• Drama,  Salgados

    Locke & Espaguete com Shitake

    Locke é um filme de 2013, protagonizado pelo britânico Tom Hardy.

    Acho incrível como o Hardy tem me surpreendido com suas atuações. Muitos só o conhecem (ou nem sabem que é ele, por conta da máscara) por seu papel como Bane, em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Tom Hardy é um ator cuidadoso, inspirador e incrível. Dá vida aos mais diferentes papéis, como o presidiário maluco em Bronson, o lutador com traumas familiares em Warrior e, em breve, no novo Mad Max, entre outros papéis excêntricos. A gente (eu e minha BFF/parceira de bobices e 5ª série, Priscila do Culinarístico) temos uma brincadeira que quando a coisa é muito boa (ou intensa) dizemos: LEVEL HARDY, ilustro:

    Locke é passado todo dentro do carro, sim, você deve ter lido isso e pensando: ihhhh que chatice…Mas meus caros amigos, não é. Definitivamente não é.

    Ivan Locke cometeu UM erro, apenas um e isso vai fazer com que os 84 minutos de filme te levem para dentro da vida dele. Entre telefonemas para casa e o trabalho, Ivan começa a nos revelar o que aconteceu. Nesse meio tempo ele tem papos com o pai, já falecido, através do retrovisor, como se o velho senhor estivesse sentado no banco de trás. Não, ele não é esquizofrênico, agora me digam, quem nunca teve conversas imaginárias com alguém (ou até mesmo consigo mesmo) para esclarecer alguns fatos? – apenas eu sou doida? Comentem dizendo que não, por favor.

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    O belíssimo roteiro é assinado por Steven Knight (o mesmo de Senhores do Crime e Coisas belas e sujas) e é uma coisa tão bem feita que você realmente termina o filme atônito com tamanha beleza. Sou ligada em roteiros, por isso me irritam tanto os mal feitos, como andamos vendo em algumas séries por aí. Detalhe: Knight também dirige o filme.

    Se cometer um erro, um maldito errinho, o mundo inteiro cairá sobre você.

    Tom Hardy dá uma aula de atuação sendo Ivan, a cada ligação, o semblante do ator, entre o medo e a alegria, em alguns momentos que consegue resolver algumas coisas, o choro quando fala com o filho, a sinceridade com que trata o foco do seu problema atual, o qual o está fazendo viajar para outro lugar, mesmo estando ele em um momento profissional tão importante, que não poderia estar ausente. A coragem de jogar limpo com a mulher em um momento tão delicado.
    Não se preocupem, nos primeiros 15 minutos de filme vocês já saberão o propósito da viagem e o resto do filme faz com que você se torne entre psicólogo e amigo de Locke. Não consegui sentir raiva, nem pena, confesso pra vocês que senti tamanha admiração pela sinceridade dele.

    Atentem para a bela e impecável fotografia, que deixa tudo ainda mais significativo, a aura triste das lentes, das luzes da estrada, quase nos deixando com uma impressão que aquilo é o fim, ou por outro lado, que aquela viagem jamais acabará. Pois é. Nos faz refletir naquela velha máxima que você pode levar a vida toda fazendo coisas certas e basta uma errada para que tudo desmorone bem na sua frente.

    Assistam, depois me contem. Vale cada km rodado.

    Trailer:

    A receita de hoje, não tem algo com o filme, pois afinal ele passa o tempo todo dentro do carro. Porém, me remeteu a uma comida solitária. Aquele prato que você prepara rapidamente só pra você em um dia qualquer. Pois a solidão, no fim de tudo, é o que se tem dentro de um carro sozinho, por mais que estivesse Tomzinho falando ao telefone sem parar, a responsabilidade e as reflexões eram só dele. Por isso hoje venho com uma comida pra um, bem fácil, prática e saborosa.

