Salgados

  • Salgados,  Séries & TV

    Jamie Oliver 30 Minutes Meals & Salmão Crocante

    Hoje não vou falar sobre um filme, mas sim sobre um programa de televisão. Acho que é público e notório meu amor pelo Jamie Oliver. Gosto muito da praticidade que ele tem na cozinha, fazendo tudo de maneira bem espontânea e rápida. É o meu tipo de cozinha. Não sou daquelas que gosta de passar horas esperando uma massa crescer e amassar, esperar, amassar. Não. Eu gosto que as coisas fiquem prontas logo. Acho que é a ansiedade ariana falando mais alto.

    Enfim, se você também é assim (ou não) vai amar o programa (e livro) do Jamie que chama “30 minutos e pronto” – onde você terá a opção de uma refeição completa, incluindo entrada, prato principal e sobremesa pronta em 30 minutos. Gostou?
    O programa, aqui no Brasil, passa no canal GNT, mas você pode acompanhar muitos episódios pelo Youtube ou mesmo no site oficial do Jamie. O livro encontrarás nas melhores livrarias.

    Lá no Culinarístico, da minha querida amiga Priscila Darre, você também encontra uma receita de Arroz com Feijão e um Creme de chocolate que ela fez baseada/inspirada no livro.

    Eu resolvi fazer um salmão que não levou mais que 20 minutos para ficar pronto. Para acompanhar escolhi grelhar um queijo coalho com azeite e orégano na chapa e uma salada de alfaces roxas com tomate cereja e parmesão em lascas.

    Foi um belo almoço de domingo. Vamos lá?

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    Salmão Crocante

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredients

    • 2 postas de salmão
    • 1 pimentão vermelho (ou amarelo)
    • 1 maço de cebolinhas
    • 2 pimentinhas frescas (não usei)
    • Raspas de Limão (usei o siciliano)
    • Sementes de erva-doce (opcional – não usei)
    • Sal
    • Pimenta do Reino
    • Azeite de Oliva

    Modo de Preparo

    1. Ligue o forno para ir aquecendo, em temperatura média.
    2. Pique o pimentão e a cebolinhas em cubos de 1 cm. Caso vá usar a pimenta fresca, faça o mesmo com ela.
    3. Em uma assadeira coloque um pouco de azeite. Pegue as postas de salmão e tempere com o sal, a pimenta do reino, azeite e as raspas de limão. Passe bem dos dois lados. Acomode os salmões na assadeira, com a pele para cima. Adicione os legumes ao salmão. Leve ao forno por 14 minutos.
    4. Retire do forno e solte a pele do salmão com cuidado, ela deve estar bem fácil de manusear. Dê uma mexida de leve nos legumes. Devolva a travessa ao forno e deixe por mais 5 minutos. E está pronto!

    Dica:

    Se o seu forno tiver grill, deixe ativo durante todo o cozimento, isso fará uma crosta mais crocante do que a minha 😉
  • Comédia,  Romance,  Salgados

    Valentin & Talharim ao Funghi Secchi

    Adotei essa frase para a minha vida desde que assisti pela primeira vez a esse filme argentino de 2003:

    Enfim, a vida é um talharim!

    Valentin é um menino de 8 anos que mora com a avó (vivida pela sensacional Carmem Maura). Acho muito sonoro como se diz avó em espanhol “abuela”. Sonoridades a parte, ele é uma daquelas crianças inventivas, que sonha em ser astronauta. Não se priva de tentativas engraçadas, treinando para quando estiver no espaço, luta contra uma falta gravidade inventada e é cheio dos apetrechos.

    Valentin é apaixonante.

    Aquele pequeno garoto com um óculos enorme, um coração gigante e uma vida curta e já tão sofrida. Os pais se separaram e sua mãe foi embora, o deixando com a avó. O pai pouco lhe visita.

    Valentin é o tipo de menino querido, conselheiro dos vizinhos e amigos, do seu modo singelo e sem nenhuma maldade. Ele fica se indagando porque a vida cria tantos obstáculos para ser bem vivida. Um dos requisitos para ele seria ter uma madrasta loira, inteligente e linda. Só isso e algumas coisinhas mais. Com a doçura da pureza de uma criança, Valentin nos pega pela mão e vai nos levando durante o filme, entre lágrimas e risadas é um dos grandes títulos do cinema argentino de todos os tempos, na minha singela opinião.

