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  • Receitas,  Salgados,  Suspense

    Entre Segredos e Mentiras & Risoto de Shimeji

    Entre segredos e mentiras é um filme de 2010, dirigido por Andrew Jarecki em sua estréia como diretor de filmes, ele é reconhecido pela direção do polêmico e premiado documentário, também sobre uma história de família, chamado “Na captura dos Friedmans”.

    O filme foi baseado na história de Robert Dunst, filho de um milionário do ramo imobiliário que foi acusado como o principal principal suspeito do sumiço de Kathleen McCormack, sua esposa, no início dos anos 80.

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    Você me faz ser a pessoa que você pensa que eu sou.
    Não sou essa pessoa.

    David Marks, interpretado por Ryan Gosling, protagoniza a trama. Vindo de uma família rica e conservadora ele se apaixona por Katie (Kirsten Dunst), ao conhecê-la em um trabalho como encanador (oi? – sim, ele não quer fazer parte do sujo mundo milionário de seu pai, então fica fazendo trabalhos eventuais e modestos). Logo se casam, mesmo sem o aceite da família dele, que acha que ela não é do ‘mesmo nível’ do filho.

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    Depois do casamento, as coisas começam a se complicar. David passa a não ser mais tão doce quanto era durante o namoro. Ele volta a trabalhar com o pai, tem crises de identidade e muitos traumas de infância são revelados, como a morte da mãe.

    Um suspense muito bem armado, com ares de documentário, que prende você de olho na tela, tentando entender o que aconteceu com tal família.

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    Curiosidade: na trilha sonora temos diversos momentos que os remetem a Um corpo que cai e Psicose – de Hitchcock – além disso, podemos crer que há muita inspiração no mestre do suspense já que temos um homem que se veste de mulher, uma esposa desaparecida e um corpo dentro do porta malas do carro.

    Trailer:

    O título original “All good things” veio do nome da loja de produtos naturais e vegetarianos que o casal abre quando muda para o interior, procurando uma vida mais tranquila e saudável. Por isso hoje teremos um risoto de shimeji para acompanhar, porque é vegetariano, natural e delicioso! Certamente compraríamos um belo shimeji na loja de Katie.

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    Risoto de Shimeji

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 30 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 1 xíc. chá de arroz arbóreo ou carnaroli
    • 1 cebola pequena picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 4 colher de sopa de manteiga
    • Azeite de oliva
    • Queijo parmesão ralado
    • 1/2 xíc. de vinho branco
    • 1 litro de caldo de legumes
    • 1 bandeja de cogumelo shimeji (mais ou menos 150 g)
    • Sal a gosto Cebolinha verde picada
    • Cebolinha verde picada

    Modo de Fazer

    1. Primeiramente separe todo o shimeji. Em uma frigideira derreta uma colher de manteiga e um fio de azeite. Adicione os shimejis, salteie e tempere com sal e pimenta do reino. Reserve. Para o risoto, refogue a cebola em 2 colheres de manteiga e um fio de azeite. Adicione o alho até que fiquem dourados. Junte o arroz, mexa por alguns minutos e coloque o vinho. Deixe o vinho evaporar, tempere com sal, pimenta e agora comece a adicionar o caldo. Aos poucos vá adicionando o caldo e mexendo sempre. O risoto leva em média 20 minutos para ficar no ponto. Por fim, adicione a ultima colher de manteiga (já com o fogo desligado), adicione o shimeji, o parmesão ralado e sirva em seguida, salpicando a cebolinha picada.
  • Biografia,  Drama,  Receitas,  Salgados

    Clube de Compras Dallas & Costelinha

    Clube de Compras Dallas se passa nos anos 80, no início da epidemia da AIDS, onde os até então ‘grupos de risco’ conhecidos eram os homossexuais e viciados em drogas. Foi então que o governo americano através do seu órgão regulamentador de medicamentos, o FDA, começou a testar o AZT em pacientes cobaias. O que não se sabia era que o remédio acabava por destruir algumas células e anti-corpos dos doentes, sendo assim, não eficaz para a cura da AIDS, resultando então em mais óbitos que salvações.