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    Aproveitando também, divulgando (e incentivando) o projeto “Segunda sem carne”, juntamente com os blogs amigos, dá um pulo e confere:

    – No Culinarístico: Tofu apimentado com molho de amendoim

    – No Conversando e Cozinhando: Arroz sete grãos com shitake

    – No Fotografando à mesa: Muffins Natalinos

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    Espaguete com Shitake

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 1

    Ingredientes

    • 100 g de macarrão tipo espaguete (o jeito que uso para medir é dividir o pacote de 500 g em 5, vai com fé!)
    • 1 cebola roxa pequena
    • 1 dente de alho
    • 4 cogumelos shitakes (usei o desidratado – deixe hidratar por 15 minutos em água morna)
    • 1 colher de sopa (generosa) de manteiga
    • 3 colheres de sopa de azeite de oliva
    • Pimenta verde moída na hora (use a que quiser/tiver/goste)
    • Queijo parmesão ralado
    • Salsinha picada a gosto
    • 1 litro de água fervente
    • Sal a gosto

    Modo de Preparo

    1. Primeiramente coloque o shitake para hidratar em uma xícara de água morna. Em uma panela, leve a água para ferver. Vá cortando a cebola, o alho e picando a salsinha, deixe tudo reservado, separadamente. Aqueça uma frigideira grande e adicione o azeite de oliva. Leve a cebola para dourar. Acrescente o alho, tempere com a pimenta do reino e o sal. Enquanto isso, vá fatiando o shitake, já hidratado. Junte a misture o shitake, roube meia concha da água do cozimento do macarrão e em fogo baixo e deixe cozinhar por alguns minutos, tipo uns 5. Junte a manteiga e reserve. Quando o macarrão estiver cozido, junte ele ao shitake. Misture ainda em fogo baixo e adicione o queijo parmesão. Sirva em um prato bonito e salpique a salsinha picada.
  • Drama,  Salgados

    A Liberdade é Azul & Omelette au Roquefort

    A liberdade é azul (Trois couleurs: Bleu), de 1993, é o primeiro filme da Trilogia das Cores do diretor polonês Krzysztof Kieslowski. Os demais filmes que compoem a trilogia são: “A igualdade é branca (1994)” e “A fraternidade é vermelha” (1994). Falaremos deles em outros posts certamente, pois é um trio de filmes que todos devem assistir. A Trilogia das Cores é baseada nas três cores da bandeira francesa e nas três palavras do lema da Revolução Francesa: “liberdade, igualdade e fraternidade”.

    Na França, Julie (Juliette Binoche) sofre um acidente com sua filha e marido. Ela é a única a sobreviver do desastre. A partir daí começamos a participar de uma trágica e dramática história.

    Só me falta fazer uma coisa.
    Nada.
    Não quero bens, nem recordações, nem amigos, nem amor.
    Tudo isso são armadilhas.
    (Julie Vignon)

    Sou apaixonada pelos filmes de Kieslowski. Ele sempre consegue arrancar da gente os sentimentos mais diversos, principalmente quando os assuntos são doloridos, como em Bleu, polêmicos como em Não amarás ou em Não matarás. Poderia passar a tarde toda indicando filmes deles para vocês nesse post, porém, acho mais digno falar de cada um deles com o passar do tempo.

    Voltando ao filme, Julie era casada com um maestro renomado. Depois da morte dele, ela é incumbida a terminar uma composição de coro e orquestra que havia sido encomendada a ele, mas o mesmo não conseguiu terminar em vida.

    Já não parece algo fácil para uma pessoa que está levando a vida normalmente, que dirá para alguém que está lidando com a perda de sua família e tem que tocar a vida. Esse filme mostra muito esses momentos difíceis que algumas pessoas precisam passar. E a força enorme que tiram não sei de onde para seguir vivendo. Uma coisa que nunca me saiu da cabeça, foi a conversa que ela manteve com o flautista mendigo na rua, quando ouviu ele tocar o acorde que era da composição que ela estava tentando concluir. Ela foi indagá-lo de onde ele tinha tirado aquilo, ele disse que inventava coisas, gostava de compor. E sem mais nem menos ele diz a ela: “Devemos sempre ter algo a que nos agarrar.”. Será que é por isso que conseguimos passar por algumas coisas que parecem impossíveis em nossas vidas? Levo comigo esse fragmento.

    Com todo o vai e vem das tentativas que terminar a composição, ela acaba descobrindo coisas da vida do marido, que jamais imaginou existir. O que afunda um pouco mais aquele ser solitário. Do tipo de situação que você se dá conta que viveu anos com alguém e não conhecia aquela pessoa. Ele tinha uma outra vida paralela jamais revelada.

