinhas
    • 2 cenouras
    • 2 cebolas
    • 1 cabeça de alho
    • 1 maço de salsinha
    • 3 litros de água mineral
    • 20 ml azeite de oliva
    • Para o risoto:
    • 500 g de arroz arbório
    • 2 kg de beterrabas
    • 2 cebolas picadas
    • 30 ml de azeite de oliva
    • 2 litros de caldo de verduras
    • 250 ml de vinho branco seco
    • 150 g de manteiga
    • 150 g de parmesão ralado
    • 20 g de salsinha picada
    • 100 g de coalhada seca (não usei)
    • 10 ml de azeite de trufas brancas (usei o de oliva) Sal a gosto Pimenta do reino moída na hora
    • Sal a gosto e Pimenta do reino moída na hora

    Modo de Fazer

    1. Caldo: Cortar as verduras em pedaços pequenos. Numa panela quente, dourá-las com um pouco de azeite de oliva. Acrescentar a água mineral e cozinhar em fogo baixo por 2 horas. Coar e reservar.
    2. Risoto: Descascar as beterrabas (reservar uma) e passá-las pela centrífuga (fiz no mixer). Reservar o suco obtido. Numa panela, dourar a cebola com o azeite de oliva. Acrescentar o arroz e refogar bem. Adicionar o vinho branco e mexer até evaporar. Colocar um pouco do suco de beterraba e completar com o caldo de verduras. Adicionar um pouco de sal e pimenta do reino. Mexer o suficiente para que o arroz não grude no fundo da panela. À medida que o caldo for evaporando, acrescentar alternadamente suco de beterraba e caldo. Quando os grão estiverem “al dente”, retirar a panela do fogo e ligar o risoto com a manteiga e o parmesão. Adicionar a salsinha picada e ajustar o sal e a pimenta do reino. Antes de servir, fazer pontos de coalhada seca ao redor do prato e colocar um cubinho de beterraba sobre cada ponto. Colocar o risoto e colocar um fio de azeite de trufas brancas.
  • Comédia,  Doces,  Drama

    Frances Ha & Pudim de Doce de Leite

    Eu já disse outras vezes que tenho alguns amigos que quando me recomendam algo eu corro e coloco no topo da minha lista. Por que? Porque eu sei que me conhecem e sabem que eu vou gostar. E também pra depois poder ficar horas discutindo com eles e falando sobre o assunto, trocando ideias, sensações e os prazeres (ou dores) sentidas naquelas duas horas (ou no caso de séries umas 398398 horas) as quais passamos desfrutando dessas bela distração que é o cinema e as séries de tv. Toda essa minha introdução foi para agradecer a Dai Dantas, myfriendforevah por ter me indicado o filme. Obrigada Dai, tchamu.

    Gosto de coisas que se parecem com erros.

    Quando ela me disse que no filme tinha ADAM, sim, ADAM DRIVER de Girl, eu já surtei pois eu amo aquele ator, além disso tinha a Greta Gerwig que já me fez cair de amores por ela em Lola Versus, então lá fui eu assistir a Frances Ha.

    Quando dei PLAY o filme era preto e branco, coisa que achei muito poético já de saída. Sam Levy, o diretor de fotografia, juntamente com Baumbach fizeram essa bela escolha que nos remete a um doce clássico. Voltando na mesma sensação está a trilha sonora: composta de música instrumental que vai desde Mozart a Bach, passando muitas vezes pela genialidade de Georges Delerue, que foi um dos maiores compositores da Nouvelle Vague (não preciso dizer mais nada ao dizer que muitos filmes de Godard e Truffaut tem trilhas dele). Além de tudo isso, se é que é possível, rola em uma cena muito EPIC David Bowie e sua “Modern Love”, acompanha:

    Senta lá e vá ver o filme JÁ! Frances Ha é de 2012, classificado como comédia, porém, eu não achei tão comédia assim. Tem passagens e cenas (bem) engraçadas, não posso negar, mas está mais para um drama, em minha singela opinião.

    Dirigido por Noah Baumbach ele conta a história de Frances, uma garota que tem o sonho de seguir a carreira de dançarina e é obstinada com esse assunto. Frances é mora com a melhor amiga, Sophie, que está sempre digitando no celular, mas ao mesmo tempo é uma boa amiga. Talvez Frances passe uma coisa meio dependente e quando Sophie resolve dizer que vai mudar do ap que dividiam ela meio que surta.

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    Mesmo ela levando um baque pela saída da amiga, já que ela mesma negou o pedido do namorado para irem morar juntos, porque se preocupava com Sophie, Frances segue no seu mode doce e ao mesmo tempo moderno, cheia das indagações sobre a vida e dona de uma cultura enorme, colocando de lado aquele clichês dessas ‘comedias românticas’, que estamos acostumados a assistir, onde a personagem feminina é frágil e sem personalidade. Frances tem isso e muito mais. Ela é profunda, inteligente, sentimental e astuta. Frances não abre mão do que quer.

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    Nessas idas e vindas, Frances começa a dividir ap com dois amigos, Lev (Adam Driver) e Benji (Michael Zegen – que também fez 3 episódios de Girls). Nesse momento que ela se dá conta que a vida está passando. A amiga está se cansando, mora com dois meninos que ainda são sustentados pelos pais, mas que também estão atrás de conseguir trabalhar no que querem e serem donos de suas próprias vidas. Nada mais complexo para Frances que não deixa de sonhar em ser dançarina fixa na companhia de dança e ganhar o mundo com o que ama fazer.

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    É um filme bem novaiorquino, me lembrou bastante Girls, é uma história de coragem, de vida real, de gente que não é de plástico e que no final a gente sempre se dá conta que a vida nos dá de volta tudo que a gente deu pra ela, por isso a importância de saber viver. Paz de espírito, consciência limpa e ir em busca do que se quer, mesmo que seja um pouco desengonçado…é disso que Frances Ha fala.

    Eu definitivamente seria amiga de Frances. E você?

    Trailer:

    Para acompanhar o filme eu trago uma receita de algo doce. Porque Frances é doce, as amizades são doces e a vida é doce (dentro do possível, né?). Vamos ao pudim de doce de leite?

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    Pudim de Doce de Leite

    Tempo Prep: 60 min
    Temp Coz: 45 min
    Serve: 4 porções

    Ingredientes

    • Para a calda: 1/2 xícara de açúcar
    • 1/4 xícara de água bem quente
    • Para o pudim: 1 1/2 xícara de leite
    • 4 colheres de sopa (bem generosas, olha lá) de doce de leite (usei o Lapataia, mas podes usar o que mais gostar)
    • 2 ovos inteiros
    • 2 colheres de sopa de extrato de baunilha
    • 1 colher de sobremesa de amido de milho

    Modo de Fazer

    1. Coloque o açúcar em uma panela com fundo grosso e espere caramelizar. Não mexa com nenhum tipo de utensílio até que ele esteja completamente ”derretido”. Quando estiver de uma cor âmbar linda, você adiciona a água. Agora sim pode mexer com uma colher. Espere todo o caramelo se incorporar a água e se transformar em uma bela calda. Coloque ainda quente nas forminhas (ou na formona) espalhe e leve a geladeira por alguns minutos para endurecer um pouco, evitando assim que o caramelo se misture com o pudim. Nesse momento ligue o forno a 180º para que ele vá aquecendo.
    2. Vamos ao pudim agora: coloquei no copo do mixer (mas pode fazer a mesma coisa no liquidificador) os ovos, leite, doce de leite, o amido de milho e a essência e bati por uns 2 minutos.
    3. Coloque então esse creme nas forminhas e cubra cada uma com papel alumínio. Em uma outra forma acomode as forminhas e adicione água quente para o banho-maria.
    4. Leve ao forno por 45 minutos a 180º. Deixe esfriar e gelar completamente antes de desenformar.
  • Drama,  Salgados

    Os Sabores do Palácio & Frango com Batatas

    Hortense Laborie (Catherine Frot) era uma chef que vivia tranquilamente em sua fazenda no Condado de Périgord, um belo dia recebe um telefonema do assessor do ministro da Cultura francês chamando-a para uma reunião onde a convidava para ser a chef da cozinha privativa do presidente, Francois Mitterand (Jean d’Omersson).

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    “Quero comida francesa verdadeira, simples, de terroir. Me dê o melhor da França”
    (Presidente Mitterand)

    O filme é praticamente todo ambientado no belíssimo Palais Elysée, onde Hortense era uma das únicas mulheres no grupo masculino e hostil que existia nas cozinhas do Palácio. Difícil, não? Muito.

    Os sabores do palácio é baseado na história real da vida de Danièle Mazet-Delpeuch, a chefe que por dois anos foi a cozinheira do Palácio. Depois disso ela se isolou em uma base científica na Antártida, onde durante 1 ano fazia comidas para os funcionários de lá.

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    Após essa aventura Danièle, começou a escrever o livro “Carnets de cuisine du Périgord à l’Elysee” – no qual o diretor Christian Vincent se baseou para o roteiro do longa que falamos hoje aqui.

    O filme é de uma riqueza de detalhes, principalmente ao abordar o amor de Laborie pela cozinha. Uma das melhores cenas, ao meu ver, é a execução do ‘Le chou farci au saumon braisé aux petits lardons’, que é magistralmente filmado passo-a-passo. Um deleite para os amantes da gastronomia. Você tem sérias vontades de correr para a cozinha e fazer igual.

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    A amizade que se forma entre Madame Laborie (como gosta de ser chamada) e o Presidente Mitterant é tão gostosa de se ver, o nobre senhor de gostos simples que pede que ela faça comidas com sabor de infância é uma gentileza só. Cada cena que eles compartilham algum prato ou uma simples taça de vinho nos leva a uma alegria tal como um colo de avó.

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    É um filme despretensioso e leve que, além de comida, trata muito das relações humanas, as amizades que surgem de onde se menos espera, das descobertas que temos durante a vida e a busca eterna da satisfação pessoal, seja ela em um cargo de chef ou cultivador de trufas e cogumelos cheirosos. Vale cada um dos 95 minutos.

    Trailer:

    Vocês deviam estar imaginando que eu faria um belo Magret de pato com molho agridoce, acompanhado de batatas sarladaise ou ainda um trabalhoso Saint Honoré de sobremesa?
    Não. A ideia que eu tive para acompanhar esse filme, que foi o que ele me passou, foi uma comida que me remetesse ao conforto, da infância, de casa, como o Presidente queria se sentir ao comer as comidas de Hortense. E o que me leva a esse estado de graça é frango com batatas. E você? Qual sua melhor memória gustativa da infância? Qual cheiro que te leva pra casa de sua avó, mãe ou almoço de família?

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    Frango com Batatas

    Tempo Preparo: 80 min
    Tempo Coz: 60 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 sobrecoxas de frango (com pele)
    • 1 colher de sopa de sal
    • 1 colher de sopa de pimenta do reino
    • Alecrim fresco a gosto
    • 8 dentes de alho inteiros e com casca
    • Azeite de oliva
    • Manteiga em cubinhos
    • 300 g de batatas
    • 1 1/2 litro de água

    Modo de Fazer

    1. Disponha as sobrecoxas sobre uma superfície e dê alguns talos na carne (na parte de dentro, do osso e não da pele) para que o tempero possa penetrar mais e ela cozinhe por igual depois. Espalhe o sal, pimenta do reino e regue com azeite. Espalhe bem por todos os lados.
    2. Em uma frigideira bem quente, coloque um pouco de azeite e sele o frango dos dois lados por aproximadamente 3 minutos de cada lado. Acomode-as em uma forma que possa ir ao forno.
    3. Descasque as batatas e leve para ferver em uma panela cheia de água por mais ou menos 15 minutos, ate que fiquem macias, porém, não totalmente cozidas. Escorra.
    4. Coloque as batatas na forma junto com o frango, regue com azeite e pequenos pedacinhos de manteiga em cima delas.
    5. Coloque os dentes de alho no meio delas e os ramos de alecrim.
    6. Forno pré-aquecido a 180º, deixe por mais ou menos uns 40-60 minutos, sempre dando uma olhadinha, regando as coisas todas com o caldo e virando as batatinhas.

    Sirva com:

    Arroz e uma bela salada. Com uma farofinha também cai super bem. Bom apetite.