• Doces,  Drama

    Detachment & Bolinhos de Chuva

    Detachment, no Brasil: “O Substituto”, é um filme dirigido por Tom Kaye, o mesmo de “A outra história americana”, que é um dos meus filmes favoritos, quem poderia esquecer aquele belo papel de Edward Norton como o nazista/racista e que depois demonstra tamanho arrependimento e luta para que o irmão não trilhe o mesmo caminho? Kaye consegue construir cenas tão profundas e impactantes, além de sempre explorar assuntos polêmicos e que vão intrigar o telespectador, que começará a se indagar sobre a sua própria vida e como se comporta perante a sociedade.

    E nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo.
    (Albert Camus)

    Eu gosto de analisar o título orignal dos filmes, porque na real, temos tanta diferença quando eles chegam por aqui, que é assustador. Mas já falei disso outras vezes e minha pequena revolta sobre os tradutores. Na realidade a culpa não é dos tradutores e sim das produtoras, que procuram o título mais chamativo e comercial, para que possa ”vender” mais. Enfim, “Detachment” traduzindo literalmente, quer dizer: Indiferença, desapego. E temos então para nossa língua “O Substituto” – pois a personagem de Adrien Brody é um professor substituto. Humrum.

    DETACHMENT1

    Bom, voltando ao filme, ele conta a história de Henry Bates (Adrien Brody) um homem na casa dos 30 e poucos anos que acredita na real função de um professor: ajudar as crianças e adolescentes em sua formação, auxiliar essas pequenas criaturas em desenvolvimento, a entender um pouco o mundo que as cerca e dar apoio as confusões psicológicas e morais que essa fase traz ao ser humano. O que deveria ser, a meu ver, o pensamento de todo educador. Porém, o que vemos no início do filme, são alguns depoimentos de pessoas que se tornaram professores. Não há essa ideia que Henry tem. Alguns se tornam professores porque eram cobrados pelos pais em ter alguma profissão, outros porque acharam que era melhor ser professor do que motorista de ônibus e não aquele propósito de formar cidadãos melhores.

    DETACHMENT3

    Em contrapartida, Bates não gosta de se envolver com ninguém com quem trabalha. Tanto alunos, como outros professores, por isso, ele sempre é um professor substituto. Ele chega do nada, passa alguns meses junto com os alunos e o corpo docente, depois se vai. Talvez seja como uma proteção pessoal, para que continue agindo da forma que ele acha correta. Fiquei a pensar, que muitas vezes conseguimos dar o melhor de nós em pouco tempo, depois vira rotina, cai no lugar-comum, e assim, não faz tanto efeito quanto deveria. (divagações minhas).

    DETACHMENT2

    Ele começa a trabalhar em uma nova escola e é nesse momento que 3 mulheres acabam atravessando o seu caminho. Esse convívio começa a mudar a vida dele. O desapego que ele tem com as coisas e situações começa a ser mudado quando uma professora, uma aluna e uma menina, que ele tira da rua e leva para morar em sua casa, trazem algum sentido a sua vida até então vazia de grandes sentimentos. É aquela velha história de que se vive sempre no limite. No vazio da rotina dos dias. Por vezes, algo aparece do nada e muda tudo isso. Será que até então ele dava valor para o que fazia? O quanto ele fazia diferença na vida daqueles alunos e pessoas?

    Independentemente do que tenha em mente, digo que há sentimento. Estou sendo honesto comigo mesmo. Sou jovem e estou velho. Tenho sido comprado e vendido tantas vezes. Sou difícil de encarar. Estou sumido. Sou simplesmente como você.

    Adrien Brody em um dos seus melhores papéis, se é que é possível escolher um, se entrega totalmente ao espírito da personagem, com um olhar melancólico e conseguindo dar vida a ideia do diretor, nessa crítica social imensa à catástrofe que andam as instituições de ensino. Não é um filme fácil, mas certamente, ele te fará pensar na vida, nas pessoas que te rodeiam e de como leva a sua existência, sempre tentando plantar a semente de que é preciso fazer a diferença e não apenas passar a vida em vão.