    Juliette Binoche está com uma atuação FANTÁSTICA, ela representa o papel com uma dor tão bem interpretada, só que com a ausência do dramalhão. Ela sequer chora. Juliette carrega a Julie com um olhar frio, vazio, quase que descrente da vida. Um dos diálogos que ela tem com a empregada demonstra muito isso, Julie pergunta a mulher porque ela está chorando, e ela responde: “Porque você não está.”. Ou seja, sempre nos lutos, nas perdas, as pessoas imaginam que o retrato da dor seriam as lágrimas, mas nem sempre é assim. Pode apostar que aquilo doía tanto em Julie que ela nem sequer conseguia chorar.

    A trilha sonora é um personagem MUITO importante nessa obra. Em algumas cenas que nada é dito, apenas os personagens são envoltos nas dolorosas músicas que falam por si só. Acho incrível isso na música clássica, pois sem ter nenhuma palavra, a música conta histórias.

    A liberdade é azul é um filme sobre o abandono, a dor, a falta de quem se ama, as mudanças do cotidiano que a vida nos leva, é tomar café com sorvete sozinho, conversar com um flautista na rua, é não ter mais onde morar e ir em busca de um novo lugar, é lutar contra os ratos, ou alimentar os mesmos, é romper com tudo que já se teve, é se livrar e esquecer tudo que se viveu até então para que se possa finalmente alcançar a verdadeira liberdade. E ela é azul – aqui podemos imaginar a liberdade como imensidão do oceano, com toda sua cor e tamanho infinito, mas muitas vezes completamente inalcançável.

    Trailer:

    Hoje o que vai acompanhar o filme é uma Omelette au Roquefort que nada mais é que uma omelete com queijo. O nome francês é porque a omelete tem origem naquele país.

    Afinal a liberdade e o roquefort são azuis! Vamos lá?

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    Omelette au Roquefort

    Tempo Prep: 15 min
    Tempo Coz: 5 mins
    Serve: 1

    Ingredients

    • 2 ovos
    • 6 cogumelos fatiados
    • 1/2 cebola pequena picada em cubos
    • 10 g de queijo Roquefort
    • 2 colheres de sopa de creme de leite fresco
    • Azeite de oliva
    • Sal Noz-moscada
    • Noz-moscada

    Modo de Fazer

    1. Bata os ovos, adicione o creme de leite fresco, o queijo em cubos e tempere com o sal e noz-moscada.
    2. Em uma frigideira antiaderente, aqueça o azeite e refogue os cogumelos. Quando estiverem dourados, acrescente a cebola. Acrescente a mistura de ovos e deixe por 2 minutos para que cozinhe de um lado, vire a omelete e deixe mais 2 minutos, tudo isso em fogo baixo.
    3. Decore com raspas de queijo e salsinha. Sirva imediatamente.
  • Comédia,  Drama,  Romance,  Salgados

    Lola Versus & Lasanha de Brócolis

    Lola Versus é um filme de 2012 dirigido por Daryl Wein. É uma comédia romântica, desastrosa (no bom sentido) e divertida, para aqueles dias sem nada pra fazer, que vale cada segundo. Você, meu amigo e minha amiga que já tomaram um pé na bunda quando menos esperavam irão se identificar. Sabe aqueles filmes tipo o “500 dias com ela” que você vê várias coisas que já passou ou que ainda irá passar (mas ainda não sabe)? Então.

    lola versus

    Greta Gerwig é Lola. Lola tem uma cara tão fofa que você ia querer ser amiga dela. Você entende Lola.

    Eu sei que está mudança é inevitável.
    Mas, eu se eu não quiser que as coisas mudem?
    E seu eu gosto da minha vida do jeito que ela é?
    (Lola)

    No início do filme vemos um relacionamento legal, cheio de risadas e planos de um casamento que se aproxima. Ela e o namorado (vivido por Joel Kinnaman – nosso querido Holder (The Killing) e atualíssimo Robocop) que é o namorado perfeito, estão prestes a se casar e no melhor momento do relacionamento. Até que há 3 semanas do casamento, aos 29 anos, Lola leva um pé na bunda do namorado, o qual foi seu primeiro amor, que conhece desde o ensino médio. Ele desiste de tudo sem muitas explicações. O que era um momento de alegria vira “o mundo contra Lola”.

    lola versus

    Nessa nova fase ela contará com o apoio da amiga Alice (Zoe Lister Jones – que além de atuar, assina o roteiro do filme) e Henry (Hamish Linklater – como não amar? Pra quem não lembra, ele é o excêntrico irmão de Christine em The new adventures of old Christine), de seus pais (que são ótimos!) e entre trancos e barrancos vai levando a vida, cometendo as mais diversas bobagens o que é super normal no estado que se encontra.