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    Um aviso: Nada pode matar Ron Woodroff em 30 dias…

    O filme dirigido por Jean Marc-Valée tem como personagem principal por Ron Woodroff (atuação que rendeu o Oscar desse ano ao excepcional Matthew McConaughey), é baseado em uma história real de um eletricista e também cowboy nascido no Texas, que contraiu o vírus através de suas aventuras sexuais sem proteção – mesmo que heterossexuais – além do uso de drogas injetáveis com seringas compartilhadas.

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    Ron é um personagem machão e mulherengo. Tanto que fica surpreso e desacreditado quando o médico anuncia que ele tem apenas 30 dias de vida, devido ao estado avançado da doença. Em um surto completo, ele joga todos os exames para cima, aos berros no hospital, alegando que ele não era um homossexual. A partir daí se inicia uma saga em busca de medicações em outros países, viagens clandestinas, contatos e o que acabou se tornando um coquetel com muitos medicamentos combinados contra a maldita doença.

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    Jared Leto (também vencedor do Oscar como melhor ator coadjuvante) está em uma atuação memorável como o transexual Rayon, que acaba por formar uma parceria com Ron e começam a distribuir (e vender) essas drogas ao demais infectados. Está formado então o “Clube de Compras Dallas”.

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    O filme é uma grande denúncia ao governo americano e o FDA, assim como, um protesto contra o preconceito. Quando vemos Ron, um homofóbico assumido ver que tudo aquilo e todas aquelas pessoas eram iguais a ele, nem mais, nem menos, é que ele passa a enxergar a vida de uma outra forma, até mesmo defendendo aquela classe que ele tinha tanto horror.

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    O longa é um espetáculo de atuações. Matt emagreceu 22 kg para o papel e algumas cenas fazem com que você queira entrar na tela para abraçá-lo.

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    Jared Leto está excelente, com um humor irreverente, o que nos rende um pouco de risadas durantes os 117 minutos de filme. Vale ainda destacar Jennifer Garner, que até então, víamos em comédias românticas e filmes bobinhos, encarnou aqui uma médica engajada e querida por todos, com uma interpretação singela e profunda.

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    Trailer:

    E a receita?
    Há alguns dias perguntei a minha querida amiga Sil, que mora em Dallas, qual o prato típico por lá, para poder acompanhar esse post. Ela me deu muitas dicas, além de dizer que a coisa mais comum por lá é carne e, quase todas, com molho barbecue. Epa, temos um problema aqui: eu não gosto de molho barbecue. Então eu resolvi fazer costelinhas de porco sem o molho, mas com um super tempero, acompanhadas de purê de batatas. Porém, eu fui atrás de uma receita de tal molho e foi no blog Marola com Carambola que acabei me deparando com a receita para você, meu caro leitor, que curte o molho. Vamos lá?

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    Costelinha de Porco

    Preparo: 120 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 1 kg de costelinha de porco
    • 1 bom punhado de tomilho
    • 4 colheres de sopa de mostarda (usei Dijon)
    • 4 colheres de sopa de vinagre balsâmico
    • Suco de 1 limão siciliano
    • 1 colher de sopa (rasa) de sal
    • 2 colheres de shoyu
    • 4 dentes de alho amassados
    • 1 cálice de vinho tinto
    • 1 cebola picada Pimenta verde moída na hora
    • Pimenta verde moída na hora

    Modo de Fazer

    1. Acomode a costelinha em uma travessa. Em um outro recipiente misture todos os temperos, agite bem e despeje sobre a carne, leve a geladeira coberto com um filme plástico e deixe lá por 24 horas. Cabe virá-la de vez em quando, para que o tempero tome gosto por igual. Pré-aqueça o forno por uns 10 minutos a 180º. Coloque a costelinha em uma forma e cubra com papel alumínio. Leve ao forno por uma hora. Após isso retire o papel alumínio e deixe dourar por mais uns 20 minutos. Servi acompanhado de purê de batatas, mas você pode usar arroz ou qualquer outro acompanhamento que mais lhe apetecer. Bom apetite!
  • Drama,  Salgados

    “Ela” & Bruschettas de Tomate e Manjericão

    Eu só queria que você soubesse que sempre terá uma parte de você em mim.
    E sou grato por isso.
    Seja lá quem você se tornou…
    Onde quer que esteja no mundo, estou te mandando amor.

