• Comédia,  Drama,  Salgados

    Medianeras & Frango com Shimeji

    As solidões do mundo moderno. Os encontros do acaso via internet. Duas pessoas solitárias que queriam amar.
    Mariana e Mártin.
    Ela, uma arquiteta que trabalha como vitrinista e acabou de sair de um relacionamento.

    Então me pergunto…
    Se, mesmo sabendo quem eu procuro, não consigo achar…
    como vou achar quem eu procuro se nem sei como é?

    Medianeras3

    Medianeras é um daqueles filmes que te faz sorrir quando chega ao fim. Sério, fiquei uma meia hora revendo o trecho final e sorrindo para as paredes.
    Um filme leve e ao mesmo tempo cheio de profundidade.

    Ele um webdesigner que mora com o cachorro que a ex-namorada nunca voltou pra buscar. Interessante como com o passar do filme vamos nos vendo em alguns trechos. Aquela coisa de escutar uma música linda e ficar suspirando pelo que se queria ter. A esperança é uma coisa que vive dentro de nós, mesmo que nem mesmo percebamos, ela existe.

    Como é possível ser próximo
    de alguém tão diferente?
    É a conclusão estúpida que fica
    de uma relação de quatro anos.
    Quatro anos são 48 meses…
    são 1.460 dias…
    são 35.040 horas
    com a pessoa errada.

    O filme tem cenas hilárias, como quando Mártin vai conhecer uma garota que achou em um site de encontros e a maluca fica falando em francês querendo demonstrar tudo o que sabe. Concluí-se então que: nem sempre a primeira pessoa que se encontra – e tem todas as característica para ser ”a pessoa” – é o que a gente procura em alguém.

    Medianeras1

    Concluí que esses encontros são como combos do McDonald’s.
    Nas fotos, é tudo melhor, maior e mais apetitoso.
    Cada vez que vou a um encontro…
    tenho a mesma decepção que vem diante de um Big Mac.

    Mariana também tem suas experiências ao conhecer um cara na natação. Todo um romance no ar…que no fim não dá em nada.

    Seria a hora de desistir? Onde está Wally afinal?

    – ESTOU MUITO TRISTE.
    – Tenho um método totalmente involuntário.
    – Um gene budista que faz meus dias felizes não tão felizes…
    e meus dias tristes não tão tristes.Um termostato da alma.
    – E se o termostato não funciona?
    – Tomo um Rivotril.
    – Não achei que eu fosse rir hoje.
    – Em troca, me faça um favor. A que horas você acorda?
    – Às nove.
    – Passo o meu telefone, você me liga e me anima para ir nadar.
    – E se eu fizer isso agora?
    – Agora não vale. É um trato.
    – Me dê o seu telefone.

    Além de tudo isso, temos uma amostra de Buenos Aires arquitetonicamente falando por si só e uma crítica ao crescimento da cidade. Cidades crescem, pessoas se afastam. Mais ou menos por aí.

    Medianeras2

    Esses prédios, que se sucedem sem lógica…
    demonstram total falta de planejamento.
    Exatamente assim é a nossa vida…
    que construímos sem saber como queremos que fique.

    Resolvi fazer uma coisa oriental porque no filme Martin pede comida chinesa em uma de suas tentativas de construir uma relação com uma garota. Achei reconfortante. Vamos lá…

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    Frango com Shimeji

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 300 gr. de peito de frango em cubos
    • 500 gr. de shimeji
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 1/2 pimentão vermelho
    • Cebolinhas verdes fatiadas
    • 1/2 xíc. de shoyu
    • Óleo para fritar (usei de girassol)
    • Sal a gosto (coloque o sal apenas depois de ter colocado o shoyu, sabe como é, ele já salga as coisas)

    Como fazer?

