Drama

  • Biografia,  Drama,  Receitas,  Salgados

    Clube de Compras Dallas & Costelinha

    Clube de Compras Dallas se passa nos anos 80, no início da epidemia da AIDS, onde os até então ‘grupos de risco’ conhecidos eram os homossexuais e viciados em drogas. Foi então que o governo americano através do seu órgão regulamentador de medicamentos, o FDA, começou a testar o AZT em pacientes cobaias. O que não se sabia era que o remédio acabava por destruir algumas células e anti-corpos dos doentes, sendo assim, não eficaz para a cura da AIDS, resultando então em mais óbitos que salvações.

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    Um aviso: Nada pode matar Ron Woodroff em 30 dias…

    O filme dirigido por Jean Marc-Valée tem como personagem principal por Ron Woodroff (atuação que rendeu o Oscar desse ano ao excepcional Matthew McConaughey), é baseado em uma história real de um eletricista e também cowboy nascido no Texas, que contraiu o vírus através de suas aventuras sexuais sem proteção – mesmo que heterossexuais – além do uso de drogas injetáveis com seringas compartilhadas.

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    Ron é um personagem machão e mulherengo. Tanto que fica surpreso e desacreditado quando o médico anuncia que ele tem apenas 30 dias de vida, devido ao estado avançado da doença. Em um surto completo, ele joga todos os exames para cima, aos berros no hospital, alegando que ele não era um homossexual. A partir daí se inicia uma saga em busca de medicações em outros países, viagens clandestinas, contatos e o que acabou se tornando um coquetel com muitos medicamentos combinados contra a maldita doença.

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    Jared Leto (também vencedor do Oscar como melhor ator coadjuvante) está em uma atuação memorável como o transexual Rayon, que acaba por formar uma parceria com Ron e começam a distribuir (e vender) essas drogas ao demais infectados. Está formado então o “Clube de Compras Dallas”.

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    O filme é uma grande denúncia ao governo americano e o FDA, assim como, um protesto contra o preconceito. Quando vemos Ron, um homofóbico assumido ver que tudo aquilo e todas aquelas pessoas eram iguais a ele, nem mais, nem menos, é que ele passa a enxergar a vida de uma outra forma, até mesmo defendendo aquela classe que ele tinha tanto horror.

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    O longa é um espetáculo de atuações. Matt emagreceu 22 kg para o papel e algumas cenas fazem com que você queira entrar na tela para abraçá-lo.

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    Jared Leto está excelente, com um humor irreverente, o que nos rende um pouco de risadas durantes os 117 minutos de filme. Vale ainda destacar Jennifer Garner, que até então, víamos em comédias românticas e filmes bobinhos, encarnou aqui uma médica engajada e querida por todos, com uma interpretação singela e profunda.

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    Trailer:

    E a receita?
    Há alguns dias perguntei a minha querida amiga Sil, que mora em Dallas, qual o prato típico por lá, para poder acompanhar esse post. Ela me deu muitas dicas, além de dizer que a coisa mais comum por lá é carne e, quase todas, com molho barbecue. Epa, temos um problema aqui: eu não gosto de molho barbecue. Então eu resolvi fazer costelinhas de porco sem o molho, mas com um super tempero, acompanhadas de purê de batatas. Porém, eu fui atrás de uma receita de tal molho e foi no blog Marola com Carambola que acabei me deparando com a receita para você, meu caro leitor, que curte o molho. Vamos lá?

