Salgados

  • Drama,  Salgados

    Io Sono l’amore & Quiche de Brócolis

    Esse não é um filme fácil de falar. Depois de muitas trocas de idéias com minha querida amiga Dai Dantas, consegui expor um pouco de tudo o que a gente acaba sentindo quando assiste a ele.
    “Eu sou o amor” – pensem nesse título. O que vem a cabeça?

    Dirigido por Luca Guadagnino, o filme se passa em Milão e o plano de fundo é uma família da alta burguesia italiana. O avô que comanda o negócio da família e está se aposentando, anuncia isso em um jantar, onde nomeia o filho e o neto como novos dirigentes da empresa.

    A excepcional Tilda Swinton é a esposa correta, elegante, que criou com amor os três filhos, que junto com a governanta fiel mantém sob controle toda a casa e, por conseqüência, a família toda. Me apeguei muito a essa personagem vivida por Tilda, pois ela demonstra não só uma força incrível como também uma fragilidade iminente. Descobre na filha uma liberdade que ela não soube se dar. Acho bonita demais a relação de respeito entre as duas. Uma amizade entre mãe e filha com muito amor e sinceridade. É chegado o dia que, por acaso, ela encontra um cd que a filha daria ao irmão contando sobre seu novo amor: uma outra mulher. É nítido nesse momento, no semblante da personagem, que não há um estranhamento, mas sim, uma compreensão. Arrisco-me até a dizer que uma admiração pela coragem da filha.

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    Então temos o irmão, Edoardo. O primogênito da família, o garoto certinho que resolve abrir um restaurante com o novo amigo ‘chef’. Tem uma namorada, uma vida estável e um certo ‘controle’ sobre o pai do amigo que acha que o filho é um sonhador e Edoardo centrado consegue convencer o pai dele que eles abram o restaurante.

    Temos uma fotografia incrível nas cenas da casa a duas horas de Milão, onde seria montado o restaurante e onde o chef cultiva suas próprias ervas e produtos para cozinhar. Tipo um sonho de consumo de qualquer pessoa que ame uma vida FORA do horror das grandes cidades (leia-se: eu).
    Eu pensei muito antes de revelar essa parte do filme, pois é uma coisa que seria ‘uma surpresa’, mas depois de repensar, vi que tem muitas outras coisas que são tão surpreendentes quanto isso: o amigo chef e a mãe de Edoardo se apaixonam perdidamente.

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    Uma mulher mais velha, um jovem chef, uma família toda por trás. Como proceder? Simplesmente vive-se. Tenho toda uma teoria sobre isso. Ela há alguns dias tinha visto a filha largar o namorado, cortar o cabelo curto e ir viver o amor por outra mulher sem nenhum medo do que ‘diria’ a sociedade, nem família, nem ninguém. É engraçado como no filme demonstra que o amor realmente acontece por acaso. As pessoas podem estar comprometidas com outras, ou sós, não tem como medir. Nem programar. Quando vê já está envolvido na relação. E como fazer para sair? E se não quer sair? Complexo.

    O mais interessante nesse envolvimento dos dois é o fato de que com ele ela não precisava de máscaras. Não precisava mais ser ‘’a russa que já é uma italiana’’ – ela podia ser ela. Podia cozinhar com ele, comer a sopa que lembrava a infância dela. Ela podia deitar na grama, andar sem roupa, rir e abraçar. Ela se sentia livre com ele. Porém, as conseqüências dessas escolhas podem nem sempre serem fáceis, mas tem-se que escolher. Não há como viver uma vida dupla pra sempre. Pois isso não é viver.

    Quiche de Brócolis

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 250 gr. de farinha de trigo
    • 100 gr. de manteiga sem sal
    • 1 colher de café de sal
    • 4 a 5 colheres de sopa de água gelada
    • 1 maço de brócolis cozido no vapor (al dente)
    • 1 cebola picada
    • 2 dentes de alho amassados
    • 2 colheres de shoyu
    • Azeite
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino moída na hora a gosto
    • 150 gr. de queijo (da sua preferência) picado em quadradinhos (usei um queijo colonial que é bem parecido com muçarela
    • 03 ovos
    • 01 lata de creme de leite
    • Pimenta do reino a gosto
    • Sal a gosto

    Como fazer?

    1. Massa: Corte a manteiga em cubos e junte ela a farinha e o sal. Vá misturando até que se forme uma farofa – em seguida coloque a água e vá juntando até que se forme uma bola – não é pra sovar a massa, apenas ir juntando. Coloque a massa na geladeira enquanto faz o recheio.
    2. Recheio: Refogue a cebola no azeite, acrescente o alho, deixe dourar. Junte os brócolis e deixe por mais uns 2 minutos. Adicione o shoyu, o sal e a pimenta do reino moída. Reserve.
    3. Creme: Bata os ovos vigorosamente, junte o creme de leite, tempere com o sal e pimenta.
    4. Montagem: Vá abrindo a massa encaixando ela na forma. Essa massa é bem maleável para fazer isso com as próprias mãos – acho mais prático do que abrir com o rolo. Leve ao forno pré-aquecido por uns 10 minutinhos. Cubra o fundo da massa com o os brócolis e adicione os cubos de queijo. Em seguida despeje o creme de ovos por cima. Forno por uns 30-40 minutos. Quando estiver corada e firme está pronta.
  • Salgados

    Um conto chinês & Entrecot ao funghi com batatas

    “Um conto chinês” é uma daquelas comédias leves que prendem, emocionam e fazem rir. Roberto (vivido pelo excepcional Ricardo Darín) é dono de uma Ferragem em Buenos Aires. Leva uma vida pacata, mas nota-se desde o início, que ele não é muito adepto a convívios sociais. Cenas hilárias dele fazendo as compras para a loja e implicando com os fornecedores e o carteiro.
    Roberto coleciona recortes de jornais com casos inusitados que aconteceram mundo afora. Um hobby um tanto quanto curioso.
    Nesse meio tempo ele conhece Jun (Ignacio Huang), um chinês ‘perdido’ em Buenos Aires que está atrás de um parente que mora na cidade. O grande problema é que Roberto não fala chinês e Jun nada de espanhol.
    Aos trancos e barrancos, entre gestos e olhares os dois vão tentando se entender no tempo em que Roberto acolhe Jun em sua casa. O que era para ser apenas temporário, começa a se alongar devido a Jun não conseguir encontrar seu tio.
    É bonito demais ver que a personagem de Darín, apesar de parecer um insensível solitário, começa a se mostrar um cara bom e amigo. Claro que dentro de toda a carranquice dele.
    Sabe aqueles filmes que quando acabam você dá aquele sorriso e suspira? Fica dentro da gente uma sensação boa por sentir que estava lá dentro da tela participando de tudo e tendo a alma mais leve.
    É o típico filme para aqueles dias não dóceis que a pessoa precisa rir e aliviar um pouco a tensão do dia.
    E você deve estar se perguntando: e a vaca da capa? Literalmente caiu do céu. Assistam =).
    Para acompanhar o filme nada mais saboroso e ‘argentino’ que um bom Entrecot.
    Achei essa receita um dia, vagando por blogs, no “Cozinha a dois” clique aqui para ver a receita original.

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    Entrecot ao funghi com batatas

    Tempo de Preparo: 60 mins
    Tempo de Cozimento: 30 mins
    Serve: 1

    O que você vai precisar?

    • 1 bife de entrecot
    • 1 batata grande (é importante q ela seja grande para ser mais fácil de fazer as bolotinhas)
    • Alecrim fresco (e demais ervas que queira usar)
    • 1/2 taça de vinho branco seco
    • 1/2 taça de água morna
    • 100 gr de funghi
    • 1 cebola pequena
    • 1 colher de sobremesa de farinha de trigo
    • Pimenta do reino
    • Sal
    • Azeite de oliva

    Como fazer?

    1. Comece formando bolinhas de batatas com o boleador. (esse ‘instrumento’ é facilmente encontrado em lojas de produtos para o lar e também nas lojas de 1,99). Tempere com um pouco de sal, bezunte elas com azeite de oliva e as ervas. Leve ao forno moderado em uma forma anti-aderente por uns 40 minutos. Vá dando uma olhada e sacudindo a forma para que as batatinhas rolem e corem de todos os lados por igual.
    2. Coloque o funghi para hidratar na mistura do vinho com a água morna.
    3. Em uma outra frigideira prepare o molho com o qual vamos regar o entrecot: coloque a cebola bem picadinha dourar no azeite de oliva. Em seguida acrescente a farinha, mexa bem até incorporá-la as cebolas. Junte a isso um pouco (metade) da mistura que está hidratando o funghi. Deixe reduzir até obter um molho denso e suculento.
    4. Agora vamos ao preparo do entrecot em si: coloque a frigideira (ou uma bistequeira, se tiver) no fogo e deixe esquentar bem. Bezunte o entrecot no azeite. Coloque na frigideira sem adicionar nenhuma gordura à ela. Depois de alguns minutos vire e tempere com sal e pimenta do reino. Vire apenas uma vez. Evite ficar manipulando a carne com garfos pois acaba ressecando a carne. Coloque em um prato.
    5. Na mesma frigideira que fez a carne, coloque um pouco de azeite e leve os funghis hidratados só para dar uma passada rápida, junte o resto do líquido que estavam hidratando e o molho preparado anteriormente. Finalizando: coloque o molho por cima do entrecot, junte as batatas assadas e sirva com uma saladinha de tomates.
  • Drama,  Salgados

    Last Night & Risoto de alho-poró da Pri

    A minha querida amiga Morganna me recomendou esse filme durante um papo onde falávamos sobre “Closer” – como temos gostos muito parecidos corri para assistí-lo.
    No filme temos Joanna (Keira Knightley), casada com Michael. Eles formam aquele casal bem cosmopolita, jovem, inteligente e dinâmico. Um belo dia eles vão a uma confraternização do trabalho dele e ela nota que há um certo ‘ar de envolvimento’ entre o marido e uma colega dele, vivida por Eva Mendes.

    No dia seguinte ele sai para uma viagem a trabalho (com toda a equipe – inclusive a colega-suspeita). Na mesma manhã Joanna encontra um ex-namorado por acaso ao sair de um café. Porém, não era aquele ex-namorado que a gente não dá bola, que dá graças a deus por não encontrar mais e quando encontra pensa: “Ai, que saco!”. Era aquele ex-namorado de coisas que não foram resolvidas, de sentimentos que ficaram e com quem ainda existe uma cumplicidade absurda.

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    Com toda essa desconfiança de traição que Joanna estava em mente por parte do marido (mas não só por isso) ela aceita sair para jantar com o ex-namorado (interpretado por nada menos que o francês Guillaume Canet). A identificação deles é tão bonita que sabe quando você torce para que ela se separe, fique com ele e o filme acabe? Enquanto isso, o marido está em viagem sendo assediado seriamente por Eva Mendes. A coisa é complicada. E quem disse que a vida seria fácil?

    Assistam e tirem suas próprias conclusões. Na minha cabeça ficou a velha máxima: a maioria das mulheres traem por amor e os homens por atração física.
    A receita de hoje vai ser do blog da minha querida Priscila Darre – o Culinarístico pois, outro dia eu resolvi fazer uma janta especial e fiquei pensando nesse filme – a luz que tinha na mesa me fez relembrar algumas cenas.

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    Risoto de alho-poró da Pri

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    O que você vai precisar?

    • 1½ xícaras de chá de arroz tipo arbório
    • 2 litros de caldo de legumes
    • 1/2 xícara(s) de chá de vinho seco
    • 1 cebola média bem picada
    • 1 alho-poró grande fatiado como preferir
    • 2 colheres de chá de manteiga (para refogar o alho)
    • 1 colher de sopa bem cheia de manteiga
    • 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado
    • 1 limão médio (suco)
    • 2 colheres de sopa de azeite extra virgem

    Como fazer?

    1. Aqueça o caldo. Em uma panela coloque o azeite e refogue a cebola até ficar transparente. Em seguida acrescente o arroz e deixe ele fritar por alguns minutos. Coloque o vinho e espere evaporar. Vá adicionando o caldo aos poucos sem parar de mexer. Enquanto isso em uma outra panela refogue o alho-poró na manteiga – reserve. Após uns 18 minutos, o arroz estará cozido. Adicione o alho-poró e o suco do limão. Desligue o fogo, junte a manteiga e o parmesão ralado. Sirva em seguida.
  • Receitas,  Salgados

    Esfiha de carne

    Sabor de Infância – qual sabor te remete aos tempos de criança? O meu foi, e sempre será, das Esfihas que meu Vô fazia na casa que ele tinha em Leme.

    A Priscila do Culinarístico também falou sobre a receita preferida da infância dela: Enroladinho de salsicha.

    Esfiha de Carne

    Rendimento: 16 unidades

    Ingredientes

    Massa:

    • 45 gr. de fermento biológico fresco  (ou 10 g fermento seco)
    • 500 gr. de farinha de trigo
    • 1 colher sobremesa de sal
    • 1 colher sobremesa de açúcar
    • 250 ml de leite morno
    • 120 ml de óleo de sua preferência (usei girassol)
    • Fubá para polvilhar e abrir a massa

    Recheio:

    • 400 gr. de carne móida (usei patinho)
    • 1 cebola grande picada
    • 2 tomates (sem semente) picados
    • 2 dentes de alho amassados
    • Salsinha picada a gosto
    • Hortelã picada a gosto
    • Suco de 3 limões
    • 1 colher de sopa de sal
    • Pimenta do reino moída a gosto
    • Pimenta síria

    Como fazer?

    1. Primeiro faça o recheio, junte à carne moída todos os ingredientes e deixe descansando para ‘tomar gosto’.
    2. Depois faça a massa: Dissolva bem o fermento misturado com o açúcar e o leite. Em seguida acrescente o óleo e então o sal. Vá colocando a farinha aos poucos. Trabalhe bem a massa até obter uma aparência homogênea. Sove por uns 10 a 15 minutos. Deixe a massa descansar por 30 minutos ou até que dobre de tamanho. Separe as bolinhas de mais ou menos 50 g e deixe descansar mais uma vez por mais uns 20 minutos.
    3. Abra cada bolinha com a mão fazendo com que a bordinha fique mais grossa que o meio (se preferir pode abrir com um rolo e cortar com um cortador redondo). Polvilhe com farinha de milho (fubá), recheie com cerca de 1 colher de sopa cada esfiha e leve ao forno médio por volta de 20 minutos.
  • Drama,  Salgados

    Mapa dos sons de Tóquio & Yakisoba de Camarão

    O que dizer quando um filme é tão arrebatador?

    Mapa dos sons de Tóquio me perfurou a alma de uma forma que eu sabia que iria mesmo acontecer, já que, a diretora está entre umas das melhores no meu conceito. Isabel Coixet nos faz mais triste em “Minha vida sem mim”, assim como também em “A vida secreta das palavras”. Depois disso ainda assisti a “Fatal”, que acredito ter sido seu último filme antes desse que vou começar, ou já comecei, a falar.

    Eu tento não pensar em como as coisas poderiam ter sido diferentes entre eles,
    porque agora é tarde demais.
    Talvez fosse tarde demais desde o início.

    Mapa dos sons de Tóquio conta a história de uma mulher que trabalha no mercado do peixe a noite e é uma assassina profissional nas horas vagas, vejam que contraponto. O filme é narrado por um senhor, amigo silencioso da protagonista, ela é totalmente melancólica, marcada por dores que não são nunca reveladas, ela apenas dói.

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    Fiquei fascinada por algumas frases que fazem com que tu queiras dar um pause no filme só para ficar pensando muito sobre aquilo.

    As pessoas não mudam. As coisas talvez sim. Mas as pessoas não.

    O filme me levou as mais óbvias conexões ao cinema de diretores asiáticos. Cenas fenomenais, com uma trilha sonora impecável. Impossível não lembrar de 2046 e a velha conhecida frase “No amor não há substitutos.” , assim como, da viagem pelos vagões do trem que levaria a 2046, quando vislumbramos o quarto de hotel que os amantes se encontram no filme de Coixet é a réplica de um trem. Depois de algumas leituras fiquei sabendo que a diretora é muito fã do cinema de Kar-wai. Me soa quase que como uma homenagem a ele essa película.
    Coixet soube usar com maestria a sensibilidade oriental, o espaço de tempo, mostrando a vida como é, os hábitos e as dores que são realmente universais.

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    Não quero falar muito para não revelar o filme todo, muito menos seu final.
    Mais um dos filmes que ficará na minha cabeça para sempre.

    Vamos a receita?

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    Yakisoba de Camarão

    Tempo de preparo: 40 min
    Serve: 2 pessoas

    O que você vai precisar?

    • 150 gr. de brócolis
    • 150 gr. de couve-flor
    • 01 cenoura grande cortada em tiras
    • 1/2 pimentão vermelho
    • 1/2 pimentão verde
    • 150 gr. de repolho cortado em pedaços
    • 200 gr. de camarão miúdo
    • 1 cebola grande picada
    • 300 gr. de macarrão para Yakisoba
    • 1/2 xíc. de Shoyu (aproximadamente)
    • 1 xíc. de água misturada com 1 colher de chá de amido de milho
    • Sal a gosto (experimente antes de colocar mais sal, pq o shoyu já é bem salgado) 03 colheres de sopa de óleo de gergelim 03 litros de água fervente para cozinhar a massa
    • 03 colheres de sopa de óleo de gergelim
    • 03 litros de água fervente para cozinhar a massa

    Como fazer?

    1. Coloque a água para ferver em uma panela, quando estiver borbulhando, acrescente o macarrão. Cozinhe por 6 minutos. Pique todos os ingredientes e separe o brocolis e a couve-flor em pequenos bouquets. Coloque no fogo uma panela grande (se não tiver uma Wok, pode ser qualquer panela, obviamente) e leve o oleo de gergelim para aquecer. Acrescente as cebolas, deixe dourar. Em seguida coloque os camarões. Vá acrescentando os legumes. Em seguida regue com um pouco do shoyu e experimente o sal. Abafe a panela com a tampa por alguns minutos, volte a mexer. Os legumes tem que ficar ‘al dente’, não podem ficar moles, porque perde toda a graça do prato. Vá provando e sentindo, quando estiver pronto (pra mim levou coisa de no máximo 10 minutos) junte o macarrão e vá incorporando a ele todos os legumes. Em seguida despeje a água com o amido de milho e misture por uns 3-4 minutos. Tá pronto, pode sentar, pegar seus hashis e saborear esse prato tão difundido em todo a cozinha oriental. Nota: a escolha dos legumes é bem pessoal, acredito que podemos variar bastante, usando o que mais gostamos. Solte sua criatividade e seja feliz =)

    Curiosidade:

    Yakisoba (em japonês: 焼きそば), também grafado yakissoba, é um prato de origem Chinesa, muito popular também na culinária japonesa, que significa literalmente macarrão de sobá frito. O prato, conhecido internacionalmente, é composto por legumes e verduras que podem ou não ser fritos juntamente com o macarrão e aos quais se agrega algum tipo de carne. Comumente, o yakisoba Chines é feito com macarrão do tipo lámen e é assim que é consumido em diversos lugares, desde restaurantes, passando por fast-foods a feiras populares, no Japão ou fora dele. É prato indispensável nas festas tradicionais japonesas (Matsuris).
  • Comédia,  Drama,  Salgados

    Lars and the real girl & Quiche de alho-poró

    “Lars and the Real Girl” (aqui no Brasil encontra-se como “A garota ideal”) é classificado como uma comédia, coisa que discordo.
    O filme fala sobre a vida de Lars (vivido pelo nada mais tudonavidadeumapessoa que Ryan Gosling – que além de tudo mostra mais uma vez que baita ator que ele é), um cara pacato, tímido e completamente introvertido. Lars mora na garagem da casa de seu irmão e cunhada.

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    Lars é um cara que leva uma vida ‘normal’, trabalha, vai a Igreja, mas não deixa que ninguém se aproxime muito dele. Em um belo dia ele chega à casa do irmão e diz que está com ‘visitas’ em casa e quer apresentar para eles. Os dois ficam super felizes, pois acreditam que ele está conseguindo se libertar da clausura que esteve até hoje.
    Então são surpreendidos pela notícia que Lars conheceu Bianca, uma missionária que anda numa cadeira de rodas, na internet. “Tudo normal, hoje em dia conhecemos muita gente assim” – fato é que quando ele a traz para o jantar todos se deparam com uma boneca de silicone, em tamanho natural que Lars comprou em um site, porém, ele trata como se ela fosse um ser humano.

    Agora é que o filme realmente começa, pois o irmão e a cunhada entram no jogo dele, por aconselhamento da psicóloga, e começa-se a ver que Bianca nada mais é que uma forma que Lars tem para tentar se aproximar do mundo.
    Em uma cena peculiar, a melhor amiga de Lars, uma senhora da Igreja, coloca uma cesta de flores no colo de Bianca e ele diz para ele: “Viu que lindas, meu amor, são de plástico, elas jamais morrerão.”. Lars tem medo da perda. De amar, de se aproximar de alguém real, de se soltar, de sentir, porque já perdeu algumas pessoas e não superou isso.
    Um filme interessantíssimo que vai muito além de uma boneca de silicone e um homem tímido. Realmente tocante. Vejam e depois me contem.
    Resolvi associar esse filme a Quiche de alho-poró, pois eu acho que Ryan Gosling soa para todo mundo tão suave e aromático como um alho-poró.

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    Quiche de alho-poró

    Tempo de Preparo: 60 min
    Tempo de Forno: 40 min
    Serve: 4 porções

    O que você vai precisar?

    • 2 xícaras de farinha de trigo
    • 1 xícara de manteiga sem sal
    • 4 colheres de sopa de água gelada
    • 1 colher de cafezinho de sal
    • 2 talos de alho-poró cortados em fatias finas
    • 1 cebola pequena picada (tem gente q não coloca cebolas, fica ao seu gosto – eu amo cebolas)
    • 3 ovos
    • 01 lata de creme de leite
    • Noz moscada ralada
    • Pimenta do reino e sal a gosto

    Como fazer?

    1. Corte a manteiga em cubos e junte ela a farinha e o sal. Vá misturando até que se forme uma farofa – em seguida coloque a água e vá juntando até que se forme uma bola – não é pra sovar a massa, apenas ir juntando. Coloque a massa na geladeira enquanto faz o recheio.
    2. Refogue a cebola em azeite em uma panela, em seguida junte o alho-poró – coisa de 5 minutos, já está OK. Reserve e deixe esfriar. Enquanto isso bata os ovos vigorosamente, junte o creme de leite, tempere com o sal, pimenta e a noz moscada
    3. Agora vamos montar a quiche.
    4. Vá abrindo a massa encaixando ela na forma. Essa massa é bem maleável para fazer isso com as próprias mãos – acho mais prático do que abrir com o rolo. Leve ao forno pré-aquecido por uns 10 minutinhos. Cubra o fundo da massa com o refogado do alho-poró + cebolas. Em seguida despeje o creme de ovos por cima. Eu acrescentei alguns cubos de mussarela (umas 100 gr) antes de colocar o creme. Fica ao seu critério, mas confesso que o queijo combina muito bem com o alho-poró. Forno por uns 30-40 minutos. Quando estiver corada e firme está pronta. Acompanha bem uma salada verde com tomates cereja.
  • Drama,  Salgados

    Hanami – Cerejeiras em flor & Rolinhos de repolho

    Depois de um longo tempo apreciando filmes japoneses concluí que eles tem um grande respeito e, melhor ainda, compreensão perante a morte. Muito diferente dos ocidentais eles vêem a morte como uma coisa natural. Dói? Dói, mas é o ciclo da vida. As cerejeiras são como uma metáfora para tudo isso. Elas florescem apenas por alguns dias, colorindo toda a cidade de rosa e depois morrem. E são celebradas da mesma forma. O ciclo não pode parar.

    Hanami (花見 lit. olhar as flores) é um costume tradicional japonês de apreciar a beleza das flores.
    Nesse festival, as pessoas costumam se reunir embaixo das árvores para apreciar o evento enquanto fazem piquenique.

    Pensando em outros diretores japoneses sentimos a mesma impressão, dentre eles cito Yasujiro Ozu e Kore-eda. Os filmes que mostram o cotidiano sem grandes marcas e surpresas, o dia-a-dia, os momentos de convivência familiar (nem sempre tão intensos) porque assim é a vida. Porém, nesse filme da alemã Doris Dörrie temos aquela impressão que de repente a gente não está fazendo tudo pelas nossas relações. Será que estamos mesmo prestando atenção naqueles que estão a nossa volta e fazendo com que se sintam bem durante essa jornada?

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    O filme fala de um casal de idade já avançada que moram no interior, filhos que moram na capital e um deles em Tókio. Trudi (que é belamente interpretada por Hannelore Elsner) é uma senhora pacata, preocupada com a união da família, que todos os dias prepara o lanche pro marido levar ao trabalho. Rudi, o marido é aquele homem que leva a vida na rotina normal, sem grandes desejos ou sonhos.
    É quando menos se espera que o destino se manifesta, os médicos contam a Trudi que o seu marido está doente e aconselham que os dois vivam o que tem que ser vivido, façam uma viagem, ou seja, aproveitem que não vai durar muito. Por incrível que pareça ela consegue convencer o marido a irem a Berlin visitar os filhos, mas ele se nega a ir ao Japão, como ela sempre quis.

    Sempre quis ir ao Japão com ele.
    Ver o Monte Fuji, ao menos uma vez.
    As cerejeiras em flor. Com ele.
    Mesmo porque, não consigo me imaginar vendo qualquer coisa sem o meu marido.
    Seria como se realmente não estivesse vendo.
    Como eu posso continuar a viver sem ele?”
    (Trudi)

    É nessa viagem que Trudi vem a falecer e Rudi começa a repensar em tudo o que já viveu. Voltar pra casa sem ela, o enterro sem grandes manifestações de amor dos familiares. E ele se pergunta por que não foi com ela sequer uma vez ver o Monte Fuji que ela tanto queria?

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    A partir daí começa um grande resgate de Rudi pelo tempo perdido, ele embarca para o Japão levando consigo algumas coisas de Trudi, para mostrar a ela o Monte Fuji e tudo mais que não pode fazer quando ela ainda estava viva.

    “Talvez, apesar de tudo, ele estivesse feliz.”

    É muito complicado se chegar à conclusão que a maioria das pessoas só dá valor MESMO quando perde a outra.
    Esse é um filme incrível, emocionante e com certeza você vai querer comer rolinhos de repolho com purê de batatas depois dele, nem que seja apenas para sentir a nostalgia e o amor que é transmitido por um almoço entre pai e filho que é mostrado no filme. Os rolinhos são um prato típico da cozinha alemã conhecido como “Kohlroulade”

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    Rolinhos de Repolho

    Tempo de Preparo: 60 min
    Tempo de Cozimento: 30 mins
    Serve: 2

    O que você vai precisar?

    • 8 folhas de repolho
    • 300 gr. de carne moída (usei patinho)
    • 1 cebola média picada bem miudinha
    • 1 tomate picado
    • 2 dentes de alho amassados
    • 1/4 xíc. de arroz lavado e escorrido (cru)
    • Salsinha
    • Sal a gosto
    • Pimenta do reino a gosto
    • Suco de 1 limão
    • Azeite de Oliva – para a parte do cozimento
    • Tomates pelados ou seu molho de tomate pronto preferido

    Como fazer?

    1. Misture a cebola, tomate, salsinha, alho com a carne moída. Em seguida tempere com o sal, pimenta, misture o arroz e regue tudo com o suco de metade do limão – reserve a outra metade.
    2. Retire a parte ‘dura’ do talo das folhas de repolho. Coloque em agua fervente, uma a uma, as folhas de repolho para que elas amoleçam um pouco e possam ser dobradas sem quebrá-las. Reserve.
    3. Pegue a mistura da carne moida e molde como pequenos quibes. Sempre tendo em mente o tamanho das folhas de repolho que você tem. No meu caso o repolho era orgânico e pequeno, sendo assim, fiz pequenos mini-quibes.
    4. Assim que terminar de enrolar totalmente prenda com um barbante ou palito. Acomode todos os rolinhos em uma panela com azeite de oliva no fundo. (Em algumas receitas que vi por aí dizia para simplesmente jogar uma lata de molho pronto por cima, noutras para acomodar fatias de cebola e tomate e depois jogar um pouco da água do cozimento do repolho. Eu escolhi fazer um molho básico fritando meia cebola, 1 dente de alho, 1 lata de tomates pelados, um pouco de orégano e sal.)

    Observação:

    Esse prato é normalmente servido acompanhado de batatas cozidas ou purê de batatas. Eu optei pelo purê, pois é uma coisa que eu gosto muito. Faça ele do seu jeito habitual ou se você não sabe fazer purê lá no Panelaterapia tem uma receita muito boa e prática.