    1. Esquente uma panela (eu usei a Wok, pq é amor!) e coloque um pouco de óleo. Doure o frango. Retire da panela. Leve as cebolas para refogar. Adicione o pimentão. Não deixe cozinhar demais, queremos crocância nos legumes, certo? Coloque agora o shimeji e o alho. Regue com o shoyu e deixe refogar por uns instantes (uns 4 minutos). Junte o frango, misture e tampe a panela por mais alguns minutos. Por fim acrescente as cebolinhas. Acerte o sal. E está pronto! Simples, não? Coisa rápida para poder comer assistindo o filme. Eu gosto de usar um tempero chamado “asian fusion” que tem um mix de especiarias usadas na cozinha asiática, se você achar por aí, recomendo muito usar nesse prato.
  • Drama,  Salgados

    Hiroshima mon amour & Petits soufflés de couve-flor

    Poderia dizer que a minha paixão pela cultura oriental começou quando li pela primeira vez, sentada na grama da Faculdade, o livro “O amante” de Marguerite Duras. Eu já tinha uma pré-disposição a amar os orientais, desde pequena, porém, depois de ser levada pelas palavras e o envolvimento contado no livro entre uma francesa e um chines eu logo me vi encantada. Foi então que, na mesma época, eu tive o prazer de assistir pela primeira vez a “Hiroshima mon amour” (roteiro adaptado de um livro de Marguerite Duras) – agora mudava um pouco…era um japonês envolvido com uma francesa. Tudo me diz que tem muito da vida de Marguerite ali. Cada detalhe, cada sensação e sentimento. É tão real.

    Como com ele, o esquecimento começará por seus olhos.
    Igual.
    Depois, como com ele, sua voz será esquecida.
    Depois, como com ele….ele abrangerá você inteiro…pouco a pouco.
    Você se tornará uma canção.
    Quem é ela?
    Uma francesa.

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    Uma atriz em visita a Hiroshima a trabalho. Um arquiteto japonês que está sem a família na cidade. Apenas dois dias. Um amor que jamais será esquecido. O filme trata com tanta presteza a memória. As coisas que se quer esquecer e acha que se esqueceu, mas que voltam com tanta facilidade quando se toca nelas.
    Acho interessantíssimo o modo como o filme se desenvolve, um grande “bafo” para a época que foi filmado. Fiquei pensando e analisando aqueles dois no bar e aquela mulher linda e francesa bebendo cerveja como quem precisa daquilo para poder desabafar. Não tinha limites, não haviam esconderijos para aquela conversa e aquela cumplicidade que se formava ali. É tão duro ter que esquecer.

    É tão difícil falar do passado, mas ao mesmo tempo, é incrível como com algumas pessoas isso acontece sem nenhum planejamento, é espontâneo. E era assim que acontecia entre aqueles dois.

    Também interessante e chocante, são as cenas iniciais, onde o diretor mostra imagens das catástrofes causadas pela maldita bomba atômica que por lá destruiu tantas vidas, deformou tantas pessoas, acabou com tantos sonhos. Além de ser um grito revoltado contra o acontecido, ele retrata a verdade das relações humanas no seu mais profundo modo.

    hiroshima-mon-amour-cozinha

    – Você inventou tudo.
    – Nada.
    – Assim como essa ilusão existe no amor…a ilusão de poder nunca esquecer…
    – Eu tive, diante de Hiroshima… a ilusão de jamais esquecer, como no amor.
    – Eu vi também os sobreviventes e os que estavam no ventre
    das mulheres de Hiroshima.
    – Eu vi a paciência, a inocência, a doçura aparente com que os
    sobreviventes provisórios de Hiroshima
    se adaptavam a um destino tão injusto…

    A memória…que lembra tanto as coisas de Kar-wai. Não consigo deixar de assimilar obras da Nouvelle Vague francesa ao cinema de Kar-wai. Godard, Resnais… Fica aqui a dica, para quem não viu e para quem viu há muito tempo, como eu, vale a pena assistir novamente com outros olhos, talvez mais maduros e amaciados pelas memórias e a passagem do tempo.

    Em homenagem ao diretor francês querido Resnais e a insuperável Marguerite Duras, hoje a receita tem toda uma coisa francesa.

    Petits soufflés de couve-flor

    Prep Time: 60 min
    Serve: 2

    O que você vai precisar?

    • 400 g de Couve-flor
    • 150 g de queijo mussarela ralada
    • 4 ovos
    • 2 colheres de sopa de manteiga amolecida
    • 4 colheres de sopa de leite
    • 1 pitada de noz-moscada
    • 1 pitada de sal
    • Pimenta do reino a gosto

    Como fazer?