    Trailer

    No filme, uma das alunas de Henry faz bolinhos para vender em um evento da escola. São cupcakes. Porém, eu resolvi combinar aqui com esse filme uma receita de bolinhos de chuva. Porque eu acho que bolinhos de chuva são melancólicos e nostálgicos, sendo assim, combinam muito com esse filme. Nada melhor que uma travessa cheia deles para vislumbrar tal película. Vamos a receita?

    bolinho-de-chuva

    Bolinhos de Chuva

    Preparo: 30 min
    Cozimento: 15 min
    Rende: 15-20 un

    Ingredientes

    • 1 ovo
    • 1/2 colher de sopa de manteiga derretida
    • 1/2 xícara de açúcar
    • 2 xícaras de farinha de trigo
    • 1/2 xícara de leite
    • 1 pitadinha de sal
    • 1 colher de café de fermento em pó Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
    • Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
    • Açúcar e canela em pó para polvilhar

    Modo de Fazer

    1. Bata o ovo como se fosse para um omelete, junte a manteiga derretida e adicione metade do leite. Coloque metade da farinha e bata. Pode bater com um fouet, mas eu ainda prefiro bater com um garfo. Junte o restante do leite, o sal e a farinha que sobrou. Volte a bater. Por fim, adicione o fermento em pó e mexa devagar. Aqueça o óleo em uma panela. Costumo usar uma panela pequena para que seja usado menos óleo, pois os bolinhos terão que ficar submersos no líquido. Com o auxílio de duas colheres, vá colocando pequenas porções da massa para fritar. O óleo deve estar quente, porém, em fogo bem baixo, pois assim, você terá bolinhos dourados por fora e cozidos por dentro. Geralmente quando eles cozinham de um lado, viram sozinhos. É muito engraçadinho, praticamente uma dança deles na panela. Gosto de ficar olhando, acho poético. Quando estiverem dourados de ambos os lados, escorra com uma escumadeira e coloque em uma travessa com papel toalha. Depois de fritar todos os bolinhos, pegue uma outra tigela e coloque um pouco de açúcar com canela. Passe os bolinhos nessa mistura, faça um chá ou um café e vá para frente da tv assistir um bom filme.
  • Drama,  Policial,  Salgados

    Le conseguenze dell’amore & Nhoque

    O cinema italiano já teve grandes tempos. Leia-se: a obra toda de Fellini e Ettore Scola. Hoje em dia, eles lançam alguns filmes de comédias românticas, alguns bem interessantes, do tipo entretenimento para quem está a toa sem vontade de pensar muito. Em contrapartida, lembrei de outro filme lindo e doloroso (e de uma maestria de roteiro e direção) italiano: O quarto do filho. Lembram?

    Enfim, estou falando tudo isso para dizer que vez por outra surge no cinema italiano um filme que te deixa pregado na tela e pensando sobre ele semanas e semanas depois. Foi isso que aconteceu quando vislumbrei “As consequências do amor” (Le conseguenze dell’amore) de 2004, o título até parece que veremos algum romance, mas não, gente, não, esse filme é um drama com uma mistura de suspense muito bem conduzido pelo diretor Paolo Sorrentino.

    O filme se passa as voltas da vida de Titta di Girolamo (Toni Servillo) um solitário homem que vive há alguns anos em um hotel na Suíça. Sua principal característica: não se aproxima muito das pessoas. Senta no bar do hotel e sempre que há alguma tentativa de aproximação de outros seres, ele se retrai. Só abre um pouco a guarda para um casal de idosos com quem joga cartas a noite. O olhar de Titta nos resume apenas uma coisa: tédio. Pode ser pela vida que leva, ou ainda, nos faz imaginar que sente tédio pelos outros também.

    Ficamos então naquela expectativa de saber quem é esse homem tão misterioso, o que ele faz da vida, porque se comporta dessa forma? E tudo vai ficando cada vez mais intenso, quando uma vez a cada semana ele recebe uma mala no seu quarto de hotel. Depois disso, desce a garagem, tira a capa de uma BMW luxuosa e segue para um local onde algumas pessoas sentadas em volta de uma mesa ficam a contar o dinheiro que estava dentro da ‘bagagem’. Curioso. Na realidade, curiosos ficamos nós para saber onde tudo isso vai chegar.

    Temos ainda algumas pitadas de máfia, um romance velado com a atendente do bar (que ao meu ver foi o que conseguiu mostrar um pouco de sensibilidade no protagonista), até dias determinados para usar drogas e ir ao shopping, insônia e cigarros. Sacou a loucura da coisa toda?