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    Costelinha de Porco

    Preparo: 120 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 1 kg de costelinha de porco
    • 1 bom punhado de tomilho
    • 4 colheres de sopa de mostarda (usei Dijon)
    • 4 colheres de sopa de vinagre balsâmico
    • Suco de 1 limão siciliano
    • 1 colher de sopa (rasa) de sal
    • 2 colheres de shoyu
    • 4 dentes de alho amassados
    • 1 cálice de vinho tinto
    • 1 cebola picada Pimenta verde moída na hora
    • Pimenta verde moída na hora

    Modo de Fazer

    1. Acomode a costelinha em uma travessa. Em um outro recipiente misture todos os temperos, agite bem e despeje sobre a carne, leve a geladeira coberto com um filme plástico e deixe lá por 24 horas. Cabe virá-la de vez em quando, para que o tempero tome gosto por igual. Pré-aqueça o forno por uns 10 minutos a 180º. Coloque a costelinha em uma forma e cubra com papel alumínio. Leve ao forno por uma hora. Após isso retire o papel alumínio e deixe dourar por mais uns 20 minutos. Servi acompanhado de purê de batatas, mas você pode usar arroz ou qualquer outro acompanhamento que mais lhe apetecer. Bom apetite!
  • Drama,  Salgados

    “Ela” & Bruschettas de Tomate e Manjericão

    Eu só queria que você soubesse que sempre terá uma parte de você em mim.
    E sou grato por isso.
    Seja lá quem você se tornou…
    Onde quer que esteja no mundo, estou te mandando amor.

    Por Dai Dantas

    Se eu posso recomendar algum filme da safra Oscar deste ano, sem dúvida será Ela, de Spike Jonze. Uma metáfora sci-fi sobre o valor das relações humanas nesses alquebrados tempos em que a realidade é algo que, de tão exposto e aparente, degenera. ‘Ela’ é um filme sobre conhecer e amar alguém num futuro próximo, que nos convida à autocrítica acerca de nossos relacionamentos desde já.

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    Quando ‘ter um amor para recordar’, na maioria das vezes, é deixá-lo fotogênico nas vitrines das redes sociais. E vivemos o cerco das molduras que nos cobram, de nós e dxs parceirxs, um ideal impossível. Quantas vezes as pessoas autocensuram seus momentos de vida comum em prol de uma realidade maquiada? A beleza das folhas de alface presas no canto do dente, das páginas amareladas, onde?

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    “Ela” mostra o quanto a pedagogia do amor que nos é ensinado nos torna infelizes contumazes, já que todos temos de ser perfeitos e lineares… Como aceitar a diferença de alguém que não tem a aparência perfeita, ou, como no caso do filme, sequer tem corpo?… E, por outro lado, se todas as pessoas são plastificadas e previsíveis, se todos correm atrás da cordialidade falsa e superficialidade da aparência, de onde extrair relações espontâneas e REAIS senão da inteligência artificial?

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    No filme observamos que, num futuro próximo – ou agora, quem sabe? – precisaremos terceirizar nossas emoções por total falta de apego à falha e à espontaneidade. Cartas de sentimentos ‘verdadeiros’ serão encomendadas em empresas especializadas. Amores e amizades honestas só irão brotar na aleatoriedade e desinteresse das únicas conversas nas quais seremos humanos e nos permitiremos mostrar como de fato somos: com nossos sistemas operacionais, que devassam nossos arquivos a ponto de nos saberem pelo avesso.
    Em minha opinião, “Ela” é genial por tocar o dedo fundo nessa ferida: de que quando a vida só for válida se consumida com açúcar em excesso, é importante lembrar que a alegria muitas vezes tem um gosto agridoce. Desde “2001: uma odisséia no espaço” não via nossa humanidade tão competentemente posta em cheque.

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    Se alguém ainda disser que este é um filme sobre um cara feio (oi? Casa comigo, Joaquin, seu lindo!), nerd (o/) e carente que se apaixona por uma máquina, favor ler mais livros, assistir menos TV e amar mais – seja quem for, tá valendo!.

    Trailer:

    Resolvi combinar o filme com Bruschettas clássicas, pois o filme tem muitos tons de vermelho e me lembrava muito disso a cada cena. A simplicidade do sabor da melhor combinação do mundo: tomate, majericão, azeite e pão. Assim como deve ser o amor: simples. Corri pegar o livro do Jamie Oliver na Itália para fazer exatamente como deve ser. Vamos nessa?