    1. Separe as claras das gemas e bata as claras em neve com a pitada de sal. Cozinhe a couve-flor no vapor. Pique bem picadinha ou passe no processador. Junte à couve-flor as gemas, a manteiga, o queijo, noz moscada, pimenta do reino e o leite. Misture bem. Incorpore as claras em neve nessa mistura. Coloque em pequenos ramequins ou cocottes – dependendo do tamanho rende 4 ou 6. Forno pré-aquecido a 180º por 25 minutos. Na prateleira do meio dele, de preferência.
  • Comédia,  Drama,  Salgados

    Os descendentes & Hamburguer

    A vida da gente, na maioria das vezes, anda em linha reta. Quando menos se espera ela vem, dá uma rasteira e perdemos o chão. Matt King (George Clooney) é um advogado hawaiano que se depara com a seguinte situação: a mulher sofre um acidente aquático e fica em coma, ele tem que decidir sobre a venda ou não de terras da família (coisa de meio bilhão de dólares), uma filha de 10 anos, outra filha adolescente que vive em colégios internos, uma traição. A até então pacata vida de Matt vira do avesso e é preciso lidar com tudo isso. Como faz?

    “Uma família parece um arquipélago, todos são parte do mesmo lugar, mas ainda assim são ilhas separadas e sozinhas, lentamente se afastando uns dos outros.”

    O filme tem pitadas de comédia e algumas partes bem dramáticas. A excelente jovem atriz Shailene Woodley, que interpreta a filha mais velha dele – Alexandra, para mim foi uma das melhores personagens do filme. Ela dá uma força ao pai que ele parece não saber de onde tirar.

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    Eu gostei muito do filme, ele te prende, a história é interessante e tem ótimas atuações. Finalmente Clooney conseguiu não ter aquela cara de ”how are you doing” de conquistador até em um velório. Achei a personagem madura, bem interpretada e que realmente emociona.

    A pequena garotinha Scottie (Amara Miller) lembrou muito a mim mesma quando pequena. Inquieta, curiosa, falante e sonhadora. Interessante como o caos que se instalou na vida da família fez com que o pai se aproximasse mais das filhas, afinal não dava mais para viver tão ocupado, tão cheio de compromissos, era preciso ser pai. Cuidar de tudo e de todas.

    As tiradas engraçadas e sem noção do filme ficam por conta de Sid, o amigo de Alexandra, que apesar de no começo eu não ter visto muita função para ele no filme, com passar do longa eu vi que sim, tinha uma função ali. Talvez mostrar que existem pessoas que não precisam fazer muito pela gente, basta a gente saber que elas estão ali.

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    Fazia algum tempo que um filme não me prendia do início ao fim, sem ver as horas passarem, eu ri, chorei, me emocionei e quando terminou fiquei pensando sobre muitas coisas.

    “É tudo o que temos, a vida toda. Muitas lembranças.
    Tudo tem seu tempo.”

    A receita que acompanha o filme hoje é de hambúrguer, pois não há nada mais americano que isso. Se você nunca fez seu próprio hambúrguer não sabe o que está perdendo. Eu já tinha feito outras vezes, porém quando eu vi essa receita da Mirella com todos esses temperos incríveis, eis que resolvi experimentar. Me arrisco a dizer que foi o melhor hambúrguer que já comi na vida. A mistura dos temperos é incrível e saborosa. Vamos lá?

    Hambúrguer

    Tempo Preparo: 60 min
    Rendimento: 4

    O que voce vai precisar?

    • 600 g de carne moída
    • 2 galhos de salsinha picadinhos
    • 2 cebolinha picadinha
    • 2 colheres (chá) de molho inglês
    • 2 colheres (chá) de molho de alho
    • 1 dente de alho bem picadinho
    • 1 pitada de pimenta calabresa
    • 1 pitada de záttar (tempero árabe)
    • 1 pitada de cominho
    • Pimenta do reino a gosto
    • Pão de hamburguer
    • 4 fatias de queijo
    • Folhas de alface
    • Chimichurri
    • 1 colher (chá) de maionese
    • Mostarda a gosto (no meu caso: muita)

    Como fazer?