    Por Dai Dantas

    Se eu posso recomendar algum filme da safra Oscar deste ano, sem dúvida será Ela, de Spike Jonze. Uma metáfora sci-fi sobre o valor das relações humanas nesses alquebrados tempos em que a realidade é algo que, de tão exposto e aparente, degenera. ‘Ela’ é um filme sobre conhecer e amar alguém num futuro próximo, que nos convida à autocrítica acerca de nossos relacionamentos desde já.

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    Quando ‘ter um amor para recordar’, na maioria das vezes, é deixá-lo fotogênico nas vitrines das redes sociais. E vivemos o cerco das molduras que nos cobram, de nós e dxs parceirxs, um ideal impossível. Quantas vezes as pessoas autocensuram seus momentos de vida comum em prol de uma realidade maquiada? A beleza das folhas de alface presas no canto do dente, das páginas amareladas, onde?

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    “Ela” mostra o quanto a pedagogia do amor que nos é ensinado nos torna infelizes contumazes, já que todos temos de ser perfeitos e lineares… Como aceitar a diferença de alguém que não tem a aparência perfeita, ou, como no caso do filme, sequer tem corpo?… E, por outro lado, se todas as pessoas são plastificadas e previsíveis, se todos correm atrás da cordialidade falsa e superficialidade da aparência, de onde extrair relações espontâneas e REAIS senão da inteligência artificial?

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    No filme observamos que, num futuro próximo – ou agora, quem sabe? – precisaremos terceirizar nossas emoções por total falta de apego à falha e à espontaneidade. Cartas de sentimentos ‘verdadeiros’ serão encomendadas em empresas especializadas. Amores e amizades honestas só irão brotar na aleatoriedade e desinteresse das únicas conversas nas quais seremos humanos e nos permitiremos mostrar como de fato somos: com nossos sistemas operacionais, que devassam nossos arquivos a ponto de nos saberem pelo avesso.
    Em minha opinião, “Ela” é genial por tocar o dedo fundo nessa ferida: de que quando a vida só for válida se consumida com açúcar em excesso, é importante lembrar que a alegria muitas vezes tem um gosto agridoce. Desde “2001: uma odisséia no espaço” não via nossa humanidade tão competentemente posta em cheque.

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    Se alguém ainda disser que este é um filme sobre um cara feio (oi? Casa comigo, Joaquin, seu lindo!), nerd (o/) e carente que se apaixona por uma máquina, favor ler mais livros, assistir menos TV e amar mais – seja quem for, tá valendo!.

    Trailer:

    Resolvi combinar o filme com Bruschettas clássicas, pois o filme tem muitos tons de vermelho e me lembrava muito disso a cada cena. A simplicidade do sabor da melhor combinação do mundo: tomate, majericão, azeite e pão. Assim como deve ser o amor: simples. Corri pegar o livro do Jamie Oliver na Itália para fazer exatamente como deve ser. Vamos nessa?

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    Bruschettas de Tomate e Manjericão

    Preparo: 15 min
    Cozimento: 5 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 2 tomates maduros
    • Folhas picadas de um maço de manjericão fresco
    • Sal marinho
    • Pimenta do reino moída na hora
    • Azeite de oliva
    • Vinagre branco ou de ervas de boa qualidade
    • 1 Pão italiano (fiz com francês)
    • 1 dente de alho

    Modo de Fazer

    1. Corte o pão com mais ou menos 1 cm de espessura. Toste as fatias em uma grelha ou frigideira dos dois lados. Esfregue o dente de alho duas vezes em cada pão. Borrife azeite de oliva e uma salpicada de sal.
    2. Lave bem os tomates, tire a parte de dentro (aquela parte q é meio branquinha) e as sementes também. Corte em pequenos cubinhos simpáticos.
    3. Em uma tigela, coloque o tomate, as folhas rasgadas de manjericão, sal, pimenta e regue com o azeite de oliva e o vinagre. (coloquei alho picado também, pq eu amo alho, mas fica a seu gosto).
    4. Cubra cada fatia de pão com essa mistura e está pronto!
  • Salgados,  Séries & TV

    Breaking Bad & Huevos Rancheros

    Sabe aquele cozinheiro com talento, com experiência, mas ainda não tão bom? A comida é boa, mas ainda não saiu das mãos de um Ferrán Adrià (que só mencionei aqui porque é responsável por uma excelente cerveja). Está quase ainda.
    Tudo bem. Esse é só o começo de Breaking Bad.