    Nada mais ÓBVIO que eu fazer uma receita de Talharim hoje, né?

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    Talharim ao Funghi Secchi

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 18

    Ingredientes

    • 200 g de talharim
    • 1 xic. de vinho branco seco (se quiser podes usar água para hidratar, mas o vinho dá um tcham no sabor)
    • 1 lata de creme de leite sem soro
    • 30 g de funghi secchi
    • 1 cebola picada
    • Sal a gosto Pimenta do reino moída na hora a gosto

    Modo de Preparo

    1. Coloque o funghi para hidratar no vinho. Deixe por ali por uns 15 minutos, depois desse tempo escorra e reserve o caldo do vinho. Enquanto isso coloque a água em uma panela para cozinhar a massa.
    2. Quando a agua estiver fervendo adicione um pouco de sal. Despeje a massa, que deve estar cozida em cerca de 10 minutos.
    3. Vamos fazendo o molho colocando as cebolas para dourar no azeite, quando estiverem coradas, acrescente o funghi escorrido (eu geralmente não os corto, deixo do tamanho que eles vem, acho mais saboroso). Tempere com o sal e a pimenta do reino. Despeje o líquido que ficou da hidratação e deixe apurar por uns 3 minutos até que evapore um pouco. Prove o sal, acrescente o creme de leite, mexa bem até incorporar.
    4. Escorra a massa, adicione o molho por cima e sirva em seguida.

     

  • Drama,  Salgados

    360 & Pastel de Palmito

    Fernando Meirelles para mim é sempre bom. Como não se emocionar no tão conhecido “O Jardineiro Fiel” e na adaptação ao cinema do livro do Saramago “Ensaio sobre a cegueira”? Em “360” temos uma adaptação da peça “La Ronde”, de Arthur Schnitzler.

    Só se vive uma vez. Quantas chances ainda temos?

    Uma mistura de várias histórias e personagens que acabam se chocando no meio da trama. Uma história circular. Alguns pensarão: ah, mas isso já é comum no cinema…porém, vos digo, não com a maestria da direção de Meirelles, que faz com que nada disso fique cansativo e confuso. E o roteiro incrível de Peter Morgan tem claramente, muita importância nisso. Fiquei a me lembrar de “Babel” do Iñárritu, mas achei 360 menos complexo e político que o filme do querido diretor mexicano.

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    Duas irmãs na Áustria que estão juntas em uma curiosa vida: a mais velha resolve se prostituir para conseguir dinheiro e sair da pobreza, enquando a mais nova só a acompanha, sempre lendo livros e demonstrando uma bondade e generosidade que nos encantam. O primeiro cliente de Mirka será o executivo vivido por Jude Law, que por sua vez é casado e mora em Londres com Rose (Rachel Weisz) que está tendo um caso com Rui, um fotógrafo brasileiro (interpretado pelo excelente Juliano Cazarré), que namora Laura (Maria Flor).

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    Laura ao descobrir a traição pega suas coisas e vai embora de volta ao Brasil. No avião conhece John (Anthony Hopkins) que está viajando em busca do paradeiro da filha desaparecida. Em uma das escalas ela acaba por se deparar com Tyler (Ben Foster) que em um papel ótimo, interpreta um ex-presidiário que esteve na cadeira por crimes sexuais. A cena do encontro dos dois é simplesmente incrível, alternando momentos que dá um pânico total e doçura, pelo medo dele não conseguir seguir na reabilitação e cometer algum crime contra Laura, que fica de ir jantar com John e simplesmente vai para o quarto de hotel com Tyler.

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    Com uma trilha sonora impecável o filme vai nos conduzindo e nos prendendo entre todas as histórias. Menção pra lá de honrosa ao Hopkins que está em um dos seus melhores papéis. Contou ele, em uma entrevista, que aquilo tudo foi um pouco da história dele. Em uma cena memorável da reunião do AA, há um monólogo digno de chorar e rir ao mesmo tempo.

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    As coisas ainda dão muitas voltas nas cenas em que temos o tão querido Jamel Debbouze (o eterno Lucien de O Fabuloso destino de Amelie Poulain) interpretando aqui um dentista muçulmano que se apaixona por sua assistente casada. Fica ele então em um impasse sobre a sua religião (que é totalmente contra o adultério) e o amor encantador que ele está a sentir por Valentina (Dinara Drukarova), que por sua vez é casada com um funcionário de um mafioso que contrata a prostituta Mirka para um programa em sua passagem pela cidade.