    1. Misture todos os temperos com a carne em uma tigela. Vá unindo tudo com as mãos para que a carne fique bem misturada em todos os outros ingredientes. Deixe descansar na geladeira por algumas horas, para que os temperos fiquem ‘amiguinhos’ – como diz a Mirella. Após essa pausa, faça bolinhas e achate, formando hamburguers (você também pode usar um moldador como o que é mostrado aqui no post da receita original). Aqueça uma frigideira anti-aderente (de preferência) coloque uma gota de óleo e deite os hamburgues de um lado e de outro por alguns minutos (para meu gosto ‘ao ponto’ leva uns 3 minutos de cada lado) , coloque o queijo e abafe com uma tampa para que derreta. Passe maionese nos pães, coloque o hambúrguer, uma colher de chimichurri, mostarda e outros condimentos que quiser adicionar. Pronto, agora é só comer =).
  • Drama,  Salgados

    Io Sono l’amore & Quiche de Brócolis

    Esse não é um filme fácil de falar. Depois de muitas trocas de idéias com minha querida amiga Dai Dantas, consegui expor um pouco de tudo o que a gente acaba sentindo quando assiste a ele.
    “Eu sou o amor” – pensem nesse título. O que vem a cabeça?

    Dirigido por Luca Guadagnino, o filme se passa em Milão e o plano de fundo é uma família da alta burguesia italiana. O avô que comanda o negócio da família e está se aposentando, anuncia isso em um jantar, onde nomeia o filho e o neto como novos dirigentes da empresa.

    A excepcional Tilda Swinton é a esposa correta, elegante, que criou com amor os três filhos, que junto com a governanta fiel mantém sob controle toda a casa e, por conseqüência, a família toda. Me apeguei muito a essa personagem vivida por Tilda, pois ela demonstra não só uma força incrível como também uma fragilidade iminente. Descobre na filha uma liberdade que ela não soube se dar. Acho bonita demais a relação de respeito entre as duas. Uma amizade entre mãe e filha com muito amor e sinceridade. É chegado o dia que, por acaso, ela encontra um cd que a filha daria ao irmão contando sobre seu novo amor: uma outra mulher. É nítido nesse momento, no semblante da personagem, que não há um estranhamento, mas sim, uma compreensão. Arrisco-me até a dizer que uma admiração pela coragem da filha.

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    Então temos o irmão, Edoardo. O primogênito da família, o garoto certinho que resolve abrir um restaurante com o novo amigo ‘chef’. Tem uma namorada, uma vida estável e um certo ‘controle’ sobre o pai do amigo que acha que o filho é um sonhador e Edoardo centrado consegue convencer o pai dele que eles abram o restaurante.

    Temos uma fotografia incrível nas cenas da casa a duas horas de Milão, onde seria montado o restaurante e onde o chef cultiva suas próprias ervas e produtos para cozinhar. Tipo um sonho de consumo de qualquer pessoa que ame uma vida FORA do horror das grandes cidades (leia-se: eu).
    Eu pensei muito antes de revelar essa parte do filme, pois é uma coisa que seria ‘uma surpresa’, mas depois de repensar, vi que tem muitas outras coisas que são tão surpreendentes quanto isso: o amigo chef e a mãe de Edoardo se apaixonam perdidamente.

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    Uma mulher mais velha, um jovem chef, uma família toda por trás. Como proceder? Simplesmente vive-se. Tenho toda uma teoria sobre isso. Ela há alguns dias tinha visto a filha largar o namorado, cortar o cabelo curto e ir viver o amor por outra mulher sem nenhum medo do que ‘diria’ a sociedade, nem família, nem ninguém. É engraçado como no filme demonstra que o amor realmente acontece por acaso. As pessoas podem estar comprometidas com outras, ou sós, não tem como medir. Nem programar. Quando vê já está envolvido na relação. E como fazer para sair? E se não quer sair? Complexo.