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    Se eu te disser que Vince Gilligan, consultor de roteiros e produtor já experiente (lembra-se de Arquivo-X?), resolveu contar a história da crise de meia-idade de um professor de química, você esperará que te sirvam um… Pudim? Uma sopa, no máximo?
    Não apenas assistir essa jornada é um deleite, mas uma surpresa. Um banquete.

    Um cara abre a porta, leva um tiro e você acha que sou eu?
    Não, eu sou o cara que bate.
    Eu não estou em perigo Skyler.
    Eu sou o perigo.

    Obra cerebral, planejada, estudada das músicas às cores com extremo cuidado. Uma equipe toda comprometida em fazer algo bom. Não algo lucrativo, fácil ou, você pode estranhar, legal. Todos em busca de algo bom, bem feito, bem executado. E ,como próprio de todo virtuose, se afinam, ganham confiança e aprendem com seus próprios erros. De vez em quando, experimentam com um tempero novo: um vídeo de música mexicana, uma guerra contra uma mosca, um urso de pelúcia desfigurado; às vezes, um ou outro erro, mas milhares de acertos e de truques novos aprendidos com esses pequenos erros.

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    Dos protagonistas, Brian Craston deve ter quase caído morto quando recebeu elogios de Anthony Hopkins e Aaron Paul embasbaca a todos com seu Jesse perdido, largado, noiado e sem nenhum talento na cozinha. Entre os destaques não tão óbvios, a diretora de vários episódios Michelle MacLaren, cujo nome espero ver mais vezes, e a atriz Anna Gunn. Já teve a sensação de que alguma personagem é gostosa demais para o papel? Não com ela! Mesmo com a desvantagem de ser bonita e indisfarçavelmente voluptuosa, Gunn esconde suas características físicas dentro de camadas e camadas de gestos, trejeitos e expressões de um dona-de-casa das mais comuns vivendo o inferno mais do que comum de um casamento “com o perigo”. É incrível ver um senhorinha de longos um metro e setenta e oito de altura, mais do que boa parte do elenco com quem contracenava, carregando sua bolsa na frente do peito como a mais frágil das criaturas. Demorou, mas ela conseguiu pôr um Emmy na estante.

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    Tão perdidos quanto Jesse começamos querendo saber onde a história desse senhor com uma arma na mão e sem calças vai parar. Terminamos, creio eu, melhores do que ele. Podemos até comer huevos rancheros sem cascas e tão gostosos quanto Breaking Bad.
    A receita que vai acompanhar o post foi inspirada em um café da manhã do episódio 10 da segunda temporada da série, quando Jesse prepara um belo café da manhã para Jane.

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    Huevos Rancheros

    Preparo: 50 min
    Cozimento: 20 min
    Serve: 6

    Ingredientes

    • 3 colheres de sopa de azeite
    • 2 cebolas picada
    • 1 pimenta vermelha grande sem sementes e picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 1 1/2 colher de chá de cominho em pó
    • 2 colher de chá de orégano ou ervas de provence
    • 600g de tomates pelados picados (aquele que vem em lata)
    • 300g de pimentões vermelhos e amarelos picados
    • 6 ovos 1 pitada de sal
    • 1 colher de chá de pimenta do reino moída na hora
    • 4 colheres de sopa de coentro fresco

    Modo de Fazer

    1. Em uma frigideira grande aqueça o azeite acrescente a cebola e o pimentão. Quando a cebola estiver soltando água acrescente o alho, o cominho, o orégano e a pimenta, misture bem e refogue por 5 minutos, até ficarem tenros.
    2. Adicione os tomates e refogue por mais 5 minutos, se o molho parecer seco, adicione um pouco de água. Coloque o sal, a pimenta e o coentro fresco, mexa bem. Coloque os ovos com cuidado no molho um por um, deixe uma distância entre eles para não grudarem um no outro.
    3. Cozinhe por 5 minutos, ou até que os ovos fiquem ao seu gosto.

    Dica:

    Sirva quente com arroz mexicano, arroz espanhol ou Tortilla.
  • Drama,  Romance,  Salgados

    Once & Batatas Rústicas

    Glen Harsand é um músico e compositor irlandês, já conhecia ele antes do filme, pois ele é BFF (best friend forever) de um dos meus cantores prediletos, o também irlandês, Damien Rice. Quando me deparei com esse filme levei um pouco de medo, pois não gosto nem um pouco do gênero ‘musicais’.