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    Bruschettas de Tomate e Manjericão

    Preparo: 15 min
    Cozimento: 5 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 2 tomates maduros
    • Folhas picadas de um maço de manjericão fresco
    • Sal marinho
    • Pimenta do reino moída na hora
    • Azeite de oliva
    • Vinagre branco ou de ervas de boa qualidade
    • 1 Pão italiano (fiz com francês)
    • 1 dente de alho

    Modo de Fazer

    1. Corte o pão com mais ou menos 1 cm de espessura. Toste as fatias em uma grelha ou frigideira dos dois lados. Esfregue o dente de alho duas vezes em cada pão. Borrife azeite de oliva e uma salpicada de sal.
    2. Lave bem os tomates, tire a parte de dentro (aquela parte q é meio branquinha) e as sementes também. Corte em pequenos cubinhos simpáticos.
    3. Em uma tigela, coloque o tomate, as folhas rasgadas de manjericão, sal, pimenta e regue com o azeite de oliva e o vinagre. (coloquei alho picado também, pq eu amo alho, mas fica a seu gosto).
    4. Cubra cada fatia de pão com essa mistura e está pronto!
  • Drama,  Romance,  Salgados

    Once & Batatas Rústicas

    Glen Harsand é um músico e compositor irlandês, já conhecia ele antes do filme, pois ele é BFF (best friend forever) de um dos meus cantores prediletos, o também irlandês, Damien Rice. Quando me deparei com esse filme levei um pouco de medo, pois não gosto nem um pouco do gênero ‘musicais’.

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    Deixei pra lá os preconceitos e assisti. Anos depois revisitando o mesmo filme, porém, com outros olhos, me senti ainda mais tocada pela história e a forma com que ela é contada. As músicas não são colocadas na história como na maioria dos filmes do gênero, mas sim, elas se encaixam perfeitamente (sem ser irritante) no contexto e momento. E já ressalvo que 10% do filme é de fato um musical, o resto é como uma filmagem normal.

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    Bom, vamos falar sobre a história? “Guy e Girl”. Não temos nomes para os personagens. Guy é vivido por Harsand, um cara que trabalha na loja de consertos de aspiradores de pó do pai e toca nas ruas seu violão, por alguns trocados, apenas pelo amor a música.

    Um coração partido pela ex-namorada e letras melancólicas dedicadas a ela. Girl, é vivido pela cantora/pianista/compositora tcheca Markéta Irglová, uma guria que vive vendendo flores no centro de Dublin, mora com a mãe e a filha pequena em um pequeno apartamento, separada do marido que ficou na cidade Natal, ela ainda sente algo por ele e tem uma certa melancolia no olhar.

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    No meio da agitação da cidade, as duas vidas acabam por se cruzar. Ela para para assistir ele tocando violão e cantando, a partir daí começa uma grande amizade.

    Descobrem então que tem uma coisa em comum, além das dores do amor e os corações partidos: a música.

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    É a partir daí que o filme começa a emocionar pra valer. Desde os duetos que os dois fazem, com piano e violão, até os ensaios para a gravação do disco que ele faz antes de partir para Londres, em busca de uma nova vida, a história te abraça de uma forma, que nas cenas finais, você se vê cantando junto enquanto não segura mais as lágrimas que caem, tamanha beleza da doação entre duas pessoas que existe ali.

    Uma fuga, um abraço, quem sabe um novo amor. Ou apenas mesmo aquela amizade bonita que faz dos dias e noites da gente melhores.

    Curiosidade: O filme ganhou o Oscar de melhor canção em 2008 por Falling Slowly.