    Procure e assista, depois volta aqui e me conta o que achou. =)

    Para acompanhar o filme eu escolhi uma receita de nhoque. Nada mais italiano que nhoque! Nada mais italiano que uma receita do mestre de Jamie Oliver e que tanto amamos Gennaro Contaldo! Meu ídolo, muso-mor. Eu tenho sérias quedas pela cozinha italiana, vai ver é por conta do sobrenome que herdei e o sangue que rola aqui nessas veias. Amo a Itália e espero um dia dar uma passeada por lá.

    nhoque

    Nhoque de Batatas

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 4 porções

    Ingredients

    • 1 kg de batatas (escolha batatas mais ou menos do mesmo tamanho, para que cozinhem ao mesmo tempo)
    • 2 gemas
    • 300 g de farinha de trigo
    • 1 colher sopa de sal
    • Pimenta branca

    Modo de Fazer

    1. O molho foi feito de um modo bem simples: cebola e alho refogados, tomates batidos no liquidificador e adicionados a mistura e deixado fervendo por uma hora. Adicionava água quente sempre que preciso. Temperei com sal e pimenta do reino e por fim decorei com o manjericão.

    Não poderia eu explicar melhor que Gennaro vejam o vídeo e aprendam como se faz:

  • Drama,  Salgados

    A Busca & Feijão Carioquinha

    A Busca é um filme de 2012, dirigido pelo estreante Luciano Moura e protagonizado por Wagner Moura. Fugindo dos esteriótipos do cinema nacional, que em sua maioria trata da violência das ruas ou “comédias”, temos aqui um drama de um pai na busca incessante por seu filho que fugiu de casa.
    Theo (Wagner Moura) é um médico que se separou recentemente da mulher, também médica, Branca (Mariana Lima – que estava incrível na última temporada de Sessão de Terapia – lembram?), os dois tem um filho chamado Pedro (Brás Moreau Antunes – que é filho do cantor Arnaldo Antunes). A primeira parte do filme mostra o caos de um final de casamento, os choques de ideias e possibilidades que deixam com que o menino se sinta dividido e confuso.

    Sempre achei que quanto menos se tem, menos se perde
    E a essa altura, eu só tinha um cavalo
    Um cavalo velho que não servia pra nada.
    Mas aí o meu cavalo morreu…

    Pedro é um artista nato. Desenha cavalos e não quer ir para o intercâmbio na Nova Zelândia que o pai quer pagar. Aquela velha sensação de querer comprar o afeto com alguma viagem, dinheiro ou outra coisa qualquer, que na realidade não substitui nada, apenas faz com que o afastamento seja maior.
    Depois de uma brusca discussão familiar, Pedro resolve fugir de casa. Fingindo que iria passar o final de semana na casa de um amigo, ele vai embora sem deixar muitos rastros. É nesse momento que o médico tão ocupado vira apenas um pai desesperado em busca de seu filho. Theo larga tudo e sai em uma caçada melancólica e de grandes descobertas.

    Achei interessante a construção que os roteiristas deram a história, pois aos poucos ela vai sendo revelada, desde o porque Pedro se foi, até para onde e por qual propósito ele estava indo.
    Temos ainda uma bela participação do fenomenal Lima Duarte no final do filme. Sem sombra de dúvidas é um dos grandes atores brasileiros. Em uma cena emocionante e que transborda sinceridade o filme se encerra e deixa aquela sensação de que precisamos prestar mais atenção nas pessoas ao nosso redor, nossos relacionamentos, nossos sentimentos e deixar de lado as coisas materiais e do dia-a-dia. Quando se está sempre ali, parece normal, só vai fazer falta quando sumir. Pegou? Assistam.