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    Deixei pra lá os preconceitos e assisti. Anos depois revisitando o mesmo filme, porém, com outros olhos, me senti ainda mais tocada pela história e a forma com que ela é contada. As músicas não são colocadas na história como na maioria dos filmes do gênero, mas sim, elas se encaixam perfeitamente (sem ser irritante) no contexto e momento. E já ressalvo que 10% do filme é de fato um musical, o resto é como uma filmagem normal.

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    Bom, vamos falar sobre a história? “Guy e Girl”. Não temos nomes para os personagens. Guy é vivido por Harsand, um cara que trabalha na loja de consertos de aspiradores de pó do pai e toca nas ruas seu violão, por alguns trocados, apenas pelo amor a música.

    Um coração partido pela ex-namorada e letras melancólicas dedicadas a ela. Girl, é vivido pela cantora/pianista/compositora tcheca Markéta Irglová, uma guria que vive vendendo flores no centro de Dublin, mora com a mãe e a filha pequena em um pequeno apartamento, separada do marido que ficou na cidade Natal, ela ainda sente algo por ele e tem uma certa melancolia no olhar.

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    No meio da agitação da cidade, as duas vidas acabam por se cruzar. Ela para para assistir ele tocando violão e cantando, a partir daí começa uma grande amizade.

    Descobrem então que tem uma coisa em comum, além das dores do amor e os corações partidos: a música.

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    É a partir daí que o filme começa a emocionar pra valer. Desde os duetos que os dois fazem, com piano e violão, até os ensaios para a gravação do disco que ele faz antes de partir para Londres, em busca de uma nova vida, a história te abraça de uma forma, que nas cenas finais, você se vê cantando junto enquanto não segura mais as lágrimas que caem, tamanha beleza da doação entre duas pessoas que existe ali.

    Uma fuga, um abraço, quem sabe um novo amor. Ou apenas mesmo aquela amizade bonita que faz dos dias e noites da gente melhores.

    Curiosidade: O filme ganhou o Oscar de melhor canção em 2008 por Falling Slowly.

    Trailer:

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    Batatas Rústicas

    Preparo: 40 min
    Cozimento: 30 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 batatas médias
    • 2 colheres de manteiga
    • Alecrim
    • Sal
    • Pimenta (a de sua preferência, ou se não gostar, simplesmente não coloque)

    Modo de Fazer

    1. Lave bem as batatas em agua corrente. Seque com um pano de prato limpo ou papel toalha. Corte em pedaços médios (nem muito finos, nem muito grossos) e leve ao fogo em uma panela com água até ela ficar macia, porém tenra. Pré-aqueça o forno a 200º. Coloque dentro do forno a forma com as colheres de manteiga. Escorra as batatas e deixe com que descansem até que o forno se aqueça. Pegue a assadeira (tome cuidado para não se queimar) e distribua as batatas nela. Salpique com sal e todos os demais temperos. Leve ao forno por uns 40 minutos, sendo que, na metade do tempo vire as batatas para que dourem por igual. Abra uma Guinness, saboreie suas batatas e seja feliz!
  • Doces,  Drama

    Detachment & Bolinhos de Chuva

    Detachment, no Brasil: “O Substituto”, é um filme dirigido por Tom Kaye, o mesmo de “A outra história americana”, que é um dos meus filmes favoritos, quem poderia esquecer aquele belo papel de Edward Norton como o nazista/racista e que depois demonstra tamanho arrependimento e luta para que o irmão não trilhe o mesmo caminho? Kaye consegue construir cenas tão profundas e impactantes, além de sempre explorar assuntos polêmicos e que vão intrigar o telespectador, que começará a se indagar sobre a sua própria vida e como se comporta perante a sociedade.

    E nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo.
    (Albert Camus)

    Eu gosto de analisar o título orignal dos filmes, porque na real, temos tanta diferença quando eles chegam por aqui, que é assustador. Mas já falei disso outras vezes e minha pequena revolta sobre os tradutores. Na realidade a culpa não é dos tradutores e sim das produtoras, que procuram o título mais chamativo e comercial, para que possa ”vender” mais. Enfim, “Detachment” traduzindo literalmente, quer dizer: Indiferença, desapego. E temos então para nossa língua “O Substituto” – pois a personagem de Adrien Brody é um professor substituto. Humrum.