    Trailer:

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    Batatas Rústicas

    Preparo: 40 min
    Cozimento: 30 min
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 4 batatas médias
    • 2 colheres de manteiga
    • Alecrim
    • Sal
    • Pimenta (a de sua preferência, ou se não gostar, simplesmente não coloque)

    Modo de Fazer

    1. Lave bem as batatas em agua corrente. Seque com um pano de prato limpo ou papel toalha. Corte em pedaços médios (nem muito finos, nem muito grossos) e leve ao fogo em uma panela com água até ela ficar macia, porém tenra. Pré-aqueça o forno a 200º. Coloque dentro do forno a forma com as colheres de manteiga. Escorra as batatas e deixe com que descansem até que o forno se aqueça. Pegue a assadeira (tome cuidado para não se queimar) e distribua as batatas nela. Salpique com sal e todos os demais temperos. Leve ao forno por uns 40 minutos, sendo que, na metade do tempo vire as batatas para que dourem por igual. Abra uma Guinness, saboreie suas batatas e seja feliz!
  • Doces,  Drama

    Detachment & Bolinhos de Chuva

    Detachment, no Brasil: “O Substituto”, é um filme dirigido por Tom Kaye, o mesmo de “A outra história americana”, que é um dos meus filmes favoritos, quem poderia esquecer aquele belo papel de Edward Norton como o nazista/racista e que depois demonstra tamanho arrependimento e luta para que o irmão não trilhe o mesmo caminho? Kaye consegue construir cenas tão profundas e impactantes, além de sempre explorar assuntos polêmicos e que vão intrigar o telespectador, que começará a se indagar sobre a sua própria vida e como se comporta perante a sociedade.

    E nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo.
    (Albert Camus)

    Eu gosto de analisar o título orignal dos filmes, porque na real, temos tanta diferença quando eles chegam por aqui, que é assustador. Mas já falei disso outras vezes e minha pequena revolta sobre os tradutores. Na realidade a culpa não é dos tradutores e sim das produtoras, que procuram o título mais chamativo e comercial, para que possa ”vender” mais. Enfim, “Detachment” traduzindo literalmente, quer dizer: Indiferença, desapego. E temos então para nossa língua “O Substituto” – pois a personagem de Adrien Brody é um professor substituto. Humrum.

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    Bom, voltando ao filme, ele conta a história de Henry Bates (Adrien Brody) um homem na casa dos 30 e poucos anos que acredita na real função de um professor: ajudar as crianças e adolescentes em sua formação, auxiliar essas pequenas criaturas em desenvolvimento, a entender um pouco o mundo que as cerca e dar apoio as confusões psicológicas e morais que essa fase traz ao ser humano. O que deveria ser, a meu ver, o pensamento de todo educador. Porém, o que vemos no início do filme, são alguns depoimentos de pessoas que se tornaram professores. Não há essa ideia que Henry tem. Alguns se tornam professores porque eram cobrados pelos pais em ter alguma profissão, outros porque acharam que era melhor ser professor do que motorista de ônibus e não aquele propósito de formar cidadãos melhores.

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    Em contrapartida, Bates não gosta de se envolver com ninguém com quem trabalha. Tanto alunos, como outros professores, por isso, ele sempre é um professor substituto. Ele chega do nada, passa alguns meses junto com os alunos e o corpo docente, depois se vai. Talvez seja como uma proteção pessoal, para que continue agindo da forma que ele acha correta. Fiquei a pensar, que muitas vezes conseguimos dar o melhor de nós em pouco tempo, depois vira rotina, cai no lugar-comum, e assim, não faz tanto efeito quanto deveria. (divagações minhas).

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    Ele começa a trabalhar em uma nova escola e é nesse momento que 3 mulheres acabam atravessando o seu caminho. Esse convívio começa a mudar a vida dele. O desapego que ele tem com as coisas e situações começa a ser mudado quando uma professora, uma aluna e uma menina, que ele tira da rua e leva para morar em sua casa, trazem algum sentido a sua vida até então vazia de grandes sentimentos. É aquela velha história de que se vive sempre no limite. No vazio da rotina dos dias. Por vezes, algo aparece do nada e muda tudo isso. Será que até então ele dava valor para o que fazia? O quanto ele fazia diferença na vida daqueles alunos e pessoas?