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    Sergei (Vladimir Vdovichenkov) faz um tipo caladão, que está tentando aprender inglês com aulas de cds e ao mesmo tempo se vê com um problema (que foi o pedido de divórcio da mulher) e sem poder resolver isso, sai para buscar o patrão no aeroporto. Enquanto espera o chefe do lado de fora do Hotel, acaba conhecendo a irmã de Mirka, com quem tem uma sintonia imediata e incrível. E agora, como será o desfecho de todas essas histórias? Ficou curioso? Veja o filme e depois me conte o que achou =).

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    Cruze os dedos por mim. Deseje-me sorte.
    Como eu desejo a você.
    Talvez um dia as bifurcações que pegamos…
    e aquelas outras tomadas antes das nossas,
    nos levem a juntar-nos outra vez…

    Trailer:

    O filme de hoje vai ser acompanhado por Pastel de Palmito. Em homenagem a brasilidade de Fernando Meirelles essa receita que é algo que praticamente só existe no Brasil, e confesso, é um dos meus pastéis preferidos sempre.

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    Pastel de Palmito

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Coz: 30 min
    Serve: 12-15 unidades

    Ingredientes

    • 1 pacote de massa para pastel
    • 1 vidro de palmito em rodelas
    • 1 cebola média picada
    • 1 tomate médio picado
    • 2 dentes de alho
    • 2 colheres de azeite de oliva
    • Sal a gosto Pimenta do reino a gosto
    • 1 colher de vinagre balsâmico
    • 1/2 xic. de água
    • 1 colh de chá de maizena
    • Salsinha picadinha a gosto
    • Queijo Catupiry
    • Óleo para fritar

    Modo de Preparo

    1. Aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho. Quando estiverem dourados, acrescente o tomate e o palmito. Deixe refogar em fogo baixo. Agora adicione o vinagre, o sal, a pimenta e mexa cuidadosamente para não destruir os palmitos. Em seguida, misture a maizena na água até dissolver bem e adicione a panela. Mexa tudo até formar um leve caldo grosso, que unirá os itens do recheio. Coloque a salsinha e deixe esfriar.
    2. Coloque um pouco de catupiry em cada massa de pastel, adicione uma colher de sopa de recheio e feche.
    3. Frite em óleo quente, escorra no papel toalha e agora é só servir.
  • Policial,  Salgados,  Suspense

    I Saw the Devil & Torta de Liquidificador

    Mais um surpreendente filme sobre vingança. Tema muito abordado pelo cinema Coreano, onde já tivemos a Trilogia da Vingança de Park (Sr. Vingança, Oldboy e Lady Vingança), além de inúmeros outros filmes que seguem a mesma temática, porém “I saw the devil” surpreende por deixar o expectador literalmente ‘grudado’ na tela por incríveis duas horas e vinte e quatro minutos.

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    Um filme tenso, violento e extremamente impactante. Conclui-se que a vingança é um dos sentimentos que mais move uma pessoa. O ódio muitas vezes faz muito mais que o amor. Ela fica possuída por sensações que jamais imaginou. Tem ações fortes e decididas e toma atitudes que podem resultar em algo que ela sequer imaginou.

    Em “I saw the devil” o protagonista, vivido por Lee Byung-hun, é um policial, em um estilo FBI , que tem a noiva assassinada por um psicopata. A partir de então ele começa uma caçada em busca do assassino e também sua vingança.

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    O assassino maníaco é vivido por Choi Min-sik (o eterno “Oldboy”) em uma atuação, como sempre, belíssima e totalmente convincente no papel de um homem solitário, com problemas de família e psíquicos. Na cena inicial do filme, mostra o casal falando ao telefone, para demonstrar o quanto era bonita aquela relação. Acho que é por isso que dá mais angústia durante o filme e entende-se o amargor da situação.

    O filme segue uma linha “caça e caçador”. A direção de arte e fotografia esbanja sabedoria, nos fazendo entrar no clima do filme (prepare-se para pular no sofá e abraçar fortemente almofadas).