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    Bom, voltando ao filme, ele conta a história de Henry Bates (Adrien Brody) um homem na casa dos 30 e poucos anos que acredita na real função de um professor: ajudar as crianças e adolescentes em sua formação, auxiliar essas pequenas criaturas em desenvolvimento, a entender um pouco o mundo que as cerca e dar apoio as confusões psicológicas e morais que essa fase traz ao ser humano. O que deveria ser, a meu ver, o pensamento de todo educador. Porém, o que vemos no início do filme, são alguns depoimentos de pessoas que se tornaram professores. Não há essa ideia que Henry tem. Alguns se tornam professores porque eram cobrados pelos pais em ter alguma profissão, outros porque acharam que era melhor ser professor do que motorista de ônibus e não aquele propósito de formar cidadãos melhores.

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    Em contrapartida, Bates não gosta de se envolver com ninguém com quem trabalha. Tanto alunos, como outros professores, por isso, ele sempre é um professor substituto. Ele chega do nada, passa alguns meses junto com os alunos e o corpo docente, depois se vai. Talvez seja como uma proteção pessoal, para que continue agindo da forma que ele acha correta. Fiquei a pensar, que muitas vezes conseguimos dar o melhor de nós em pouco tempo, depois vira rotina, cai no lugar-comum, e assim, não faz tanto efeito quanto deveria. (divagações minhas).

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    Ele começa a trabalhar em uma nova escola e é nesse momento que 3 mulheres acabam atravessando o seu caminho. Esse convívio começa a mudar a vida dele. O desapego que ele tem com as coisas e situações começa a ser mudado quando uma professora, uma aluna e uma menina, que ele tira da rua e leva para morar em sua casa, trazem algum sentido a sua vida até então vazia de grandes sentimentos. É aquela velha história de que se vive sempre no limite. No vazio da rotina dos dias. Por vezes, algo aparece do nada e muda tudo isso. Será que até então ele dava valor para o que fazia? O quanto ele fazia diferença na vida daqueles alunos e pessoas?

    Independentemente do que tenha em mente, digo que há sentimento. Estou sendo honesto comigo mesmo. Sou jovem e estou velho. Tenho sido comprado e vendido tantas vezes. Sou difícil de encarar. Estou sumido. Sou simplesmente como você.

    Adrien Brody em um dos seus melhores papéis, se é que é possível escolher um, se entrega totalmente ao espírito da personagem, com um olhar melancólico e conseguindo dar vida a ideia do diretor, nessa crítica social imensa à catástrofe que andam as instituições de ensino. Não é um filme fácil, mas certamente, ele te fará pensar na vida, nas pessoas que te rodeiam e de como leva a sua existência, sempre tentando plantar a semente de que é preciso fazer a diferença e não apenas passar a vida em vão.

    Trailer

    No filme, uma das alunas de Henry faz bolinhos para vender em um evento da escola. São cupcakes. Porém, eu resolvi combinar aqui com esse filme uma receita de bolinhos de chuva. Porque eu acho que bolinhos de chuva são melancólicos e nostálgicos, sendo assim, combinam muito com esse filme. Nada melhor que uma travessa cheia deles para vislumbrar tal película. Vamos a receita?

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    Bolinhos de Chuva

    Preparo: 30 min
    Cozimento: 15 min
    Rende: 15-20 un

    Ingredientes

    • 1 ovo
    • 1/2 colher de sopa de manteiga derretida
    • 1/2 xícara de açúcar
    • 2 xícaras de farinha de trigo
    • 1/2 xícara de leite
    • 1 pitadinha de sal
    • 1 colher de café de fermento em pó Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
    • Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
    • Açúcar e canela em pó para polvilhar

