“A un metro de ti” é um filme chileno de 2007. Temos aqui o ator Fele Martínez já mais velho (o eterno Oto de “Os amantes do círculo polar”, de Julio Medem, que também vimos dirigido por Almodóvar em “Má educação” e “Fale com ela”), é muito bom vê-lo amadurecido e cada vez mais competente atuando. Comecei a assistir esse filme sem nenhuma pretensão culinária, muito menos sentimental. Nos primeiros 10 minutos já estava completamente conquistada pela história.
A cozinha popular é a base de tudo.
Esta é a nossa história.
Um país pode ser entendido por sua comida, suas misturas.
O que seria da omelete espanhola sem a batata chilena?
Estes chefes de revista que repetem receitas estragam tudo.
Como podem querer que exista apenas um molho à bolonhesa?
Se deve haver um em cada casa bolonhesa.
Se realmente for de lá mesmo.
E além do mais todos cozinham de maneira diferente.
Por que cozinho com a alma e nunca estamos do mesmo jeito.
Nenhum dos meus pratos saem iguais.
Depende de como eu me sinto.
O filme inicia no dia da inauguração do metrô de Santiago. Duas crianças se perdem dos pais. O rapaz que trabalha no administrativo do trem resolve tirar uma foto delas pra imortalizar o momento: as primeiras crianças que se perderam na estação. Essa foto acaba nos jornais. E é esse recorte que Sebastián guarda com ele até hoje. Ele era o menino da foto.
No momento atual, Sebastián é um cozinheiro, ele comanda um restaurante pequeno e agradável no centro da cidade, que carece de lugares assim, como a casa da gente. Achei sensacional o nome do lugar: “Alioli” (alho & óleo) – não é uma queridice?
Sebastián prima pela comida honesta, caseira, saborosa. O restaurante serve um prato do dia,conforme há disponibilidade no mercado e o valor que se tem em caixa. As coisas não vão muito bem.
A namorada e sócia dele é uma chef de cozinha que trabalha no ramo de Hotelaria. Existe um abismo entre os dois, talvez pelos ideais serem opostos, ele com a cozinha caseira, ela com a industrial.
Em um belo dia, ele está indo jantar na casa dela, dentro da bolsa carrega uma garrafa de azeite que o pai lhe mandou da Espanha. Era um presente pra ela. Uma moça deveras abalada esbarra nele no meio do metro, a bolsa cai e a garrafa quebra. Gentilmente, ele pergunta se ela está bem. Ela começa a chorar, porque naquele dia perdeu o emprego e a vida dela está um caos. Nesse momento ele entrega a ela um panfleto do restaurante e a convida para aparecer qualquer dia, para almoçar por conta da casa.
Minha vida está muito complicada.
E não quero complicar a vida de ninguém.
Isto é igual a andar de metro.
Se sempre faz o mesmo trajeto não sabe onde se perde.
Eu quero dar um tempo e saber que linha devo tomar.
Nos próximos dias ela acaba indo ao centro e vai almoçar com uma amiga no simpático restaurante. Começa ali uma amizade que vai levando a outra coisa. Ele convida ela para trabalhar ali, pois odeia a parte burocrática do negócio. Ela aceita. Ela se separa. Ele já está com um relacionamento abalado. E assim continua a história das duas crianças que se perderam na estação do trem.
Não entendo o sol de agosto em seus pés,
não entendo os olhares para trás.
Se quando nos cruzamos ao voltar…
Estamos cada vez mais próximos do amor.
Não entendo as migalhas sobre a mesa.
Não entendo as distâncias do querer.
Se quando parecemos distantes…
estamos cada vez mais próximos do amor.
E cada vez mais perto…
Para o filme de hoje eu fiz um Escondidinho de carne com purê de couve-flor. É aquela coisa do filme: vá para cozinha e prepare algo com o que você tem no dia. Era o que eu tinha e acabou saindo uma refeição no maior estilo comfort food. Se você nunca fez purê de couve-flor, vai se encantar com o sabor suave que ele tem. Combina muito com tudo e ainda por cima é super saudável. Vamos lá?
Escondidinho de Carne com Purê de Couve-flor
Ingredientes
- 1/2 couve-flor
- 3 colheres de sopa de creme de leite
- 1/2 cebola pequena picadinha
- 1 dente de alho
- Sal a gosto
- Noz moscada
- 300 gr. de carne de sua preferência (usei alcatra)
- 1 xíc. de água fervente
- 2 colheres de azeite de oliva
- 1/2 cebola picadinha
- 1 dente de alho
- 1/2 pimentão amarelo em finas tiras
- 10 tomatinhos cereja
- Sal a gosto Pimenta do reino a gosto
- Salsinha picada Queijo parmesão ralado
- Queijo parmesão ralado
Modo de Fazer
- Primeiro faça a carne dourando bem em azeite de oliva. Quando estiver bem coradinha, coloque a cebola e o alho. Refogue por uns 2 minutos. Junte o tomate e a água e deixe cozinhar em fogo baixo até que a carne esteja bem molinha, quase desfiando (cerca de 20-30 minutos, dependendo da carne que usarás). Quando estiver no ponto, adicione os pimentões e deixe por mais alguns minutinhos. O caldo também já deve ter diminuído um pouco. Adicione a salsinha picada e reserve. Para você fazer o purê comece colocando em uma panela com água fervente a couve-flor, até que ela amoleça. Em uma frigideira pequena, doure o alho e a cebola. Escorra a couve-flor, deixe que esfrie por alguns minutos. Em um processador de alimentos (ou no liquidificador) coloque a couve-flor e triture até conseguir uma consistência cremosa. Adicione a cebola e o alho já refogados anteriormente. Agora é a vez do sal e o creme de leite. Bata mais umas vezes até que se transforme em um purê. Comece a montagem dos escondidinhos, pegue dois ramequins ou panelinhas pequenas (foi o que usei) e coloque a carne. Em seguida adicione o purê e finalize com o queijo ralado e noz moscada ralada. Leve ao forno pré-aquecido a 180º até que o queijo derreta. (cerca de 15 minutos)
Guria, adorei, receita fantástica e ainda low carb! Sobrou?? 🙂
Olá Sara!
Me encantei com a história do filme! Com certeza vou assistir em breve. Depois te conto. Já anotei na listinha de filmes.
Sua receita está perfeita.
Bjos
Tania Minatel