    Um incrível Thriller dirigido por Kim Ji-woon o mesmo de A Bittersweet Life.

    Trailer (para mentes controladas e corações fortes):

    A receita que acompanha o filme é uma Torta de Liquidificador, porque quando se está vendo um filme desses é melhor não segurar nem garfos, nem facas e poder comer com mão! Brincadeiras a parte, achei interessante combinar essa receita com o filme, pois temos aqui um prato que pode ser um jantar ou apenas um lanche, fica pronto rapidinho o que te dá mais tempo para encarar as quase 2 horas e meia de filme!

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    Torta de Liquidificador

    Tempo Prep: 60 min
    Tempo Forno: 40 min
    Serve : 4 porções

    Ingredientes

    • 3 ovos
    • 2 copos de leite
    • 1/2 copo de óleo
    • 2 copos de farinha de trigo
    • 4 colheres (sopa) cheias de parmesão ralado
    • 1 colher de sopa de fermento em pó 1 pitada de sal Queijo parmesão ralado para polvilhar no final
    • 1 pitada de sal Queijo parmesão ralado para polvilhar no final

    Modo de Fazer

    1. Coloque todos os ingredientes líquidos no liquidificador e bata por alguns minutos. Em seguida adicione os secos e bata mais um pouco. Unte uma forma com manteiga e farinha de trigo, coloque metade da massa, adicione o recheio (veja dicas de recheios no final da postagem) e cubra com o restante da massa. Polvilhe com queijo ralado. Leve ao forno médio por 40 minutos.

    Dicas de recheio:

    Eu fiz a minha com carne moída, refogada com alho, cebola, tomate, azeitona e um pouquinho de salsinha. Você pode usar o recheio que quiser nessa massa, é muito versátil. Sabe aquele frango assado que sobrou do almoço de domingo? Pode virar um belo recheio para uma torta dessa. Ainda podes usar presunto e queijo picadinhos, com orégano, azeitona e o que mais lhe agradar.
  • Comédia,  Drama,  Salgados

    Intocáveis & Estrogonofe de carne

    Fazia algum tempo que eu estava para assistir Intocáveis, um filme dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano, que conta a história real de Philippe Pozzo di Borgo com o argelino Abdel Yasmin Sellou. Na história são respectivamente Philippe, um empresário rico que fico tetraplégico (vivido pelo excelente François Cluzet) e Driss (Omar Sy) que passa a ser seu ‘enfermeiro’ logo no início da película. Driss não queria o emprego. Apenas queria uma assinatura para levar ao Seguro Social, que lhe garantiria mais um mês de renda.

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    Omar Sy conquista o telespectador desde o começo do filme, impossível não se contagiar pelo sorriso enorme e a sinceridade daquele ser humano. É isso que faz com que Philippe se sinta tão bem ao lado dele. Meio desajeitado, vai aprendendo como se cuida de uma pessoa deficiente, mas sem nunca deixar isso claro. Não há diferenças. Eles se divertem o filme todo, desde um passeio no meio da noite quando lhe falta o ar, até quando estão em um restaurante e Omar diz: ‘o bolinho estava mole por dentro, por favor me veja uma tarte, mas dessa vez bem cozida’ – falando do petit gateau que comeu de sobremesa.
    Os mundos completamente diferentes dos dois se chocam em uma das coisas mais bonitas que podem existir entre duas pessoas: a amizade. O que era para ser apenas uma relação de trabalho, se torna uma lição de vida e de como se deve tratar as pessoas: sem desigualdade.

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    É um filme divertido e que prenderá a sua atenção do início ao fim.
    Um menção honrosa para cena do aniversário de Philippe, quando Driss, depois de ouvir todas as músicas clássicas do patrão, coloca um soul e começa a dançar, puxando todo mundo para a pista. O que se vê é que ele dança pelo amigo, já que o mesmo só mexe do pescoço pra cima. Épico. Você se pega sorrindo para tv e com o coração cheio de felicidade.Resolvi postar com o filme um Estrogonofe, porque apesar de ser um prato russo, temos dedinhos franceses quando foi introduzido o cogumelo em seu preparo, o que é bem comum em nossa cozinha de hoje.