    Algumas pessoas já me perguntaram como que eu faço a conexão dos filmes com as comidas. Na maioria das vezes, no meio do filme, tenho um clic sobre alguma comida que tenha a ver com o assunto, o país de origem, algum ator ou mesmo uma personagem. Em algumas, o filme mostra algum prato e é nele que vou me inspirar. Noutras vezes, como foi o de hoje, eu estava cozinhando e pensando que eu precisava de um filme brasileiro para postar junto com o feijão. Porque não há nada mais brasileiro que um feijão bem feitinho.

    feijao_a_busca

    Feijão Carioquinha

    Tempo Prep: 15 min
    Tempo Coz: 40 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 500 g de feijão carioquinha
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 2 folhas de louro
    • 2 colheres de molho de tomate (opcional)
    • Pimenta do reino moída
    • Sal a gosto

    Mode de Preparo

    1. Coloque o feijão de molho e deixe pelo menos por 6 horas ali antes de cozinhar. Eu costumo deixar da noite para o dia seguinte.
    2. Em uma panela de pressão, coloque o feijão, as folhas de louro e adicione água até dois dedos acima dos grãos. Leve ao fogo por mais ou menos 20 minutos. Abra a panela com cuidado e verifique se já está cozido. Caso ainda não esteja, deixe por mais uns 10 minutos. Se tiver com pouca agua, adicione um pouco mais de água quente.
    3. Em uma outra panela (grande o suficiente para colocar o feijão), refogue a cebola e o alho em azeite de oliva. Adicione o molho de tomate e reserve. Quando o feijão estiver cozido, despeje ele nessa panela com o tempero. Coloque o sal e a pimenta do reino. Deixe agora ferver, em fogo baixo, até que o caldo fique grosso.
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    Temperinhos & Afins: Curry

    O Caril (nome em português) – mais conhecido em sua grafia na língua inglesa – Curry é tido com o mais antigo tempero da humanidade. A prática de misturar várias especiarias e transformá-la em uma, era recorrente na antiguidade. Surgido na Índia, o Curry é um mix de mais de 20 ervas, especiarias e sementes, dentre elas: cardamomo, cravo, canela em rama, cominho, semente de erva-doce, feno-grego, noz-moscada, pimentas preta, vermelha e dedo-de-moça, sementes de papoula, gergelim, tamarindo, coentro em grãos e cúrcuma (essa última, já falada lá no Culinarístico, que dá o tom amarelado tão conhecido). Outros itens também podem ser adicionados, conforme o gosto de quem o faz, como por exemplo: alforva, pimenta-de-caiena, cominhos finos, pimenta-da-jamaica, pimentão, alecrim, gengibre, cravinho.

    A introdução da palavra ‘caril’ na língua portuguesa remonta a 1563, conforme o seu primeiro registo escrito 2 3 e, segundo algumas fontes, seria proveniente do tâmil e do malaio kari (கறி), que significa ‘molho’. Segundo outras fontes, a palavra seria proveniente do concani-marata kanddhí 4 e, por sinédoque, teria passado a designar ensopados de vegetais ou de carnes, com especiarias. Na Índia, o caril é considerado como um tipo de massala. Apesar da sua antiguidade, a forma caril é atualmente pouco difundida no Brasil, sendo usual a sua versão inglesa, curry. As comunidades nipônicas também empregam a forma ‘carê’.
    (Fonte: Wikipédia)

    Existe também o curry em pasta, muito usado na culinária tailandesa. Se você quer se aventurar e criar suas próprias misturas, Jamie Oliver ensina em seu site a fazer vários tipos de pastas de Curry.

    Então imaginamos que se cada especiaria/erva/semente tem sua capacidade de auxiliar em nossa saúde, como temos visto aqui e no Culinarístico,  a junção de várias delas em uma só pode ser muito benéfico, não? Vamos a elas:

    O curry reduz mutações celulares que provocam câncer, evita inflamações no intestino, acaba com doenças que atacam a gengiva e afasta a artrite. Em recentes estudos na Itália e Estados Unidos, pesquisadores encontraram evidências que a cúrcuma presente no curry pode prevenir de Alzheimer. Além de ter ação antiséptica e atuar de forma positiva nos tratamentos da AIDS e câncer.
    (Fonte: Viva Viver)

    Para finalizar, deixo para vocês o link de uma receita que tem o curry como astro principal: Risoto ao Curry.