    O mais interessante nesse envolvimento dos dois é o fato de que com ele ela não precisava de máscaras. Não precisava mais ser ‘’a russa que já é uma italiana’’ – ela podia ser ela. Podia cozinhar com ele, comer a sopa que lembrava a infância dela. Ela podia deitar na grama, andar sem roupa, rir e abraçar. Ela se sentia livre com ele. Porém, as conseqüências dessas escolhas podem nem sempre serem fáceis, mas tem-se que escolher. Não há como viver uma vida dupla pra sempre. Pois isso não é viver.

    Quiche de Brócolis

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 250 gr. de farinha de trigo
    • 100 gr. de manteiga sem sal
    • 1 colher de café de sal
    • 4 a 5 colheres de sopa de água gelada
    • 1 maço de brócolis cozido no vapor (al dente)
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 2 colheres de shoyu
    • Azeite
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino moída na hora a gosto
    • 150 gr. de queijo (da sua preferência) picado em quadradinhos (usei um queijo colonial que é bem parecido com muçarela
    • 03 ovos
    • 01 lata de creme de leite
    • Pimenta do reino a gosto
    • Sal a gosto

    Como fazer?

    1. Massa: Corte a manteiga em cubos e junte ela a farinha e o sal. Vá misturando até que se forme uma farofa – em seguida coloque a água e vá juntando até que se forme uma bola – não é pra sovar a massa, apenas ir juntando. Coloque a massa na geladeira enquanto faz o recheio.
    2. Recheio: Refogue a cebola no azeite, acrescente o alho, deixe dourar. Junte os brócolis e deixe por mais uns 2 minutos. Adicione o shoyu, o sal e a pimenta do reino moída. Reserve.
    3. Creme: Bata os ovos vigorosamente, junte o creme de leite, tempere com o sal e pimenta.
    4. Montagem: Vá abrindo a massa encaixando ela na forma. Essa massa é bem maleável para fazer isso com as próprias mãos – acho mais prático do que abrir com o rolo. Leve ao forno pré-aquecido por uns 10 minutinhos. Cubra o fundo da massa com o os brócolis e adicione os cubos de queijo. Em seguida despeje o creme de ovos por cima. Forno por uns 30-40 minutos. Quando estiver corada e firme está pronta.
  • Salgados

    Um conto chinês & Entrecot ao funghi com batatas

    “Um conto chinês” é uma daquelas comédias leves que prendem, emocionam e fazem rir. Roberto (vivido pelo excepcional Ricardo Darín) é dono de uma Ferragem em Buenos Aires. Leva uma vida pacata, mas nota-se desde o início, que ele não é muito adepto a convívios sociais. Cenas hilárias dele fazendo as compras para a loja e implicando com os fornecedores e o carteiro.
    Roberto coleciona recortes de jornais com casos inusitados que aconteceram mundo afora. Um hobby um tanto quanto curioso.
    Nesse meio tempo ele conhece Jun (Ignacio Huang), um chinês ‘perdido’ em Buenos Aires que está atrás de um parente que mora na cidade. O grande problema é que Roberto não fala chinês e Jun nada de espanhol.
    Aos trancos e barrancos, entre gestos e olhares os dois vão tentando se entender no tempo em que Roberto acolhe Jun em sua casa. O que era para ser apenas temporário, começa a se alongar devido a Jun não conseguir encontrar seu tio.
    É bonito demais ver que a personagem de Darín, apesar de parecer um insensível solitário, começa a se mostrar um cara bom e amigo. Claro que dentro de toda a carranquice dele.
    Sabe aqueles filmes que quando acabam você dá aquele sorriso e suspira? Fica dentro da gente uma sensação boa por sentir que estava lá dentro da tela participando de tudo e tendo a alma mais leve.
    É o típico filme para aqueles dias não dóceis que a pessoa precisa rir e aliviar um pouco a tensão do dia.
    E você deve estar se perguntando: e a vaca da capa? Literalmente caiu do céu. Assistam =).
    Para acompanhar o filme nada mais saboroso e ‘argentino’ que um bom Entrecot.
    Achei essa receita um dia, vagando por blogs, no “Cozinha a dois” clique aqui para ver a receita original.