    Marc Webb consegue retratar com singeleza e sinceridade esse momento frágil da vida de uma pessoa, em que ela, machucada, se envolve com pessoas que não deve, toma porres homéricos e fala o que não deve.

    lola versus

    O filme tem uma levada muito interessante, que nos faz rir de uma forma natural, sem forçação de barra ou apelos. Muito bem montado, foi bem aceito pela crítica e público, mas circulou fora do circuito comercial, ele nos mostra, apesar de todos os problemas, que todo mundo já passou por isso e não é o fim do mundo.

    É um momento para se redescobrir e depois amanhecer cheio de vontade de viver novamente. Pega na mão de Lola e vá assistir o filme.

    Trailer:

    Hoje para acompanhar o filme temos uma lasanha de brócolis e isso tem a ver com o aconchego que uma lasanha dá. Lasanha tem cara de colo de mãe, de abraço de amigo e de superação dos problemas. Eu acho que um bom prato de lasanha faria Lola feliz. Além do mais hoje é segunda e segunda é dia de ‘Segunda sem carne”. Por isso aproveite o clima para fazer esse prato hoje para o jantar. Vamos a receita?

    Lasanha de Brócolis

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 45 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • Para o molho bechamel: 2 colheres de sopa de manteiga
    • 3 colheres de sopa de farinha de trigo
    • 2 xícarás de chá de leite
    • Noz-moscada
    • Sal
    • Pimenta-do-reino
    • 50 g de queijo gorgonzola
    • 1/2 cebola picada
    • 2 dentes de alho esmagados
    • 200 g de brócolis frescos
    • Azeite de oliva
    • Pimenta do reino branca
    • 250 g de massa de lasanha
    • 50 g Queijo parmesão ralado

    Modo de fazer

    1. Como eu usei a massa fresca, cozinhei ela por alguns minutos em água fervente com um fio de azeite. Pois achei que não deveria ficar muito tempo no forno, para o brócolis não perder o ponto, apenas para gratinar. Fui acertiva.
    2. Vamos ao bechamel: Em uma panela doure a manteiga e adicione a farinha de trigo. Mexa sem parar e vá adicionando o leite quente. Tempere com sal, noz-moscada e a pimenta do reino até engrossar um pouco. Adicione o gorgonzola esmagadinho e reserve.
    3. Brócolis: Em outra panela doure o alho e a cebola no azeite de oliva. Adicione o brócolis, sal e pimenta do reino e deixe cozinhar por uns 2 minutos abafando com uma tampa. Reserve.
    4. Montagem: Em um refratário coloque uma camada de molho bechamel, massa e brócolis. Sempre intercalando massa + molho + recheio. Finalize com o molho e uma generosa camada de parmesão ralado. Leve ao forno a 180º por uns 20 minutos, apenas para gratinar.
  • salada beterraba jamie oliver
    Menu Varietà,  Salgados

    Jamie em Casa & Salada de Beterrabas Assadas

    Jamie Oliver expressa nesse livro seu amor pela cozinha caseira e simples. Ao abri-lo você tem a sensação de que nunca mais vai querer comer em um restaurante. Dá vontade de sair plantando uma bela horta e se alimentar apenas do que colhe.

    Esse livro está muito próximo do meu coração. É sobre uma cozinha simples, feita com excelentes sabores durante o ano todo…
    (Jamie Oliver – em Jamie em Casa)

    Eu sou suspeita para falar, pois sou super fã desse moço, e esse é um dos melhores livros de culinária que eu tenho em casa. Deixo claro que não estou ganhando nada para falar sobre o livro. Falo apenas por amor. Amor a simplicidade com a qual Jamie faz a cozinha dele e o carinho como trata cada alimento nesse livro.

    Depois que fiz as beterrabas seguindo esse método de preparo de Jamie eu nunca mais quis cozinhá-las na água, naquele método tradicional, que na maioria das vezes as deixa esbranquiçada e sem gosto.

