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    Tampopo & Lámen

    Hoje tem participação ilustre e especial no blog, minha amiga Daiany Dantas, que fazia comigo o antigo blog “Quarto 2046″…E não é que ela fez uma introdução linda contando um pouco de como ficamos amigas?

    “As pessoas mais duras (ia usar empedernidas, mas imagina, nem tenho 124 anos) são meio avessas ao que elas chamam de “amizades virtuais”, imaginam logo uma rede de intrigas, sequestros, chantagem, todo um filme noir dos anos 50. Na verdade, uma amizade virtual é uma conquista posta à prova todos os dias, pela sinceridade, presença (ainda que não seja a física), constância e lealdade das partes envolvidas. Como qualquer outra amizade. A única diferença é que há um computador no meio de campo, mediando tudo. Pois bem, desde 2005 eu e a Sara demos algum trabalho aos nossos computadores. Foram muitas e muitas conversas, jantares, idéias e vinhos divididos entre uma teclada e outra. Se a presença é feita de afeto e de verdade, posso garantir que ela é uma das amigas mais presentes em minha vida. E, com o perdão do trocadilho barato, um verdadeiro presente. Com quem posso contar em dia de chuva, sol, tempestade ou tsunami. Ela está sempre ali, dando força. Durante algum tempo, mantive, junto com a Sara, o blog Quarto 2046, quer dizer, ‘mantive’ é pretensão minha mesmo. Pois no final das contas era bem mais ela quem tocava o barco e não deixava a peteca cair. A idéia surgiu de nossos inúmeros diálogos (insensatos) sobre filmes que víamos e nos apaixonavam perdidamente. Discutíamos desde as questões mais sérias, como direção, narrativa, fotografia, etc, às mais destrambelhadas, sobrando sempre algum espaço para exaltar a beleza dos incríveis atores asiáticos que tanto amamos. E, creiam-me, discutir filmes com a Sara é um prazer à parte. Uma atividade amplamente auto-reflexiva, na qual tomamos parte da história e nos deixamos revelar pelo enredo. Terapia perde. O texto a seguir foi publicado originalmente em nosso antigo blog. Como fã do Cozinha em Cena, agradeço pelo convite super fofo e generoso. Super contente por estar presente neste espaço tão bonito, saboroso e bem cuidado, como tudo o que essa moça faz.”