    Lá no Culinarístico hoje está rolando um papo sobre o delicado Açafrão. Corre lá. =)

  • Drama

    A árvore do amor & Panquecas sem glúten

    O filme de 2010 do diretor chines Zhang Yimou fala sobre a China da época da Revolução Cultural (entre 1960 e 1970), começa contando sobre a lenda, que dá nome ao filme, de uma árvore que na realidade não gerava flores brancas, mas sim vermelhas, pois ali teriam sido enterrados heróis da guerra que nutriam a planta e geravam flores da mesma cor de seu sangue.
    A graciosa Jing (Zhou Dongyu) é enviada com os colegas de escola para um ‘retiro’ no campo, pois o governo acreditava que dessa forma reeducaria seus jovens contra a ideia burguesa, convivendo com a natureza e a simplicidade da vida lá levada. Praticamente uma lavagem cerebral imposta pelo ditador Mao Tsé-Tung.
    Na casa da família que a acolhe, Jing conhece Sun (Shawn Dou), um jovem estudante de geologia que está fazendo pesquisas por lá e da convivencia diária surge mais que uma amizade, os dois se apaixonam de forma doce e simples, como deveria ser o verdadeiro amor.

    – Ainda tenho um ano de experiência.
    – Vou esperar você por um ano e um mês.
    – Minha mãe não vai deixar que eu namore antes dos 25.
    – Então eu espero você fazer 25.
    – E se eu não puder estar com você quando tiver 25?
    – Então vou esperar por toda minha vida.

    Interessante a forma como Yimou vai conduzindo o filme, onde não precisa expor sua indignação sobre aquele momento político com frases ou grandes diálogos sobre o assunto. A vida de Jing mostra o que tal momento da história fazia com os jovens e suas famílias na China da época. A jovem moça era o foco da família para a salvação da mesma. Teria que se formar professora, obter um bom emprego, senão sua mãe teria o mesmo destino do pai: a prisão. Preocupada com o destino de sua família, onde haviam mais dois irmãos menores, Jing não mede esforços para alcançar seu objetivo trabalhando pesado como se fosse gente grande e muitas vezes até, em atividades que deveriam ser exercidas apenas por homens.
    Apesar de toda essa contextualidade política-social, o filme não foge de seu propósito: contar uma história de amor. Aquele amor que vai sendo construído aos poucos, com pequenos gestos, Sun demonstra tamanha preocupação com a pequena que enche nossos olhos e coração de alegria. Em uma cena singela e bonita, ambos atravessam um rio, cada um segurando em um lado de um graveto e com o passar da cena, a distância entre eles vai diminuindo de uma forma poética, até que, finalmente as mãos se tocam.
    Revisitando a temática do amor impossível, Yimou por vezes lembra Romeu e Julieta, em outras deixa que os silêncios falem por si, simboliza com destreza a separação de um lado e outro do rio e confesso para vocês: a cena final é tão emocionante que faria até Mao Tsé-Tung chorar.

    Trailer:

    Escolhi fazer uma receita que fosse leve e bonita como o amor do filme. E o mais importante: que levasse frutos vermelhos como as flores nascidas na árvore que vimos na tela. O escolhido foi o morango, pois encontrei uns lindíssimos no mercado, meus olhos sorriram para eles e é o que teremos hoje: uma deliciosa panqueca feita com farinha de coco regada com uma guarnição de morango com mel. Vamos lá?
    Poucos sabem, mas a farinha de coco é um belo substituto para a farinha de trigo. É uma alternativa bem mais saudável e tem diversos benefícios também. Para as pessoas que tem intolerância a lactose, é uma grande aliada para poder diversificar as receitas na cozinha. Por isso, hoje trago aqui uma receita para cafés da manhã gostosos, isento de glúten ou lactose e sem adição de açúcar. Tri bom pra você, que está de dieta =), tudo isso com um toque de morango, hortelã e mel.

    Panquecas sem glúten

    Preparo: 15 min
    Cozimento: 15 min
    Serve: 2

    Ingredient

    • 1 ovo
    • 1 colher de café de adoçante culinário
    • 1/2 colher de café de óleo de coco
    • 2 colheres de sopa de farinha de coco
    • 1/2 colher de café de fermento em pó
    • 1 colher de sopa de água
    • 8 morangos cortados em cubinhos
    • 1 colher de sopa de mel
    • 1 colher de sopa de água
    • Folhas de hortelã