    Lá no Culinarístico, a Priscila Darré fez mais alguns legumes usando o mesmo método de nosso muso Jamie, dá um pulo lá e veja também.

    Salada de Beterrabas Assadas

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 500g de beterrabas (escolha as menores ao comprar, pois cozinharão mais rápido)
    • 10 dentes de alho esmagados
    • 1 punhado de alecrim
    • Sal Pimenta do reino moída na hora
    • 10 colheres (sopa) de azeite de oliva
    • 10 colheres (sopa) de vinagre balsâmico

    Modo de Fazer

    1. Pré-aqueça o forno a 180º. Corte as beterrabas (se forem maiores, como eram as minhas) ou as coloque inteiras, caso elas sejam do tamanho de uma bolinha de golfe. Abra o papel aluminio em uma assadeira, deixe o suficiente sobrando para que possas fechar como um pequeno envelope. Acomode as beterrabas, adicione todos os outros ingredientes. Feche o pacotinho e leve ao forno por mais ou menos 40-50 minutos. Passado esse tempo, abra com cuidado, pois sairá vapor do pacote e pode queimar. Verifique se elas estão macias. Essa salada pode ser servida quente ou fria, ao seu gosto. Eu costumo dar mais uma regada com azeite de oliva antes de servir.
  • Drama,  Salgados

    The Place Beyond The Pines & Penne com Brócolis

    O filme do diretor Derek Cianfrance chega no Brasil com o título “O lugar onde tudo termina” – oremos. Enfim, tem alguma relação ao título original, que é mais ou menos “O lugar além dos pinheiros” – vocês estenderão essa conexão ao assistir o filme.

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    Sabe de uma coisa, Luke?
    Se você correr como um raio
    Vai cair como um trovão.

    No filme temos Luke (vivido por Ryan Gosling) que é um motoqueiro do Globo da Morte em um parque de diversões. Depois de saber que tem um filho recém nascido com Romina (Eva Mendes), uma mulher que ele passou apenas uma noite, ele começa a pensar que tem que ganhar mais dinheiro para dar um futuro digno ao pequeno loirinho.

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    Então ele começa a se envolver a alguns assaltos a banco. Em um deles, ele e surpreendido por sua moto que não pega ao sair da agência e acaba sendo alcançado pelo policial Avery Cross (Bradley Cooper), com quem acaba tendo um confronto surpreendente.

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    Os anos se passam e esses dois destinos seguem se cruzando de alguma forma. Cheios de mágoas, dores e revelações.

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    No maior estilo Cianfrance – que já vimos no doloroso “Blue Valentine” – o filme vai nos levando por uma história que te prende e emociona nas duas horas e vinte minutos de duração.

    TRAILER – The Place Beyond the Pines

    Eu fiquei a pensar o que poderia combinar com o filme e nada mais perfeito que os pinheiros (Pines) que lembram as minhas pequenas arvorezinhas preferidas chamadas Brócolis! Então vamos a uma receita de Penne com Brócolis. Essa é uma daquelas receitas mega fáceis e rápidas que você faz em menos de 20 minutos.

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    Penne com Brócolis

    Preparo: 30 min
    Cozimento: 15 min
    Serve: 2 porções

    Ingredientes

    • 250 g de macarrão tipo penne
    • 1 maço de brócolis
    • 1 cebola média picada
    • 2 dentes de alho esmagados
    • 300 ml de creme de leite
    • 2 colheres de sopa de requeijão
    • 1 colher de café de sal
    • Pimenta do reino a gosto
    • Queijo parmesão ralado
    • 2 litros de água para cozinhar a massa

    Modo de Fazer

    1. Coloque a água para aquecer. Em uma panela frite a cebola e o alho em um pouco de azeite. Em seguida adicione os brócolis já separados em pequenos buques. Tempere com o sal e a pimenta. Tampe a panela e deixe em fogo baixo por uns 10 a 15 minutos até que o brócolis fique macio. Quando a água começar a ferver, cozinhe o macarrão conforme manda a embalagem, até ficar al dente. Voltando aos brócolis, assim que estiverem cozidos, adicione o requeijão e o creme de leite. Mexa um pouco até que incorpore bem. Escorra a massa, jogue o molho por cima e salpique queijo parmesão ralado em cima. 😉
  • Drama,  Salgados

    Ferrugem e Osso & Quiche de Palmito

    Ferrugem e Osso (De Rouille et d’os, 2012) estrelado pela, sempre ótima, Marion Cotillard conta a história de Stéphanie, uma treinadora de baleias que acaba por sofrer um grave acidente que muda completamente sua vida.