    Pra comer fazendo barulhinho…

    Apelidado de Lámen western pelo seu diretor – numa época em que a versão italiana para os westerns americanos (o spaghetti western) lotava cinemas – Tampopo é uma divertida história sobre a importância social da comida no Japão, revelando o quanto da honra, amor, luxúria e verdade podem estar contidos numa porção de comida. Um filme sobre comida à altura de grandes como “Festa de Babette” e “Como água para chocolate“, que merece ser visto por cinéfilos e gourmets. Sobretudo por trazer à tona as idiossincrasias da mesa japonesa. Nunca fui grande espectadora dos Westerns, mas acho que Tampopo tangencia o gênero, sobretudo na figura de Goro (Tsumotu Yamazaki, o ‘melancolicamente saboroso’ chefe de “A partida“), um cowboy nipônico do asfalto, que cruza cidades pequenas em seu caminhão, em companhia de seu escudeiro (um jovem e irreconhecível Ken Watanabe), vestindo um ostensivo e raro chapéu de vaqueiro americano.
    É num desses bares da vida que Goro se solidariza com o drama da Sra. Tampopo (Nobuku Myiamoto) – que quer dizer ‘dente de leão’ -, uma mãe solteira que prepara sopas de noodles (o já assimilado em nossa dieta miojão – macarrão japonês) para criar o único filho – um garotinho vítima de bullying, adivinhem por quê? Não deve ser fácil ser filho de mãe solteira no Japão. Menos ainda ser uma mulher que toca o próprio negócio. Encantado pela cozinheira – muito mais por sua simpatia e charme que pelos dotes culinários, que não ganham os elogios do gourmet Goro – o caminhoneiro embrenha-se numa missão de vida: ajudar Tampopo a preparar o melhor Lámen da região. Uma jornada que ganha o curso de todo o filme e revela-se bem mais difícil que parece, ela precisa visitar as pequenas e grandes casas de Lámen, encobrir-se, descobrir os segredos do preparo e no atendimento, saber o ponto certo da água, memorizar o pedido de cada freguês, o tempero adequado e a dose exata de cada ingrediente, e se dedica a isso com uma devoção oriental – como era de se esperar.
    Encantado pela cozinheira – muito mais por sua simpatia e charme que pelos dotes culinários, que não ganham os elogios do gourmet Goro – o caminhoneiro embrenha-se numa missão de vida: ajudar Tampopo a preparar o melhor Lámen da região. Uma jornada que ganha o curso de todo o filme e revela-se bem mais difícil que parece, ela precisa visitar as pequenas e grandes casas de Lámen, encobrir-se, descobrir os segredos do preparo e no atendimento, saber o ponto certo da água, memorizar o pedido de cada freguês, o tempero adequado e a dose exata de cada ingrediente, e se dedica a isso com uma devoção oriental – como era de se esperar. É divertido ver Goro amealhando ajudantes para apoiar Tampopo em sua batalha pelo Lámen perfeito – experts inusitados em Lámen, como o chofer de um velho chefão Yakuza e um professor aposentado. O filme traz um humor bem peculiar, o Lámen western não usa dos artifícios das tortas na cara, em vez disso, questiona relações sociais estabelecidas em sociedades de tradições rígidas como o Japão. Há espaço para o debate de questões de gênero e a lógica oriental da subserviência entre discípulo e aprendiz. Também deixa claro que a comida é algo central na vida dos japoneses e japonesas – algo tão valioso como um membro da família ou um parceiro de cama, pelo qual vale a pena correr riscos, matar ou morrer… Outra coisa que me agradou bastante em Tampopo foi a montagem non sequitur*. O diretor conduz perfeitamente a história central em meio a esquetes curtos e tão ricos em ironia. Como a da velhinha que sente prazer em amassar a comida do mercado ou as participações pra lá de sensuais do misterioso homem do terno branco (Koshi Yakusho, de Shall we dance, jovem e muito gato). Um filme pra sorver sem pejo, fazendo barulhinho, e assistir, de preferência, com um bom prato de lámen nas mãos.

    (Daiany Dantas)

    *Non sequitur (expressão latina para “não se segue”) é uma falácia lógica que acontece quando uma conclusão não segue as suas premissas.

    Lámen de Legumes

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 250 g de macarrão para lámen
    • 200 g de shimeji
    • 1 folha de nori (em pequenos quadrados)
    • 100 g de brócolis
    • Cebolinha em rodelas
    • 1/2 cebola picada
    • 1 dente de alho
    • 1/2 talo de alho-poró em rodelinhas
    • 4 gotas Óleo de gergelim
    • Manteiga
    • Óleo de girassol
    • Shoyu a gosto
    • 1/2 cubo de caldo de legumes
    • 1 ovo cozido
    • 2 xic. de água (para o caldo)
    • 1 litro de água (para cozinhar o macarrão)

    Como fazer?