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    Estrogonofe de Carne

    Prep Time: 15 mins
    Cook Time: 30 mins
    Yields: 2

    Ingredientes

    • 400 gr. de alcatra cortada em tirinhas (podes usar outra carne de sua preferência como filet mignon ou patinho)
    • 1 cebola grande picada
    • 2 dentes de alho
    • 1 colher de sopa de manteiga
    • 1 colher de azeite de oliva
    • 300 ml de creme de leite fresco
    • 200 g de champignon em lascas (usei mini-champignon por isso não cortei)
    • 1 colher de sopa de páprica doce
    • 1 colher de sopa de páprica picante
    • 1 colher de sopa de farinha de trigo
    • 1/2 xíc. de caldo de carne pronto Sal a gosto Conhaque para flambar
    • Sal a gosto Conhaque para flambar
    • Conhaque para flambar

    Modo de Preparo

    1. Em uma panela bem quente coloque a manteiga para derreter com o azeite. Coloque metade da carne para fritar. Quando estiver dourada, retire da panela e leve a outra metade para fazer o mesmo processo. (isso serve para não juntar água e evitar que a carne endureça.)
    2. Volte com a carne toda a panela e adicione a cebola e o alho. Acrescente o conhaque e flambe. Deixe refogar por alguns instantes. Coloque a farinha e misture bem.
    3. Em seguida adicione o caldo de carne, os champignon, as pápricas e o sal. Em fogo baixo, deixe isso apurar por uns 10 minutos.
    4. Com o fogo já desligado coloque o creme de leite e misture bem. Sirva com arroz e batata palha.

     

  • Drama,  Salgados

    Drive & Pizza de Aliche

    Drive, do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn, surpreende pelo passeio que dá na história do cinema. Temos referência incríveis, como o eterno palito no canto da boca que lembra Clint Eastwood, com seu cigarrinho nos épicos filmes de western. Também cenas de violência inesperada, dignos de uma filmagem de Brian de Palma, completados por tiroteios doidos à la Quentin Tarantino. De Taxi Driver à Scarface ele vai até a corrupção de Abel Ferrara. E como não lembrar da cena do martelo de Oldboy? Sem dúvidas, a Palma de Ouro de melhor direção no Festival de Cannes de 2011 foi pra lá de merecido.

    Eu não participo do roubo e não porto armas. Eu dirijo.

    O filme foi baseado no livro de James Sallis, que ainda não tive a oportunidade de ler, e uma trilha sonora que transborda anos 80 feita por Cliff Martinez.

    Fato é que o protagonista, vivido por Ryan Gosling, não tem nome. Ele é apenas o motorista. Um homem que ganha a vida entre ser dublê de filmes de ação e mecânico em uma oficina. A noite ele é motorista contratado para dirigir em assaltos e fugas. Não se sabe de onde veio, quem é, se tem família, nem o que espera da vida. Ele apenas está ali vivendo um dia após o outro até o momento em que cai nos encantos de sua vizinha Irene e sua vida dá uma bela mudada.

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    Irene (vivida pela extraordinária Carey Mulligan, de Shame) é mãe de um menininho e mulher de um cara que está na prisão por conta de um assalto mal sucedido. No maior estilo precisodeproteçãoeajuda, ela cai nas graças do calado vizinho motorista.

    Acredito que o papel de Ryan foi muito bem concebido pelo diretor, por vezes, as poucas palavras dele irritam, mas por outro lado, a maioria das cenas não precisa de diálogo nenhum. Incrível como isso fica genial na condução do filme, enquanto a tensão toma conta.

    Com a saída do marido de Irene da prisão, as coisas começam a se complicar. Tudo que se esperava de um romance bonito é fadado automaticamente a ruína. Standard (sim, é esse o nome do marido) está precisando acertar as contas de uma proteção que recebeu na prisão. É intimado a fazer um ‘último assalto’ para pagar a dívida. Preocupado com a segurança de Irene e do filho, o nosso anti-herói se dispõe a dirigir o carro na fuga.

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    Sabe aquela coisa de não sei porque me meti nisso e agora mesmo querendo não tenho como sair? Pois é.
    O filme tem a melhor cena (evah!) de fuga de carros da história do cinema. Se não me engano, acho que só me segurei na cadeira desse jeito em Ronin.
    Na enigmática e tão destacada jaqueta que exibe um escorpião, temos uma forte referência ao conto de Esopo. Nem mesmo a mais doce pessoa vai contra sua natureza. É essa a idéia central.
    Para mim, foi um dos melhores filmes de 2011.
    Fica a pergunta: quem arriscaria tudo pela única coisa que aprendeu a amar?