    Independentemente do que tenha em mente, digo que há sentimento. Estou sendo honesto comigo mesmo. Sou jovem e estou velho. Tenho sido comprado e vendido tantas vezes. Sou difícil de encarar. Estou sumido. Sou simplesmente como você.

    Adrien Brody em um dos seus melhores papéis, se é que é possível escolher um, se entrega totalmente ao espírito da personagem, com um olhar melancólico e conseguindo dar vida a ideia do diretor, nessa crítica social imensa à catástrofe que andam as instituições de ensino. Não é um filme fácil, mas certamente, ele te fará pensar na vida, nas pessoas que te rodeiam e de como leva a sua existência, sempre tentando plantar a semente de que é preciso fazer a diferença e não apenas passar a vida em vão.

    Trailer

    No filme, uma das alunas de Henry faz bolinhos para vender em um evento da escola. São cupcakes. Porém, eu resolvi combinar aqui com esse filme uma receita de bolinhos de chuva. Porque eu acho que bolinhos de chuva são melancólicos e nostálgicos, sendo assim, combinam muito com esse filme. Nada melhor que uma travessa cheia deles para vislumbrar tal película. Vamos a receita?

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    Bolinhos de Chuva

    Preparo: 30 min
    Cozimento: 15 min
    Rende: 15-20 un

    Ingredientes

    • 1 ovo
    • 1/2 colher de sopa de manteiga derretida
    • 1/2 xícara de açúcar
    • 2 xícaras de farinha de trigo
    • 1/2 xícara de leite
    • 1 pitadinha de sal
    • 1 colher de café de fermento em pó Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
    • Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
    • Açúcar e canela em pó para polvilhar

    Modo de Fazer

    1. Bata o ovo como se fosse para um omelete, junte a manteiga derretida e adicione metade do leite. Coloque metade da farinha e bata. Pode bater com um fouet, mas eu ainda prefiro bater com um garfo. Junte o restante do leite, o sal e a farinha que sobrou. Volte a bater. Por fim, adicione o fermento em pó e mexa devagar. Aqueça o óleo em uma panela. Costumo usar uma panela pequena para que seja usado menos óleo, pois os bolinhos terão que ficar submersos no líquido. Com o auxílio de duas colheres, vá colocando pequenas porções da massa para fritar. O óleo deve estar quente, porém, em fogo bem baixo, pois assim, você terá bolinhos dourados por fora e cozidos por dentro. Geralmente quando eles cozinham de um lado, viram sozinhos. É muito engraçadinho, praticamente uma dança deles na panela. Gosto de ficar olhando, acho poético. Quando estiverem dourados de ambos os lados, escorra com uma escumadeira e coloque em uma travessa com papel toalha. Depois de fritar todos os bolinhos, pegue uma outra tigela e coloque um pouco de açúcar com canela. Passe os bolinhos nessa mistura, faça um chá ou um café e vá para frente da tv assistir um bom filme.
  • Drama,  Policial,  Salgados

    Le conseguenze dell’amore & Nhoque

    O cinema italiano já teve grandes tempos. Leia-se: a obra toda de Fellini e Ettore Scola. Hoje em dia, eles lançam alguns filmes de comédias românticas, alguns bem interessantes, do tipo entretenimento para quem está a toa sem vontade de pensar muito. Em contrapartida, lembrei de outro filme lindo e doloroso (e de uma maestria de roteiro e direção) italiano: O quarto do filho. Lembram?

    Enfim, estou falando tudo isso para dizer que vez por outra surge no cinema italiano um filme que te deixa pregado na tela e pensando sobre ele semanas e semanas depois. Foi isso que aconteceu quando vislumbrei “As consequências do amor” (Le conseguenze dell’amore) de 2004, o título até parece que veremos algum romance, mas não, gente, não, esse filme é um drama com uma mistura de suspense muito bem conduzido pelo diretor Paolo Sorrentino.