    Modo de Fazer

    1. Panquecas: No liquidificador coloque todos os ingredientes (menos o fermento) e bata até obter uma mistura homogênea. Adicione o fermento em pó e dê apenas uma pulsada para incorporar. Em uma frigideira antiaderente aquecida, coloque um pouco da massa, deixe criar bolhar e vire delicadamente.
    2. Morangos: Em uma panela coloque os morangos, o mel e a água. Em fogo muito baixo, deixe que ferva até que o morango fique macio com uma calda grossa.
    3. Coloque as panquecas em um prato, regue com a calda de morangos e decore com a folha de hortelã. Pode ser servido com a calda quente ou fria, como preferir-
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    Temperinhos & Afins: Canela

    O sol é pimenta, é quente e arde. A Terra é vida, é o sal. A canela é Vênus, doce e amarga como todas as mulheres

    ~do filme: O tempero da Vida~

    Nativa do Siri lanka, a canela é uma especiaria obtida a partir da parte interna do tronco de uma árvore de 10 a 15 metros de altura. Fico imaginando o aroma que o vento não traz dali.
    Na cozinha turca ela é um tempero indispensável. Assim como vimos no bolo que já rolou aqui no blog, inspirado em uma receita de tal região.
    Ela serve tanto para temperar os pratos doces, dando um toque especial e inconfundível, e também, nos pratos salgados, como os famosas almôndegas com canela do filme “O tempero da vida”, mas isso é papo para o próximo post. 😉
    (para quem, como eu, jamais tinha visto uma ”árvore de canela” – imagem daqui)
    Quem resiste a um bolinho de chuva envolto em açúcar com canela? E aquele leite quentinho antes de dormir, fervido com um pau de tal especiaria? E aquela simples banana no forno ganha ares de sobremesa requintada se polvilhada com canela? São tantas emoções sobre ela que eu não cansaria de citar idéias e usos. Não posso esquecer meu uso diário dela: no café. Se ainda não experimentou, faça.
    Vocês sabiam que podem substituir o uso do açúcar em muitos pratos devido a seu sabor doce e intrigante?
    Além disso, a canela é um grande aliado para a saúde. O consumo diário dela pode ajudar em vários aspectos o nosso corpo. Tem propriedades anti-inflamatórias, ajuda a melhorar a memória, diminui o nível do açúcar do sangue e também é um alimento termogênico que também auxilia no emagrecimento.
    Lá no Culinarístico hoje o papo é sobre Cúrcuma. Vai perder? Claro que não! =) Corre lá.
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    Temperinhos & Afins: Hortelã

    Segundo a mitologia grega, Mentha era uma ninfa de um deus grego, transformada em Hortelã pela maldição de sua esposa enciumada. Por seu perfume marcante, era tratada quase como erva sagrada pelos árabes. Como eram ameaçadas de morte por haverem bebido vinho, as mulheres romanas mascavam hortelã com mel para disfarçar o hálito. Existem referências sobre seu uso em pisos de sinagogas e igrejas italianas.
    (Fonte: Horta em Casa)

    Costumamos chamar de Hortelã as espécies do gênero Mentha. Ela não é apenas usada na culinária, mas também na indústria cosmética e medicinal.

    Um chá de hortelã antes de dormir tem poder calmante, além de ser digestivo.

    Na Culinária Árabe é uma das ervas mais importantes: tempera deliciosos tabules, aromatiza quibes e esfihas. Em outras partes do mundo, ela é combinada com doces em sobremesas, devido ao seu ar refrescante. Quem nunca provou um sorvete de chocolate com menta e sentiu aquela ardência simpática que ela tem?

    Em bebidas, destaca-se dando um toque especial quando misturada ao rum dando vida a  Mojitos. Licença poética para lembrar de Penélope Cruz, no filme Volver, fazendo drinks e cheirando uma hortelã:

    volver

    A hortelã é uma planta de fácil cultivo, assim como o Manjericão – que hoje é o assunto do Temperinhos & Afins lá no Culinarístico. Basta manter a terra sempre úmida e dar espaço para que as raízes se espalhem, que terás hortelãs por toda uma vida.

    Tabela Nutricional da Hortelã

    Quantidade 100g:
    Energia (Kcal) 43
    Ptn (g) 3,8
    Lip (g) 0,70
    Carb (g) 5,30
    Cálcio (mg) 210,00
    Ferro (mg) 9.50
    Sódio (mg) 15,00