    Preciso ir a um lugar agora. Acho que posso não voltar mais.
    Eu só queria que soubesse que estar ao seu lado foi a melhor coisa que me aconteceu.

    No filme temos a Pizzaria do Nino que nada mais é que um centro de lavagem de dinheiro da máfia local. Sendo assim, não poderia eu deixar de fazer uma pizza para acompanhar o filme.

    Estava a procurar uma massa de pizza bem prática, daquelas que a gente pode fazer em um piscar de olhos quando dá fome no meio do nada e não tem muitas coisas em casa. Foi então que perguntei as minhas queridas amigas e blogueiras: alguém tem uma receita de pizza bem boa? Priscila Darre do Culinarístico me disse: a da minha sogra. Eis então que testei e aprovei a massa. É muito fácil de fazer e fica saborosíssima. Vamos lá?

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    Pizza de Aliche

    Prep Time: 60 mins
    Cook Time: 30 mins
    Serve : 2

    Ingredientes

    • Massa: 2 xícaras de farinha de trigo
    • 2 colheres de azeite de oliva
    • 1 pitada de sal
    • 1 pitada de açucar
    • 1 colher de sopa de fermento instantâneo (tipo Royal)
    • Agua morna suficiente para ‘dar liga’ (usei mais ou menos 1/2 xícara)
    • Recheio: 1 tomate grande
    • 1 pitada de sal
    • 1 dente de alho
    • 1 pitada de orégano
    • 250 g. de queijo mussarela 40 g. de files de aliche (cerca de meio vidrinho) Azeitonas Cebolas roxas em rodelas
    • 40 g. de files de aliche (cerca de meio vidrinho) Azeitonas Cebolas roxas em rodelas
    • Azeitonas Cebolas roxas em rodelas

    Method

    1. Massa: Leve todos os ingrediente secos para uma bacia e misture. Adicione o azeite e vá colocando água até conseguir uma consistencia uniforme – nem muito seca, nem muito molhada. Deixe descansar por 20 minutos. Molho: Bata todos os ingredientes no liquidificador. Reserve. Montagem: Passados os minutos de descanso, abra a massa em uma bancada enfarinhada. Leve ao forno pré-aquecido a 180º por 10 minutos. Vire a massa. Espalhe o molho de tomate, a mussarela, os filés de aliche, as azeitonas e por fim as cebolas. Forno por mais uns 10 minutinhos e está pronta pra ser servida regada por um bom azeite. Rende 1 pizza redonda de 35 cm.
  • Drama,  Salgados

    Take this Waltz & Kebab de Frango

    Aqui no Brasil Take this Waltz tem o nome de “Entre o amor e a paixão”, enquanto o título original se refere a uma das músicas que compõem a trilha sonora, lindamente escrita e interpretada por Leonard Cohen, que por sua vez se inspirou em um poema de Frederico Garcia Lorca chamado “Pequeño Vals Vienés”. A música fala de uma valsa oferecida a alguém, como um ato de coragem, um convite ao viver. Obviamente tem tudo a ver com o filme em si que trata de arriscar um casamento de alguns anos com uma paixão surgida no meio de um voo e uma carona em um táxi.

    A vida tem um vazio, simplesmente tem.
    Você não sai feito louca tentando preenchê-lo.

    Michelle Williams me impressiona. A garota que conhecemos ainda jovem na série “Dawnson’s Creek” se transformou em uma grande atriz. Ainda mais admirável a cada interpretação. Ela é Margot. A esposa jovem, criativa, que faz bolos, depois senta no chão, encosta a cabeça no forno e fica olhando os bolinhos crescerem. Margot é uma garota moderna e colorida. Tem um jeito de menina. No início do filme não sabemos ainda porque guarda uma tristeza qualquer no seu olhar.

    Às vezes estou andando pela rua e um raio de sol ilumina a calçada
    Sinto vontade de chorar…
    E um segundo depois, isso passa. E aí eu deixo de lado, porque sou uma adulta…É apenas uma tristeza passageira.

    Seth Rogen é Lou, o marido. Um cozinheiro nato e escritor de livros de Gastronomia sobre frangos. Sim, ele só fala sobre frangos e suas infinitas variações culinárias. O frango serve de metáfora para a situação atual do casamento, em um momento que Margot abraça o marido no meio da cozinha, com um ar de romantismo e tentando resgatar aquela paixão que todos os inícios de relacionamento tem.

    – Eu peguei toda a minha coragem e você me deixou total e completamente sem coragem.
    – Você precisa de coragem para seduzir o seu marido?
    – Sim. É preciso toda a coragem do mundo.
    – Isso é ridículo!
    – Ah, é?
    – Então por que você me prova que sempre tenho razão?
    – Quando sinto que assumo um grande risco, consistentemente você me prova que eu tinha razão e que o risco é maior do que posso lidar. – Mas de que… porra…você está falando?
    – Só estou fazendo frango.
    – Você sempre faz frango.

    Ela conheceu um homem no avião, durante uma pequena viagem. Ele sentou ao lado dela e, sem querer, ela ficou olhando ele dormir. Pois foi aí que se deu a confusão mental toda, quando o papo começou e a identificação foi imediata. Como lidar com tudo isso, quando ao dividir um táxi, eles se dão conta que são vizinhos? Complexo.

    Take this Waltz nos faz ficar em dúvida se ela deve ou não continuar o casamento ou seguir em um novo romance. Seria aquele cara o homem da vida dela ou não?
    Sarah Polley mora no meu coração. Desde a meiguice interpretada em “Minha vida sem mim“ até seu primeiro filme como diretora (que está por aqui já) “Longe dela”. Na direção de Take this Waltz ela consegue mostrar uma visão romântica e ao mesmo tempo crua das relações humanas. Cenas memoráveis, como a do carrinho no parque de diversões, se misturam com uma fotografia incrível de Luc Montpellier e uma cozinha que dá vontade de morar dentro. Com maestria ela desenvolve a tomada de uma decisão sem envolver uma traição. Não há traição no filme. Há diálogos incríveis e profundos, onde se diz o que se quer e o que se pensa, sem ao menos tocar um ao outro. Isso me lembrou muito Kar-wai em “In the mood for love”. Delicadeza: é isso que poderia definir o novo filme da diretora canadense.

    O filme fala de decisões, correr riscos, viver algo que se tem vontade, perder a razão ou encontrar a verdadeira felicidade em estar só.

    – Às vezes me dá vontade de algo novo. O novo é brilhante.
    – O novo se torna velho.

    Um beijo especialíssimo para a Dai Dantas, minha amiga, minha irmã, que tem uma identificação tão grande comigo que me indicou o filme e sabia que eu iria amar da forma que amei!
    Não poderia eu fazer outra receita que não algo com frango, né?

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    Kebab de Frango

    Prep Time: 30 mins
    Cook Time: 15 mins
    Porções: 4

    Ingredientes

    • 1 peito de frango sem pele e sem osso
    • 1/2 pimentão verde (cortado em cubos grandes)
    • 1/2 pimentão amarelo (cortado em cubos grandes)
    • 1/2 cebola (cortada em cubos grandes)
    • 1 1/2 colheres de sopa de azeite de oliva
    • 1 1/2 colheres de sopa de suco de limão
    • 1/2 – 1 colher de chá páprica (se você gosta de picante, use 1 colher de chá)
    • 1/2 colher de chá de pimenta em flocos
    • 1/2 colher de chá de cominho em pó
    • 1/4 de cebola pequena bem picada
    • 2 dentes de alho
    • 1/4 colher de chá de sal
    • 1 colher de sopa de folhas de salsa fresca
    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva (para grelhar)

    Modo de Preparo

    1. Corte os cubos de frango, seque em um papel toalha e deixe marinar na mistura dos ingredientes por uma hora. Intercale cubos de frango com o pimentão verde e amarelo em um espeto de madeira/bambu ou metal, o que tiveres disponível em casa.
    2. Leve para grelhar. Possibilidades para grelhar: uma churrasqueira, no forno, grelha estilo frigideira no fogão ou em uma grelha elétrica. Eu optei por fazê-los em uma grelha que vai em cima do fogão. Vá pincelando com o azeite de oliva e virando os espetinhos até que fiquem corados e cozidos. Use fogo médio para que não fiquem corados por fora e crus por dentro.

    Obs:

    Receita original do Kebab do site Rasa Malaysia