    1. Coloque 1 litro de água para aquecer.
    2. Refogue a cebola e o alho no óleo de girassol. Junte a água, o caldo de legumes, nori, brócolis, shoyu, óleo de gergelim e a água. Deixe ferver por uns 10-15 minutos, até que o brócolis esteja cozido (não pode ficar molenga).
    3. Em uma frigideira coloque a manteiga e o shimeji, refogue por alguns minutos, reserve. Ali mesmo coloque o alho-poró para refogar.
    4. Agora que a água já deve estar fervendo, cozinhe o macarrão conforme instrução da embalagem. O que usei leva apenas 1 minuto para ficar pronto. Escorra o macarrão.
    5. Em um bowl coloque o macarrão, junte o caldo de legumes, arrume os legumes em cima, o ovo partido ao meio e por fim coloque as cebolinha em rodelas. Pronto, agora é só comer.
  • Drama,  Salgados

    Kiseki (O que eu mais desejo) & Batayaki

    Quando se trata de um filme de Hirokazu Kore-eda pare tudo que está fazendo e sente para assistir. Ele é um diretor peculiar, que trata do cotidiano. O passar da vida com um olhar simples e cativante. Não espere um filme com grandes surpresas e finais épicos. Kore-eda segue a linha do mestre Ozu, que filmava sempre os simples acontecimentos que passamos. É como olhar nosso dia-a-dia e ver nele os pequenos detalhes que às vezes passam despercebidos e é exatamente neles que está a essência do viver.
    O filme fala sobre dois irmãos (fato curioso que os atores – Ohshiro e Koki Maeda – também são irmãos na vida real, o que transborda em nós um amor maior ainda pelo filme) que estão vivendo em locais distantes devido a separação dos pais.

    Nós somos irmãos. Somos unidos por um fio invisível.
    (Ryu)

    O irmão mais velho, Koichi, mora com a mãe, que foi para casa dos pais. O mais novo, Ryu, vive com o pai, guitarrista de uma banda, no outro extremo da ilha. Do lado onde está Koichi um vulcão está a soltar cinzas e o pequeno menino se incomoda um pouco com isso, mas se coloca a limpar, pois não há mais nada a ser feito. Como uma metáfora com a vida, lidamos com o que nos é oferecido. No outro extremo da ilha há sempre sol e é lá que vive Ryu. Um garoto que nos cativa desde o início do filme, sorridente, brincalhão, de bem com a vida, ao contrário de seu irmão, que se mostra um garoto mais fechado e pensativo perante a problemática da vida da família.
    O grande sonho de Koichi é que os pais voltem a morar juntos e a família se reconstrua novamente. Há toda uma inocência por trás disso, por isso, acho tão incríveis filmes que mostram a vida através do olhar das crianças. De um lado temos um irmão mais velho, que pode parecer mais experiente e amargurado, mas que ainda tem dentro dele a esperança e a ilusão de que a família, anteriormente devastada, volte a ser uma união feliz. Por outro lado, o irmão mais novo que parece estar sempre ‘voando’ e não pensando muito em todas as coisas, é quem cultiva um jardim, cuida do pai, lida com a vida de uma forma mais light, porém, ele tem uma visão mais realista da relação dos pais: as brigas voltariam, caso eles viessem a morar juntos novamente.
    O reencontro dos dois é uma das coisas mais bonitas do filme. Aquela amizade sincera e bonita, a cumplicidade e o amadurecimento que a distância faz com que a gente tenha. Em uma passagem eles estão comendo salgadinhos e um diz para o outro: `Pode comer as migalhas’ e o outro responde que eles sempre brigavam pelas migalhas. Fiquei pensando que muitas vezes quando estamos juntos de alguém sempre brigamos por coisas bobas, que se perdem totalmente quando se tem apenas alguns momentos para ficar junto de quem se gosta.
    E o filme se desenvolve em cima de um ideal de Koichi em viajar até onde dois trens-bala se cruzam. Reza a lenda que se fizermos um pedido durante esse momento, ele se realizará. Então ele se junta com amigos, cada um com seu desejo pessoal, convida o irmão, que também vai com seus amigos, para essa viagem em busca da realização do sonho de cada um.
    E você, o que gritaria quando os trens se cruzassem? Eu já sei o que pediria =).
    O que vai acompanhar o filme hoje é uma receita de Batayaki (que nada mais é que “cozido na manteiga” em japonês). Vamos ver como faz?

    Shimeji & Shitake Batayaki

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 15 mins
    Yields: 2

    O que você vai precisar?

    • 100 g de shimeji
    • 100 g de shitake
    • 100 g de brócolis
    • 50 g de manteiga
    • 2 colheres (sopa) de Saquê Culinário
    • 1/4 xíc. de Shoyu

    Como fazer?

    1. Tire os cabinhos dos shitakes e corte em fatias grossas. Separe o shimeji em ‘pétalas’. Coloque a manteiga para derreter em uma panela e em seguida adicione o shitake. Deixe refogar por uns 3 minutinhos e coloque o shimeji.
    2. Adicione o saquê. Deixe refogar mais alguns minutinhos. Em uma panela a parte, dê uma leve cozinhada no brócolis (apenas para dar ‘um susto’, pois ele deve ficar al dente). Podes também usar a tática de levar uns 2 minutos no microondas dentro de um saquinho fechado (não precisa adicionar água). Junte o brócolis aos cogumelos e em seguida despeje o shoyu. Misture bem para que tudo fique incorporado e sirva em seguida.
  • Drama,  Salgados

    O Segredo do Grão & Couscous Marroquino

    “O Segredo do Grão” dirigido por Abdellatif Kechiche mostra a vida de uma família (enorme) de origem árabe imigrante na França.
    O filme é protagonizado por Slimane Beiji um homem de 60 anos que está desempregado, depois de ter passado a vida toda trabalhando em docas. Um homem sensível, que mora em um quarto do hotel de sua companheira. Ele sai esporadicamente para almoços junto a família, que por sua vez, o deixa meio de lado por conta de sua situação de vida.
    O filme todo gira em torno do Couscous – Slimane quer abrir um restaurante em um barco e aposta na receita de couscous de sua ex-mulher para que o local seja um sucesso. Interessante o modo como é mostrada a vontade e tamanha perseverança dele, pois isso faria com que ele retomasse sua vida e reconstruiria a parte dele que está tão desanimada com tudo. É um homem visivelmente cansado.
    Há toda uma metáfora entre o barco ser o novo porto-seguro de Slimane, já que ele simboliza sempre chegadas, mas também partidas, há toda uma relação com a imigração e o descontentamento dos franceses com ela. O sucesso do restaurante soaria como uma conquista de aprovação do povo árabe em solo francês.
    Ele recebe a ajuda da filha de sua namorada, Rym, vivida por Hafsia Herzi (premiada por essa atuação no Festival de Veneza em 2007) uma menina muito especial que o auxilia e incentiva muito. Vejo como o ponto forte do filme a amizade deles e o quanto isso pode ser importante para alguém que se sente deixado de lado pela sociedade e por sua própria família.
    A receita de hoje foi o acompanhamento do Carré de Cordeiro. Lembram?
    Ficamos pensando em o que combinaria bem com prato, então escolhemos o Couscous por ser algo neutro mas, ao mesmo tempo, saboroso. Vamos lá?

    Couscous Marroquino

    Prep Time: 20 mins
    Cook Time: 10 mins
    Yields: 2

    O que você vai precisar?

    • 1 xícara (chá) de couscous marroquino
    • 1 cenoura média
    • 1/2 pimentão verde
    • 1/2 cebola roxa
    • 1 xícara (chá) de tomate-cereja
    • 1 xícara (chá) de caldo de legumes (se for usar cubo, dissolva apenas 1)
    • 2 colheres (sopa) de azeite
    • 2 colheres (sopa) de salsinha picada Sal e pimenta do reino a gosto.
    • Sal e pimenta do reino a gosto.

    Como fazer?

    1. Pique todos os legumes. Reserve. Em uma panela aqueça o azeite, refogue a cebola. Em seguida coloque a cenoura, diminua o fogo e deixe cozinhar por alguns minutos. Agora adicione o pimentão e o tomate.
    2. Tempere com um pouco de sal e pimenta do reino. Reserve.
    3. Aqueça o caldo de legumes e coloque adicione o couscous ao caldo, dando uma breve mexida. Desligue o fogo e tampe a panela. Deixe ali por uns 15 minutos.
    4. O couscous vai inchar e cozinhar no próprio vapor. Solte com um garfo os grãos do couscous já cozido e vá misturando os legumes nele. Junte a salsinha e está pronto. =)
  • Doces

    Bolo de fubá com coco e Festa Junina

    As minhas queridíssimas Mirella e Priscila me convidaram para participar de mais uma postagem coletiva e dessa vez o tema é festa junina.
    Lembro que quando eu era pequena ia às Festas Juninas da escola e o que sempre me vem a mente quando penso nisso é: bolo de fubá. Aquele gostinho de erva-doce povoa minha cabeça todas as vezes que junho se aproxima.
    Saindo um pouco da linha, não teremos filme para acompanhar a receita hoje. 😉

    Chega lá no blog das gurias que tem mais receitas gostosas:

    Bolo de fubá com coco

    Prep Time: 80 mins
    Cook Time: 40 mins
    Serve: 4

    O que você vai precisar?

    • 3 ovos
    • 200 ml de leite de coco
    • 50 g de coco ralado
    • 1 1/2 xíc. de fubá
    • 1 xíc. de açúcar
    • 1/4 xíc. de óleo de girassol
    • 2 colheres de sopa de erva-doce
    • 1 colher de sopa de fermento em pó
    • Açucar e canela para polvilhar

    Como fazer?’

    1. Bata no liquidificador os ovos, leite de côco, óleo de girassol, em seguida vá adicionando aos poucos o açúcar, o fubá, o coco ralado e a erva-doce. Por último adicione o fermento e pulse umas duas vezes, apenas para incorporar.
    2. Unte uma forma de bolo inglês com manteiga e polvilhe fubá. Leve ao forno médio (180º) por uns 40 minutos, ou até o palitinho sair limpo. Coloque em uma peneira a mistura do açúcar com a canela e polvilhe por cima do bolo. Decore com um pouco de coco ralado.

    Dica:

    Nunca abra o forno com menos de 20-25 minutos. Isso pode acabar prejudicando o crescimento dele e criar o velho conhecido ”bolo solado”. =/
  • Comédia,  Salgados

    Soul Kitchen & Carré de Cordeiro com Crosta de Cogumelos

    Fatih Akin é um diretor turco que sempre me deixou encantada com seus filmes dramáticos e profundos. Foi uma surpresa para mim vê-lo dirigindo uma comédia leve. Acredito que ele conseguiu tirar das pessoas algumas boas risadas em sua primeira experiência com filmes do gênero.
    Soul Kitchen é o nome do um restaurante comandado pelo seu dono, o simpático Zinos, vivido pelo ator alemão Adam Bousdouko. A casa não vai nada bem, devendo impostos ao governo, na mira da vigilância sanitária, um irmão presidiário em liberdade provisória que precisa de ‘um emprego’, a namorada que está indo embora para a China, uma travada nas costas e péssima comida.
    No meio de tudo isso ele conhece o chef vivido por Birol Ünel – e aí voltamos aos ‘atores fetiche’ de alguns diretores, vejo que aqui temos isso com Fatih e Birol, como entre Kar-wai e Tony Leung – que chega para renovar a cozinha do restaurante e, quem sabe assim, dar um “up” na lucratividade do mesmo e possa mantê-lo aberto, como tanto sonha Zinos. O que será que vai dar tanta confusão?
    Apesar de todos os percalços que são enfrentados pelo protagonista e o resto do elenco, vemos que Fatih tentou mostrar que nunca devemos desistir de nossos ideais. É uma coisa que impressiona muito: a persistência de Zinos em manter o modo com o qual resolveu levar sua vida, sua profissão e seu amor.
    A trilha sonora é um caso a parte. Poderia ficar o resto do dia falando dela. De Quincy Jones a Ruth Brown, é algo que deve ser escutado cozinhando e arriscando até uma dancinha no meio da cozinha.

    Carré de cordeiro com crosta de cogumelos

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 400 g carré de cordeiro
    • 2 fatias de pão de forma branco
    • 75 g de shitake fresco
    • 10 g de funghi seco (hidratado em água morna por uns 15 minutos)
    • 50 ml Azeite de oliva extra virgem
    • 25 g de Manteiga
    • 1/2 cebola
    • 40 g queijo parmesão
    • 2 colheres de sopa de mostarda dijon
    • 2 dentes de alho
    • Alecrim, tomilho e hortelã, a gosto Sal e pimenta-do-reino, a gosto
    • Sal e pimenta-do-reino, a gosto

    Como fazer?

    1. Primeiro faça a crosta: leve ao processador pão, shitake, funghi, manteiga, cebola, queijo parmesão, alho e as ervas. Bata até obter uma pasta.
    2. Agora grelhe de ambos os lados no azeite os carrés em uma frigideira bem quente. Em seguida, disponha os carrés em uma forma, passe a mostarda dijon e coloque uma camada de crosta em cada um deles. Leve ao forno por 15-20 minutos em temperatura média.
    3. Sirva acompanhado de um arroz ou de couscous de legumes, como fizemos. A receita do couscous vem em outro post, em breve =).

    Obs:

    Essa espumante Pinot Noir é divina. Harmonização perfeita.
  • Salgados

    Postagem Coletiva: Dia da Cerveja Brasileira

    Dia 5 de junho, amanhã é dia da cerveja brasileira, por isso resolvemos nos juntar e fazer uma postagem coletiva usando alguma cerveja fabricada no Brasil.
    O Dia foi criado, pelos Blogueiros Brasileiros de Cerveja, para comemorar e incentivar ainda mais a produção de Cervejarias nacionais.
    As gurias do Fica, vai ter sobremesa e do Culinarístico entraram comigo nessa brincadeira e fizeram receitas com cervejas brasileiras também. Dá um pulo lá para conferir =)
    No Facebook você pode ter mais informações sobre o “Dia da cerveja brasileira” clicando no link.
    Eu resolvi adaptar uma torta da carne do Jamie Oliver (originalmente feita com Guiness) que é uma tradição na culinária inglesa. Para isso usei a Baden Baden Stout.

    Torta folhada de carne & Baden Baden Stout

    Tempo de Preparo: 60 min
    Tempo de Cozimento: 45 min
    Serve: 4

    O que você vai precisar?

    • 400 gr. de carne bovina (usei alcatra) cortada em cubos
    • 2 cenouras picadas em cubos
    • 2 cebolas picadas
    • 3 dentes de alho amassados
    • 200 gr. de cogumelos fatiados
    • Alecrim
    • 1/2 colher de café de sal
    • 50 gr. de manteiga
    • 200 ml de água
    • 2 colheres de sopa (rasas) de farinha de trigo
    • 150 gr. de queijo (use o de sua preferência, como eu tinha muçarela na geladeira, usei ela mesma)
    • 400 ml de Baden Baden Stout
    • 400 gr. de massa folhada congelada
    • 1 ovo para pincelar

    Como Fazer?

    1. Aqueça a panela, derreta metade da manteiga,adicione as cebolas. Deixe dourar por alguns minutos, junte o alho e em seguida a carne.
    2. Adicione a outra metade da manteiga e deixe que a carne se incorpore na mistura. Coloque então as cenouras, os cogumelos, sal, o alecrim e a farinha (mexa bem nesse momento).
    3. Adicione a cerveja e a seguir a agua (o suficiente para que cubra todos os ingredientes). Deixe ferver por mais ou menos uma hora em fogo brando ou uns 15 a 20 minutos na panela de pressão. Se quando terminar você estiver com muito caldo ainda, deixe secar um pouco mais, pois você vai rechear a torta com isso, sendo assim, precisas de um molho cremoso, porém, não muito líquido. Unte a forma com um pouco de manteiga, distribua metade da massa folhada, deixando uns 4 cm para fora da borda da forma. Coloque o recheio, adicione o queijo, corte uma tampa um pouco maior que a sua forma, feche a massa enrolando as pontas para que fique com um ar mais rústico.
    4. Pincele com um ovo batido e leve ao forno, em fogo médio, até que a massa fique dourada (mais ou menos 30 minutos) .
  • Drama,  Salgados

    “Away from Her” & Risoto ao curry

    Esse filme de 2006 é dirigido pela sensacional Sarah Polley, é seu primeiro projeto com o diretora. Antes disso, já a conhecíamos pelas excelentes atuações em filmes como “Minha vida sem mim” e a “A vida secreta das palavras”, ambos de uma das minhas diretoras favoritas: Isabel Coixet.

    O filme fala sobre um casal que está junto há 45 anos: Grant (Gordon Pinsent) e Fiona (Julie Christie). Mas não se trata de um casamento morno, sem graça, já desgastado pelo tempo. É aquele tipo de relação que todo mundo imagina para o resto da vida: eles continuam rindo juntos, dançando no meio da sala, conversando muito e se amando como se fosse no começo.

    Ela perguntou:
    “Acha que seria divertido se nos casássemos?”
    E o que você disse?
    Eu aceitei.
    Eu nunca quis estar longe dela
    Ela tinha a faísca da vida.

    Fiona está com Alzheimer e com o passar do tempo a doença vai se agravando, o que leva ela a pedir que Grant a deixe viver em um “asilo” que cuida de pessoas doentes. Ele, mesmo contrariado, aceita o pedido da mulher.
    Até que ponto é possível fazer com que o amor sobreviva, mesmo vendo que a pessoa está se esvaindo por conta de uma doença que simplesmente faz com que ela esqueça de tudo e se afaste totalmente do outro? É aí que mora a poesia do filme, da vida. O amor sem o apego. É possível?

    film

    A receita que acompanha o post hoje é um Risoto ao curry com tomates uva e manjericão. Por que o curry é uma mistura de mais de 20 condimentos e ervas, o que faz dele um tempero completo e de sabor muito original. Assim como o amor, por mais que não se perceba, é um conjunto de coisas que faz você amar alguém.

    risoto_curry

    Risoto ao Curry

    Prep Time: 60 mins
    Cook Time: 30 mins
    Serve: 2

    Ingredientes

    • 1 xíc. chá de arroz arbóreo ou carnaroli
    • 100 gr. de tomates uva partidos ao meio
    • Folhas de manjericão fresco
    • 1 cebola pequena picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 1 colher de sopa de manteiga
    • Azeite de oliva
    • Queijo parmesão ralado
    • 1/2 xíc. de vinho branco
    • 1 litro de caldo de legumes
    • 2 colheres de café de curry
    • Sal a gosto

    Modo de Preparo

    1. Leve as cebolas para refogar no azeite até que fiquem transparentes. Junte o alho, deixe fritar um pouco. Adicione o arroz e mexa para que ele se incorpore na mistura. Adicione o vinho e mexa até que ele evapore. Aos poucos vá colocando o caldo e mexendo sempre. Coloque sempre uma concha por vez e misture até que o líquido comece a secar.
    2. Quando estiver prestes a colocar a última concha de caldo (isso deve levar em média 15 a 20 minutos), adicione os tomates uva e o curry. Por fim, com o fogo já desligado, adicione a manteiga, mexa bem. Coloque as folhas de manjericão e misture. Sirva imediatamente com queijo parmesão ralado. 😉