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    Entrecot ao funghi com batatas

    Tempo de Preparo: 60 mins
    Tempo de Cozimento: 30 mins
    Serve: 1

    O que você vai precisar?

    • 1 bife de entrecot
    • 1 batata grande (é importante q ela seja grande para ser mais fácil de fazer as bolotinhas)
    • Alecrim fresco (e demais ervas que queira usar)
    • 1/2 taça de vinho branco seco
    • 1/2 taça de água morna
    • 100 gr de funghi
    • 1 cebola pequena
    • 1 colher de sobremesa de farinha de trigo
    • Pimenta do reino
    • Sal
    • Azeite de oliva

    Como fazer?

    1. Comece formando bolinhas de batatas com o boleador. (esse ‘instrumento’ é facilmente encontrado em lojas de produtos para o lar e também nas lojas de 1,99). Tempere com um pouco de sal, bezunte elas com azeite de oliva e as ervas. Leve ao forno moderado em uma forma anti-aderente por uns 40 minutos. Vá dando uma olhada e sacudindo a forma para que as batatinhas rolem e corem de todos os lados por igual.
    2. Coloque o funghi para hidratar na mistura do vinho com a água morna.
    3. Em uma outra frigideira prepare o molho com o qual vamos regar o entrecot: coloque a cebola bem picadinha dourar no azeite de oliva. Em seguida acrescente a farinha, mexa bem até incorporá-la as cebolas. Junte a isso um pouco (metade) da mistura que está hidratando o funghi. Deixe reduzir até obter um molho denso e suculento.
    4. Agora vamos ao preparo do entrecot em si: coloque a frigideira (ou uma bistequeira, se tiver) no fogo e deixe esquentar bem. Bezunte o entrecot no azeite. Coloque na frigideira sem adicionar nenhuma gordura à ela. Depois de alguns minutos vire e tempere com sal e pimenta do reino. Vire apenas uma vez. Evite ficar manipulando a carne com garfos pois acaba ressecando a carne. Coloque em um prato.
    5. Na mesma frigideira que fez a carne, coloque um pouco de azeite e leve os funghis hidratados só para dar uma passada rápida, junte o resto do líquido que estavam hidratando e o molho preparado anteriormente. Finalizando: coloque o molho por cima do entrecot, junte as batatas assadas e sirva com uma saladinha de tomates.
  • Comédia,  Doces

    Crazy, Stupid, Love! & Mousse de framboesa e chocolate

    Assisti esse filme há algum tempo, naqueles dias que a gente tá meio desanimada e quer rir de alguma bobagem pra aliviar um pouco. Confesso que dei mais risadas do que imaginava com Crazy, Stupid, Love – aqui no Brasil: “Amor a toda prova” (não aguento as traduções que fazem para os nomes dos filmes aqui nesse pais).
    O filme começa com um pedido de divórcio de Emily (Julianne Moore) que é casada com Cal (Steve Carell). A partir daí começa a saga de um homem que foi casado a vida toda com a primeira namorada (e tb seu primeiro amor), tem filhos queridos e não sabe como é a vida lá fora no campo das conquistas.
    Em algumas idas dele a um bar (para encher a cara e afogar as mágoas) ele conhece Jacob (vivivo por Ryan Gosling). Jacob é um cara charmoso, lindo, bem vestido e que tem uma carta de conquistas femininas de dar inveja.
    Depois de ouvir as lamúrias de Cal ele resolve ajudá-lo a ”ser um novo homem”. Cenas impagáveis das dicas de Jacob, deles comprando roupas, na academia, no bar…
    Em paralelo temos a história do filho de Cal e seu amor platônico pela babá que é uma graça. Eu sou suspeita pra falar porque sou uma romântica boba.
    Além disso, temos a ótima Emma Stone em um papel engraçadíssimo de uma moça bonita, bem resolvida, que resiste aos encantos do até então ‘charlatão’ Jacob.
    Esse é um filme que vai te fazer rir. E depois concluir que vale a pena deixar o amor acontecer. =).
    A receita de hoje tem tudo a ver com o amor afinal nada mais romântico do que chocolate!

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    Mousse de Chocolate com Framboesa

    Tempo de Preparo: 60 min
    Serve : 4

    O que você vai precisar?

    • 150 g de chocolate meio amargo picado
    • 3 ovos
    • 250 ml de creme de leite fresco
    • 5 colheres de sopa de açúcar
    • 300 g de framboesas

    Como fazer?

    1. Separe as claras das gemas. Bata as gemas com 3 colheres de açúcar até obter uma gemada bem leve. Reserve.
    2. Bata o creme de leite fresco até o ponto de chantilly.
    3. Bata as claras em neve com as 2 colheres de açúcar que sobraram. Reserve.
    4. Derreta o chocolate em banho maria (eu derreto no microondas em potência 50% da máxima, 1 minuto, mexe, depois mais 30 segundos).
    5. Misture a ”gemada” ao chocolate derretido, em seguida junte o chantilly e por fim incorpore as claras em neve.
    6. Em 4 ramequins distribua algumas framboesas no fundo deles. Preencha com a mistura do suflê. Leve a geladeira por 4 horas ou de um dia para o outro, se possível. Quando for servir, decore com framboesas frescas.
  • Drama,  Salgados

    Last Night & Risoto de alho-poró da Pri

    A minha querida amiga Morganna me recomendou esse filme durante um papo onde falávamos sobre “Closer” – como temos gostos muito parecidos corri para assistí-lo.
    No filme temos Joanna (Keira Knightley), casada com Michael. Eles formam aquele casal bem cosmopolita, jovem, inteligente e dinâmico. Um belo dia eles vão a uma confraternização do trabalho dele e ela nota que há um certo ‘ar de envolvimento’ entre o marido e uma colega dele, vivida por Eva Mendes.

    No dia seguinte ele sai para uma viagem a trabalho (com toda a equipe – inclusive a colega-suspeita). Na mesma manhã Joanna encontra um ex-namorado por acaso ao sair de um café. Porém, não era aquele ex-namorado que a gente não dá bola, que dá graças a deus por não encontrar mais e quando encontra pensa: “Ai, que saco!”. Era aquele ex-namorado de coisas que não foram resolvidas, de sentimentos que ficaram e com quem ainda existe uma cumplicidade absurda.

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    Com toda essa desconfiança de traição que Joanna estava em mente por parte do marido (mas não só por isso) ela aceita sair para jantar com o ex-namorado (interpretado por nada menos que o francês Guillaume Canet). A identificação deles é tão bonita que sabe quando você torce para que ela se separe, fique com ele e o filme acabe? Enquanto isso, o marido está em viagem sendo assediado seriamente por Eva Mendes. A coisa é complicada. E quem disse que a vida seria fácil?

    Assistam e tirem suas próprias conclusões. Na minha cabeça ficou a velha máxima: a maioria das mulheres traem por amor e os homens por atração física.
    A receita de hoje vai ser do blog da minha querida Priscila Darre – o Culinarístico pois, outro dia eu resolvi fazer uma janta especial e fiquei pensando nesse filme – a luz que tinha na mesa me fez relembrar algumas cenas.

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    Risoto de alho-poró da Pri

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 1½ xícaras de chá de arroz tipo arbório
    • 2 litros de caldo de legumes
    • 1/2 xícara(s) de chá de vinho seco
    • 1 cebola média bem picada
    • 1 alho-poró grande fatiado como preferir
    • 2 colheres de chá de manteiga (para refogar o alho)
    • 1 colher de sopa bem cheia de manteiga
    • 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado
    • 1 limão médio (suco)
    • 2 colheres de sopa de azeite extra virgem

    Como fazer?

    1. Aqueça o caldo. Em uma panela coloque o azeite e refogue a cebola até ficar transparente. Em seguida acrescente o arroz e deixe ele fritar por alguns minutos. Coloque o vinho e espere evaporar. Vá adicionando o caldo aos poucos sem parar de mexer. Enquanto isso em uma outra panela refogue o alho-poró na manteiga – reserve. Após uns 18 minutos, o arroz estará cozido. Adicione o alho-poró e o suco do limão. Desligue o fogo, junte a manteiga e o parmesão ralado. Sirva em seguida.