    Modo de Fazer

    1. Bata o ovo como se fosse para um omelete, junte a manteiga derretida e adicione metade do leite. Coloque metade da farinha e bata. Pode bater com um fouet, mas eu ainda prefiro bater com um garfo. Junte o restante do leite, o sal e a farinha que sobrou. Volte a bater. Por fim, adicione o fermento em pó e mexa devagar. Aqueça o óleo em uma panela. Costumo usar uma panela pequena para que seja usado menos óleo, pois os bolinhos terão que ficar submersos no líquido. Com o auxílio de duas colheres, vá colocando pequenas porções da massa para fritar. O óleo deve estar quente, porém, em fogo bem baixo, pois assim, você terá bolinhos dourados por fora e cozidos por dentro. Geralmente quando eles cozinham de um lado, viram sozinhos. É muito engraçadinho, praticamente uma dança deles na panela. Gosto de ficar olhando, acho poético. Quando estiverem dourados de ambos os lados, escorra com uma escumadeira e coloque em uma travessa com papel toalha. Depois de fritar todos os bolinhos, pegue uma outra tigela e coloque um pouco de açúcar com canela. Passe os bolinhos nessa mistura, faça um chá ou um café e vá para frente da tv assistir um bom filme.
  • Drama,  Policial,  Salgados

    Le conseguenze dell’amore & Nhoque

    O cinema italiano já teve grandes tempos. Leia-se: a obra toda de Fellini e Ettore Scola. Hoje em dia, eles lançam alguns filmes de comédias românticas, alguns bem interessantes, do tipo entretenimento para quem está a toa sem vontade de pensar muito. Em contrapartida, lembrei de outro filme lindo e doloroso (e de uma maestria de roteiro e direção) italiano: O quarto do filho. Lembram?

    Enfim, estou falando tudo isso para dizer que vez por outra surge no cinema italiano um filme que te deixa pregado na tela e pensando sobre ele semanas e semanas depois. Foi isso que aconteceu quando vislumbrei “As consequências do amor” (Le conseguenze dell’amore) de 2004, o título até parece que veremos algum romance, mas não, gente, não, esse filme é um drama com uma mistura de suspense muito bem conduzido pelo diretor Paolo Sorrentino.

    O filme se passa as voltas da vida de Titta di Girolamo (Toni Servillo) um solitário homem que vive há alguns anos em um hotel na Suíça. Sua principal característica: não se aproxima muito das pessoas. Senta no bar do hotel e sempre que há alguma tentativa de aproximação de outros seres, ele se retrai. Só abre um pouco a guarda para um casal de idosos com quem joga cartas a noite. O olhar de Titta nos resume apenas uma coisa: tédio. Pode ser pela vida que leva, ou ainda, nos faz imaginar que sente tédio pelos outros também.

    Ficamos então naquela expectativa de saber quem é esse homem tão misterioso, o que ele faz da vida, porque se comporta dessa forma? E tudo vai ficando cada vez mais intenso, quando uma vez a cada semana ele recebe uma mala no seu quarto de hotel. Depois disso, desce a garagem, tira a capa de uma BMW luxuosa e segue para um local onde algumas pessoas sentadas em volta de uma mesa ficam a contar o dinheiro que estava dentro da ‘bagagem’. Curioso. Na realidade, curiosos ficamos nós para saber onde tudo isso vai chegar.

    Temos ainda algumas pitadas de máfia, um romance velado com a atendente do bar (que ao meu ver foi o que conseguiu mostrar um pouco de sensibilidade no protagonista), até dias determinados para usar drogas e ir ao shopping, insônia e cigarros. Sacou a loucura da coisa toda?

    Procure e assista, depois volta aqui e me conta o que achou. =)

    Para acompanhar o filme eu escolhi uma receita de nhoque. Nada mais italiano que nhoque! Nada mais italiano que uma receita do mestre de Jamie Oliver e que tanto amamos Gennaro Contaldo! Meu ídolo, muso-mor. Eu tenho sérias quedas pela cozinha italiana, vai ver é por conta do sobrenome que herdei e o sangue que rola aqui nessas veias. Amo a Itália e espero um dia dar uma passeada por lá.

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    Nhoque de Batatas

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 4 porções

    Ingredients

    • 1 kg de batatas (escolha batatas mais ou menos do mesmo tamanho, para que cozinhem ao mesmo tempo)
    • 2 gemas
    • 300 g de farinha de trigo
    • 1 colher sopa de sal
    • Pimenta branca

    Modo de Fazer

    1. O molho foi feito de um modo bem simples: cebola e alho refogados, tomates batidos no liquidificador e adicionados a mistura e deixado fervendo por uma hora. Adicionava água quente sempre que preciso. Temperei com sal e pimenta do reino e por fim decorei com o manjericão.

    Não poderia eu explicar melhor que Gennaro vejam o vídeo e aprendam como se faz: