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    Philomena & Bolinhos Cerveja Stout

    Meados dos anos 50, em uma Irlanda muito católica Philomena fica grávida de seu primeiro filho, depois de uma aventura ingênua e amorosa com um menino por quem se apaixonou.

    Como “castigo” ela é enviada pela família a um Convento, onde começa a viver com as freiras e tem seu filho tomado dela (através de uma ”adoção” forçada) e é levado por um casal de americanos.

    Isso era uma prática comum na época, onde as freiras acolhiam os bebês e a mãe teria que pagar 100 libras ou passar 4 anos trabalhando para o convento (em um regime de escravidão, praticamente) para pagar o que foi feito por ela e seu filho.

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    Poderia ser um enredo piegas, cristão (ou anti-cristão) e já visto em tantos outros filmes, mas não é. A história verídica de Philomena Lee foi roteirizada e filmada com toques de humor e drama, que se misturam ao decorrer do filme que foi levado de forma incrível pelos dois atores que o protagonizam, Julie Dench (como Philomena) e Steeve Coogan (o jornalista Martin).

    Passaram-se 50 anos desde que ela teve que entregar seu filho e ela tomada claramente pela Síndrome de Estolcomo, se sentia culpada por tudo e dava muitas desculpas (e razão) a atitude das freiras e dos costumes da época. Tentando achar o filho ela acaba por conhecer o jornalista Martin, que está desempregado, é ateu, cínico e está cansado da vida, mas sente ali que existe uma oportunidade financeira de lhe render uma boa história e um bom livro. Assim Martin começa a ajudá-la.

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    O longa é baseado no livro The Lost Child of Philomena Lee, que foi escrito próprio Martin Sixsmith. O diretor Stephen Frears conseguiu fazer dele uma verdadeira crítica em sua adaptação para o cinema, e também, uma denúncia a esse tipo de acontecimento que envolvia a Igreja Católica, onde ainda hoje existem milhares de mulheres irlandesas que procuram seus filhos perdidos naquela época.

    A primeira classe não te faz uma pessoa de primeira classe…acho que ele deveria tomar uma boa surra!

    Interessante é que mesmo Martin sendo tudo que citei acima, ele é um homem de um grande coração e que não mede esforços para ajudar Philomena a atingir seu objetivo. E por outro lado está Philomena toda crente, perdoando as atitudes das freiras e colocando toda a culpa em si mesma. Dessa mescla de valores e atitudes é que surgem grandes diálogos e alguns bem engraçados.

    Será que Philomena vai achar o filho?

    Gostaria muito de dizer que eu agiria como Martin com as freiras quando eles lá chegaram em busca de informações e respostas. Depois que virem o filme (e para os que já viram) venham me contar o que fariam também. – apenas um desabafo – pois essa foi a parte que mais me indignou no filme todo, como a crença e a religião podem cegar tanto alguém ao ponto dela levar a culpa do que nem tinha.

    Trailer:

    Em um momento bem importante e decisivo do filme, uma harpa irlandesa traz a resposta que precisavam. Essa harpa, que é simbolo da cerveja Guinness, a qual Martin tomava um Pint com maior gosto, foi que me fez ter a ideia do que poderia acompanhar esse filme: um bolo de cerveja stout. Como a Guinness anda em falta aqui nessa bela cidade de Porto Alegre, resolvi usar uma outra cerveja do mesmo estilo, só que de outra cervejaria. Foi então que a Murphy’s Irish Stout caiu dentro do meu carrinho no supermercado e foi com ela que fiz a receita a seguir.

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    Na minha procura por receitas, lembrei que já tinha visto esse bolo adaptado de receita da Nigella no Technicolor Kitchen, então resolvi fazer fiel a receita original, pois não tinha leite em casa, sim, podem rir, eu não tomo leite, compro sempre para ocasiões específicas, só quando vou usar, mas creme de leite eu tinha.

    A Priscila do Culinarístico também tem uns bolinhos feitos de Guinness que sempre me deixaram com vontade.

    Vamos a receita?

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    Bolinhos de Cerveja Stout

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredientes

    • Bolo: 250 ml cerveja Murphy’s
    • 250 gramas de manteiga sem sal
    • 75 gramas de pó de cacau
    • 400 gramas de açúcar refinado
    • 142 ml de creme de leite
    • 2 ovos grandes
    • 1 colher de sopa de extrato de baunilha
    • 275 gramas de farinha de trigo
    • 2 ½ colheres de chá de bicarbonato de sódio
    • Cobertura: 300 gramas de cream cheese
    • 150 gramas de açúcar de confeiteiro
    • 125 ml de creme creme de leite fresco

    Modo de Fazer

    1. Em uma panela leve a cerveja e a manteiga ao fogo até que a manteiga derreta. Deixe esfriar um pouco.
    2. Em uma tigela misture o cacau em pó e o açúcar, leve isso a panela que está a cerveja e misture com fouet. Bata os ovos, a baunilha e o creme de leite e junte a mistura toda. Por fim adicione o bicarbonato e a farinha misture bem.
    3. Leve ao forno pre-aquecido a 180º por 45 a 60 minutos. Fique de olho. Deixe esfriar completamente antes de colocar a cobertura.
    4. – Na batedeira leve o cream cheese e o creme de leite e bata até que fique uma consistência homogênea. Junte o açúcar e bata mais alguns minutos.

    Observação importante:

    Fiz meia receita e rendeu 11 bolinhos, para uma forma de 23 cm redonda, faça uma receita inteira.
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    St. Patrick’s Day & Boxty

    A postagem de hoje é em homenagem a São Patrício, o santo mais aclamado da cultura irlandesa. Como alguns já sabem sou uma amante da Irlanda, gosto muito da cultura, da música, da comida (hoje teremos Boxty por aqui!) e principalmente da cerveja!

    O St. Patrick’s Day, como já contei no post anterior, é uma celebração religiosa ao mais importante padroeiro da Irlanda. Em contrapartida é uma boa desculpa para dançar, tomar cerveja e comemorar a data. Na Irlanda as pessoas saem as ruas, vestidas de verde, é um dia muito alegre para todos.

    “Conta-se que São Patrício utilizou-se do famoso trevo, tão comum na ilha, para explicar o mistério da santíssima trindade cristã. Ele usava do trevo como exemplo dizendo que assim como este era “um” com suas três folhas, Deus era um nas três pessoas da trindade. Alguns pagãos afirmam que este não é um conceito cristão e que o trevo já era um símbolo da deusa tríplice antes do santo catequizar na ilha.”
    (Fonte: Blog Vale do Mago)

    A Pri do Culinarístico fez uma receita de Colcannon para comemorar o St. Patrick’s Day com a gente. Dá um pulinho lá =).

    Não temos muitos filmes sobre a saga de São Patrício, mas temos muitos filmes que mostram a Irlanda, como já vimos nesse post.

    Vamos falar um pouco de cerveja?

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    Cervejaria: Greene King
    Graduação Alcoólica: 5,0%
    Temperatura ideal para consumo de: 3 a 5ºC

    Normalmente quando se fala em cerveja estilo irlandesa vem logo a cabeça aquela coisa preta linda que é a Guinness. Porém, hoje eu resolvi experimentar uma outra cerveja “Irish Style” para acompanhar a receita da postagem. A Wexford é uma cerveja tipo Cream Ale. Feita do modo de fermentação mais tradicional das cervejas irlandesas ela é naturalmente cremosa e macia. Achei a sensação mais forte ao tomá-la do que quando tomo Guinness, elas não são cervejas parecidas. Só se igualam na bela cremosidade que se forma ao servir. Com um fundo de caramelos e frutas ela tem uma cor incrível, que quase te hipnotiza.

     

    Vamos a receita? Boxty é uma receita tradicional da Irlanda e o que mais poderia levar do que batatas? Eu fiquei intrigada quando comecei a pesquisar, pois achei super interessante a massa levar batatas cruas e purê também. Elas podem ser comidas no café da manhã (pq não?) ou também nas refeições principais. Geralmente ela vem acompanhada de bacon ou algum tipo de linguiça, porém, também pode vir acompanhada de cogumelos, que foi o que eu resolvi fazer aqui para vocês.STPAT2

    Boxty

    Preparo: 30 min
    Cozimento: 15 min
    Serve: 4 porções

    Ingredientes

    • 1 xíc. e 1/2 de batata (usei a rosa) ralada
    • 1 xíc. de purê de batatas (2 batatas pequenas, 1/4 xíc. leite fervente, 1 pitada de sal, 1 colher sopa de manteiga, noz-moscada ralada)
    • 1 ovo
    • 1 xíc. de farinha de trigo
    • 1/2 xíc. de creme de leite fresco (as vezes vai um pouquinho mais, sinta a massa)
    • 1 colher rasa de café de sal
    • 1 pitada de pimenta (usei a branca)
    • 1 pitada de páprica picante
    • 1 colher de café de fermento químico em pó
    • Manteiga para fritar
    • 2 talos de cebolinha picados 1/2 xíc. de cogumelos 1 colher de sopa bem generosa de manteiga 1 pitada de sal Pimenta branca
    • 1/2 xíc. de cogumelos
    • 1 colher de sopa bem generosa de manteiga
    • 1 pitada de sal Pimenta branca
    • Pimenta branca

    Modo de fazer

    1. Rale a batata (usei o processador, porque né? Muito mais fácil) e deixe-a em uma tijela com agua para não escurecer. Enquanto isso prepare o purê de batatas: em uma panela coloque as batatas para ferver até ficarem macias. Escorra. Passe no espremedor de batatas, misture leite, manteiga, sal, noz moscada e bata bem. Escorra a água das batatas e com a ajuda de um pano de prato esprema ela para que ela fique bem sequinha, sem excesso de líquidos. Em uma tigela misture a batata ralada, o pure, o ovo (já batido), o creme de leite, todos os demais ingredientes, exceto o fermento e vá adicionando a farinha aos poucos. Por fim adicione o fermento em pó. A massa fica numa consistência que você coloca em colheradas na frigideira e tem que espalhá-la um pouco. Nem tão líquida, nem tão grossa. Aqueça uma frigideira anti-aderente e coloque um pouco de manteiga, em fogo baixo, deixe que ela derreta. Adicione umas 2 colheres de sopa de massa e espalhe. Quando formar uma casquinha dourada de um lado, vire e deixe fritar. Frite até finalizar a massa. Para a guarnição de cogumelos, você vai fazer o seguinte: aqueça a manteiga, jogue os cogumelos, deixe que eles dourem dos dois lados, adicione o sal e a pimenta. Tá pronto! Para a montagem, coloque as panquequinhas em um prato, adicione a guarnição e salpique com cebolinhas picadas.
  • Drama,  Romance,  Salgados

    Once & Batatas Rústicas

    Glen Harsand é um músico e compositor irlandês, já conhecia ele antes do filme, pois ele é BFF (best friend forever) de um dos meus cantores prediletos, o também irlandês, Damien Rice. Quando me deparei com esse filme levei um pouco de medo, pois não gosto nem um pouco do gênero ‘musicais’.

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    Deixei pra lá os preconceitos e assisti. Anos depois revisitando o mesmo filme, porém, com outros olhos, me senti ainda mais tocada pela história e a forma com que ela é contada. As músicas não são colocadas na história como na maioria dos filmes do gênero, mas sim, elas se encaixam perfeitamente (sem ser irritante) no contexto e momento. E já ressalvo que 10% do filme é de fato um musical, o resto é como uma filmagem normal.

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    Bom, vamos falar sobre a história? “Guy e Girl”. Não temos nomes para os personagens. Guy é vivido por Harsand, um cara que trabalha na loja de consertos de aspiradores de pó do pai e toca nas ruas seu violão, por alguns trocados, apenas pelo amor a música.

    Um coração partido pela ex-namorada e letras melancólicas dedicadas a ela. Girl, é vivido pela cantora/pianista/compositora tcheca Markéta Irglová, uma guria que vive vendendo flores no centro de Dublin, mora com a mãe e a filha pequena em um pequeno apartamento, separada do marido que ficou na cidade Natal, ela ainda sente algo por ele e tem uma certa melancolia no olhar.

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    No meio da agitação da cidade, as duas vidas acabam por se cruzar. Ela para para assistir ele tocando violão e cantando, a partir daí começa uma grande amizade.

    Descobrem então que tem uma coisa em comum, além das dores do amor e os corações partidos: a música.

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    É a partir daí que o filme começa a emocionar pra valer. Desde os duetos que os dois fazem, com piano e violão, até os ensaios para a gravação do disco que ele faz antes de partir para Londres, em busca de uma nova vida, a história te abraça de uma forma, que nas cenas finais, você se vê cantando junto enquanto não segura mais as lágrimas que caem, tamanha beleza da doação entre duas pessoas que existe ali.

    Uma fuga, um abraço, quem sabe um novo amor. Ou apenas mesmo aquela amizade bonita que faz dos dias e noites da gente melhores.

    Curiosidade: O filme ganhou o Oscar de melhor canção em 2008 por Falling Slowly.

    Trailer:

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    Batatas Rústicas

    Preparo: 40 min
    Cozimento: 30 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 batatas médias
    • 2 colheres de manteiga
    • Alecrim
    • Sal
    • Pimenta (a de sua preferência, ou se não gostar, simplesmente não coloque)

    Modo de Fazer

    1. Lave bem as batatas em agua corrente. Seque com um pano de prato limpo ou papel toalha. Corte em pedaços médios (nem muito finos, nem muito grossos) e leve ao fogo em uma panela com água até ela ficar macia, porém tenra. Pré-aqueça o forno a 200º. Coloque dentro do forno a forma com as colheres de manteiga. Escorra as batatas e deixe com que descansem até que o forno se aqueça. Pegue a assadeira (tome cuidado para não se queimar) e distribua as batatas nela. Salpique com sal e todos os demais temperos. Leve ao forno por uns 40 minutos, sendo que, na metade do tempo vire as batatas para que dourem por igual. Abra uma Guinness, saboreie suas batatas e seja feliz!