    O filme começa com Alain (Matthias Schoenaerts), um homem desempregado, que vive com filho e está indo morar na casa da irmã.

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    Por obra do destino, ele começa a trabalhar como segurança na boate que Stéphanie está no meio de uma confusão. Ele a ajuda, a leva para casa e dá seu telefone, caso precise de algo.

    O que ele não sabia é que ela ligaria para ele em um momento de total solidão, após o acidente, ela perdeu as duas pernas e está sozinha sem saber muito o que fazer.

    A ligação dos dois é complexa e intensa. Em uma das cenas mais bonitas, ele sem nenhuma vergonha ou medo, a leva para tomar um banho de mar.

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    O diretor Jacques Audiard nos conta essa história de dor e superação, com mais intensidade do que já vimos em seu outro filme “De Tanto Bater, Meu Coração Parou” (De battre mon coeur s’est arrêté, 2005). Quebrando paradigmas, ele mostra de forma crua e simples a vida depois de um acidente como esse. Como viver depois de ter os membros amputados? Lidando com a imperfeição humana, ele conduz a história de uma maneira incrível e realista.

    Stéphanie depois de algum tempo, consegue reencontrar a baleia que ela treinava, e é uma cena realmente sensacional das duas no aquário. Ela, com suas próteses, mas demonstrando o mesmo amor pelo animal, que na verdade, apenas seguiu seu instinto, na hora de se proteger durante o acidente que houve no parque aquático.

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    Acho que o filme também tem um tom de crítica a esse tipo de estabelecimento, que coloca animais para exibição e entretenimento. Por que orcas devem estar no mar e não fazendo pessoas rirem em um lugar fechado.

    Marion está em uma atuação sensacional, totalmente desprovida de qualquer vaidade, ela encarna essa personagem cheia de dores, traumas e que tem coragem de enfrentar a vida, mesmo depois de uma avalanche como essa. Assistam!

    Hoje trago junto com o filme, uma Quiche de Palmito com Ricota, porque filme francês sempre cai bem com a melhor coisa que eles trouxeram para nossas vidas: quiche!

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    Quiche de Palmito e Ricota

    Preparo: 60 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 250 gr. de farinha de trigo
    • 100 gr. de manteiga sem sal
    • 1 colher de café de sal
    • 4 a 5 colheres de sopa de água gelada
    • 150 g de ricota
    • 1 vidro de palmito
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 2 colheres de shoyu
    • Azeite
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino moída na hora a gosto
    • 03 ovos
    • 01 lata de creme de leite
    • Pimenta do reino a gosto
    • Sal a gosto

    Modo de Fazer

    1. Massa: Corte a manteiga em cubos e junte ela a farinha e o sal. Vá misturando até que se forme uma farofa – em seguida coloque a água e vá juntando até que se forme uma bola – não é pra sovar a massa, apenas ir juntando. Coloque a massa na geladeira enquanto faz o recheio.
    2. Recheio: Refogue a cebola no azeite, acrescente o alho, deixe dourar. Junte o palmito e a ricota e deixe por mais uns 5 minutos. Adicione o shoyu, o sal e a pimenta do reino moída. Reserve.
    3. Creme: Bata os ovos vigorosamente, junte o creme de leite, tempere com o sal e pimenta.
    4. Montagem: Vá abrindo a massa encaixando ela na forma. Essa massa é bem maleável para fazer isso com as próprias mãos – acho mais prático do que abrir com o rolo. Leve ao forno pré-aquecido por uns 10 minutinhos. Em seguida adicione o recheio e o creme em cima. Forno por mais 30-40 minutos e é só servir. =)
  • Drama,  Salgados

    Amour & Brócolis ao Forno

    Michael Haneke mora no meu coração. O diretor austríaco sempre foi conhecido por seus filmes um tanto quanto psicológicos e com histórias complexas. Ele sempre deixa uma coisa no ar, fazendo com que o espectador tire suas próprias conclusões. Haneke lança os dados e não explica. Ele apenas instiga o mais profundo pensamento de análise e crítica da vida.