    O filme se passa as voltas da vida de Titta di Girolamo (Toni Servillo) um solitário homem que vive há alguns anos em um hotel na Suíça. Sua principal característica: não se aproxima muito das pessoas. Senta no bar do hotel e sempre que há alguma tentativa de aproximação de outros seres, ele se retrai. Só abre um pouco a guarda para um casal de idosos com quem joga cartas a noite. O olhar de Titta nos resume apenas uma coisa: tédio. Pode ser pela vida que leva, ou ainda, nos faz imaginar que sente tédio pelos outros também.

    Ficamos então naquela expectativa de saber quem é esse homem tão misterioso, o que ele faz da vida, porque se comporta dessa forma? E tudo vai ficando cada vez mais intenso, quando uma vez a cada semana ele recebe uma mala no seu quarto de hotel. Depois disso, desce a garagem, tira a capa de uma BMW luxuosa e segue para um local onde algumas pessoas sentadas em volta de uma mesa ficam a contar o dinheiro que estava dentro da ‘bagagem’. Curioso. Na realidade, curiosos ficamos nós para saber onde tudo isso vai chegar.

    Temos ainda algumas pitadas de máfia, um romance velado com a atendente do bar (que ao meu ver foi o que conseguiu mostrar um pouco de sensibilidade no protagonista), até dias determinados para usar drogas e ir ao shopping, insônia e cigarros. Sacou a loucura da coisa toda?

    Procure e assista, depois volta aqui e me conta o que achou. =)

    Para acompanhar o filme eu escolhi uma receita de nhoque. Nada mais italiano que nhoque! Nada mais italiano que uma receita do mestre de Jamie Oliver e que tanto amamos Gennaro Contaldo! Meu ídolo, muso-mor. Eu tenho sérias quedas pela cozinha italiana, vai ver é por conta do sobrenome que herdei e o sangue que rola aqui nessas veias. Amo a Itália e espero um dia dar uma passeada por lá.

    nhoque

    Nhoque de Batatas

    Preparo: 60 min
    Cozimento: 40 min
    Serve: 4 porções

    Ingredients

    • 1 kg de batatas (escolha batatas mais ou menos do mesmo tamanho, para que cozinhem ao mesmo tempo)
    • 2 gemas
    • 300 g de farinha de trigo
    • 1 colher sopa de sal
    • Pimenta branca

    Modo de Fazer

    1. O molho foi feito de um modo bem simples: cebola e alho refogados, tomates batidos no liquidificador e adicionados a mistura e deixado fervendo por uma hora. Adicionava água quente sempre que preciso. Temperei com sal e pimenta do reino e por fim decorei com o manjericão.

    Não poderia eu explicar melhor que Gennaro vejam o vídeo e aprendam como se faz:

  • Drama,  Salgados

    A Busca & Feijão Carioquinha

    A Busca é um filme de 2012, dirigido pelo estreante Luciano Moura e protagonizado por Wagner Moura. Fugindo dos esteriótipos do cinema nacional, que em sua maioria trata da violência das ruas ou “comédias”, temos aqui um drama de um pai na busca incessante por seu filho que fugiu de casa.
    Theo (Wagner Moura) é um médico que se separou recentemente da mulher, também médica, Branca (Mariana Lima – que estava incrível na última temporada de Sessão de Terapia – lembram?), os dois tem um filho chamado Pedro (Brás Moreau Antunes – que é filho do cantor Arnaldo Antunes). A primeira parte do filme mostra o caos de um final de casamento, os choques de ideias e possibilidades que deixam com que o menino se sinta dividido e confuso.

    Sempre achei que quanto menos se tem, menos se perde
    E a essa altura, eu só tinha um cavalo
    Um cavalo velho que não servia pra nada.
    Mas aí o meu cavalo morreu…

    Pedro é um artista nato. Desenha cavalos e não quer ir para o intercâmbio na Nova Zelândia que o pai quer pagar. Aquela velha sensação de querer comprar o afeto com alguma viagem, dinheiro ou outra coisa qualquer, que na realidade não substitui nada, apenas faz com que o afastamento seja maior.
    Depois de uma brusca discussão familiar, Pedro resolve fugir de casa. Fingindo que iria passar o final de semana na casa de um amigo, ele vai embora sem deixar muitos rastros. É nesse momento que o médico tão ocupado vira apenas um pai desesperado em busca de seu filho. Theo larga tudo e sai em uma caçada melancólica e de grandes descobertas.

    Achei interessante a construção que os roteiristas deram a história, pois aos poucos ela vai sendo revelada, desde o porque Pedro se foi, até para onde e por qual propósito ele estava indo.
    Temos ainda uma bela participação do fenomenal Lima Duarte no final do filme. Sem sombra de dúvidas é um dos grandes atores brasileiros. Em uma cena emocionante e que transborda sinceridade o filme se encerra e deixa aquela sensação de que precisamos prestar mais atenção nas pessoas ao nosso redor, nossos relacionamentos, nossos sentimentos e deixar de lado as coisas materiais e do dia-a-dia. Quando se está sempre ali, parece normal, só vai fazer falta quando sumir. Pegou? Assistam.

    Algumas pessoas já me perguntaram como que eu faço a conexão dos filmes com as comidas. Na maioria das vezes, no meio do filme, tenho um clic sobre alguma comida que tenha a ver com o assunto, o país de origem, algum ator ou mesmo uma personagem. Em algumas, o filme mostra algum prato e é nele que vou me inspirar. Noutras vezes, como foi o de hoje, eu estava cozinhando e pensando que eu precisava de um filme brasileiro para postar junto com o feijão. Porque não há nada mais brasileiro que um feijão bem feitinho.

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    Feijão Carioquinha

    Tempo Prep: 15 min
    Tempo Coz: 40 min
    Serve: 4

    Ingredientes

    • 500 g de feijão carioquinha
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho picados
    • 2 folhas de louro
    • 2 colheres de molho de tomate (opcional)
    • Pimenta do reino moída
    • Sal a gosto

    Mode de Preparo

    1. Coloque o feijão de molho e deixe pelo menos por 6 horas ali antes de cozinhar. Eu costumo deixar da noite para o dia seguinte.
    2. Em uma panela de pressão, coloque o feijão, as folhas de louro e adicione água até dois dedos acima dos grãos. Leve ao fogo por mais ou menos 20 minutos. Abra a panela com cuidado e verifique se já está cozido. Caso ainda não esteja, deixe por mais uns 10 minutos. Se tiver com pouca agua, adicione um pouco mais de água quente.
    3. Em uma outra panela (grande o suficiente para colocar o feijão), refogue a cebola e o alho em azeite de oliva. Adicione o molho de tomate e reserve. Quando o feijão estiver cozido, despeje ele nessa panela com o tempero. Coloque o sal e a pimenta do reino. Deixe agora ferver, em fogo baixo, até que o caldo fique grosso.
  • Drama

    A árvore do amor & Panquecas sem glúten

    O filme de 2010 do diretor chines Zhang Yimou fala sobre a China da época da Revolução Cultural (entre 1960 e 1970), começa contando sobre a lenda, que dá nome ao filme, de uma árvore que na realidade não gerava flores brancas, mas sim vermelhas, pois ali teriam sido enterrados heróis da guerra que nutriam a planta e geravam flores da mesma cor de seu sangue.
    A graciosa Jing (Zhou Dongyu) é enviada com os colegas de escola para um ‘retiro’ no campo, pois o governo acreditava que dessa forma reeducaria seus jovens contra a ideia burguesa, convivendo com a natureza e a simplicidade da vida lá levada. Praticamente uma lavagem cerebral imposta pelo ditador Mao Tsé-Tung.
    Na casa da família que a acolhe, Jing conhece Sun (Shawn Dou), um jovem estudante de geologia que está fazendo pesquisas por lá e da convivencia diária surge mais que uma amizade, os dois se apaixonam de forma doce e simples, como deveria ser o verdadeiro amor.