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    – Tem muitas histórias que ainda não te contei.
    – Não me diga que irá arruinar sua imagem nessa idade?
    – Não aposte nisso.
    – E como é minha imagem?
    – Às vezes, você é um monstro.
    – Mas muito gentil.

    Foi surpreendente para mim ao assistir Amour, o novo filme dele, vencedor de nada mais que a Palma de Ouro em Cannes (e mais outros diversos prêmios mundiais – como no último domingo levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro), pois é um filme claro. Absolutamente sem metáforas. O filme é cru, real, estático e maravilhoso.

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    A história mostra a vida pacata de um casal francês, já em idade avançada, filmando o dia a dia desses dois ex-professores de piano. Georges (E Jean-Louis Trintignant) e Anna (Emmanuelle Riva – de Hiroshima mon amour) em seu cotidiano mais simples, jantam, almoçam juntos, conversam sobre livros e notícias no jornal. Em uma manhã qualquer, estão os dois a tomar café da manhã quando Anna simplesmente entra em um estado parecido com um transe. Não há mudanças de expressão no rosto dela, ela não atende aos apelos do marido, esse já desesperado, molha a testa dela com uma toalha úmida e de repente ela volta a si. Foi nesse momento que uma obstrução silenciosa da carótida dela, a que levou a um derrame.

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    O filme segue com o desenvolver da doença, primeiro Anna fica com o lado direito paralisado, depois vai ocorrendo a degradação do corpo e mente, como é normal nesse tipo de enfermidade.
    George que por vezes tenta fingir que nada está acontecendo, ao mesmo tempo tenta confortar a mulher de todos os modos possíveis, sendo atencioso e preocupado. Ela, por sua vez, tenta levar a vida do modo mais normal possível para não deixar com que tudo vá por água abaixo.

    É um filme profundo e triste. Cenas que doem em nossos corações, como quando ele carrega ela em um abraço, quase uma dança, para fazer as coisas mais simples, do cotidiano, que nem nos damos conta que fazemos, pois é tudo tão no automático, que eu acho que só se dá conta de tudo que se faz, quando não se pode mais fazer isso sozinho.

    O filme começa pelo final. Então você passará o filme todo sabendo o que aconteceu, mas não sabendo como. Será que aquilo era mesmo o fim? O que será que realmente aconteceu? Ou seria para deixar-nos com uma sensação de total desesperança durante o decorrer da película?

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    Depois que o filme termina a sensação de que o amor é muito mais que apenas uma coisa bonitinha fica em sua mente por semanas. O amor é compaixão, companheirismo, respeito, auxílio, devoção. O amor verdadeiro é essa coisa que não vê limites quando se trata do bem estar do outro. O amor não tem interesses. O amor é redenção. Amour resume tudo que você já imaginou de bonito que pode existir entre duas pessoas. Pode ser doído, mas é até o fim.

    Dedico esse post a uma querida amiga que perdeu seu companheiro recentemente. E minha admiração por ela é como o amor que eles sempre terão: eterna.

    Para acompanhar o post, eu fiz um brócolis ao forno, porque brócolis é amor.

    BROCOLIS FORNO

    Brocolis ao forno

    Preparo: 30 min
    Serve: 2 porções

    Ingredients

    • 1 maço de brócolis
    • 3 dentes de alho
    • 1 cebola pequena picada
    • Azeite de oliva
    • Sal
    • Orégano
    • Pimenta do reino
    • Queijo parmesão 250 g de creme de ricota (pode usar requeijão ou cream cheese – o que vc mais gostar)
    • 250 g de creme de ricota (pode usar requeijão ou cream cheese – o que vc mais gostar)

    Modo de fazer

    1. Cozinhe os brócolis no vapor (eu costumo colocá-los em saquinhos plásticos próprios para microondas e cozinhá-los por cerca de 3 minutos). Em uma frigideira refogue a cebola e o alho no azeite. Quando estiverem dourados, acrescente os brócolis picados. Deixe cozinhar por mais uns 2 minutos, tempere com sal e pimenta do reino. Poderá montar o prato em um refratário só ou em 4 pequenos, assim servindo em porções individuais (que eu acho mais charmoso). Comece com os brócolis, adicione uma colher de sopa de creme de ricota, um punhado de queijo parmesão ralado e uma pitada de orégano. Forno por 15 minutinhos para dourar.