    – Ainda tenho um ano de experiência.
    – Vou esperar você por um ano e um mês.
    – Minha mãe não vai deixar que eu namore antes dos 25.
    – Então eu espero você fazer 25.
    – E se eu não puder estar com você quando tiver 25?
    – Então vou esperar por toda minha vida.

    Interessante a forma como Yimou vai conduzindo o filme, onde não precisa expor sua indignação sobre aquele momento político com frases ou grandes diálogos sobre o assunto. A vida de Jing mostra o que tal momento da história fazia com os jovens e suas famílias na China da época. A jovem moça era o foco da família para a salvação da mesma. Teria que se formar professora, obter um bom emprego, senão sua mãe teria o mesmo destino do pai: a prisão. Preocupada com o destino de sua família, onde haviam mais dois irmãos menores, Jing não mede esforços para alcançar seu objetivo trabalhando pesado como se fosse gente grande e muitas vezes até, em atividades que deveriam ser exercidas apenas por homens.
    Apesar de toda essa contextualidade política-social, o filme não foge de seu propósito: contar uma história de amor. Aquele amor que vai sendo construído aos poucos, com pequenos gestos, Sun demonstra tamanha preocupação com a pequena que enche nossos olhos e coração de alegria. Em uma cena singela e bonita, ambos atravessam um rio, cada um segurando em um lado de um graveto e com o passar da cena, a distância entre eles vai diminuindo de uma forma poética, até que, finalmente as mãos se tocam.
    Revisitando a temática do amor impossível, Yimou por vezes lembra Romeu e Julieta, em outras deixa que os silêncios falem por si, simboliza com destreza a separação de um lado e outro do rio e confesso para vocês: a cena final é tão emocionante que faria até Mao Tsé-Tung chorar.

    Trailer:

    Escolhi fazer uma receita que fosse leve e bonita como o amor do filme. E o mais importante: que levasse frutos vermelhos como as flores nascidas na árvore que vimos na tela. O escolhido foi o morango, pois encontrei uns lindíssimos no mercado, meus olhos sorriram para eles e é o que teremos hoje: uma deliciosa panqueca feita com farinha de coco regada com uma guarnição de morango com mel. Vamos lá?
    Poucos sabem, mas a farinha de coco é um belo substituto para a farinha de trigo. É uma alternativa bem mais saudável e tem diversos benefícios também. Para as pessoas que tem intolerância a lactose, é uma grande aliada para poder diversificar as receitas na cozinha. Por isso, hoje trago aqui uma receita para cafés da manhã gostosos, isento de glúten ou lactose e sem adição de açúcar. Tri bom pra você, que está de dieta =), tudo isso com um toque de morango, hortelã e mel.

    Panquecas sem glúten

    Preparo: 15 min
    Cozimento: 15 min
    Serve: 2

    Ingredient

    • 1 ovo
    • 1 colher de café de adoçante culinário
    • 1/2 colher de café de óleo de coco
    • 2 colheres de sopa de farinha de coco
    • 1/2 colher de café de fermento em pó
    • 1 colher de sopa de água
    • 8 morangos cortados em cubinhos
    • 1 colher de sopa de mel
    • 1 colher de sopa de água
    • Folhas de hortelã

    Modo de Fazer

    1. Panquecas: No liquidificador coloque todos os ingredientes (menos o fermento) e bata até obter uma mistura homogênea. Adicione o fermento em pó e dê apenas uma pulsada para incorporar. Em uma frigideira antiaderente aquecida, coloque um pouco da massa, deixe criar bolhar e vire delicadamente.
    2. Morangos: Em uma panela coloque os morangos, o mel e a água. Em fogo muito baixo, deixe que ferva até que o morango fique macio com uma calda grossa.
    3. Coloque as panquecas em um prato, regue com a calda de morangos e decore com a folha de hortelã. Pode ser servido com a calda quente ou fria, como preferir-